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Os melhores heels da história por Johnmds: Introdução; colocados 10, 9 e 8



O Professional wrestling é uma história a ser contada ao longo das gerações, e como toda a história, tem de ser completa. Não é a toa que são mais de cinco décadas de sucesso que se mantém com a fórmula concreta de produção com personagens. Existem os bons personagens e os personagens maus. Os mais importantes, os maus, são a base da pirâmide, ajudam a criar heróis e movimentam mercados. Nesta nova série do blog, elejo os 10 melhores heels de todos os tempos.

Os heels, ou vilões, são a essência para qualquer grande ação na luta-livre. Não se faz um face sem um heel, mas se faz um heel sem um face. Eles são como que a válvula para tudo funcionar bem e trazer uma tonalidade de credibilidade para os shows. Uma conversa bem conduzida ou golpes sujos prendem o espectador na televisão muito mais do que ver um sonho de um herói a se tornar realidade.

São eles que trazem emoção e momentos de torcida. Os nomes a seguir fazem parte do grupo célebre que abriu as portas para que se encorajassem e soubessem o modelo de um vilão, e não aquele que fala mal da cidade, mas o que pelo simples andar já tem de ser protegido por seguranças para que o público não o nocauteie. Agradeçam aos 10 títulos desta série e boa leitura.


The Rock, multi-campeão da WWE, e futuro hall of famer.

The Rock estreou como um qualquer no Survivor Series 1996, com um look que o diferenciava dos demais tamanho o horror que causava. De fato, ele nunca chegaria a seu patamar atual se seguisse a linha casual.

Tornaria-se em mais um Marty Jannetty ou menos. E o wrestling teria perdido talvez o seu maior ícone carismático.

No ano seguinte, entretanto, sua carreira virou-se do avesso quando finalmente fez seu heel turn ao formar os Nation of Domination, posta uma sucessão de grandes falhas como perder o título Intercontinental para Owen Hart e ser lesionado por Mankind.

Já no princípio do seu caminho como vilão, se via uma mudança categórica. O antigo Rocky Maivia já era The Rock, uma superestrela maior, mais carismática e arrogante. Alguém que não dava a mínima para o público ou para entrevistadores. Seu estilo atual foi aos poucos se formando, com frases características que foram lhe dando popularidade.

Os Nation of Domination seguiram firmes como grupo por muito tempo, até atritos entre dois das suas maiores estrelas começarem, com The Rock a ter então uma pequena feud com Farooq, em 1998.

O Great One conseguiria derrotar o rival no Over the Edge a valer o Intercontinental Championship, o qual o Brahma Bull havia reganhado no ano anterior, devido a controvérsia com Stone Cold Steve Austin e sua desistência do campeonato.

A vitória sobre o antigo membro dos Nation deu ainda mais força para a carreira que estava recém em seus dois anos. O grupo conseguiu se restabelecer mesmo com a perda de Farooq e logo se viu em rivalidade com um dos grupos em grande ascensão, igualmente, no período: os D-Generation X.

Triple H tomaria a frente para desafiar The Rock em combates de alto nível. Primeiramente, o The Game falhou ao conquistar o título em uma polemica contenda no Fully Loaded, em uma two out of three falls match. The Rock conseguiria um placar de 1-1, sendo que ambas as falls foram conseguidas com intervenção do exterior, uma para distrair HHH resultando em um rock bottom e outra de Chyna, que nocauteou o campeão após um DDT em uma cadeira. No fim, Triple H aplicou o pedigree, mas, prestes a vencer, viu o tempo limite expirar, levando a um empate.

Uma desforra foi armada para o Summerslam, desta feita em uma ladder match, onde finalmente Triple H destronou The Rock e findou seu bom reinado. Contudo, a evolução estava feita e com o ganho de muita popularidade, ele haveria de se tornar contender para o WWE Championship, batendo a sorte frente a uma steel Cage match, dissolvendo os Nation of Domination logo a seguir.

O tamanho sucesso que fez como heel acabou levando um face turn, dada ao carisma junto aos fãs com suas promos de alto nível.

Logo depois, Vince McMahon o temido dono da WWE que planejava acabar com todos os maiores heróis do público tornou sua atenção a Rock, o People’s Champion.

Entretanto, no Survivor Series de 1998, em um torneio a valer o título mundial da World Wrestling Federation, a guelra de vilão se mostraria vez mais. Nas finais da competição, Rock enfrentou a Mankind. E para surpresa de todos, uma aliança entre McMahon e o Great One viria a se solidificar, com uma repetição do Montreal screwjob, feita desta vez para simular desistência via submissão de Mick Foley.

Rock estava assim juntando-se a The Corporation.

A sua rivalidade com Mankind é até os dias atuais relembrada como célebre. Ambos ficaram pelos meses de novembro a março tendo combates violentos com o WWE Championship em jogo.

Em janeiro, após controvérsia em dezembro onde o Brahma Bull reteve o título mesmo após desmaiar, Foley venceu o cinturão no RAW, em um momento de emoção única para a sua carreira. Uma I Quit match foi apresentada no Royal Rumble, onde o desafiante mostrou uma ferocidade desumana para destruir completamente o resistente Mankind. Entretanto, mesmo após inúmeras chair shots e golpes pela stage da arena, foi uma gravação de som que acabou dando a vitória, para assim ser novo campeão.

Miss Foley’s baby boy não desistiria e conseguiria reganhar o campeonato em uma empty arena match, usando de uma máquina para pressionar o corpo de The Rock ao chão e impedi-lo de escapar do pinfall. Contudo, Mr. McMahon usou de mais uma de suas artimanhas e fez Foley defender o cinturão outra vez em uma ladder match no RAW, onde com ajuda de Big Show, o Great One tornou-se novo WWE Champion, desta vez, a última defesa em antes da Wrestlemania, onde Rock enfrentaria Steve Austin.

Como vilão, ele passou a ganhar apreço do público e cada vez recebia aplausos. Isto fez com que, dada a feud com Steve Austin terminada, após o Rattlesnake derrotar ao Great One na edição quinze do Biggest Stage of them All, ele novamente se tornasse face.

Avancemos agora a 2003, com os momentos finais de Rock na WWE e com seu último heel turn.

Em 2003, Rock tornou o wrestling entretido. Foi ele que se reinventou e saiu da rotina de um babyface casual que apenas por vender fica padecendo dos moldes por uma carreira inteira. Apesar de ter sido vilão por curto período neste novo milênio, seu caminho como vilão foi de tal forma fenomenal que tornou Steve Austin em um ícone outra vez, na sua feud para a Wrestlemania XIX.

Pode-se dizer que ele foi o último grande heel, conseguindo que os fãs tentassem de tudo para o afetar, vaiando ao máximo e gritando para alguém o calar com seus concertos, que nasceram nesta fase e tiveram enorme sucesso, apesar de mal conseguir se ouvir a cantoria, devido ao som dos fãs a apupar.

Devo dizer que o elegi como 10º colocado neste top apenas por este run em 2003, de tal forma perfeita como o foi. Ele brinca ao microfone e sabe como fazê-lo, não é a toa que em poucos meses ganhou a distinção.


John “Bradshaw” Layfield, campeão mais longo da história do Smackdown e futuro hall of famer.

‎"Uma vez estava sentado no backstage quando um lutador gigante e vilão voltou de seu combate. Ele havia feito uma hurricanrana e um dropkick, algo impressionante para alguém do seu tamanho. Fit Finlay chegou a seu lado e disse que os fãs adoraram aquilo. O vilão disse obrigado. Na sequencia, Finlay disse a frase que para mim é a essência de ser heel: - Nunca faça isto novamente!" LAYFIELD, John Bradshaw.

Por esta frase, poderia terminar a minha análise de JBL por aqui.

Este é um daqueles que tem um conhecimento aliado a paixão pela modalidade que poucos têm. É sagaz. Faz as coisas como calculista e sabe manipular o público.

A entonação da sua voz, sua força bruta e seu estilo duro de combater não o colocam simplesmente como um vilão covarde, mas alguém que tem imposição frente a lutadores. Sua maior prova foi seu reinado como campeão da WWE mais longo da história do Smackdown.

Seu grupo conhecido como The Cabinet foi fulcral para angariar ainda mais heat. Como um texano violento e moldado com perfeição após anos a penar na divisão de equipes, Bradshaw logo rumou ao topo em sua rivalidade com Eddie Guerrero. Na época, o apoio do então General Manager Kurt Angle foi crucial para conseguir o objetivo de ser WWE Champion, algo completado em uma violenta Texas Bull rope match que viria a entoar o que seria o reinado de caos do bruto campeão.

Sempre a essência de heel era mantida e, sólido, John tinha um interesse inexistente no público, o que o deixava ainda menos querido, o que é fulcral. O tipo inclusive quase foi preso quando meteu-se a imitar Hitler em pleno território alemão.

Seu reinado excedeu os limites, vencendo a competição nas mais diversas maneiras, retendo contra Big Show em uma barbed wire steel cage match após seu corpo atravessar completamente o chão do ringue, dada a potencia de um chokeslam.

Em 2006, ele acabou assumindo posição de comentarista e sua brilhantia apenas provaram o seu multi-talento alcançando sucesso em todas as áreas. Atualmente, ele prossegue atuando como tal e mantem-se entretendo fãs, apesar de nunca ter feito isto. Não entreter os fãs não é falhar. Ele fez sucesso. Afinal, não entreter é papel de vilão.


Hulk Hogan, multi-campeão da WWE, multi-campeão da WCW, hall of famer.

Hulk Hogan pode ser enquadrado como o heel turn mais histórico do Professional wrestling em todos os seus tempos.

Um lutador destinado ao sucesso, desde sua vitória a valer seu primeiro reinado mundial na Madison Square Garden deixou os fãs completamente alucinados, fazendo nascer um fenômeno conhecido como Hulkamania.

Sua ida a WCW logo se tornou em um outro movimento cultural de magnitude extraordinária, provando-se inicialmente uma virada nas guerras das empresas, antes de terem as Monday Night Wars.

Na década de 1990, o mundo evoluiu e passou a ter uma cultura mais rebelde, liberal e junto a isto surgiu a ideia de fazer-se um heel turn ao maior ícone do wrestling em todos os tempos. O pensamento era fazer algo que nunca tinha sido feito antes e, na época, por mais que o projeto parecesse destinado a falhar, a concepção e forma como ocorreu provaram-se o completo contrário.

Hulk Hogan tornou-se em um dos maiores e melhores vilões da história.

E isto sem perder o que tornou Terry Bolea em Hulk Hogan. Os New World Order foram a nova Hulkamania. Semanas após semanas eram um grande contingente de fãs com camisetas do grupo e cartazes com a celebre frase “NWO 4 Life”.

Um vilão inexplicável que a vista parecia face.

Alguém que vendia, quase um dos primeiros e únicos na história a ser dos grandes draws heels, alguém que dominava em ringue. Um novo Hogan, com nova indumentária e novos golpes, como a famosa mordida nos oponentes.

Seu papel como vilão foi de líder no grupo conhecido como os New World Order. A WCW, na época, já estava em competição direta com o RAW nas Monday Night Wars e com o dinheiro que possuía, foi adquirindo vários lutadores de topo. Assim vieram Scott Hall e Kevin Nash, que estrearam sem revelar verdadeiras intenções, simulando uma invasão completa do plantel da WWF na WCW.

Hogan na época era face, mas nunca cogitava-se que ele fosse assentar no papel de terceiro homem da facção. Tudo consumou-se no Bash of the Beach de 1996, quando um leg drop em Randy Savage espantou os fãs, que mostraram em segundos o que pensavam de Hogan, atirando lixo ao ringue.

Sucesso em menos de 5 minutos. Um heel turn para tão mediática ação.

Ao longo do período, a gangue foi expandindo-se e acabando com a WWF em ratings, por semanas e semanas, devido a exploração acertada dos nomes que tornaram-se ícones numa ousadia sem fim.

Ousadia esta que possibilitou a Hulk estar neste top como unanimidade. Ninguém discorda que apesar de ser considerado por muitos como overrated, ele conseguiu cumprir e calar aos críticos com papeis perfeitos em quase tudo o que interpretou ao longo da vida.

Seu papel de vilão ficará marcado como um heel com maneirismos, um novo fenômeno na luta para si e para os fãs. Um hall of famer desde então. Mas não precisava, já o era antes.
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