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Lucas Headquarters #79 – O Renascimento de Mercedes



Ora então boas tardes, comadres e compadres! Como estão? Sejam bem-vindos a mais uma edição do “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias! E que tal foi esse Carnaval? Qual foi o vosso disfarce de eleição para este ano? E o destino de eleição? Torres Vedras, Ovar, Loulé? Posso desde já dizer-vos que, na última vez que me mascarei (Carnaval de 2020, mesmo antes da pandemia) o destino de eleição de meio país quase acabou por ser a minha aldeia…


Depois de, há duas semanas, e no rescaldo do surpreendente anúncio da Himeka, ter escrito uma entrada deste artigo um bocadinho mais sóbria (que podem ver aqui), é com felicidade que vos digo que este é um dos artigos que mais tenho ansiado por escrever, sobretudo à medida que as semanas iam passando desde aquele momento em que Mercedes Moné (fka Sasha Banks) chegou à NJPW em pleno WrestleKingdom.




E esta é a magia de quando se escrevem artigos semanais: Numa semana estamos a pegar numa notícia menos boa para escrever alguma coisa, e noutra já estamos todos empolgados porque aconteceu algo que reunia as mais elevadas expectativas da nossa parte e queremos falar sobre isso.


E, por muito que queiramos dar a volta ao texto e arranjar outro tópico, o tema esta semana não podia ser outro que não a estreia de Mercedes nos ringues da NJPW, no Battle In The Valley, contra KAIRI. E estreia de sonho, diga-se de passagem, porque saiu de lá com tudo: Com a vitória, reações extremamente positivas dos fãs, e mais importante ainda, com o IWGP Women’s Championship.




Confesso que Mercedes Moné é uma wrestler que já tive em melhor conta do que tenho agora, muito por culpa da forma pouco esclarecida e algo “à pita do liceu”, passo a expressão, como saiu da WWE, pondo em risco o combate mais impactante de um show (neste caso do RAW) como é o Main Event (ou como é suposto que seja, pelo menos).


No entanto, também não tenho dificuldades em assumir que o papel dela, daqui para a frente, começaria a ser semelhante ao da Charlotte Flair: Tendo já o seu currículo construído e tendo ganho indiscutivelmente o seu lugar num futuro WWE Hall of Fame (que esperamos que ainda seja distante), Mercedes começaria a ser empurrada pela garganta dos fãs abaixo, tirando oportunidades que neste momento pessoas como Liv Morgan ou Raquel Rodriguez merecem muito mais. O mesmo se diria, por exemplo, de Asuka, se esta não tivesse andado perdida no meio do roster pelo menos nos últimos dois a três anos.



Portanto, é só natural que Mercedes comece a olhar para outras oportunidades, a procurar outras formas de manter o público investido nela, a explorar outros mercados que se calhar muitas wrestlers não têm a coragem de explorar. Mas já iremos abordar essa questão daqui a mais um bocadinho.


Segundo, parece-me a mim que, independentemente de Mercedes estar ou não em desacordo com os responsáveis da WWE na altura em que bateu com a porta, uma saída da WWE pareceu-me sempre uma forte hipótese nestes últimos dois a três anos.


Isto porque veio muitas vezes a público a informação de que Moné estava insatisfeita com o modo como as coisas estavam a correr por lá, e a própria também não fez por menos para alimentar a especulação. 


Apesar de ter contado várias conquistas individuais nesse período de tempo (duas vezes Women’s Tag Team Champion com Bayley e Naomi, e ainda um reinado como SmackDown Women’s Champion, que terminou num excelente combate contra Bianca Belair, que muito comoveu ambas as wrestlers), Mercedes andou sempre num entra e sai da WWE, colocando a sua carreira em suspenso: Uma pausa de quatro meses por depressão depois de ter perdido os Women’s Tag Team Championships com Bayley e outra de três, depois do referido combate no Maior Evento do Ano.


Até que acontece aquilo que todos nós sabemos e, mais uma vez, o percurso de Mercedes fica em suspenso. Mas ela aqui até se revelou boazinha para com a WWE, uma vez que, se tivesse sucesso nas suas duas principais concorrentes (AEW e IMPACT) provavelmente os responsáveis da WWE ficariam com quantidades tão grandes de azia que nem um pack de seis caixas de Rennie remediava a coisa.




E atenção que, relativamente à hipótese AEW, é bem possível que isso aconteça, quanto muito devido à parceria que ambas as empresas têm e que desemboca, todos os anos, numa edição do Forbidden Door. Mas eu não sei se gostava de ver isso acontecer, porque não me apetece aturar a malta que tem como único argumento para ignorar o trabalho da All Elite o clássico “a AEW só subsiste de rejeitados da WWE”. Não quer dizer que não seja verdade, mas é fácil contradizer esse argumento com o simples facto de que o único ex-WWE que agora está em posição de destaque é, inconfundivelmente, Jon Moxley.


Até que aparece o mercado japonês. New Japan Pro Wrestling/World Wonder Ring STARDOM. Ter uma run fora dos EUA era tanto um objetivo da carreira de Mercedes como ter uma run fora do Japão é um objetivo para muitas joshis. Mas creio que não é por aí que a escolha “Japão” se acaba a revelar benéfica para ela.


Toni Storm. Bea Priestley. Jamie Hayter. Piper Niven. Quatro nomes de uma lista já de si algo extensa, a que se juntam agora Mariah May e Mercedes Moné. O Japão tem-se revelado, mais do que nunca, terreno fértil para o desenvolvimento de muitas wrestlers. E com resultados: Afinal destas quatro, só Bea Priestley (que agora responde por Blair Davenport) é que está numa posição de menor destaque.








Voltemos, então, ao dia 18 de Fevereiro e ao combate de estreia de Mercedes contra KAIRI. Confesso que não sabia muito bem como reagir a este combate (já tinha visto Mercedes botchar o próprio finisher quando apareceu pela primeira vez) mas confesso que fiquei agradavelmente surpreendido, não só pela qualidade do combate em si mas pela influência de lucha libre do qual Mercedes parece ter bebido um pouco.


Se fiquei desiludido por KAIRI ter tido um reinado de mais ou menos três meses? Sim. Mas, a aura que Mercedes traz consigo hoje em dia é gigante, precisamente pelo trabalho que fez na WWE e que ela, se calhar, sente que não foi valorizado. Mas como “não há mal que sempre dure” no wrestling como em tudo na vida, acredito que ela acabará por voltar para retificar alguns dos erros que, também ela, possa ter cometido.



No horizonte, está um combate com AZM pelo título (que ainda não tem data) e um combate com Mayu Iwatani, já marcado para o All Star Dream Queendom 2, a 23 de Abril. Creio que já não existem grandes dúvidas sobre aquilo de que Mercedes é capaz, mas quem a acompanha terá também a oportunidade de ver o enorme contributo de Iwatani e da atual High Speed Champion para o wrestling atual.



O que acharam da estreia de Mercedes Moné no Battle In The Valley? O que esperam dela nesta aventura pelo Japão? Que expectativas têm para os combates com AZM e Mayu Iwatani em Abril?


E assim termina mais uma edição dos “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo site do WN, pelo nosso Telegram, deixem opiniões aí em baixo, sugiram temas, o costume. Para a semana, se tudo correr bem, cá estarei com mais um artigo.


Peace and love, e até ao meu regresso!


(fechemos a edição desta semana com o incrível tributo de Mercedes Moné a Hana Kimura. Enquanto houver um fã que fale nela ou um(a) wrestler que lhe preste homenagem, a memória da Dangerous Flower jamais se apagará. #RememberHana)










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