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Lucas Headquarters #72 – Os cinco diamantes para lapidar em 2023


Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Sejam bem-vindos a mais uma edição dos “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias! Em primeiro lugar, bom ano!! Como foram as vossas entradas? Espero que boas! Mas acima de tudo, espero que 2023 vos traga tudo aquilo que desejam e ainda mais algumas coisinhas, sobretudo se apontaram a certos objetivos em 2022. Mas acima de tudo espero – e esperamos todos – que 2023 nos traga wrestling do bom, que quando um gajo se habitua a ter wrestling de boa qualidade… já não quer outra coisa.


E, de resto, começámos bem, com um Wrestle Kingdom que, para surpresa de absolutamente ninguém, durou cerca de seis horas e meia (ou não fosse o WK o flagship show da NJPW), mas que teve um combate entre Kenny Omega e Will Ospreay que já é um forte candidato a Match of the Year. E atenção que o ano ainda só dura há sete dias…


Enfim, primeira entrada do ano neste espaço, e esta chega numa altura em que há tanta coisa a acontecer que, quando chega a altura de escrever estes artigos, eu nem sei para onde me virar. 


Mas atenção, antes isso do que chegar aqui sem tema nenhum e ter que desenrascar um à pressa. Tivemos a chegada (pouco auspiciosa, diga-se) de Mercedes Moné à NJPW. Foi o fim das transmissões de wrestling em Portugal. E com certeza que nas próximas semanas falaremos de um desses tópicos, se calhar até dos dois. 


Mas a chegada de um Ano Novo é altura de fazermos previsões, expressarmos desejos, fazermos promessas… e uma das partes divertidas de se ser fã de wrestling é chegar a esta altura do ano e prever, mais ou menos a olho nu, quem serão os grandes nomes que irão marcar o ano que agora começa. 


É um exercício aliciante sobretudo porque, quando o fazemos, é como se estivéssemos a jogar Quem Quer Ser Milionário: Se acertarmos, sentimo-nos o Elon Musk cá do sítio; se falharmos, caímos no mesmo patamar de burrice daquela mulher que, na primeira pergunta, disse que o pulmão fazia parte do sistema digestivo.


Posto isto, o exercício que me proponho a fazer com vocês é aquele que, grosso modo, já fizemos no ano passado e vai virando tradição por aqui: Prever, de entre vários nomes, quais serão os cinco que poderão explodir e estar nas bocas dos fãs quando chegarmos a 31 de Dezembro. Estão prontos? Vamos lá!


(Nota prévia: Quando se fala em “diamantes por lapidar” normalmente pensa-se em wrestlers com carreira curta e jovens em idade, mas para facilitar e tornar a pesquisa mais abrangente vamos ignorar esse critério, ainda que a maior parte dos escolhidos possa ir de encontro a esses parâmetros).


#5 – LA Knight (WWE)



Muitos de vocês vão, se calhar, bater-me com o rolo da massa por dizer isto, mas à exceção de uns poucos segmentos do “Fact of Life” que vi durante os episódios do IMPACT (quando LA Knight ainda respondia por Eli Drake), eu não conhecia muito acerca dele. Eu sei, ele esteve no NXT, mas a borrada que Vince McMahon fez assim que Triple H foi forçado a ausentar-se também me fez perder um bocado o interesse.


Uma coisa me parece, no entanto, inegável: Apesar de já contar quarenta anos de idade e de ter um currículo com algum respeito, LA Knight vai muito a tempo de se afirmar como um wrestler a ter em conta – pelo menos no que a WWE diz respeito. 


Isto porque não só me parece que LA Knight tem mic skills a roçar os níveis compreendidos entre Stone Cold Steve Austin e The Rock, mas porque fiquei com a impressão que, desde a primeira hora em que ele entrou pelo NXT dentro, lhe foi garantida liberdade criativa nesse aspeto, o que só serve para confirmar todas estas qualidades.


É certo que não teve a melhor das estreias no Main Roster, aquela gimmick de estilista simplesmente não encaixava com alguém que se sente mais à vontade a insultar e a mandar os fãs dar uma curva. Mas esta feud com o Bray Wyatt tem servido para que essa parte do seu passado fique esquecida por alguns anos no canto mais nojento da nossa memória. 


O facto de Bray ser um fantástico storyteller e um dos melhores talkers que o wrestling tem neste momento faz com que seja fácil trazer o lado mais detestável de LA Knight ao de cima com as voltas e reviravoltas que as histórias que conta costumam dar. “Uma mão lava a outra e as duas lavam o rosto”, assim se diz. E neste caso é verdadeiro.

 



#4 – Montez Ford (WWE)



Não é o wrestler com um gigantesco Main Event appeal. Não é aquele nome que assim que se ouve falar nele, esgota arenas pelos quatro cantos do globo. E também não é aquele wrestler que até agora tenha sido protagonista de combates memoráveis (à exceção do combate que teve com os Usos no Money In The Bank).


Mas falar de Montez Ford é, por outro lado, falar num poço de carisma que, quando pega num microfone, soa tão natural como a nossa sede. É falar num wrestler que consegue ser engraçado quando tem que ser, e sério quando é chamado a isso, e que por isso não perde a popularidade e nem estagna perante os fãs.


É falar num wrestler mais complete do que muita gente pensa, que tem sobretudo a virtude da confiança: Se a WWE se vir enrascada em qualquer situação, certamente que Montez Ford será um dos primeiros a chegar-se à frente. Mas falar de Montez Ford é falar de um wrestler que não acusa o peso das luzes da ribalta, que é capaz de enfrentar qualquer situação por si só e entregar performances de grande nível.


Talvez a mais impressionante transformação de Montez Ford seja a física, o que só ajudará a complementar as boas qualidades com que se apresenta. Por tudo isto e muito mais, e pela popularidade que continua a granjear, 2023 tem tudo para ser um ano em grande para metade dos Street Profits. Sobretudo se não se separar necessariamente da outra metade, que isso já começa a soar a cliché.





#3 – Suzu Suzuki (freelancer)



E chegamos ao pódio desta nossa lista com um nome que, sendo desconhecido para muitos, terminou 2022 a todo o gás e chega a 2023 com um título nas mãos.


A Tonpachi Queen Suzu Suzuki, atual Artist of STARDOM Champion, tem entregue malha atrás de malha dentro do ringue, e o prémio merecido chegou no último PPV do ano da STARDOM: Num combate bem ao seu estilo, Suzu, Hiragi Kurumi e Risa Sera saíram do Dream Queendom com os Artist of STARDOM Championships, terminando o reinado de Momo Watanabe, Saki Kashima e Starlight Kid. Mas a razão pela qual Suzu Suzuki figura nesta lista não é apenas porque tem 20 anos e porque naquele metro e meio de gente cabe uma inigualável intensidade. 


Tomoka Inaba, Giulia, Saya Kamitani, Mina Shirakawa… estes foram apenas alguns dos nomes com as quais Suzu se bateu ao longo dos últimos seis meses de 2022, e independentemente de ter ganho ou perdido um combate, ficou sempre a impressão de que, pela intensidade que apresenta, e pela forma confiançuda – e positivamente agressiva – como aparece (levando sempre as adversárias ao limite físico e mental e mostrando uma resiliência e espírito inigualáveis), Suzu Suzuki era já um caso sério. 


Dito isto, e ainda que o seu trabalho seja o de uma freelancer que se divide entre STARDOM, Ice Ribbon e a Prominence (a indie que leva o nome da sua stable), o Artist of STARDOM Championship que divide com Risa e Hiragi acaba por ser um prémio merecido em reconhecimento da excelente ponta final de ano que a Tonpachi Queen conseguiu fazer, e em que se revelou como uma pequena grande “cavalona” de trabalho.






#2 – Xia Brookside (STARDOM)



Já que falamos de STARDOM, temos de falar de Xia Brookside. Até porque temos tendência a esquecer-nos que Xia Brookside tem apenas 24 anos, e que o pouco brilho da sua passagem pela WWE em nada belisca a sua carreira, que ainda vai muito a tempo de conhecer tempos de glória, sobretudo agora que está sob orientação de Mina Shirakawa na nova stable da STARDOM conhecida como Club Venus (e onde também figura Mariah May).


No caso de Xia, esta segunda passagem pela STARDOM só pode ser positiva para a carreira dela, isto porque tem aqui uma oportunidade para se afirmar como uma heel a ter em conta, o que faz com que seja possível “matar dois coelhos de uma cajada”: Libertar-se da sombra do pai, o wrestler e treinador Robbie Brookside, e construir o seu próprio caminho longe da WWE, onde acabaria sempre por ser comparada a este, o que nem sempre seria bom para o seu desenvolvimento.


E aqui, mérito seja dado a Mina Shirakawa, que, com 35 anos completados recentemente, começa também ela a fazer o mesmo trabalho de mentoria que Syuri faz nas God’s Eye com a supracitada Tomoka, Ami Sourei e Nanami. 


O regresso de Xia à STARDOM traz também um novo mundo de possibilidades à própria, ou quem é que não gostava de ver Xia Brookside desafiar Giulia pelo World of STARDOM Championship daqui por uns meses? Ou bater-se no mesmo ringue com a ex-campeã Syuri, ou com outra ex-campeã Utami Hayashishita? 


Xia Brookside tem aqui mais uma oportunidade para aprender o que lhe falta, e talvez depois disto esteja em condições para se afirmar em pleno numa WWE ou AEW. Mas o futuro parece muito prometedor com alguém como Mina Shirakawa a orientá-la.






#1 – Konosuke Takeshita (AEW)





Não é segredo que, de vez em quando, Tony Khan gosta de ir pescar talentos emergentes ao fundo do wrestling japonês. E foi de lá que o manda-chuva da AEW sacou Konosuke Takeshita, um perfeito desconhecido que andava a levantar ondas, diria até a causar autênticos maremotos na DDT-Pro Wrestling.


E se as incursões bem-sucedidas dele pelo Japão nos deixam a pedir por mais, temos que ter em conta que estas de nada servem se forem em grande número e pouco acertadas. De facto, a incursão para contratar Takeshita não podia ter sido mais acertada, e se dúvidas há, o combate dele no Rampage de 9 de Dezembro contra Jon Moxley está aí para o confirmar.


A principal virtude de Takeshita é a sua alta adaptabilidade. Se lhe pedem um combate mais intenso (como esse contra Moxley), ele entrega. Se lhe pedem um mais ao estilo strong style, ele não diz que não, vai e faz. Uma coisa é certa: Resiliência, espírito de sacrifício, agressividade e intensidade são marcas bem registadas deste wrestler nipónico de 27 anos.


Outro dos grandes trunfos de Takeshita é a consensualidade e reação que gera do público. Se Takeshita estivesse na WWE, a sua passagem não seria tão marcante porque a fanbase da WWE é bastante fechada e normalmente desconhece ou não acompanha o trabalho de wrestlers que trabalham para empresas geograficamente distantes. Parte desse ceticismo faria com elevassem muito a exigência relativamente a Takeshita, e todos sabemos que sob pressão até o melhor wrestler do mundo tende a não corresponder.


A fanbase da AEW parece, por outro lado, tê-lo recebido de braços abertos, levando-o praticamente ao colo a cada combate que realiza – and with good reason, porque Takeshita é fantástico. É certo que ainda tem à sua frente nomes como os Young Bucks, Kenny Omega, o próprio Moxley ou Adam Page na montanha da AEW. Mas pelo que tem feito, e pelo que ainda lhe falta fazer, é justo dizer que Takeshita já conquistou um bom lugar.





Quem acham que poderão ser os cinco nomes a despontar no ano que agora começa?


E assim termina mais uma edição dos “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo site e pelo Telegram do WN, deixar as opiniões aí em baixo, sugerir temas e tudo mais. Se tudo correr bem, para a semana cá estarei com mais um artigo!


Peace and love, até ao meu regresso!

 


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