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Opiniões do Couto #1 | Apresentação

Antes de mais, sejam bem-vindos a este novo espaço no Wrestling Notícias! O meu nome é João Couto e, a partir de agora, todas as semanas vão poder ler aqui a minha opinião sobre assuntos relacionados com wrestling, principalmente ligados à WWE, que é a empresa que mais acompanho neste momento.

Antes de mais, considero que é importante conhecerem um pouco a minha relação com este maravilhoso desporto de entretenimento. Tal como tenho a certeza que aconteceu com muitos de vocês a minha paixão por wrestling surgiu graças às transmissões da SIC Radical. O meu primeiro contacto com a modalidade surgiu em 2005, quando fazendo um zapping pelos vários canais algo me encantou num combate de Edge.

A partir daí a paixão foi crescendo, comecei a querer ver mais e mais, primeiro o RAW, depois o SmackDown e mais tarde a ECW, para além de todos os pay-per-views mensais que eram transmitidos em Portugal com mais de um mês de atraso em relação à sua transmissão original nos Estados Unidos da América. Acompanhava o produto da WWE na SIC Radical, mas também mais tarde também na SIC ou TVI, naquelas maravilhosas manhãs ou tardes de fim de semana.

Quando comecei a ver wrestling tinha apenas entre os 7 e os 8 anos, por isso, com o passar dos anos, fui querendo começar a ver e conhecer mais. Por essa razão, por volta de 2009 ou 2010, já com um conhecimento diferente de como funcionava a internet, comecei a acompanhar mais programas da wrestling: TNA, Ring of Honor e também outros programas da WWE, como o Superstars, FCW, o recém-criado NXT ou até o “reality show” Tough Enough.


No entanto, com o avançar da idade e o surgimento de outros interesses, em 2011 deixei de acompanhar a modalidade. Na verdade, não existe grande justificação para este acontecimento, apenas uma situação normal na vida de um adolescente de 14 anos. Desde aí o meu contacto com o wrestling foi essencialmente sobre algumas coisas que fui lendo nas redes sociais ou alguns combates ou pay-per-views que decidisse ver, mas muito pouca coisa. Até que tudo mudou em abril de 2020.

Com o surgimento da pandemia da Covid-19 e o mundo a praticamente parar, parou também todo o desporto, que sempre foi uma das minhas formas de entretenimento favorita, se não mesmo a favorita. Mas havia um desporto que não parava: o wrestling. Sabia que a WrestleMania se iria realizar em abril e, por isso, no dia 4 de abril decidi dar uma hipótese ao desporto que já não acompanhava regularmente desde 2011, ou seja, há 9 anos. E a verdade é que, mesmo sem público presente naquela pequena arena do Performance Center, me tinha divertido como nos bons velhos tempos de miúdo. E no dia seguinte lá estava eu para ver a segunda noite do maior evento de wrestling do ano. Novamente o mesmo resultado, mais uma noite super bem passada.

Depois de duas noites de WrestleMania tão bem passadas, não havia como experimentar o Raw, voltar a sentir as emoções de um show semanal. E voltou a não desiludir. A partir daí voltou a crescer o bichinho. Todas as manhãs de terça, quinta e sábado, lá ia eu ver o Raw, NXT ou SmackDown do dia anterior. A juntar a isto comecei também a ver os pay-per-views e Takeovers em direto e também o 205 Live e NXT UK. Para além de toda a pesquisa de informações, notícias e vídeos de várias coisas que foram acontecendo no meu período de ausência de 9 anos, mas também recordando várias cosias que me fizeram apaixonar por esta fantástica modalidade.

Com isto, chegamos à atualidade, a fevereiro de 2021, altura em que recebi o convite para começar a escrever para este site. Neste espaço, intitulado “Opiniões do Couto”, vou, acima de tudo, refletir sobre algumas questões relacionadas com atualidade do wrestling, sejam elas relacionadas com wresters, storylines ou outras decisões tomas pelas várias empresas da modalidade. Uma vez que o produto que mais acompanho neste momento é o da WWE, a maioria dos artigos serão sobre essa promotora, no entanto, não é de descartar escrever sobre outras no futuro. O mais importante, acima de tudo, é partilharmos o nosso gosto pela modalidade e fazer esta comunidade crescer ainda mais.



Como forma de abrir o apetite para o que aí vem, e na sequência desta introdução sobre aquilo que é a minha relação com o wrestling, aproveito para refletir ou pouco sobre as diferenças que pude detetar naquilo que é o wrestling da atualidade quando comparado com aquele que eu conheci entre 2005 e 2011, obviamente tendo em que conta que neste período era apenas uma criança que via as coisas de forma diferente e que nem sabia como funcionava esta coisa do wrestling. Atualmente, quem acompanha a modalidade, quase que pode prever os vencedores da maioria dos combates. No passado, para mim, todos os vencedores eram uma incógnita, ainda acreditava na legitimidade de tudo aquilo que se passava no ringue.

Em primeiro lugar podemos começar pelas estrelas. No passado todas as estrelas tinham uma aura enorme: John Cena, Undertaker, Triple H, Shawn Michaels, Randy Orton, Edge, Ric Flair, Batista, etc. Toda a gente conhecia estes nomes. Hoje os grandes nomes do wrestling são apenas isso. Por muito grandes que sejam entre os fãs do wrestling dificilmente uma pessoa menos informada conhece nomes como os de Roman Reigns, Drew McIntyre, Seth Rollins, Kevin Owens, Braun Strowman ou Bray Wyatt. E isto deve-se muito à fama que o wrestling tinha no passado comparada com aquela que tem nos dias de hoje.

Outro fator de que nos apercebemos quando acompanhamos o produto é que as storylines nos dias de hoje são bem mais leves, menos violentas. Em muitas delas, principalmente as de menor importância, às vezes parece que são tomadas decisões que não fazem grande sentido, mas sobre este assunto é difícil fazer uma comparação, uma vez que quando era mais novo não conseguia fazer a avaliação que faço agora sobre as decisões tomadas pelas equipas criativas. Quanto às histórias mais leves, como sabemos, devem-se ao produto PG que a WWE possui atualmente e que, quando comecei a acompanhar ainda não era uma realidade.

Outra comparação que pode ser feita é relativamente em relação ao talento que a WWE tem sob contrato. Na minha opinião, na atualidade, a qualidade, e principalmente a qualidade, do talento, é muito maior, acima de tudo no midcard. Wrestlers como Sami Zayn, Cesaro, Nakamura, Ricochet, Big E, Kofi Kingston, Riddle, Keith Lee ou Aleister Black nem sequer fazerem regularmente parte do main event é surreal. A WWE tem mesmo muita qualidade nas suas fileiras, o que também leva a que alguns destes wrestlers não sejam devidamente aproveitados. Em alguns casos porque não têm carisma suficiente, o tamanho ideal segundo os padrões da WWE, mas muitas vezes também por decisões estúpidas da empresa, que não aproveita da melhor forma o talento que tem em mãos.


Podemos também olhar para os títulos avaliando a questão mais estética, um assunto sempre valorizado pelos vários fãs. E neste campo, uma critica que é muito apontada está relacionada com as semelhanças entre os títulos de Raw e SmackDown. Excetuando os títulos de midcard, todos os outros títulos são iguais. O título Universal é uma cópia do título da WWE, mas em azul, e os títulos femininos e de tag team são exatamente iguais, apenas variando a cor à volta do símbolo da WWE nos títulos femininos e a cor do cinturão nos títulos de tag team. Obviamente que quando comparando estes títulos com os do passado, os do passado deixam bastante saudade. O único da atualidade que prefiro em relação aos seus antecessores é o da WWE. Nesse título sinto que houve uma evolução positiva. O único ponto negativo é mesmo o facto de haver outro exatamente igual em azul.

Por último, reflito sobre uma questão que se nos dissessem há 15, ou mesmo há 10 anos atrás, não acreditaríamos. Atualmente, em Portugal, podemos ver todos os programas da WWE em direto! Ao invés de termos que esperar mais de um mês para vermos os shows semanais ou os pay-per-views na SIC Radical, atualmente podemos ver o Raw, o NXT e o SmackDown em direto na Sport TV todas as semanas, ou fazer como eu, e puxar a emissão para trás na manhã seguinte, sem a necessidade de esperar em todos os intervalos, e ainda de ver todos os pay-per-views em direto na WWE Network. A somar a isto, ainda temos versões mais curtas dos programas semanais na Sport TV +, apenas 2 ou 3 dias após a sua emissão original, o que é sempre mais uma forma de levar o wrestling a mais gente, que, como eu em 2005, esteja a fazer zapping e se interesse por aquilo que está a dar.


Termino assim esta minha apresentação e pequena reflexão sobre as diferenças entre o wrestling do passado e o da atualidade. Espero que tenham gostado. Para a semana estarei de volta com o primeiro artigo totalmente opinativo sobre algum tema quente do wrestling.


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