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Lucas Headquarters #22 – 10 coisas que a WWE quer fazer esquecer sobre o Undertaker (parte 2)


Boas tardes, comadres e compadres! Que tal vai isso? Sejam bem-vindos a mais uma edição do "Lucas Headquarters" aqui no WrestlingNotícias!

Como prometido na semana passada, esta semana vamos fechar a nossa contagem de 10 COISAS QUE A WWE QUER FAZER ESQUECER SOBRE O UNDERTAKER! E mesmo a tempo, porque o Survivor Series é já amanhã e uma parte da nossa infância vai morrer com ele… É neste momento que eu descubro que não quero envelhecer, mas pronto, é a vida…

Vocês com certeza que se lembrarão de alguns destes momentos, no entanto alguns deles ficaram esquecidos no meio de uma carreira tão vasta e icónica. E alguns dos “tesourinhos” da edição de hoje são surpreendentes!

Estão prontos para começar? Então ‘bora!

#5 - Duas derrotas LIMPAS para dois futuros jobbers

Eu não vos disse que algumas das entradas da edição de hoje eram surpreendentes? E começamos logo com algo que foi muito raro acontecer durante o percurso de alguém tão credível como o Undertaker, mas nós já devíamos de saber que a WWE gosta sempre de fazer das suas… ao ponto de obrigar a sua lenda a perder para The Great Khali e Vladimir Kozlov, vejam bem! GREAT KHALI E KOZLOV, MAS ISTO CABE NA CABEÇA DE QUEM? (acalma-te, Alex…).

Comecemos por Khali. Corria o ano de 2006 e o gigante indiano queria marcar território na WWE, e qual a melhor forma de o fazer? Ir atrás de um dos seus maiores nomes. E conseguiu fazê-lo ao ter um combate contra Taker no Judgment Day desse ano.

O combate em si não durou muito mais que oito-nove minutos, mas o final foi no mínimo surpreendente. Daivari, na altura manager de Khali, tinha tentado distrair Undertaker sem grande sucesso. O Deadman preparava-se para arrumar com o seu adversário, mas Khali conseguiu escapar ao chokeslam e com uma big boot conseguiu arrumar o homem de Death Valley. 



Ninguém ficou mais surpreendido com tal desfecho do que Tazz, que pensou que estava a sonhar e exclamou a plenos pulmões “ARE YOU KIDDING ME????”. Não, não era brincadeira, mas o pior ainda estava para vir, anos mais tarde.

Num episódio do SmackDown em 2009, Undertaker enfrentou a grande sensação da altura, o nunca derrotado Vladimir Kozlov. O combate até estava a correr de feição a Undertaker, mas a meio do Old School, Kozlov apanhou-o com um powerslam e causou a surpresa geral ao derrotar o Demon from Death Valley. Se a derrota para Khali em 2006 surpreendeu, esta não ficou atrás, tanto que o próprio Kozlov, que nunca esboçava reação e estava sempre com cara de poucos amigos, se surpreendeu…



E estávamos na Road to Wrestlemania da Wrestlemania 25… Agora imaginem que isto tinha acontecido em pleno PPV… Pois, se os fãs da WWE já estavam furiosos por ter sido Brock Lesnar a terminar a Streak (por todas as razões que nós sabemos), ainda ficariam mais furiosos se tivesse sido Kozlov, considerando que, pouco tempo depois, este acabou a ser o sidekick de Santino Marella, com quem bebia o chá das cinco com scones todas as semanas.


#4 – Uma tentativa de assassinato (aliás, duas…)

Com é que é? Undertaker tentou matar alguém? Bem sabemos que ele já conduziu ambulâncias com Steve Austin lá dentro, raptou Stephanie McMahon (e tentou casar-se com ela, numa cerimónia mais satânica do que o reportório de um concerto de Black Metal). Agora, matar alguém? Ainda por cima o manager a quem ele tanto deve parte da sua fama inicial? Sim, malta, isto aconteceu.

Pela altura em que Undertaker foi (estranhamente) um Paul Heyman Guy (2004, portanto), Heyman e os Dudley Boyz tinham ambições maiores. Eles tinham na mão o maior nome da empresa, um gajo já com 14 anos de carreira e estatuto de lenda bem consolidado, mas eles sabiam que Undertaker não queriam ter nada que ver com os planos maléficos dele. Então o que é que fizeram?

Sequestraram-no? Não.

Raptaram um gajo qualquer, levaram-no para um casarão abandonado, alimentaram-no a pão e água e pediram resgate? Não, que isso são coisas para meninos…

Ameaçaram MATAR Paul Bearer. Exatamente. Se Undertaker perdesse o Handicap Match contra os Dudleys, Paul Bearer seria enterrado vivo e provavelmente, perderia ali a vida. Para isso, Heyman alugou um camião, contratou pessoas para construírem um bloco de cimento e foi nesse bloco que enterrou Bearer até ao pescoço, sob ameaça de morte.


Undertaker venceu, para alívio de Bearer… ou talvez não. Porque assim que Undertaker olhou nos olhos do pobre Bearer, desesperado por alguém que o libertasse, o Deadman puxou da alavanca e enterrou o seu associado. Porque é que a WWE quer que a gente esqueça isto? Não sei, mas talvez porque ele, sendo um babyface, terá cometido atos dignos de um heel.

Mas o que é que é pior do que homicídio tentado?

Homicídio qualificado. 

Exatamente, Undertaker admitiu ter matado os pais no incêndio que traumatizou Kane para o resto da vida.

Ele bem pode agradecer a Stone Cold Steve Austin, porque o Rattlesnake, ao responsabilizar Vince McMahon pelo despedimento na noite anterior (e ameaçar disparar um balázio na cabeça do chefão) concentrou todas as atenções em si, o que fez com que esta confissão rapidamente passasse para segundo plano. 

Pode dizer-se que Undertaker se safou de uma bela alhada… pelo menos para a gravidade do crime.



#3 – Um casamento macabro


“e tentou casar-se com ela, numa cerimónia mais satânica do que o reportório de um concerto de Black Metal”.

Só gostava de ver a reação da dona Sara Calaway (esposa do Undertaker à época) se isto realmente tivesse ido avante.

Recuemos até 1999. E não, não vamos recordar aquele 13 de Agosto desse ano durante o qual eu nasci, dois meses antes do previsto. Vamos, pois, recordar um casamento, ou melhor dizendo… um ritual casamenteiro.

Vocês de certeza que já viram (a tentativa d)o casamento de Lita, interrompida por Kane como só ele sabe interromper cerimónias. Mas isso, meus amigos, é para crianças. Este casamento de que vos vou falar deixa os restantes a comer Nestum ao pequeno-almoço.

Corria o ano de 1999 e Undertaker tinha atravessado uma mudança de personagem que, na WWE atual, nem sequer seria autorizada. O Deadman era agora o líder de uma seita demoníaca (esta não tem radar, infelizmente, tinha gajos com uns 500 kg, mas radar não) que realizava sacrifícios ao vivo e a cores. Os sacrificados juntavam-se, pois, à causa do seu líder. Digamos que Undertaker era, em 1999, aquilo que o “The Fiend” é hoje em dia.

O Deadman tinha angariado em seu redor nomes como Bradshaw, Farooq, Viscera e Mideon, para além do seu sempre fiel servo, Paul Bearer. Undertaker já tinha feito de tudo: Tentou embalsamar Steve Austin, crucificou Big Boss Man no seu símbolo, enforcou o mesmo Boss Man no teto do Hell in a Cell na Wrestlemania 15… só lhe faltava uma coisa: Dominar a WWE.

A Ministry of Darkness, depois de feitos todos os sacrifícios, concentrou-se nesse objetivo. Então fez um acordo com Vince McMahon, que este último acabou por não cumprir. Como resultado, Undertaker raptou a inocente Stephanie McMahon (na altura com apenas 23 anos), crucificou-a no seu símbolo e obrigou-a a casar-se com ele, numa cerimónia que só não foi para a frente porque Steve Austin não deixou.



Engraçado é que Jim Ross várias vezes mencionou que Austin não fez isso por causa de Vince McMahon. Mas a verdade é que não foi assim, porque meses mais tarde veio a público que o chefão era o tal Higher Power ao qual Undertaker apregoava obediência. 



O principal motivo pelo qual a WWE provavelmente veta isto ao esquecimento é porque esta história dos Ministry falhou miseravelmente. E tinha tudo para dar certo, porque Undertaker estava a fazer um papel e pêras. Mas como sempre, os McMahon têm que meter o nariz em tudo... A única parte boa deste falhanço é que a confissão de Vince virou um meme.

#2 – Uma vitória muito pouco clean



Quem for um bocadinho mais ingénuo pensará que Undertaker venceu todos os combates da Streak de forma limpa, isto é, por pinfall ou subjugação. Falso. Dessas 21 vitórias seguidas, a terceira deu-se por DQ.

No ano de 1993, Taker andou embrulhado numa feud com os associados de Harvey Whippleman, entre os quais Giant Gonzales, que o atacou no Royal Rumble desse ano e o desafiou para um combate na Wrestlemania IX. Mal sabia o Undertaker que estava prestes a entrar num dos piores – senão mesmo o pior – combate da sua carreira. 

O seu adversário era tão talentoso como… como… pensando bem, até o Zé Cabra ou a Maria Leal são mais talentosos do que o Gonzales. O homem tinha 2,60m, era um gigantone no verdadeiro sentido, mas faltava-lhe tudo o resto: ring skill, e principalmente mobilidade.

Dito isto, como é que o combate acabou? Com Undertaker a desmaiar porque lhe esfregaram uma toalha com clorofórmio na cara. 

Coitado, ele bem que tentou voltar para ver se conseguia sacar alguma coisa de bom daquele gajo, nem que fosse uma move minimamente decente. Mas não, ali não havia mesmo nada. 

É fácil ver porque é que a WWE raramente fala neste combate: Não basta que o Undertaker seja talentoso, quem vai contra ele também tem que mostrar que sabe o que faz, para que ambas as partes caiam no goto do público e dos críticos.

Enfim, só a entrada com o abutre já deve ter valido o preço do bilhete...



#1 – 21-0… que na prática seriam 23-0.



A WWE adora apregoar que o Undertaker é sinónimo de Wrestlemania, e que esteve em todas as Wrestlemanias e o camandro, mas o que muitos (quase todos) não sabem, é que na verdade, Mark Calaway falhou duas edições do Maior Evento do Ano.

Essas duas edições falhadas foram a Wrestlemania X (1994) e a Wrestlemania 2000, ambas devido a lesão. De facto, Undertaker voltaria como o American Badass pouco tempo depois de falhar esta última, em Maio desse ano, durante o Judgment Day. Quer isto dizer que a Streak ficou-se pelos 21-0, mas na prática seriam 23-0, tivesse Undertaker aparecido (e vencido) nas duas Wrestlemanias em que esteve ausente.

E vocês, que momentos pouco falados da carreira do Undertaker destacam neste top-10?

Antes de fechar a edição desta semana, queria deixar uma palavra de apreço e respeito ao homem que, ao largo de três décadas, foi responsável por capturar a imaginação de muitos fãs desta modalidade. 

Se amanhã realmente for o fim, quero, em nome de todos os fãs de wrestling, que o Undertaker saiba que se não fosse por ele, muitos de nós nem sabíamos o que era wrestling. Eu falo por mim, foi o primeiro lutador que me lembro de ter visto lutar, e foi graças a ele que me tornei fã. 

Sabemos que este momento ia chegar, tinha que chegar, porque ninguém dura para sempre nesta indústria. Mas é daqueles anúncios que nunca estamos preparados para ouvir, pelo significado que esta personagem teve para nós.

OBRIGADO, UNDERTAKER!!

Até para a semana, pessoal!!



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