Lucas Headquarters #138 - Indefinições
Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Bem-vindos sejam a mais uma edição de “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias!!
Quando se diz que o mundo do wrestling está a atravessar um boom nunca antes visto, não é brincadeira nenhuma. É claro que cada um vai puxar a brasa à sua sardinha, numa tentativa mais ou menos tribalista de se afirmar, e vai dizer “ah, mas isso só acontece na WWE! A AEW não está a atravessar boom nenhum, bem pelo contrário, está condenada a acabar!” (quem diz isto ainda não tirou da sua cabeça os resquícios do episódio do Dynamite de há uma semana) mas a verdade é que não é só na América que estamos a ver o wrestling a prosperar.
A CMLL atrai cada vez mais público com a sua cativante oferta de lucha libre. A STARDOM está novamente a vir ao de cima depois da dramática mudança de produtor executivo. E o ex-produtor executivo da STARDOM, que já tem a recair sobre si acusações tão graves quanto aquelas que são, ainda hoje, feitas a Vince McMahon – mas isso será, talvez, tema para um outro artigo – prepara-se para dar o pontapé de saída na sua nova empresa, que quem não consome wrestling dia após dia poderá até vir a pensar que leva o nome de um produto de beleza feito pela L’Óreal ou pela Maybelline.
— Marigold_Joshi (@Marigold_Joshi) April 15, 2024
E dentro dessa própria empresa, há várias indefinições: Será que a Marigold (sim, o nome é mesmo esse) vai estabelecer uma espécie de “aliança” com a WWE? Será que a presença de Rossy Ogawa ao lado de Giulia na primeira fila do público durante o NXT: Stand and Deliver é o primeiro sinal que isso irá acontecer? E a própria Giulia, será que vai conseguir resistir ao calendário, tantas vezes exigente, que a WWE tem, e conciliar a sua agenda na empresa com certos eventos da Marigold?
Giulia is in attendance for NXT: Stand & Deliver. 👏👏👏
— PW Chronicle (@_PWChronicle) April 6, 2024
Love that WWE went back to showing free agents in the crowd before they officially make their debut for NXT.
Giulia is going to be an even bigger star in WWE/NXT.#StandAndDeliver pic.twitter.com/vTqf4116QS
Sobre estas perguntas vamos, com certeza, refletir daqui a exatamente um mês, quando a Marigold organizar o seu primeiro evento, intitulado Marigold Fields Forever. E não nos falte assunto até lá, porque a crença é que Maio vai ser um mês carregadinho de wrestling (e vocês sabem que eu adoro meses assim).
Por agora, voltemos à América. Estamos em fim de semana de Dynasty – um PPV que tem tudo para ser mais um sucesso para os lados da AEW, sobretudo tendo em conta que alguns dos grandes nomes da empresa, como Jon Moxley e Kenny Omega, estão ausentes do card (e nem assim o hype esfria, portanto já podem imaginar o quão espetacular vai ser) mas é na WWE que se concentram as maiores indefinições.
No meio de todas estas incertezas, há uma voz que clama por protagonismo. E esta não é uma voz individual – antes fosse, assim seria menos... eu não queria usar a palavra “irritante”, mas a verdade é que não me ocorre melhor termo - é uma voz coletiva.
Estamos com três semanas passadas desde que aconteceu aquela que se diz e se crê ter sido a maior WrestleMania de sempre – em todos os aspetos possíveis - e mesmo assim há gente a reclamar que o reinado de Cody Rhodes não está a ser nada de especial, que se resume simplesmente a promos onde todas as semanas diz a mesma coisa e acaba a derramar uma lagriminha a meio.
E se é verdade que até agora, o reinado do American Nightmare não tem passado do plano retórico, mas há que ter calma, porque provavelmente até Junho ou Julho não vamos ter nomes de gabarito a desafiar Rhodes pelo que quer que seja (não que AJ Styles não se enquadre nessa classe, mas a relação dele com a empresa parece estar desgastada há muito, e ele próprio já vislumbra o final de carreira).
Women’s World Championship: Azar de Rhea Ripley, sorte de outra qualquer
Não há forma de o dizer (ou de o pôr de uma outra forma) mas a indefinição que gira em torno do Women’s World Championship é injusta, infeliz e azarada. Rhea Ripley não era a mais consensual das campeãs (há até quem continue a dizer que entregaram o título a alguém que no último ano fez mais de valet do que de wrestler) mas era uma campeã cujo percurso de superação e maneirismos de metaleira gótica cativavam o suficiente para ter 15 a 20 mil pessoas por semana numa arena a olhar para ela.
E, verdade seja dita, se há coisa que Rhea Ripley tem feito nos últimos tempos, mais do que lutar, é elevar quem contra ela se bate – literalmente. Em Fevereiro, no Elimination Chamber, mesmo alavancada por estar a jogar em casa, a Nightmare foi capaz de não concentrar todas as atenções apenas em si, e foi capaz de se adaptar a Nia Jax de tal maneira que pôs toda a gente a dizer que está última sacou, talvez, o melhor combate da sua carreira, a nível de prestação individual (e ainda estava para nascer o dia em que alguém diria algo de positivo da Nia, para além do óbvio fato de ser prima do próprio patrão).
Em Abril, na WrestleMania, voltou a exibir-se num plano de tal maneira bom que fez Becky Lynch, que naquele dia estava com 38ºC de febre em cima dela, parecer uma adversária capaz de acabar com o reinado que, à data, contava exatamente um ano (e era). Naquela altura, já toda a gente andava a dizer que Becky Lynch era um bocado sobrestimada, no sentido em que ela era parte de um triângulo vicioso que sugava toda a concorrência à sua volta, e que tinha Charlotte Flair – que há de voltar em breve – e Bianca Belair como os outros dois vértices.
Voltará como heel ou como babyface? Julgando pela reação do público no momento de anúnico, uma Rhea Ripley babyface deverá ser algo em que Triple H quererá apostar.
E, se Rhea Ripley voltar como babyface, o que acontece aos Judgment Day? Haverá separação ou teremos novo membro feminino? Pessoalmente, se o novo membro feminino fosse uma heel Liv – de modo a continuar a história - esse seria, até, um mal menor. Mas também não descartaria a hipótese de o grupo se começar a dividir, como resultado de um dos seus membros (Damien Priest) ter chegado a um dos topos da montanha. Talvez uma das melhores formas de fazer com que tudo isto aconteça seria consagrar Finn Bálor como vencedor do Money In The Bank masculino e dar-lhe o push que ele tanto merece...
A outra indefinição está na Bloodline. Toda a gente esperava que Roman Reigns perdesse o título, que a “história” terminasse ali, mas que o grupo continuasse tal e qual – talvez apenas com a adição de Tama Tonga e de Jacob Fatu, que também assinou recentemente pela WWE. Mas se assim fosse, provavelmente a aura em redor do grupo dissipar-se-ia em menos de nada, o que é bem pensado se tivermos em conta que as storylines, no wrestling, têm de renovar-se constantemente.
Eis que, a tomar o lugar de Roman Reigns, nos aparece Solo Sikoa. Uma decisão que a mim me surpreendeu bastante, porque confesso que não sou grande fã do Solo, ou pelo menos não lhe reconheço carisma suficiente para assumir uma posição onde o protagonismo é constante. Para isso, mais valia que o escolhido fosse Jimmy Uso, mais habituado a ter as luzes da ribalta só para si.
A questão agora é: Quem será o próximo Tribal Chief? Jacob Fatu? Solo Sikoa? The Rock?
Da forma como as coisas se estão a desenhar, acho que faz mais sentido que o Tribal Chief seja The Rock, por todas as razões e mais algumas. Em primeiro lugar porque permite uma reunião dos Usos como babyfaces, o que por um lado é bom, e por outro nem tanto.
É bom porque esconde as debilidades de Jimmy Uso enquanto singles competitor – um departamento onde, apesar do pouco tempo, Jey Uso parece já levar anos de avanço. É mau porque Jey Uso alcançou uma tremenda popularidade enquanto singles competitor (sendo, até, o adversário de Damian Priest pelo World Heavyweight Championship no Backlash) e voltar a juntá-lo a Jimmy arruinaria todo esse caminho que já foi trilhado.
Resumindo e concluindo, se é verdade que esta altura nos apresenta bastantes indefinições dentro da WWE (com destaque para estes dois casos) também é verdade que dessas indefinições nascem storylines potencialmente interessantes e que poderão ser o combustível da empresa nos próximos tempos. O essencial é não se apressar a forma como são contadas, caso contrário, esse interesse desaparecerá ainda antes da Road to WrestleMania do próximo ano.
Qual a vossa opinião sobre estas duas indefinições com que a WWE se apresenta? O que acham que pode acontecer a partir daqui?
E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo site e pelas nossas redes sociais, deixar as vossas opiniões aí em baixo, tudo e mais alguma coisa, e para a semana cá estarei com mais um artigo!
Peace and love, até ao meu regresso!! Bom Dynasty a todos!!