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Lucas Headquarters #138 - Indefinições


Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Bem-vindos sejam a mais uma edição de “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias!! 


Quando se diz que o mundo do wrestling está a atravessar um boom nunca antes visto, não é brincadeira nenhuma. É claro que cada um vai puxar a brasa à sua sardinha, numa tentativa mais ou menos tribalista de se afirmar, e vai dizer “ah, mas isso só acontece na WWE! A AEW não está a atravessar boom nenhum, bem pelo contrário, está condenada a acabar!” (quem diz isto ainda não tirou da sua cabeça os resquícios do episódio do Dynamite de há uma semana) mas a verdade é que não é só na América que estamos a ver o wrestling a prosperar. 


A CMLL atrai cada vez mais público com a sua cativante oferta de lucha libre. A STARDOM está novamente a vir ao de cima depois da dramática mudança de produtor executivo. E o ex-produtor executivo da STARDOM, que já tem a recair sobre si acusações tão graves quanto aquelas que são, ainda hoje, feitas a Vince McMahon – mas isso será, talvez, tema para um outro artigo – prepara-se para dar o pontapé de saída na sua nova empresa, que quem não consome wrestling dia após dia poderá até vir a pensar que leva o nome de um produto de beleza feito pela L’Óreal ou pela Maybelline. 




E dentro dessa própria empresa, há várias indefinições: Será que a Marigold (sim, o nome é mesmo esse) vai estabelecer uma espécie de “aliança” com a WWE? Será que a presença de Rossy Ogawa ao lado de Giulia na primeira fila do público durante o NXT: Stand and Deliver é o primeiro sinal que isso irá acontecer? E a própria Giulia, será que vai conseguir resistir ao calendário, tantas vezes exigente, que a WWE tem, e conciliar a sua agenda na empresa com certos eventos da Marigold? 




Sobre estas perguntas vamos, com certeza, refletir daqui a exatamente um mês, quando a Marigold organizar o seu primeiro evento, intitulado Marigold Fields Forever. E não nos falte assunto até lá, porque a crença é que Maio vai ser um mês carregadinho de wrestling (e vocês sabem que eu adoro meses assim). 


Por agora, voltemos à América. Estamos em fim de semana de Dynasty – um PPV que tem tudo para ser mais um sucesso para os lados da AEW, sobretudo tendo em conta que alguns dos grandes nomes da empresa, como Jon Moxley e Kenny Omega, estão ausentes do card (e nem assim o hype esfria, portanto já podem imaginar o quão espetacular vai ser) mas é na WWE que se concentram as maiores indefinições. 



No meio de todas estas incertezas, há uma voz que clama por protagonismo. E esta não é uma voz individual – antes fosse, assim seria menos... eu não queria usar a palavra “irritante”, mas a verdade é que não me ocorre melhor termo - é uma voz coletiva. 


Estamos com três semanas passadas desde que aconteceu aquela que se diz e se crê ter sido a maior WrestleMania de sempre – em todos os aspetos possíveis - e mesmo assim há gente a reclamar que o reinado de Cody Rhodes não está a ser nada de especial, que se resume simplesmente a promos onde todas as semanas diz a mesma coisa e acaba a derramar uma lagriminha a meio.


E se é verdade que até agora, o reinado do American Nightmare não tem passado do plano retórico, mas há que ter calma, porque provavelmente até Junho ou Julho não vamos ter nomes de gabarito a desafiar Rhodes pelo que quer que seja (não que AJ Styles não se enquadre nessa classe, mas a relação dele com a empresa parece estar desgastada há muito, e ele próprio já vislumbra o final de carreira). 




Maior indefinição conhecem dois planos: O do Women’s World Championship, de um lado; e o da Bloodline, do outro. 


Women’s World Championship: Azar de Rhea Ripley, sorte de outra qualquer  




Não há forma de o dizer (ou de o pôr de uma outra forma) mas a indefinição que gira em torno do Women’s World Championship é injusta, infeliz e azarada. Rhea Ripley não era a mais consensual das campeãs (há até quem continue a dizer que entregaram o título a alguém que no último ano fez mais de valet do que de wrestler) mas era uma campeã cujo percurso de superação e maneirismos de metaleira gótica cativavam o suficiente para ter 15 a 20 mil pessoas por semana numa arena a olhar para ela. 


E, verdade seja dita, se há coisa que Rhea Ripley tem feito nos últimos tempos, mais do que lutar, é elevar quem contra ela se bate – literalmente. Em Fevereiro, no Elimination Chamber, mesmo alavancada por estar a jogar em casa, a Nightmare foi capaz de não concentrar todas as atenções apenas em si, e foi capaz de se adaptar a Nia Jax de tal maneira que pôs toda a gente a dizer que está última sacou, talvez, o melhor combate da sua carreira, a nível de prestação individual (e ainda estava para nascer o dia em que alguém diria algo de positivo da Nia, para além do óbvio fato de ser prima do próprio patrão). 


Em Abril, na WrestleMania, voltou a exibir-se num plano de tal maneira bom que fez Becky Lynch, que naquele dia estava com 38ºC de febre em cima dela, parecer uma adversária capaz de acabar com o reinado que, à data, contava exatamente um ano (e era). Naquela altura, já toda a gente andava a dizer que Becky Lynch era um bocado sobrestimada, no sentido em que ela era parte de um triângulo vicioso que sugava toda a concorrência à sua volta, e que tinha Charlotte Flair – que há de voltar em breve – e Bianca Belair como os outros dois vértices. 







Portanto, as expectativas para a continuação do reinado de Rhea Ripley só poderiam ser boas, tanto da parte dos fãs, como da parte dos responsáveis da WWE, que, para tomarem a decisão de manter o título à sua cintura mesmo depois de já ter cumprido um ano como campeã, é porque estavam dispostos a fazer dela um caso semelhante ao de Roman Reigns, embora talvez não optassem por fazê-lo de forma tão exaustiva que fizesse com que todos se virassem contra ela. 


E agora, o que é que se segue? É essa a maior questão. Sabe-se que a nova campeã será coroada já neste RAW – e, se não houver nada à contra, possivelmente o seu nome será Liv Morgan, em função da história que se está a querer contar (e que já tem alguns anos). Mas o principal ponto de discussão é a própria Rhea e tudo o que a envolve, porque também se sabe que, concretizando-se este cenário, a Mami voltará, mais tarde ou mais cedo, a possuir o ouro - até porque nunca o perdeu, na prática.  


Voltará como heel ou como babyface? Julgando pela reação do público no momento de anúnico, uma Rhea Ripley babyface deverá ser algo em que Triple H quererá apostar.  


E, se Rhea Ripley voltar como babyface, o que acontece aos Judgment Day? Haverá separação ou teremos novo membro feminino? Pessoalmente, se o novo membro feminino fosse uma heel Liv – de modo a continuar a história - esse seria, até, um mal menor. Mas também não descartaria a hipótese de o grupo se começar a dividir, como resultado de um dos seus membros (Damien Priest) ter chegado a um dos topos da montanha. Talvez uma das melhores formas de fazer com que tudo isto aconteça seria consagrar Finn Bálor como vencedor do Money In The Bank masculino e dar-lhe o push que ele tanto merece... 




Bloodline: Quem será o novo Tribal Chief? 




A outra indefinição está na Bloodline. Toda a gente esperava que Roman Reigns perdesse o título, que a “história” terminasse ali, mas que o grupo continuasse tal e qual – talvez apenas com a adição de Tama Tonga e de Jacob Fatu, que também assinou recentemente pela WWE. Mas se assim fosse, provavelmente a aura em redor do grupo dissipar-se-ia em menos de nada, o que é bem pensado se tivermos em conta que as storylines, no wrestling, têm de renovar-se constantemente. 


Eis que, a tomar o lugar de Roman Reigns, nos aparece Solo Sikoa. Uma decisão que a mim me surpreendeu bastante, porque confesso que não sou grande fã do Solo, ou pelo menos não lhe reconheço carisma suficiente para assumir uma posição onde o protagonismo é constante. Para isso, mais valia que o escolhido fosse Jimmy Uso, mais habituado a ter as luzes da ribalta só para si. 



A questão agora é: Quem será o próximo Tribal Chief? Jacob Fatu? Solo Sikoa? The Rock? 


Da forma como as coisas se estão a desenhar, acho que faz mais sentido que o Tribal Chief seja The Rock, por todas as razões e mais algumas. Em primeiro lugar porque permite uma reunião dos Usos como babyfaces, o que por um lado é bom, e por outro nem tanto.


É bom porque esconde as debilidades de Jimmy Uso enquanto singles competitor – um departamento onde, apesar do pouco tempo, Jey Uso parece já levar anos de avanço. É mau porque Jey Uso alcançou uma tremenda popularidade enquanto singles competitor (sendo, até, o adversário de Damian Priest pelo World Heavyweight Championship no Backlash) e voltar a juntá-lo a Jimmy arruinaria todo esse caminho que já foi trilhado. 




Mas uma potencial reunião dos Usos e um regresso de Roman Reigns abre portas a uma história interessante a ser contada: A divisão da Bloodline em duas. De um lado, a linhagem original, no papel de babyfaces (Roman Reigns, The Usos e Sami Zayn, como associado) e a linhagem “anárquica”, se assim quisermos (Tama Tonga, The Rock, Solo Sikoa e Jacob Fatu) no papel de heels. 



Resumindo e concluindo, se é verdade que esta altura nos apresenta bastantes indefinições dentro da WWE (com destaque para estes dois casos) também é verdade que dessas indefinições nascem storylines potencialmente interessantes e que poderão ser o combustível da empresa nos próximos tempos. O essencial é não se apressar a forma como são contadas, caso contrário, esse interesse desaparecerá ainda antes da Road to WrestleMania do próximo ano. 


Qual a vossa opinião sobre estas duas indefinições com que a WWE se apresenta? O que acham que pode acontecer a partir daqui? 


E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo site e pelas nossas redes sociais, deixar as vossas opiniões aí em baixo, tudo e mais alguma coisa, e para a semana cá estarei com mais um artigo! 

 

Peace and love, até ao meu regresso!! Bom Dynasty a todos!!

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