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Lucas Headquarters #99 – Utami nos Estados Unidos e o “All In” da Sendai Girls


Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Sejam bem-vindos a mais uma edição de “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias!! E começo a edição desta semana com duas notícias para vos dar. Comecemos, infelizmente, pela má: Esta é a última edição de “Lucas Headquarters”. No entanto, aí vem a boa: Esta é a última edição de Lucas Headquarters… com dois dígitos!!


Pois é malta fixe, para a semana chegamos às cem entradas neste espaço, e logo em fim-de-semana de início do 5 STAR Grand Prix da STARDOM!! Confesso que estou triste e feliz com a ocasião: Triste porque tinha preparado uma edição especial, mais intimista e pessoal, para assinalar a centésima edição aqui do estaminé. 


Mas feliz porque… pronto, é o 5 STAR Grand Prix. Na minha humilde opinião de fã de wrestling que aprendeu a amar o joshi, esta é sempre a melhor altura para se ser fã, a seguir à Wrestlemania. Há muitos cenários a pôr em cima da mesa, muitas perguntas a fazer, mas vamos deixar isso para a próxima semana, porque nesta temos muito que falar.


O mundo do wrestling foi surpreendido na semana que passou com a notícia de que Utami Hayashishita, um dos nomes mais populares da STARDOM nos últimos anos, iria fazer um périplo pelos Estados Unidos, precisamente na semana antes de começar o Five STAR GP (que ela própria já venceu em 2020, e que a catapultaria para a vitória pelo World of STARDOM Championship em Novembro desse mesmo ano, com uma vitória sobre – quem mais? – Mayu Iwatani).



Ora, isto acontece três anos depois da STARDOM ter organizado um evento nos Estados Unidos, e depois de duas semanas particularmente intensas para a integrante das Queen’s Quest. 


Utami Hayashishita esteve nas bocas do mundo do wrestling ao protagonizar um dos momentos mais “românticos” – à falta de um melhor termo – da História recente do círculo quadrado quando, já no final daquele cage match contra as Oedo Tai (que para mim foi dos melhores do ano) salvou a melhor amiga e parceira Saya Kamitani de uma derrota anunciada, agarrando-lhe a mão no topo da jaula quando a própria Utami já tinha a cara a jorrar de sangue, tal não foi a brutalidade da contenda.



Claro que este momento foi absolutamente inesperado por várias razões: Primeiro, porque a tensão entre as AphroditE já se vinha acumulando há meses e as diferenças eram cada vez mais visíveis nas entrevistas e segmentos de backstage. 


Segundo, porque em resultado disso, toda a gente perspetivava um heel turn ou de Utami ou de Saya (embora a maior parte estivesse favorável a uma mudança de atitude por parte da primeira), algo que, obviamente, acabou por não suceder. Por isso, este acaba por ser também um momento, diria, agridoce, quanto mais não seja porque um heel turn de uma das duas seria uma nova e refrescante oportunidade para que lhes atassem um foguete nas costas até ao topo, algo que, apesar de tudo, não quer dizer que não aconteça.


O outro momento chegou uma semana depois no Midsummer Champions. As Queen’s Quest (representadas por Utami, Saya, AZM e Lady C) triunfaram contra as STARS (representadas por Mayu Iwatani, Hanan, Koguma e Momo Kohgo). Mas, para espanto geral, Utami Hayashishita decide afastar-se temporariamente da liderança do seu grupo depois do combate, justificando que vai embarcar numa “jornada de reflexão pessoal” – palavras da própria.


A partir daqui, o espanto deu lugar ao tradicional exercício da futurologia que nós, enquanto fãs, tanto gostamos de exercer: O que acontecerá (ou terá acontecido) com Utami Hayashishita? Será que vai fazer uma pausa na carreira? Será que está de saída da STARDOM? Nós não entendemos, alguém nos diga o que se passa!!


Pois bem, meu povo, se depois da tempestade é seguro que vem a bonança, também já se pode dizer que depois do choque vem o alívio: Numa questão de dois a três dias, era anunciado que Utami Hayashishita iria fazer uma espécie de mini-tour pelos Estados Unidos pela primeira vez em três anos para combater numa série de eventos organizados pela GCW (Game Changer Wrestling). E frente a frente em dois dos combates vão estar duas wrestlers que, tal como Utami, têm excelentes perspetivas de futuro: Billie Starkz e Janai Kai!!




À hora em que vos estiver a escrever isto (que esta semana será um bocadinho mais cedo do que o habitual, uma vez que vou tirar uns merecidos dias de descanso aqui do site até à semana que vem) ainda só terei visto o combate contra Billie Starkz, e a minha impressão não podia ser mais positiva: O combate foi curto, mas intenso, com o power game de Hayashishita a criar um contraste perfeito com a ofensiva mais veloz da adversária. 


O público pareceu estar em sintonia com a intensidade que o combate apresentou, não se coibindo de vibrar com cada move que as wrestlers executavam, ao mesmo tempo que se faziam ouvir ruidosamente com cânticos de “This is Awesome!”



De resto, a atmosfera e reações do público foi talvez o elemento que mais me chamou a atenção. Parecia que estava ali a ser criado um clima de proximidade entre o público e as wrestlers, muito devido ao facto de não só os fãs estarem agregados em volta do ringue, como também de terem praticamente esgotado o recinto onde o evento (intitulado GCW: Clear Up Man) se realizou.


Por esta altura ainda me faltará ver o combate contra Janai Kai, que não deverá demorar muito a ser visto. Pessoalmente, tenho grandes expectativas postas neste combate não só pelo potencial que Janai Kai tem (e que, por si só, já seria mais do que suficiente) mas também porque a própria Kai apresenta um estilo de luta muito parecido ao da STARDOM e, numa nota mais particular, ao de Syuri, que Hayashishita já enfrentou várias vezes (uma delas pelo World of STARDOM Championship).


E isto pode, acredito, representar uma vantagem para Utami, no sentido em que se o estilo de Janai Kai é parecido com o de alguém que já enfrentou no passado, então Utami não terá de se preocupar tanto com o fator imprevisibilidade da adversária, pois já sabe o que é que tem por diante. Neste momento, Utami leva já uma vitória, mas imaginem só as ondas que não se fariam se Janai Kai arrumasse com um dos grandes nomes do joshi atual? De vez em quando nunca faz mal olhar as duas faces da moeda…


Mas este périplo de Utami Hayashishita por terras mais ocidentais não é o único acontecimento relevante a marcar esta semana. Há várias semanas que nos foi anunciado que a Sendai Girls Pro Wrestling iria organizar um evento no Korakuen Hall, a ter lugar já neste Domingo, 16 de Julho. 


O matchcard foi-nos sendo revelado aos poucos (sendo que já tinha feito menção a alguns combates em anteriores entradas deste espaço) mas, olhando para a sua composição geral, diria que está aqui um cardápio de wrestling digno de um qualquer Dream Queendom ou de uma qualquer Wrestlemania:


Chihiro Hashimoto enfrentará Natsupoi;
Miyuki Takase e Mika Iwata enfrentarão Saori Anou e Sareee;
Veny Asuka enfrentará Millie McKenzie;
Dash Chisako enfrentará Hiroyo Matsumoto;


(há, pelo menos, mais dois combates, mas estes são os que, para mim, merecem mais destaque).



O ano de Chihiro Hashimoto tem sido marcado pelos combates que tem tido com wrestlers da STARDOM, especialmente no decurso do primeiro trimestre do ano.


O primeiro desses combates aconteceu a 4 de Fevereiro no Supreme Fight, quando Chihiro Hashimoto enfrentou MIRAI, num encontro que parecia levar o mote de “David vs Golias” e onde a primeira deixou uma imagem fortemente positiva (literalmente) em relação a uma MIRAI que já tinha cimentado algum estatuto.


A 4 de Março, Hashimoto teve o privilégio de fazer parte da estrada percorrida por Himeka até ao final da sua carreira, que havia de ter lugar dali a um mês e que foi definitivamente coroada com uma cerimónia de despedida, a 14 de Maio.


E a 23 de Abril, no Dream Queendom, Hashimoto havia de enfrentar Syuri, naquele que era visto como um “dream match” absoluto entre duas das principais caras das respetivas empresas. Mas, paradoxalmente, num combate onde a regra era “knockout or submission only” e onde praticamente tudo foi hard ‘n’ heavy… Foi o combate que menos me impressionou da parte de Chihiro. Não digo que depois dos combates com MIRAI e Himeka tivesse entrado numa espiral descendente, mas claramente o combate com a integrante das God’s Eye pareceu-me qualitativamente o melhor desta trilogia.



Saori Anou e Sareee têm estado a disfrutar de interessantíssimos comebacks: A primeira reinstalou-se na STARDOM e por lá tem feito furor, ao integrar as Cosmic Angels depois das saídas de Waka Tsukiyama e também de Mina Shirakawa e ao desenvolver uma química com Natsupoi que é, no mínimo, curiosa, uma coisa quase de “pacto de não agressão”, ou de “paz armada” se assim quisermos. 


A segunda voltou ao Japão depois de três anos discretos na WWE (onde de resto prometia muito) e tem estado a organizar os seus eventos Sareee-ISM, estando o segundo marcado para 4 de Agosto próximo. Curiosamente, no Main Event do primeiro, enfrentou… Chihiro Hashimoto.





Será interessante ver como Saori Anou e Sareee coexistem, tendo em conta o contraste de ambos os seus estilos: Saori é mais cerebral, Sareee é mais explosiva. Mas a atração dos opostos é a alma deste combate, espero eu.


Veny Asuka enfrentará Millie McKenzie e este será sobretudo um combate imensamente técnico entre duas wrestlers bastante jovens (não confundir esta Asuka com a “original” que está na WWE). No entanto, Millie leva vantagem no capítulo da experiência (apesar de ser dois anos mais nova), uma vez que já competiu ao redor do mundo (inclusive na empresa indie espanhola conhecida como TYRIS Wrestling, onde foi Absolute Champion), isto a juntar à sua discreta passagem na WWE.



Dash Chisako vs Hiroyo Matsumoto é aquele combate do qual não sei o que esperar. Sei que Chisako é já veterana no círculo quadrado, apenas e só isso, e de Matsumoto guardo a fugaz participação no segundo Mae Young Classic. Mas vai ser bom rever esta cara pouco conhecida.



No geral, acho que tanto o périplo de Utami Hayashishita pelos Estados Unidos como este evento da Sendai Girls no Korakuen Hall são pequenos exercícios de internacionalização. 


Por um lado, Utami dar-se-á a conhecer a uma audiência que se calhar ainda não se apercebeu do quão talentosa ela verdadeiramente é. Por outro, um evento da Sendai Girls que apresenta um cartaz ambicioso e conta com a experiência e juventude de Millie McKenzie, por exemplo, é a oportunidade perfeita não só para que McKenzie cause boa impressão no Oriente como para que o público se aperceba do diamante que está ali por lapidar.


Qual a vossa opinião sobre esta viagem de Utami pelos Estados Unidos e sobre o evento que a Sendai Girls vai organizar?


E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo nosso site, pelo nosso Telegram, deixar a vossa opinião aí em baixo… o costume. Para a semana cá estarei com mais um artigo!!


Peace and love, até ao próximo Sábado!

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