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Lucas Headquarters #96 – Abra-se a porta!!


 

Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Sejam bem-vindos a mais uma edição de “Lucas Headquarters”, aqui no WrestlingNotícias!! Então, que tal estão a ser os vossos Santos Populares? Preferem uma sardinha no pão ou uma boa martelada? Preferem Santo António ou São João? Eu cá prefiro o São Paio… Paio, presunto e uma jola…


Devo confessar que o artigo desta semana é um dos artigos que mais tenho ansiado por escrever. Mas, diga-se de passagem, estou agradavelmente surpreendido com a maneira como este Verão se vai desenrolar no que toca a wrestling.


Como é do conhecimento geral, chegados a esta altura do mês constatamos que o país entra praticamente em ritmo de quem está de férias de Verão (e acredito que já haja quem esteja): Acaba-se o “toma lá dá cá” do futebol durante um mês e pouco, o que só aí já constitui um certo vazio na vida lusitana (pelo qual também sou afetado, confesso). 


Mas até mesmo quando a primeira coisa na ordem do dia é – ou devia ser – um qualquer assunto de cariz mais sociopolítico (porque é isso que faz verdadeiramente mexer o país) vemos que as coisas se processam ainda mais devagar do que é costume. E até mesmo noutras áreas, entre Junho e Agosto parece não haver nada de interessante para dizer, é quase como se o mundo parasse de girar.  Felizmente para nós, que somos fãs de wrestling, este Verão não vai ser assim.


Vamos ter a segunda edição Forbidden Door já neste domingo, o Money In The Bank no próximo sábado, um muito antecipado combate entre Natsupoi e Chihiro Hashimoto no próximo dia 16 de Julho (como parte de um show que a Sendai Girls está a organizar no Korakuen Hall) e, para nos ocupar o último terço do Verão, temos a edição de 2023 do 5 STAR GP da STARDOM (que arranca daqui a precisamente um mês), fora o Summerslam e mais uns pós de perlimpimpim. Portanto, o que não nos vai faltar este Verão no que toca ao wrestling são coisas para falar.



Mas não queiramos por já a carroça à frente dos bois (até porque está calor e os bois cansam-se, coitadinhos) e comecemos, pois, pela segunda edição do Forbidden Door, que muita gente pensou que não viesse a acontecer mas que surge como confirmação não só do tremendo sucesso que foi o primeiro evento (que teve lugar no ano passado por esta altura) mas também da parceria entre All Elite e New Japan Pro Wrestling.



A edição deste ano conta com dez combates, mas, à data da estreia do Collision na semana passada, só havia, se me não engano, quatro deles confirmados, portanto não será descabido vermos alguém acusar as respetivas companhias de montar este matchcard um bocadinho à pressão (ou será isso, ou então serei eu que não acompanhei muito do build para este evento por alguma falta de tempo). 


O que é certo é que, ao que pessoalmente me parece, a velha comparação relativamente à edição do ano passado perde espaço, porque o card para edição deste ano apresenta um nível igualmente alto (há quem diga até ligeiramente superior) por comparação a 2021.


Paradoxalmente, o facto de termos dois matchcards de alto nível durante dois anos consecutivos atira toda a responsabilidade para cima do matchcard deste ano, que é obrigado a traduzir-se em combates de qualidade sob pena de despertar na comunidade as comuns questiúnculas sobre se haverá condições para continuar a organizar um evento desta magnitude – se bem que, lá no fundo, Tony Khan e Naoki Sugabayashi não vão prestar muita atenção a isso, sobretudo se até agora isso não pareceu ser preocupação que lhes tirasse o sono.


Esta edição conta, também, com o regresso do tal “anjo caído” a que fiz referência na entrada da semana passada. E, de facto, parece que os astros se alinharam num timing absolutamente perfeito, diria até quase cósmico. 


Isto porque CM Punk chega aqui ainda a banhar-se na glória e nos ecos de um monumental regresso à ação na estreia do Collision, onde, para além de uma promo arrebatadora que pareceu colocar o público do seu lado (fazendo esquecer, por momentos, todas as polémicas que o colocaram no olho do furacão e assombraram os últimos nove meses) mostrou não ter sinais de ferrugem na hora de mostrar tudo aquilo que sabe, protagonizando com os FTR e ainda Samoa Joe e os Bullet Club Gold (vulgo Jay White e Juice Robinson) um dos grandes Main Events e a que a AEW já nos habituou (ai, aquelas sequências entre Punk e Joe… foi como voltar a 2004).





Para mim, há quatro combates (para além do de CM Punk) que me chamam a atenção neste card. São eles Kenny Omega vs Will Ospreay, Jungle Boy Jack Perry vs SANADA, Bryan Danielson vs Kazuchika Okada e Blackpool Combat Club, Konosuke Takeshita e Shota Umino contra The Elite (Hangman Adam Page, The Young Bucks, Eddie Kingston e Tomohiro Ishii).


O primeiro é, digamos assim, a “mina de ouro” do Forbidden Door deste ano. Porque toda a gente já esperava que acontecesse um rematch entre estes dois depois da absoluta slugfest a que assistimos no Wrestle Kingdom em Janeiro, onde estes dois, para além de darem uma absoluta masterclass em todos os domínios onde o wrestling se insere, também acrescentaram umas pinceladas de hardcore wrestling tipo anos 90 e desafiaram todos os limites da sua integridade física.


A questão aqui – e acho que todos vocês vão concordar comigo neste aspeto – é que não esperávamos que isso acontecesse tão cedo no calendário. Porque um evento como o Forbidden Door, apesar da magnitude que tem, parece algo pequeno para dois wrestlers desta natureza (se formos a ver bem, todo o evento parece: Kenny Omega e Will Ospreay são dois wrestlers da mais fina casta que existe. E são tão bons naquilo que fazem que nós ou estamos com eles, ou estamos contra eles, mas nunca deixamos de lhes manifestar apreço dessas duas formas).




Kazuchika Okada vs Bryan Danielson parece-me ser um combate, tal como Omega vs Ospreay, que tem muita coisa a ver com estatuto, embora os estilos de um de outro sejam diametralmente opostos (Will Ospreay é mais da escola do high flying) e, por isso, se complementem.


Tanto Danielson como Okada são vistos por muita gente como sendo dos melhores – ou até mesmo OS MELHORES ­– wrestlers do séc. XXI. E a verdade é que não há muito build que assista este combate (o que, para alguns, poderá servir como ponto negativo), mas com dois talentos desta envergadura, quem se importa, não é? A gente quer é ação, e é ação que vamos ter de certeza absoluta.






Jungle Boy Jack Perry vs SANADA parece-me ser um dos combates que tem mais capacidade para surpreender, sobretudo porque creio que Jack Perry terá caído neste combate… de paraquedas, por assim dizer.


No fundo, parece-me ser óbvio o motivo pelo qual Jungle Boy aqui se insere – a sua motivação principal, quer em termos de storyline quer em termos de objetivo de vida dentro da All Elite, tem sido ganhar um singles title este ano. Depois de não o ter conseguido fazer no Double or Nothing (apesar dele e de Darby Allin terem tido as prestações que mais gostei nesse Fatal 4 Way), esse objetivo poderá estar perto.


Infelizmente, por razões óbvias, não me parece, que o título a conquistar o IWGP World Heavyweight Championship. Ter alguém que não faz parte da NJPW com o principal título da empresa seria um murro no estômago a um roster inteiro, pelo que o resultado do combate me parece óbvio.



Blackpool Combat Club, Konosuke Takeshita e Shota Umino contra The Elite (Hangman Adam Page, The Young Bucks, Eddie Kingston e Tomohiro Ishii). Se Omega vs Ospreay é a “mina de ouro” deste matchcard do ponto de vista do wrestling puro e duro, este combate parece-me ser a “mina de ouro” do Forbidden Door do ponto de vista do cinema e da storyline.


Com certeza, não será uma história com tantas voltas e reviravoltas como a que envolve a família Anoa’i lá para os lados da concorrência (talvez as única reviravoltas dignas de registo tenham sido a traição de Don Callis a Kenny Omega naquele combate steel cage do Dynamite de 10 de Maio e o ataque ao próprio Omega por parte de Konosuke Takeshita). 




Basta vermos que aqui não há remorsos, não se pensa duas vezes, não se calculam bem as investidas e nem há medo de provocar a ira de Chefes Tribais. A única coisa que parece existir é uma obsessão por aniquilar a outra stable, uma tendência anárquica que parece sobrepor-se à razão. E, como se isso não fosse óbvio, a existência de todas estas variáveis parece ser a ideal para alguém que vive destas lutas com mais ação, como é o caso de Jon Moxley.


STARDOM x AEW no Forbidden Door 2: Porque não?


Outra das grandes questões que se levantou tem a ver com a hipótese (mais ou menos remota) da STARDOM participar nesta edição do Forbidden Door. A dar força a essa possibilidade está o facto da empresa de Rossy Ogawa pertencer aos mesmos detentores da New Japan (vulgo Bushiroad, a tal empresa de trading card games), mas essa hipótese é praticamente nula.


Sobre isso não me vou alongar muito – o tema da cooperação da STARDOM com outras empresas (ou falta dela) ficará para um outro artigo. Mas para já, digo-vos que isso se deve ao facto da STARDOM organizar dois PPV no espaço de uma semana, um deles sendo o STARDOM Sunshine já amanhã, o outro o Midsummer Champions no próximo Domingo, 2 de Julho. 


Para quem fecha tantas portas a colaborar com outras empresas, Rossy Ogawa está claramente inspirado no modelo “WWE no Vearão de 2020”, quando esta organizou o Summerslam e o Payback no espaço de uma semana e iniciou a jornada de domínio do então retornado Tribal Chief, Roman Reigns.




Quais são as vossas expectativas para o Forbidden Door deste ano? Quais são o(s) combate(s) que mais vos chamam a atenção?


E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo nosso site, pelo nosso Telegram, deixar a vossa opinião aí em baixo… o costume. Para a semana cá estarei com mais um artigo!!

Peace and love, até ao meu regresso!



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