Ultimas

Lucas Headquarters #70 – A parte má de 2022


Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão, tudo sobre rodas? Sejam bem-vindos a mais uma edição dos “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias! O Natal está quase aí, minha gente, e se no ano passado a edição deste espaço caiu redondinha no Dia de Natal, este ano vai cair redondinha… na Véspera. Portanto não há desculpas para lerem a edição da semana que vem, até porque podem ir abrindo um presentinho ou outro enquanto leem mais uma entrada desta minha dose semanal de divagação, às vezes séria, às vezes não.


Na semana passada começamos a “retrospetivar” este ano de 2022, principiando com o destaque daquilo que de bom aconteceu nestes 12 meses, 52 semanas, 365 dias, 8766 horas, 525960 minutos, 31557600 segundos (podem ver esse destaque aqui). Ora, esta semana, obviamente, vamos fazer o exercício inverso, destacando aquilo que de mau aconteceu neste mesmo período de tempo.


Confesso que, com todo o wrestling que vi durante este ano (repartido por WWE, AEW, STARDOM…), foi muito mais fácil para mim destacar coisas positivas do que negativas, o que faz com que das duas uma: Ou o ano de 2021 foi muito produtivo em termos de bom wrestling, ou eu sou, aos olhos de alguns, um mark que ainda acredita que no wrestling é tudo “sugar, spice, and everything nice” (e se calhar quando descobrirem isso vão deixar de ler estes artigos… espero que não).


De qualquer forma, considero também que isso se deve a duas coisas: Primeiro, à minha predisposição extraordinariamente alta para acompanhar o fenómeno do wrestling extra-WWE (nomeadamente o joshi) mas principalmente pela quantidade extraordinária de mudanças que aconteceram a partir do segundo semestre deste ano (todas elas com uma origem suficientemente óbvia). Portanto, com a minha vista a alcançar um número maior de empresas, é normal que existam mais coisas boas a salientar.


Posto isto, e porque já me estou a perder um bocadinho em todos estes pensamentos, não há bela sem senão e, por muitas coisas boas que tenhamos visto neste ano, também vimos muitas coisas más. A sorte é que muitas delas aconteceram por trás da cortina da gorilla position ou até na vida privada de muitos intervenientes fundamentais para este nosso mundinho, de maneira que muita gente pode nem ter dado por estes cinco destaques. Mas a este olho pouco ou nada escapa, portanto não há como não chamar a atenção para isto.


Peço-vos, como sempre, que ignorem olimpicamente a ordem em que se apresenta este top-5. Todos estes acontecimentos prejudicaram o wrestling de igual forma, o que não significa, necessariamente, que tenham existido acontecimentos piores do que outros.


Vamos, sem mais delongas, ao que de pior aconteceu no wrestling em 2022!


#5 – Uma dupla (e irreparável) perda





Todos os anos existem personalidades que marcam a sociedade mas que, por uma série de problemas de saúde ou de situações que enfrentam, partem mais cedo do que o previsto. Há poucas semanas perdemos Kirstie Alley, no final do mês passado despedimo-nos de Irene Cara, ainda no início de Novembro vimos partir Gal Costa e, em Setembro, a Senhora de Preto desafiou todas as probabilidades e levou Sua Majestade Britânica, Isabel II… estes são apenas alguns exemplos.


O mundo do wrestling não é exceção. Em 2021 perdemos, por exemplo, Daffney e Barry Orton, mas este ano as perdas têm dimensões maiores (e possivelmente irreparáveis) quando nos recordamos que vimos partir um “mauzão” de marca maior em Março e um dos mais inovadores e transcendentais wrestlers e promotores de todos os tempos em Outubro.


Mas as perdas de Scott Hall e de Antonio Inoki não se resumem apenas ao que fizeram dentro do ringue, senão fora dele. Scott Hall lutou toda a vida contra os seus demónios, e de uma maneira ou de outra, quase sempre arranjou forma de sair mais ou menos ileso dessas batalhas.


Já Antonio Inoki foi um nome marcante em todos os aspetos da sociedade japonesa, não só porque foi o maior pioneiro do wrestling em Terras do Sol Nascente (fundou a New Japan Pro Wrestling em 1972) mas porque foi, também, uma figura ativa na defesa dos interesses da sociedade em que cresceu, primeiro entre 1989 e 1995, e depois entre 2013 e 2019. Os contributos pessoais e sobretudo profissionais que estes dois nomes deram não devem, nunca, passar em branco, e é isso que esta entrada procura, também, exaltar. Paz às suas almas.


#4 – Infortúnio na positividade



Foi um dos momentos mais arrepiantes do ano, e aquele que pode muito bem ter acabado com uma carreira que estava, naquele momento, a começar a tomar uma outra dimensão.


No episódio de 11 de Março do SmackDown, estavam os New Day a lutar contra a então dupla de Sheamus e Ridge Holland quando este último, por infortúnio (não se pode dizer outra coisa, porque quem vê Ridge Holland lutar sabe que ele não é nenhuma Nia Jax) acertou (ou pelo menos tentou acertar) com um overhead belly-to-belly em Big E. Por azar, Holland projetou Big E de tal maneira que este aterrou de cabeça, partiu o pescoço e fraturou as vértebras C1 e C6.





ra, quem acompanhou os casos de Edge, Paige e Bryan Danielson sabe que, com persistência e sabedoria, o “fim” de uma carreira pode vir apenas entre aspas. Mas independentemente de tudo, o partir de um pescoço e fraturar de duas vertebras poderia ter sido o suficiente para Big E não só ficar fora do wrestling como ficar em muito mau estado do ponto de vista físico e dos movimentos. 


Quem viu o spot sabe que Ridge Holland não teve intenção de lesionar Big E, mas ainda assim não deixa de ser apropriado dizer que o Brawling Brute devia, se calhar, ter tido mais cuidado…


#3 – Fui-me embora… e até agora ainda não voltei



Para além das acusações de abusos sexuais que levaram à histórica resignação de Vince McMahon em Julho, outro dos “casos” que marca a WWE é a “saída” de Sasha Banks e Naomi, graças a uma disputa criativa. E, se a palavra “saída” vem entre aspas porque nunca houve, até hoje, confirmação oficial de que Sasha e Naomi efetivamente deixaram a WWE, a verdade é que pelo menos a Boss já tem com que se entreter a partir de Janeiro, o que parece indicar, pelo menos no que lhe diz respeito, que o seu tempo na WWE é coisa do passado.


No entanto, ainda se levantam muitas interrogações neste assunto, o que me leva a pensar que isto é uma história com muitos detalhes por contar: Quem terá razão, Laurinaitis ou as (na altura) campeãs? Como ficam as suas reputações depois deste incidente? E mais importante ainda, qual o futuro de Naomi, de quem nunca mais se ouviu falar desde que estalou a polémica?


Cá para mim, acho que Naomi vai acabar por achar algo com que se ocupar, mas assim que isso acontecer a WWE vai mandar detalhes cá para fora e arruinar a sua reputação (onde é que já vi isto)?. Mas enfim, quem espera sempre alcança, e parece que por agora não temos outro remédio…



#2 – All Elite W…ars




Para quem pensava que na All Elite era tudo perfeitinho, esta entrada é a prova que não é por existir há pouco tempo e por ter Jon Moxley, Claudio Castagnoli, Bryan Danielson, MJF e afins que por lá é tudo um mar de rosas. O caso é sobejamente conhecido: Depois da edição deste ano do All Out, CM Punk criticou os Young Bucks, e pelo meio Adam Page e Kenny Omega, e a seguir houve porrada, e suspensões e o diabo a sete, num caso que resultou, igualmente, na queda reputacional de CM Punk.





A questão neste caso é que, por muito bem que as coisas funcionem aos olhos de quem vê (e sem dúvida que funcionam), se não se resolverem os problemas que existem lá dentro, a AEW está condenada ao fracasso. Ambas as partes erraram neste aspeto: CM Punk pelo que disse, os restantes intervenientes pelas ações que vieram a seguir, e Tony Khan pela falta de pulso que teve para gerir a situação.


Uma coisa é certa, por breves semanas, a AEW pareceu aquilo que ninguém imaginou que viesse a parecer, pelo menos do ponto de vista executivo: A WWE, nos últimos anos de Vince McMahon… 



#1 – Vince McMahon e as garagens das vizinhas



Foi um caso (ou melhor, foram vários) que marcou o primeiro semestre do ano e que levou, em Julho, à resignação de Vince McMahon enquanto CEO da WWE, encerrando um ciclo de exatamente quatro décadas de progresso, expansão e, ultimamente, de muitas decisões mal tomadas, muitos egos mal geridos e muitas storylines mal planeadas.


Vieram a público vários casos de situações que aconteceram há já alguns anos em que, citando a canção, Vince McMahon terá entrado nas garagens de várias vizinhas, dentro das quais tentou pôr o carro. E muitos podem alegar que estes casos já estão a amadurecer nas vinhas há alguns anos (se me não engano, há um que remonta a 2005) mas a verdade é que estes imbróglios em que Vinnie Mac andou metido já lhe custaram para cima de 12 milhões de euros, podendo vir a custar muito mais porque, pelo que se diz, as acusações de abuso sexual contra o ex-“chefão” da WWE não dão sinais de paragem.


Perante isto, Vince McMahon lá saiu, sabemos agora que muito contra a sua vontade, porque ele sempre foi homem de ideias fixas e daqueles que todos nós imaginamos que havia de morrer sentado na cadeira do poder, tanto que nos últimos dias tem fantasiado um regresso à WWE, hipótese da qual ninguém quer saber, nem wrestlers, nem responsáveis, e se calhar – suponho eu – nem o próprio Triple H, que até agora tem feito um trabalho bastante razoável.


A questão aqui é que as acusações de abuso de que Vince é alvo não têm serenado tanto quanto ele esperava, o que é perfeitamente normal dada a influência que ele tem no panorama do entretenimento (desportivo) americano e toda a reputação que ele construiu. 


Portanto o melhor que ele devia fazer é ficar onde está, bem longe da WWE, porque mesmo com tudo o que fez pela empresa, os últimos três, quatro anos de decisões péssimas e planeamentos francamente maus acabaram por manchar o seu trabalho e fazê-lo sair por uma porta muito pequenina. Portanto, quanto mais depressa Vince lidar com o facto que se deixou ultrapassar pelo tempo, mais depressa sua reputação fica intacta.


O que destacam pela negativa no wrestling em 2022?



E assim termina mais uma edição dos “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo site e pelo Telegram do WN, deixar as opiniões aí em baixo, sugerir temas e tudo mais. Se tudo correr bem, para a semana cá estarei para vos desejar um Bom Natal e para trazer até vós uma edição… mais natalícia, se houver tema para isso.


Peace and love, até ao meu regresso!

Com tecnologia do Blogger.