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Lucas Headquarters #55 – AEW e ROH: Um só corpo e uma só alma


 

Ora então boas tardes, comadres e compadres! Como estão? Sejam bem-vindos a mais uma edição dos “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias! Porra, que estes últimos tempos têm sido loucos: É a guerra na Ucrânia, é os combustíveis a aumentar, é o Cesaro a sair da WWE e, como se isso não fosse suficiente, Tony Khan decide fazer uso das muitas finanças que tem e compra a Ring Of Honor…


Sim, foi mesmo isso que acabaram de ouvir: Tony Khan, o manda-chuva da AEW, comprou a ROH. E, com isto tudo, ganhou um duelo de titãs, já que a WWE também já a tinha tentado comprar, sem grande sucesso. Portanto não é descabido dizer que os responsáveis da empresa aproveitaram, de certa forma, o falhanço da sua concorrente, o que os deixou em posição privilegiada para fazer uma oferta muito mais “consistente” – se é que este termo pode ser utilizado aqui – e vantajosa.




Mas a compra da Ring Of Honor não é, na minha opinião, uma manobra de mercado per se. Há muito mais coisas por detrás da compra da empresa do que aquilo que podemos imaginar. Como é óbvio, muitos de nós estamos um pouco a leste disso, porque se calhar não somos espectadores assíduos da ROH e muita gente até há pouco tempo nem fazia ideia da sua existência, mas há toda uma espécie de passado histórico que dá a Ring of Honor um certo reconhecimento.


Vejamos: Tyler Black, The American Dragon Bryan Danielson, Samoa Joe, CM Punk, Kevin Steen, El Generico, Punishment Martinez. Certamente que todos estes nomes vos soam familiares, certo?


Então e se eu vos disser que todos estes nomes correspondem aos wrestlers que atualmente (ou num passado recente) conhecemos como sendo Seth Rollins, Daniel Bryan, Kevin Owens, Sami Zayn e Damian Priest?










Pois é, muitos dos grandes nomes do wrestling atual, quer da WWE, quer da AEW, vieram daqui. Contudo, neste exercício de revisionismo histórico, a empresa de Vince McMahon leva clara vantagem em relação à sua concorrente, sobretudo porque mesmo nos casos que envolvem Bryan Danielson e CM Punk, estes alcançaram um grau considerável de sucesso na WWE antes de aparecerem na All Elite.


Danielson terá, certamente, garantido um lugar numa classe qualquer do WWE Hall of Fame daqui a uns anos (lugar esse que é reforçado pelo facto da esposa e da cunhada, Brie e Nikki Bella, já serem Hall of Famers, tal como deverá acontecer, suponho, com Michelle McCool e o soon-to-be WWE Hall of Famer Undertaker). 


CM Punk também caminharia para esse reconhecimento, mas as quezílias de 2014 que ditaram a sua saída da WWE e a sua primeira retirada do wrestling, certamente lhe terão ditado a sentença.




Muito se tem discutido sobre o que acontecerá depois desta compra. Continuará a ROH a operar ou será aglutinada tal como a WWE fez com a WCW no início do século?


Muito honestamente, não acho que faça sentido que a ROH siga o mesmo caminho da WCW e acabe por ser aglutinada pela empresa compradora. Monopolizar o wrestling nunca nos leva ao bom caminho, e temos na própria WWE um exemplo disso, mesmo que agora surjam novas formas de concorrência a um ritmo cada vez mais rápido (basta ver que dois ex-talentos da WWE, EC3 e Adam Scherr (fka Braun Strowman) fundaram a Control Your Narrative, nova empresa de wrestling).




Em segundo lugar – e esta é a razão principal, a meu ver – a AEW recebe cada vez mais e mais wrestlers, quer sejam wrestlers que querem dar continuidade à sua carreira ou wrestlers que querem lançá-la. Não vamos mais longe: Cesaro já é fortemente apontado à All Elite e Jeff Hardy deverá estrear-se em breve, numa manobra de mercado que era previsível (até porque Matt Hardy já lá está há dois anos, pelo menos).

Colocar lá uma miríade de wrestlers da ROH iria sobrelotar o roster, dificultar o processo criativo e tirar tempo de antena a dezenas de wrestlers que dele precisam como do pão para a boca. Seria mais ou menos como ter demasiadas vedetas numa equipa de futebol quando podem jogar apenas onze por cada jogo – claro que ninguém iria ficar contente.




E depois há o caso Cody Rhodes, que já aqui mencionei há duas edições. Ora se diz que as negociações com a WWE falharam, ora se diz que a empresa está a fazer bluff e que está a guardar Rhodes para a Wrestlemania.


Se as negociações com a empresa de Vince McMahon não foram bem-sucedidas e se a ROH for usada como território de desenvolvimento como se prevê, quem é que diz que Cody não poderá voltar à AEW para ter um papel mais ativo no desenvolvimento da ROH como empresa que prepara os talentos do futuro para os grandes palcos do wrestling? O pai, Dusty Rhodes, fez isso no NXT, e é graças a ele, em parte, que o NXT foi, em tempos, a melhor coisa que a WWE produziu.




E vocês, o que têm a dizer sobre a compra da Ring of Honor por parte da All Elite Wrestling?


E assim termina mais uma edição do “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pela página e pelo site do WN, deixar a vossa opinião nos comentários, tudo o que sabem fazer melhor. Para a semana cá estarei, se tudo correr bem, com mais um artigo!


Peace and love, 
e até ao meu regresso!





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