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Lucas Headquarters #50 – Free Ali


Ora então boas tardes, comadres e compadres! Sejam bem-vindos a mais uma edição dos “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias, e nesta semana atingimos um número redondo, cinquenta edições! Cinquenta, quem diria! Houve alturas em que duvidei que era possível chegar a este número (porque a vida por vezes não mo permitia) mas, já que aqui estamos, estou pronto para mais cinquenta e espero que todos vocês também!


Para ajudar à festa, estamos em fim-de-semana de Royal Rumble, ou seja, já podemos ver a Wrestlemania no fundo do nosso horizonte! Como pode isso não ser bom?


Mas, por estranho que pareça, a edição desta semana é um pouco… Anticlimática. Podia ser contra as alterações climáticas, mas felizmente também não é, porque com coisas sérias não se brinca. Se calhar todos vocês esperavam que, em fim-de-semana de Royal Rumble, eu falasse precisamente sobre o PPV em questão, mas a verdade é que há um certo tópico que, por toda a controvérsia e polémica que tem gerado nos últimos dias, quase que ofusca o brilho do início desta Estrada para a Wrestlemania.

Falo-vos da situação que envolve Mustafa Ali e a WWE.



E esta situação traz-me à memória o artigo da semana passada, onde comparei Vince McMahon a um déspota (muito pouco) esclarecido. E, para surpresa de ninguém, Vince McMahon volta a dar-me razão.


O caso de Ali não é o primeiro, certamente não será o último, mas para além do artigo da semana passada, há outro caso que de repente revive na nossa memória e que nos faz, em tudo, lembrar a situação que Mustafa Ali atravessa: Lembram-se do caso de PAC (fka Neville)?



Para quem não se recorda, o caso de Neville foi muito semelhante ao de Ali, com uma diferença aqui e outra ali, mas o common ground nas duas situações é que tanto Neville como Ali foram feitos “reféns” da própria empresa. 


A WWE inicialmente negou qualquer tipo de quezília entre os responsáveis da empresa e o britânico, mas o facto é que a ferida estava infetada e já não havia cura possível. Ainda existiram conversações, ainda houve uma réstia de esperança (que a esperança, essa, é sempre a última a morrer, e nisso é tal e qual a uma sogra), mas em Janeiro de 2018, a WWE congelou-lhe o contrato e amordaçou-lhe a carreira. 


O caso de Ali é ligeiramente diferente no sentido em que, para já, ainda não há congelamento de contrato, mas também não parece haver muita vontade por parte da própria WWE em encetar conversações para enterrar este machado de guerra.


A questão aqui tem a ver com a forma como a WWE tratou Mustafa Ali. E que não é diferente da forma como a empresa trata muitos dos seus wrestlers.


Senão vejamos: Ali é, sem querer desmerecer outros wrestlers, dos homens com mais talento que o roster da WWE possui. O seu estilo high-flyer e o seu move-set são cativantes e excitantes, embora a sua personagem possa não o ser assim tanto. Mas a WWE nunca esteve muito virada para ele. Sabem porquê?


Porque Ali tem talento a mais para ficar apenas restringido a típica gimmick clichê de anti-americano que a WWE já se fartou de usar vezes e vezes sem conta. 


E a própria empresa é limitada nesse aspeto: Com tantas personagens que os seus wrestlers estrangeiros podem encarnar, a WWE não consegue ver para além de uma gimmick que pode ter consequências até fora dos ringues.  Ou não se lembram do valente fiasco que foi a personagem de Mohammed Hassan, o segmento da reza e dos cinco homens mascarados contra o Undertaker, e todas as conotações terroristas que isso gerou (até porque, três dias depois, houve atentados em Londres)?




A confirmação de que a WWE havia desistido de Ali veio com o desastre que foi o booking dos RETRIBUTION. E, voltando ao episódio 20 deste espaço, a WWE esteve bastante bem em revelar Mustafa Ali como líder (é sempre bom ver o lado diferente de um wrestler, especialmente de um wrestler que pensávamos só ter um lado bonzinho), mas depois não soube aproveitar a surpresa desse anúncio, sacrificando-os a outros wrestlers com bastante currículo.



Depois, ainda veio a parelha com Mansoor. E tinha tudo para correr bem, afinal, os estilos são semelhantes, as origens também… podíamos ter aqui uma dupla que não só revelaria Mansoor como um wrestler mais ou menos decente, mas finalmente colocava o wrestling oriental no mapa e mostrava que era possível que os wrestlers que vêm de contextos sociais mais austeros podem ter uma oportunidade de entrar num ringue.




Mas como é que se pode aproveitar todo o potencial de uma dupla assim se mal começa e já está a acabar? Essa é uma pergunta à qual nunca saberei responder.


Enfim, o que interessa saber aqui (e para rematar a edição desta semana) é: Qual será o futuro de Ali?


Brilhante não será, com certeza. Da forma como as coisas estão, e não querendo a WWE deixá-lo sair, é bastante provável que a WWE acabe por torná-lo num refém, tal e qual como fez com PAC. Porque é que a WWE anda a prender Ali, perguntam vocês? 


Simples, sabem que este terá muito mais sucesso fora da empresa do que lá dentro, porque fora da WWE não há déspotas, não há acusações de ser “demasiado bonzinho” como já ouvi por aí, não há estereótipos anti-americanos. Há a arte do wrestling. Apenas e só a arte do wrestling.


O que acham que a WWE poderá vir a fazer com Mustafa Ali no futuro? Porque acham que a empresa recusou a sua saída?


E assim termina mais uma edição dos "Lucas Headquarters"! Não se esqueçam de passar pela página e pelo site do WN, deixem a vossa opinião nos comentários, e para a semana, se tudo correr bem, cá estarei com mais um artigo.


Peace and love, e até ao meu regresso! Bom Royal Rumble!

 



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