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Undisputed Article #10 - A Jóia da Coroa Pouco Reluzente



Olá, sejam bem-vindos à décima edição (TEN! TEN! TEN!) do “Undisputed Article”, onde são abordadas diversas situações no mundo do Wrestling atual. E mais atual do que isto não há, visto que este PPV foi hoje à tarde e troquei a companhia da minha namorada para ver um evento que estava na cara que não ia trazer nada de novo a longo prazo, mas que mesmo assim me obrigo a ver. Estou a falar obviamente do Crown Jewel.

Este evento tinha tudo para ser um marco histórico na WWE, porque mais uma vez, voltaram a ter os part-timers todos em ação. Porém não foi isso que aconteceu, derivado de muitas situações políticas que envolveram o Reino da Arábia Saudita e a Comunidade Internacional que deixaram sob fogo a WWE e a realização deste evento.

O evento realizou-se na mesma, para desagrado de muitos, mas não conseguiu entusiasmar-me a mim em particular e, pelo que já li por aí fora, não fui o único a ficar pouco contente com a apresentação do Crown Jewel. Apesar da ação no ringue ter sido decente até um certo período, não foi algo digno das centenas de milhões de dólares que a WWE recebeu pelo PPV.



O primeiro combate da tarde foi Nakamura vs Rusev pelo título dos Estados Unidos. Um combate entre um dos wrestlers mais over da WWE (ainda), Rusev, que conseguiu receber muito apoio das bancadas, contra um Nakamura que ainda não se sabe muito bem o que anda a fazer com aquele título.

Apesar de tudo, foi um combate digno de pre-show, com um finish muito estranho em que Nakamura safa-se do “Accolade” de Rusev, desferindo-lhe uma cabeçada nos “tomates” (?) mesmo à frente do árbitro e não causou desqualificação. Enfim, mais um finish estranho num combate do Nakamura, algo a que já me habituei, infelizmente.

Na abertura do main card, foi apresentado o anfitrião do Crown Jewel desta tarde, que é nada mais nada menos do que o “Immortal” Hulk Hogan. Um racista num pais racista. Faz todo o sentido. Hogan disse as suas frases feitas, o público aplaudiu e depois seguimos todos com a nossa vida.


No main card a sério, os primeiros quatro combates foram todos relativos à primeira ronda do “World Cup” da WWE (recuso-me a dizer que é para coroar o melhor do mundo, não sou o Michael Cole nem o Tom Phillips), e, em termos de ação em si mesma, até achei razoável. No primeiro combate tivemos Rey Mysterio vs Randy Orton. Bem, se o Orton esteve num combate, já podemos esperar que não foi nada demais. (Para mais informações sobre esta minha frase, leiam o meu artigo #2, em que explico o porquê de não gostar do Orton).

De referir que gostei muito do primeiro spot em que o Orton faz um dropkick enquanto Rey voava desde a corda superior e que o finish é um Victory Roll modificado que foi completamente botchado pelo Rey. Ah, e como se não bastasse, Orton atacou Rey Mysterio no fim do combate, como se isso fizesse algum sentido num torneio de uma noite.

No segundo combate foi Jeff Hardy vs The Miz. Foi para mim o melhor combate do torneio, ambos os lutadores imprimiram velocidade nas suas manobras, foram intensos, embora pouco inovadores, porque apenas usaram os moves que têm no seu arsenal. Foi um perfeito combate razoável e que culminou com o The Miz a ganhar com o “Skull Crushing Finale”.


No terceiro combate foi Kurt Angle vs Dolph Ziggler. Ambos os lutadores fizeram aquele show off de Wrestling olímpico que durou cerca de 30 segundos. Enfim. De referir também que Ziggler fez o kick out do Angle Slam e conseguiu reverter por duas vezes o Ankle Lock. No fim, aplicou o “Zig Zag” e ganhou via pinfall.

No último combate da primeira ronda, foi Bobby Lashley vs Seth Rollins. Mais uma demonstração de força de Lashley, a dominar 90% do combate e no fim a perder para o “Stomp” de Rollins. Ou seja, uma repetição dos combates que tem tido contra Finn Bálor na Raw.

Depois foi tempo de uma pausa no torneio para entrarem em ação The Bar e The New Day, que competiam pelos títulos de tag-team da SmackDown Live. Que, sejamos sinceros, são os únicos títulos de tag-team que interessam de momento, visto que na Raw só há uma tag-team minimamente decente e até o nome lhes encurtaram, de Authors of Pain para simplesmente AoP. Mais um grande “enfim”.


O combate em si foi muito mas muito fraquinho. Estas equipas são capazes de muito mais, já demonstraram no passado que conseguem fazer magia quando têm liberdade para tal. Mas pronto, os New Day andaram num tapete voador (sim, um tapete voador, foi essa a entrada especial deles…), e no fim Big Show (que estava no canto dos The Bar) deu um murro em Big E forte o suficiente para depois levar com um “Brogue Kick” nas trombas e perder o combate e a sua desforra pelos títulos.

Findo este combate, voltamos ao World Cup com as meias finais. Desta vez foi Rey Mysterio vs The Miz a competirem por um lugar na final. Ambos os lutadores estiveram bastante bem a vender as lesões contraídas nos combates da primeira ronda, e foi outro bom combate, digno de mid-card de PPV da WWE.

O finish também foi bastante bom, com Rey Mysterio, que tinha sido atacado na zona lombar, tanto por Randy Orton no combate anterior como por The Miz neste, a fazer o kick out ao “Skull Crushing Finale” mas a não resistir a um levantar de joelhos de The Miz na tentativa de fazer o seu característico “Drop The Dime” depois do “619”.Faz sentido perder, não por um finisher que não afeta a zona em que foi atacado, mas por um que reforça anteriores lesões.


Na segunda meia final, Seth Rollins defrontou Dolph Ziggler. Também foi um combate razoável, mas muito fraco se compararmos com os combates anteriores que estes dois já tiveram um com o outro. Não foi de todo um mau combate, mas podia e devia ter sido melhor.

De referir que algo me pareceu bastante errado em Seth Rollins, visto que ele aparentava ter sofrido uma lesão na zona do pescoço. Esperemos que não seja nada de grave, mas acho que pode mesmo ser, visto que, apesar de ele se estar constantemente a queixar, não foi parte integrante das manobras ofensivas de Ziggler, dando a entender que pode ser algo sério. Assim, Ziggler ganhou com um Super Kick, após interferência de Drew McIntyre.

Mais uma pausa no torneio, e logo com um combate pelo título da WWE, entre AJ Styles e Samoa Joe, que substituiu Daniel Bryan no alinhamento do PPV. Um combate que me deixou triste com o estado do título da WWE, que neste momento é tratado como um título de mid-card. É ridículo ao ponto que isto chegou.


Foi um combate entre dois excelentes wrestlers que já tiveram combates bastante bons um com o outro e que fizeram nada de extraordinário. Foi um combate simplesmente banal. Banal!! Quando tens A Máquina Samoana de Submissões de um lado e O Fenomenal do outro. É absurdo estes dois só darem combates banais. Podem e TÊM de fazer mais, para nosso bem. AJ ganha com o “Phenomenal Forearm” e mantém-se campeão.

Agora avançamos para a desilusão da noite. Meu Deus, que se existisse, castigaria a WWE e bem. Combate pelo Título Universal entre Brock Lesnar que aparece de meio em meio ano e Braun Strowman que precisa muito de uma grande vitória para ser levado a sério. Quem ganha? Exato. Quem não precisa.


Brock Lesnar, após 5 “F-5”, um deles para fora do ringue, e após um ataque pelas costas antes do início do combate da parte de Baron Corbin a Braun Strowman, consegue ganhar o Título Universal pela segunda vez na sua carreira. O maior ENFIM possível para isto. Nem tenho palavras para descrever esta situação. É só horrível. Avancemos.

E avancemos para O GRANDE COMBATE DA TARDnão. Seria o grande combate da tarde, não tenho dúvidas, mas o que sucedeu não só foi horrível como deitou fora uma tarde da minha vida. Sim, porque depois do que aconteceu aqui, não valia a pena ter visto o que vi antes. A história da Final (sim, da FINAL) do World Cup foi a seguinte:


Enquanto que o árbitro expulsava Drew McIntyre da zona circundante do ringue, The Miz aproveitou para atacar Ziggler pelas costas. Durante esse ataque, The Miz parece ter-se lesionado a sério e gravemente no tornozelo direito. Ao que a solução lógica era brindar Ziggler com a vitória porque o seu adversário estava inapto para competir e até a sua incapacidade surgiu num ataque cobarde à sua pessoa.

Porém, a WWE não se rege por lógica. Não se rege por quaisquer regras de sentido e de bom-senso. A WWE é só ridícula. O que é que fez? Shane McMahon, que NEM SEQUER TINHA ENTRADO NO TORNEIO, ENTROU DIRETAMENTE PARA COMPETIR NA FINAL E GANHOU!!!!!!!! Juro, estou só cansado desta fantochada de “Sports Entertainment”. E, conclusão, Shane McMahon ganhou o combate com o seu “Coast to Coast” e é o melhor do mundo. Afinal, aqui é que se aplica o maior ENFIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM!!!!

Depois desta debacle, vieram os DX. E os Brothers of Destruction. Yay, nostalgia. Foi mais um combate que só valeu pelos nomes que estavam lá no ringue. Porque em termos de combate, foi apenas mais um combate razoável numa tarde que já tinha sido razoável e passou a ser horrível em apenas dois combates.


Resumindo e concluindo, a WWE precisa de tomar um novo rumo. Não, não é ser vendida ao príncipe saudita, como já há rumores a circular sobre isso. É mesmo tomar um novo rumo criativo. Sofrer remodelações estruturais na sua apresentação e na sua maneira de contar histórias. Senão, arriscam-se mesmo a perder espectadores.

E eu serei um deles. Estou farto de não gostar de ver WWE e eu adoro Wrestling. Eu adoro NXT, eu adoro o 205 Live, eu adoro Lucha Underground, e estou só a detestar tudo o que me é apresentado no plantel principal, inclusive estes shows que deviam deixar-me vidrado e que no fim de contas só me deixaram enfurecido com a situação.

Fica então aqui registada a minha opinião sobre o Crown Jewel, naquele que foi sem dúvida o meu artigo mais extenso de sempre. Se aguentaram até aqui, muito obrigado. E deixem as vossas opiniões também na caixa de comentários, tanto aqui no blog, como lá no Facebook. Não se esqueçam de partilhar e para a semana volto com mais uma opinião sobre o Wrestling atual. Até para a semana, “BAY-BAY”!
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