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15 Anos... 15 Palavras ou Frases que fazem lembrar o nome Ring Of Honor (2ª Parte)


A Ring of Honor apresentou nesta madrugada do dia 11 de Março um PPV a comemorar o seu 15º aniversário de existência e durante estes 15 anos, muitas palavras ou frases nos vêm logo à cabeça, mais quais em particular?

Três colaboradores do Wrestling Notícias que mais conhecem a ROH decidiram aceitar o desafio e visto que eles celebram 15 Anos de existência, decidimos nomear 15 palavras/frases que nos vieram à cabeça e o porquê!

A primeira parte já foi publicada, mas ainda ficou a faltar mais 8 palavras ou frases, portanto aqui deixamos a 2ª de 3 partes deste artigo…



Jim Cornette

Cornette esteve envolvido com a ROH já há muito tempo, atuando como comissário da empresa durante a rivalidade lendária entre ROH e CZW, por exemplo. No entanto, seu papel mudou completamente quando se tornou o “booker” junto de Delirious após a demissão de Adam Pearce no fim de 2009.

A passagem de Cornette na empresa não foi bem-recebida pelos fãs de longa data da Ring of Honor. Com Gabe Sapolsky no leme, eram costumeiras rivalidades de estilo moderno e legítimo e jovens talentos do circuito independente tendo chances de aparecer e serem reconhecidos.

No entanto, os leais fãs foram servidos com angles que viajaram no tempo desde os anos 80, como fins de lutas envolvendo panos de clorofórmio e Kevin Steen contratando advogados obviamente falsos; além de antigos lutadores da WWE que já passaram do prazo como Matt Hardy e os Headbangers (apesar desse último problema perdurar até hoje em várias empresas).

Cornette deixou a empresa em 2012, após fortes conflitos com outros executivos da empresa. Não há dúvida que ele deixou um gosto ruim na boca dos fãs, porém ele também foi uma peça importante na compra da ROH pelo Sinclair Broadcast Group, o que pode ter salvado a empresa que sofria graves problemas financeiros na época (meados de 2011).



Parcerias

Muitos dos momentos memoráveis da Ring of Honor não foram apenas obra da empresa em si. Uma qualidade da ROH é que ela nunca hesitou em colaborar com outras federações para dar aos fãs o que eles queriam ver, apesar de atualmente isso ser um grave problema a longo prazo.

Um conflito que muitas vezes é citado como a rivalidade melhor estruturada da história do Wrestling é ROH vs CZW. Ambas as empresas eram baseadas na Filadélfia na época, e um conflito muito realista entre Bryan Danielson (do lado da ROH) e Chris Hero (do lado da CZW) foi a faísca que começou um grande incêndio.

A rivalidade alavancou não apenas a popularidade das empresas em si, como de muitos lutadores que estavam envolvidos, como Hero, que já foi mencionado. Com toques sutis exímios como seções separadas da plateia para fãs da ROH e CZW em eventos conjuntos, a coisa toda culminou numa Cage of Death match onde o Team ROH (Ace Steel, Adam Pearce, BJ Whitmer, Bryan Daniels, Homicide e Samoa Joe) conseguiram levar a melhor sobre o Team CZW (Chris Hero, Claudio Castagnoli, Eddie Kingston, Nate Webb e Necro Butcher).

Outros momentos notáveis que advém de parcerias são aqueles envolvendo a Pro Wrestling NOAH: ambas as empresas, junto de outras como ZERO-1, WLW, DDT e K-DOJO formavam a Global Professional Wrestling Alliance. Como o nome sugere, elas trocavam talentos frequentemente e trabalhavam juntas para todas crescerem no vasto mundo do Wrestling.


O combate mais notável nascido dessa parceria foi Samoa Joe vs Kenta Kobashi, em 2005. Kobashi, um dos maiores lutadores da história do Japão e do mundo (na mente de muitos, o melhor de todos os tempos), foi para os EUA enfrentar Joe em um salão de hotel na frente de 800 fãs insanos em Nova York na luta favorita da carreira de Joe (na opinião dele mesmo).

Outros nomes importantes da NOAH que atuaram na NJPW são Naomichi Marufuji, que até hoje é um grande nome na empresa japonesa, KENTA, atualmente conhecido como Hideo Itami na NXT, ganhou grande parte de sua popularidade na internet por suas performances na ROH. O lendário Mitsuharu Misawa também apareceu poucas vezes na Ring of Honor, e Takeshi Morishima chegou até a se tornar ROH World Champion em sua passagem pelos EUA.

Atualmente, a ROH possui uma parceria com a New Japan Pro Wrestling. A NJPW é muito popular nos EUA atualmente, e a ROH costuma depender disso para terem boa audiência em seus shows ao invés de criar estrelas por conta própria. No entanto, com a recente expansão da NJPW por conta própria nos EUA, há grande chance que a ROH seja abandonada pela NJPW, e então, tendo sua popularidade costeado bastante recentemente, é possível que uma das grandes qualidades da Ring of Honor acabe sendo um grande mal.



Grandes Rivalidades

Além de muita gente talentosa dentro do ringue, o que separou a ROH de tantas outras independentes por muitos anos foi a excelente qualidade da parte criativa, especialmente Gabe Sapolsky. Afinal de contas, não basta ter dois bons lutadores para uma rivalidade lendária, é necessário alguém com boas ideias e que saiba organizar os eventos em ordem.

Possivelmente a rivalidade mais notória da ROH foi a da empresa inteira contra a Combat Zone Wrestling. Tendo ocorrido entre 2005 e 2006, ela alavancou muitos lutadores e ambas as empresas para uma posição melhor, como já comentado antes.

Outra rivalidade lendária lembrada até hoje pelos fãs da ROH é aquela de Jimmy Jacobs e BJ Whitmer. Eles eram parceiros de duplas, no entanto Jacobs se apaixonou pela manager deles, Lacey, e isso lhes custou muitos combates. BJ atacou Jacobs, encerrando o time, e eles tiveram muitos combates por praticamente um ano até a rivalidade culminar em uma luta na gaiola. Um ponto memorável dessa rivalidade foi um insano “Powerbomb” da terceira corda em cima da plateia de BJ em Jimmy.

Outra rivalidade inesquecível é Samoa Joe vs CM Punk em 2004. Uma história bem simples; um queria provar que podia superar o outro no ringue. O que levou a rivalidade para o próximo nível foi o nível de seus combates. Os dois primeiros encontros entre os dois foram empates devido à expiração do limite de tempo de uma hora. No terceiro, Samoa Joe finalmente conseguiu derrotar Punk para reter o seu cinturão.

A busca de Homicide pelo ROH World Title em 2006 também deve ser lembrada. Ele teve problemas com Bryan Danielson desde os primeiros dias da empresa, e ambos se enfrentaram em uma Best of 5 Series que Bryan venceu. Quando Bryan se tornou World Champion, Homicide teve uma chance contra ele porém o juiz parou o combate, o que deixou Homicide muito frustrado.

Homicide prometeu que iria vencer o cinturão até o fim do ano, ou sairia da empresa. Depois de conseguir outra chance contra Danielson por ser o homem que deu a vitória à ROH na rivalidade contra a CZW, Homicide finalmente derrotou Danielson no “Final Battle” e se tornou o campeão para a loucura da plateia e a sua estadia na empresa.

Algo notável de todas essas rivalidades é que elas são todas de 10 anos atrás ou mais. Recentemente, a ROH ainda tem rivalidades boas aqui ou ali (Adam Cole vs Kyle O’Reilly, por exemplo, até o final anti-climático no Tokyo Dome), porém, no geral, ela não é a mesma empresa que já foi antigamente nesse quesito também. Por exemplo, a principal história do ano passado foi a ascensão do Bullet Club na Ring of Honor, algo reciclado da NJPW já faz muito tempo.

O nome ROH sempre lembrará essas grandes rivalidades, isso não se discute. Porém, quando será que a ROH proporcionará a próxima rivalidade que ficará na mente dos fãs daqui a 5, 10 anos? Isso sim é uma boa pergunta.



Criação de Futuras Estrelas

É bem curioso ler-se a lista de ROH World Champions: Low Ki, Samoa Joe, Austin Aries, CM Punk, James Gibson, Bryan Danielson, Tyler Black, Roderick Strong, Kevin Steen. Todos esses nomes ou já tiveram uma passagem pela WWE ou são grandes estrelas lá atualmente, isso tudo depois de vencerem o cinturão. Isso sem falar de outros como os American Wolves ou Jay Briscoe que só não foram porque não quiseram e lutadores da ROH que não foram campeões mundiais, como Chris Hero e Claudio Castagnoli, mas estão lá.

Isso não é coincidência. Claro, não é porque alguém foi contratado pela WWE que ele é um bom wrestler, porém, o sucesso dos ex-lutadores da ROH na empresa são um grande indicativo de que a ROH não só recrutou grandes lutadores para seus eventos ao longo da história, mas que eles deram a oportunidade para esses talentos crescerem e mostrarem todo o seu potencial.

O grande responsável por dar essa chance para todos esses caras foi o antigo “booker” da ROH, Gabe Sapolsky. As boas rivalidades que envolveram toda essa gente talentosa foram o fator que fez a diferença entre a ROH e várias outras independentes; os lutadores não apenas tinham todo o tempo do mundo para montar seus combates bem e executá-los com maestria, mas as rivalidades empolgantes tornavam os eventos ainda mais interessantes e populares, fazendo com que o talento brilhasse ainda mais e fosse mais reconhecido.

Infelizmente, esses dias já se foram. Exceto por Marty Scurll e Will Ospreay, a ROH não costuma dar muitas chances para quem fez o nome no circuito independente fora da ROH, a menos que eles paguem para ir para os “training seminars” que a empresa oferece atualmente. Então, a ROH se recusa a contratar lutadores baratos que estão bem na cara deles e adorariam a chance para colocar na TV semanal, por exemplo, Cheeseburguer e Will Ferrara.

Além disso, a parte criativa da empresa não é mais o que era antes. Por exemplo: Cedric Alexander. Em dois combates fez seu nome durante o Cruiserweight Classic. Como é possível que não havia ninguém falando dele nos dois, três anos anteriores de sua carreira? Simples, estava envolvido em histórias curtas, sem sentido e que não levavam a lugar nenhum.

A Ring of Honor não é mais o que era antes em muitos quesitos, e um deles é a habilidade de criar novas estrelas. Ao contrário, a ROH depende de lutadores que estão lá faz mais de 10 anos e da NJPW para suprir essa necessidade. Para o futuro da empresa, é ideal que isso mude logo.


E assim terminamos a 2ª parte deste artigo… para quem é fã da ROH há já muitos anos ou até mesmo aqueles que são fãs recentes, quais são as palavras/frases que vos vêm à cabeça ao falarem de ROH?

Artigo escrito por FaBiNhO, Leo C e Diego Meira
Com tecnologia do Blogger.