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Brock Lesnar: Death Clutch - Parte II (Cap. 7) | Literatura Wrestling


Com o objetivo de divulgar histórias contadas pelos próprios lutadores em livros adaptados e traduzidos pelos colaboradores deste blog, a Literatura Wrestling trás, nestes próximos meses, toda a vida de uma das estrelas mais conhecidas no mundo do wrestling atualmente num só livro.

Semanalmente será publicado uma parte do livro "Brock Lesnar: Death Clutch", escrito e publicado em 2011 pelo próprio Brock e por seu amigo de longa data, Paul Heyman, começando pelo prefácio e acabando nos agradecimentos (parte final do livro). Esperemos que gostem das histórias!


Parte II: The Next Big Thing
Fé, Família, Federação

Eu lembro-me da minha primeira reunião com a WWE. Eu tinha 22 anos, e Vince McMahon pagou a mim e ao meu advogado o voo para Connecticut. Assim que aterrámos, havia uma limusine à nossa espera para nos levar à sede mundial da WWEem Stamford. O local era um pouco diferente dos ginásios que eu costumava frequentar, e parecia como se um concerto de rock tivesse colidido com um museu de wrestling. Havia televisões a mostrar diversos momentos da WWE. Havia heavy metal a tocar no sistema de som. Pósteres de “WWE Superstars” pendurados nas paredes. Havia o ginásio mais moderno possível e uma sala de musculação, uma cafeteria com o serviço completo e um estúdio de produção de televisão. Para um garoto da quinta, vindo de Dakota do Sul, era algo realmente impressionante.

Para aqueles que não sabem, Vince McMahon é mundialmente famoso, e é rico. Muito rico. Desde os anos 1980 que ele tem aparecido nacionalmente na televisão todas as semanas com os seus próprios programas, e ele é a cara da WWE. Mas para além do “papel“ de presidente da WWE que ele desempenha na TV, ele é o dono e a mente criativa por trás de toda a companhia. Vince é o chefe absoluto. Nada acontece na companhia, sem que ele diga a sua opinião. Ele é grande, do tipo fisiculturista, com cabelo escuro e liso e uma voz forte. Ele é maior que a vida, e pode vender sorvete de neve aos esquimós. Mas eu não era um fã de pro-wrestlng naquela altura, portanto, tudo o que via quando entrei naquela sala, era a pessoa que poderia assinar os meus cheques de pagamento.

Vince estava ao lado do seu advogado, Ed Kaufman; Gerald Brisco; e Jim “J.R.” Ross. Kaufman era o típico corporativo, e parecia estar fora do contexto. Brisco era um ex-wrestler amador e profissional, que trabalhava atrás das câmaras nas gravações para a TV, e era o caçador de talentos da companhia. J.R. era quem apresentava e comentava os programas de TV e também era — naquela altura —o vice-presidente executivo de relações de talentos.

Nós sentámo-nos todosnuma mesa larga de reuniões no escritório espaçoso de Vince. Eu não me lembro de todos os detalhes da reunião, mas há um momento que eu nunca mais irei esquecer.

Enquanto Vince e a sua equipa estavam a explicar o que eu podia esperar da vida na WWE (lembrem-se de que ainda era WWF, ou World Wrestling FEDERATION, na altura), J.R. inclinou-se sobre a mesa, olhou-me diretamente nos meus olhos e disse, com seu modo pausado de Oklahoma: “Sr.Lesnar, aqui há três coisas que levamos muito a sério nesta companhia: Fé, Família e Federação.” Eu não fazia a mínima ideia do que ele estava a falar, portanto eu simplesmente acenei com a cabeça.

Com toda a certeza, entendi após alguns anos na estrada, porque naquela altura, eu pensei que tinha perdido a minha fé... eu não tinha uma família, porque estava semprena estrada durante 300 dias por ano... e tudo o que eu tinha era a Federação. É assim que Vince McMahon consegue ser dono de todas essas pessoas. Tudo o que eles têm é a companhia, aquele negócio. Tudo o que eles têm, é o que Vince permite que eles tenham.Ele é dono das suas carreiras e as suas carreiras tornam-se nas suas vidas, e é assim que ele os possuí.

É um círculo vicioso. Essas pessoas sacrificam-se, sacrificam-se e sacrificam-se. Então eles conseguem, o que significa que têm de trabalhar 300 dias por ano, numa cidade diferente todas as noites. E é aí que eles perdem as suas casas e as suas famílias. Eles trabalham até morrerem, a pagar casas que raramente visitam, por filhos que eles quase nunca vêem e por ex-esposas e as casas das ex-esposas.

Mesmo bem cedo, eu pude perceber que não era assim que eu gostaria que as coisas acabassem. Mas tenho que dizer, entre a primeira reunião com Vince e a última vez que apertei os atacadores das botas de wrestling, foi uma tremenda viagem selvagem.

Traduzido por: Kleber (nWo4Life)
Adaptado por: FaBiNhO

No próximo capítulo: Brock Lesnar nos contará sobre seu treinamento no pro wrestling! Se você perder o próximo capítulo, ganhará uma passagem só de ida para Suplex City!
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