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A Alternativa Fenomenal #6 | Como o NXT roubou a atenção da WWE





Saudações a todos, e bem vindos a outra edição da Alternativa Fenomenal. Hoje irei dedicar meu artigo à alternativa da WWE a ela mesma, o NXT. Sei que o assunto NXT é bastante famoso e já foi discutido em vários artigos do WN, mas convém lembrarmos que o produto apresentado pelo território de desenvolvimento da WWE é totalmente diferente do convencional apresentado pela empresa, e muitos, assim como eu, enxergam que a única coisa que torna esse programa algo pertencente à WWE, para além da presença de algumas de suas lendas e superstars, é o logotipo da WWE no nome da brand. Retirando esse logotipo, mal notaríamos que se trata da programação do senhor Vince McMahon, tamanha a diferença entre a qualidade dos shows. 

Considerada por muitos o melhor show semanal da Big E (e um motivo de muita dor de cabeça para a produção dos shows principais), o programa onde são apresentadas ao mundo as futuras grandes estrelas da WWE tem mostrado, semana após semana, que está muito além ser de um simples show de território de desenvolvimento. Com uma produção de grande qualidade, lutadores carismáticos e rivalidades interessantes, vemos aqui uma opção muito boa para aqueles que desgostam do produto atual oferecido pela WWE. Mas porque é tão perceptível a diferença de qualidade entre esse show e as atrações principais da companhia (Raw e Smackdown)? 

Inicialmente, devemos atentar ao trabalho da equipe criativa do NXT. O lead writer da brand é o senhor Ryan Ward, empregado da WWE desde 2009. Seu trabalho é consideravelmente mais simples se comparado aos writers das brands principais, pois cabe a ele cuidar de um show de apenas uma hora de duração, o que lhe permite dar um foco maior na qualidade dos roteiros. Consequência disso, as storylines do NXT são feitas para terem uma grande duração e, mesmo sendo planejadas para longo prazo, não se perdem no meio do caminho, tendo uma progressão muito boa e não se tornando maçantes. Além disso, por participarem apenas de um show semanal de uma hora de duração e de 4 especiais ao ano, os lutadores não sofrem com super-exposição, e conseguem mais tempo para se dedicar com certa tranqüilidade ao seu trabalho. 

Para além do time criativo liderado por Ward, temos uma equipe de treinadores de alto calibre cujos nomes incluem Jason Albert (conhecido como Tensai, Albert, entre outras alcunhas), Billy Gunn, o Hall of Famer Dusty Rhodes e a conhecida lutadora das independentes Sara del Rey. Os recrutamentos ficam a cargo do Hall of Famer Gerald Brisco (que tem feito um ótimo trabalho de scouting, diga-se de passagem) e a palavra final sobre os shows é dada por Paul Levesque, o Triple H, ao qual devemos muito sobre a qualidade dos shows, pois diferente de certo senhor que já deveria ter se retirado dos bookings da WWE (cough, cough... Vince... cough, cough), HHH possui uma visão sobre o wrestling bastante atualizada, e costuma dar aos fãs o tipo de produto que eles desejam. 

O roster do NXT é um show a parte. Contendo grandes nomes do cenário independente aliados a estrelas vindas de outras grandes companhias e criações próprias da WWE, o roster apresenta uma variedade interessante de estilos de combate e personalidades que acabaram por chamar a atenção do público habitual e daqueles que tem o desejo por ver algo diferente do que estão acostumados a acompanhar. Lutadores como Finn Bálor (Prince Devitt), Hideo Itami (KENTA), Kevin Owens (Kevin Steen), Sami Zayn (El Generico), Tyler Breeze, Enzo Amore, Kalisto (Samurai Del Sol), “Big Cass” Colin Cassady, o recém chegado Samoa Joe, entre outros provaram que ainda há combates e rivalidades excelentes dentro da WWE e que existe um futuro brilhante à vista para aqueles que desaprovam o trabalho da empresa. Somando-se a isso, o NXT provou-se um ambiente ideal para reavivar a carreira de lutadores que vinham perdidos no roster principal. Os casos do ex-NXT Tag Team Champion Sin Cara e de Tyson Kidd são os que mais saltam aos olhos, já que devido aos méritos dos criativos do show, lhes foi permitido demonstrar a habilidade de ambos, que era bastante ofuscada pelo mau uso nos programas principais, além de lhes dar a chance de alcançar um merecido sucesso em suas carreiras, especialmente para Kidd, que vinha em declínio desde a separação da Hart Dynasty. 

                          Alguns dos nomes que integram o roster do NXT (apesar de Neville já estar no roster principal)

Outro grande diferencial do NXT está no tratamento dado às suas lutadoras. Com bookings muito bem executados e lutas com boa duração, as Divas do NXT mostraram que realmente ainda existe wrestling feminino de alto nível na WWE, com boas rivalidades e lutas excepcionais, que não perdem em nada para a qualidade dos combates da TNA (outra referência, se tratando de wrestling feminino na programação mainstream). Como possuem um ambiente mais propício, foi proporcionado às jovens lutadoras se desenvolver e mostrar seu talento de forma bastante eficiente, e como resultado, os combates entre elas alcançaram um patamar único de qualidade, que dificilmente será superado no main roster (vocês notam que as coisas são diferentes, quando durante um combate feminino ecoam chants de “This is Wrestling” do público). Não demorará muito até que Bayley, Charlotte, Sasha Banks e companhia, dominem o roster principal e nos deem os combates femininos que os fãs da WWE merecem.

Tendo em vista o trabalho realizado por seus produtores e sua equipe de lutadores, o NXT provou-se uma alternativa mais que eficiente à programação de topo da WWE, agradando não só aos fãs da empresa, como aqueles que não costumam assistir ao Raw ou o Smackdown e desaprovam os rumos que a empresa está tomando. Termino aqui meu artigo sugerindo a todos, mesmos os leitores anti-WWE, que dêem uma chance a este produto, pois é daqui que o futuro da WWE virá e, se tivermos a sorte de que o modelo adotado aqui seja usado nas brands de topo, pelo que podemos ver, será um futuro muito, mas muito promissor. Boa leitura e até a próxima.
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