A Alternativa Fenomenal #1: Lucha Undergorund
Saudações a todos os leitores do Wrestling Notícias. Meu nome é Diego e sou o mais novo membro do blog, e aqui neste espaço que me foi gentilmente cedido, eu pretendo discutir sobre as alternativas que encontramos ao produto da WWE, mais notavelmente a TNA, a New Japan Pro Wrestling (quando me for possível), a Lucha Underground e, porque não, o NXT (eu mesmo sempre vi a programação do NXT como uma alternativa ao que a WWE apresenta)....
Neste meu primeiro artigo, falarei um pouco sobre a mais nova alternativa à WWE, o projeto em solo americano da empresa de lucha libre AAA, a Lucha Underground, uma empresa ainda iniciante, mas que já está mostrando que possui tudo o que é preciso para se tornar uma das grandes do wrestling americano, podendo até mesmo superar a consolidada segunda maior, a TNA.
Mas, o que torna a Lucha Underground tão interessante, a ponto de a mesma ameaçar a posição de nº 2 do que a TNA mantém por tanto tempo? Analisemos alguns pontos a respeito da disgressão americana da AAA:
- Segmentos – Notoriamente, os segmentos da LU possuem características bem próprias se comparado às outras empresas americanas. O estilo mais cinematográfico (conseqüência do trabalho dos produtores executivos Mark Burnett e Robert Rodriguez, conhecidos nomes do cinema americano, e de equipe de produção e direção, que vem fazendo um ótimo trabalho), aliado a textos bem escritos, deram um ar de série de TV aos segmentos. Tal característica mostrou-se uma escolha muito boa, pois os tornou muito interessantes, ao dar um tom mais sério para as interações entre os lutadores fora do ring e por conter um toque noir que pareceu agradar o público americano e mexicano.
- Roster – Tratando-se de um projeto da AAA era mais do que esperado que vários de seus lutadores dessem o ar da graça na programação da Lucha. Blue Demon Jr, Sexy Star, Fenix, Drago, Pentagón Jr, entre vários outros, foram os escolhidos para “apresentar” ao povo americano o estilo mexicano de wrestling, e a eles se juntaram nomes conhecidos das independentes, como Ricochet (Prince Puma), Matt Cross (Son of Havoc), Ivelisse Vélez e Brian Cage, e famosos ex-WWE como Johnny Mundo (John Morrison), Big Ryck (Ezeckiel Jackson) e Alberto el Patrón (Alberto Del Rio). Além destes, outros nomes da AAA também se juntaram posteriormente, alguns lutando como eles mesmos (caso de Angélico e Texano Jr, por exemplo), ou assumindo novas identidades (caso de King Cuerno, que é na realidade o atual campeão cruiserweight da AAA, Hijo Del Fantasma, e de Mil Muertes, que é o ex-campeão mundial por 9 vezes e ex-TNA, El Mesias).
- Estilo de combate – este é o ponto que particularmente mais me agrada na Lucha Underground. Seu estilo é um meio termo entre o wrestling americano e a lucha libre mexicana, e essa combinação proporcionou combates de ritmo rápido, com golpes visualmente bonitos, e boa psicologia aplicada aos mesmos (percebe-se um cuidado no que diz respeito ao selling dos golpes, e na adequação das matches ao contexto das rivalidades a que pertencem), sem conter o exagero comum aos combates de lucha libre. Fruto dessa bem sucedida fusão cultural, tornou-se algo extremamente comum ouvir chants de “This is Awesome” em vários combates, desde os main events, até os combates de mid card.
- Rivalidades – As rivalidades da LU mostram-se com boa progressão e são conduzidas de forma que começam e terminam no momento realmente apropriado, sendo que algumas feuds foram trazidas da AAA, como, por exemplo, a conhecida rivalidade entre Alberto El Patrón e Texano Jr. Além disso, vemos algo bastante diferente do que costumamos ver no wrestling, que seria a inclusão física de wrestlers femininas nas feuds, não apenas como simples valets, ou managers, mas como combatentes, enfrentando os homens de igual para igual no ringue (ou nem tanto assim).
- Pessoal extra-ringue – Também nota-se competência daqueles que exercem funções fora dos combates. No time de announcers, temos dois nomes muito conhecidos: a lenda da WCW e AAA, Vampiro e o ex-WWE Matt Striker, que se mostraram um time com bom entrosamento, conferindo aos combates comentários inteligentes e precisos. No cargo de autoridade da empresa, temos o general manager Dario Cueto, um clássico GM heel, com todos os maneirismos que devem caracterizar um personagem deste tipo (dissimulação, covardia e calculismo, apenas para citar alguns), buscando sempre demonstrar seu poder, mesmo que para isso precise usar de seus asseclas (ou capangas, se preferirem) do The Crew. E como managers, podem ser destacados os trabalhos de Konnan (manager de Prince Puma) e Catrina (manager de Mil Muertes, que tem certo interesse em Fenix), onde o primeiro busca trazer seu protegido babyface para o lado negro, e a segunda aparece como uma figura misteriosa que, ao meu ver, pretende usar ao máximo os lutadores à ela associados (para quê, eu ainda não sei). Vale ainda citar que entre os produtores, encontra-se Chavo Guerrero, que inicialmente estreou-se como lutador, mas que agora segue em funções internas.
Levando esses pontos em consideração, bem como o trabalho com as promos individuais dos lutadores, é perceptível o empenho da equipe da LU em proporcionar uma experiência interessante e inovadora ao público americano e àqueles mais acostumados com o estilo WWE de wrestling. Na questão de visibilidade da empresa, eles possuem contrato com duas networks: a El Rey para transmissões em inglês (disponível em quase 25 milhões de lares americanos) e a Unimás para transmissões em espanhol (disponível em 65 milhões de lares americanos), sendo que o programa passará a ser transmitido pela Univision (infelizmente desconheço a disponibilidade deste canal).
Como podemos ver, a Lucha Underground possui pontos bastante fortes em seu produto e considerando que possui uma maior visibilidade, em pouco tempo possivelmente teremos uma nova empresa na posição de número 2 do wrestling na América, e isso seria algo admirável, dado o pouco tempo de vida que a empresa possui e o fato de seguir um produto diferente daquele que estamos acostumados a ver na WWE e TNA. Termino minha breve análise da Lucha Underground aqui e espero que eu tenha convencido algum dos leitores a acompanhar essa excelente alternativa à WWE. Espero também por críticas (construtivas, de preferência) sobre este meu primeiro artigo e sugestões sobre algum assunto que queiram que eu fale.
PS: Gostaria de dar minhas condolências à família e amigos de Pedro Aguayo Ramírez, conhecido como El Hijo del Perro Aguayo, que infelizmente veio a falecer durante um combate contra Rey Mysterio e Extreme Tiger (com Manik como parceiro de tag). É muito triste ver que mais um grande lutador nos deixa, ainda por ser alguém tão novo e que poderia fazer muito mais pela lucha libre. Descanse em Paz, Perro.