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MMA: UFC 170: Rousey vs. McMann - Antevisão + Pesagens


O UFC 170, segundo pay-per-view da organização no ano, será disputado neste sábado com um evento especial na luta principal. De um lado, a campeã dos pesos galos Ronda Rousey vai igualar a marca de Matt Hughes de defesas consecutivas de cinturão no menor intervalo de tempo. Do outro, a desafiante Sara McMann faz com que o combate seja o primeiro da história do UFC entre dois medalhistas olímpicos....

Outro atleta olímpico em ação no octógono montado no Mandalay Bay Events Center, em Las Vegas, será Daniel Cormier, que estreia como meio-pesado contra Patrick Cummins, que fará sua primeira luta no UFC após uma grande jogada de autopromoção.

A divisão dos meios-médios completa o card principal. O canadense Rory MacDonald e o brasileiro Demian Maia se enfrentam para deixar o vencedor novamente na briga pelo cinturão – e o perdedor com duas derrotas seguidas. Os velhos de guerra Mike Pyle e T.J. Waldburger prometem uma boa pancadaria, provavelmente o que também será visto entre Robert Whittaker e Stephen Thompson.

O card completo do UFC 170 é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-galo: Ronda Rousey x Sara McMann
Peso-meio-pesado: Daniel Cormier x Patrick Cummins
Peso-meio-médio: Rory MacDonald x Demian Maia
Peso-meio-médio: Mike Pyle x T.J. Waldburger
Peso-meio-médio: Robert Whittaker x Stephen Thompson

CARD PRELIMINAR

Peso-galo: Alexis Davis x Jessica Eye
Peso-galo: Raphael Assunção x Pedro Munhoz
Peso-galo: Cody Gibson x Aljamain Sterling
Peso-mosca): Zach Makovsky x Josh Sampo
Peso-leve: Rafaello Oliveira x Erik Koch
Peso-leve: Ernest Chavez x Yosdenis Cedeno

------------------------------------------- Countdown-------------------------------------------



O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 21:00 horas do Brasil e 00:00 horas de Portugal 

------------------------------------------- Antevisão------------------------------------------

Cinturão Peso Galo Feminino: Ronda Rousey (EUA) vs Sara McMann (EUA)

Não faz muito tempo que Rousey esteve em ação pela última vez. Cinquenta e seis dias serão completados no sábado, para ser mais exato. E não foi uma finalização daquelas em poucos segundos o que aconteceu no dia 28 de dezembro. Ela até finalizou (claro) com chave de braço (óbvio), mas teve que lutar pela primeira vez mais de cinco minutos. Ainda assim, teve uma atuação dominante contra Miesha Tate e colecionou o oitavo braço da carreira profissional (aliás, o sétimo, já que Tate foi finalizada duas vezes por Ronda) no terceiro round.

A cada luta, a campeã deixa claro que o hype gerado sobre sua figura não é exagero. Ela ainda precisa evoluir tecnicamente até se tornar verdadeiramente uma lutadora completa (como todo o MMA feminino, em geral), mas é possível afirmar que poucos, homens inclusive, adaptaram tão bem sua arte de origem ao MMA como Ronda fez com o judô. A falta do quimono não causa nenhum problema para a medalhista de bronze nas Olimpíadas de Pequim – Rousey tem uma facilidade gigante para derrubar com golpes de perna ou quadril. Mas o que impressiona mesmo são as transições e os ataques em busca do armlock, praticamente inevitáveis e indefensáveis. Sua agressividade lutando representa muito bem o estilo bad girl fora do octógono.

A desafiante não tem o cinturão de Rousey nem é tão conhecida quanto a rival, mas possui credenciais suficientes para não só ocupar o posto mas também para ser o maior perigo que Ronda enfrentou até hoje. Se Rousey foi vice-campeã mundial e bronze olímpica de judô, McMann foi vice-campeã olímpica e bronze mundial de luta olímpica. Se Ronda tem 8-0 no MMA profissional, Sara tem 7-0.

A desafiante também adaptou muito bem sua arte de origem ao MMA e usa o clinch, as quedas, o controle posicional e o ground and pound como suas principais ferramentas, como ficou claro no massacre da estreia no UFC contra Sheila Gaff. McMann normalmente controla se a luta vai ou não para o chão e costuma não perder posição no solo. Fora isto, sua defesa de quedas é muito superior ao resto do cartel de Rousey, portanto, não será tão fácil derrubar uma wrestler do gabarito de Sara.

Um dos diferenciais que fazem a balança pender para o lado da loira, além da notória agressividade, é a evolução na troca de golpes. Os treinos com o ex-campeão mundial de boxe Vic Darchinyan rendem frutos sucessivos. Rousey evoluiu dos socos lançados a esmo apenas para grudar nas oponentes para uma linha de jabs, diretos e ganchos bem executados. E a evolução não se deu só no ataque, mas na percepção de eventuais erros cometidos pelas oponentes, onde Ronda consegue capitalizar e trazer a luta para o corpo a corpo.

A grande questão vai ser quando a luta chegar ao solo. McMann já demonstrou ótima defesa de submissões em lutas anteriores, mas nenhuma experiência se deu contra alguém tão agressiva e precisa quanto Rousey. Ainda que Sara caia por cima, a guarda de Ronda é forte o suficiente para causar pânico. Deste modo, a desafiante vai acabar virando estatística. Ronda Rousey por chave de braço na segunda metade da luta.

Peso Meio-pesado: Daniel Cormier (EUA) vs Patrick Cummins (EUA)

Um dos momentos mais esperados pelos fãs era a estreia de Cormier, campeão do torneio dos pesados do Strikeforce, como meio-pesado. Finalmente o dia chegou. De cara, esqueça a pança da foto ao lado, pois o capitão da seleção olímpica americana de wrestling em Pequim está em forma bem mais apresentável, mais magro e visivelmente com mais massa muscular.

Não que a barriga saliente estivesse atrapalhando o treinador de luta olímpica da American Kickboxing Academy. Enquanto peso pesado, ele venceu alguns integrantes da elite da categoria. Aplicou um nocaute violento em Antonio Pezão e não tomou conhecimento de Frank Mir, Josh Barnett e Roy Nelson, brincando com o primeiro no clinch, derrubando o segundo como um boneco de trapo e variando socos e chutes no terceiro. Só neste pequeno resumo é possível ver que o arsenal ofensivo de Cormier é extenso.

Se você nunca ouviu falar de Cummins, não se preocupe, você não é o único. Com apenas quatro lutas profissionais de MMA, ele caiu praticamente de paraquedas para substituir o lesionado Rashad Evans de última hora. A história (que nós contaremos em artigo a parte) foi engraçada e contou com uma enorme dose de autopromoção no melhor estilo Chael Sonnen.

Apesar da pouca experiência, Cummins tem retrospecto forte na luta olímpica. Pela forte equipe da Penn State University, ele foi vice-campeão da Divisão I da NCAA e integrou algumas vezes a seleção americana sênior no estilo livre. Numa delas, serviu como sparring de Cormier, no hoje famoso treino em que DC saiu do tapete chorando. Forte fisicamente, com ótimo condicionamento atlético e, obviamente, excelência na luta olímpica, Cummins ainda se ressente de maior experiência (a carreira no MMA foi interrompida por uma temporada na cadeia) e versatilidade, o que custará um preço no sábado.

Por tudo que Pat falou, Daniel vai lutar mordido. E o problema do novato é que Cormier é praticamente intransponível no ponto forte do rival – em todas as lutas no UFC e Strikeforce, ninguém jamais colocou DC no chão. Para piorar, a diferença técnica na troca de golpes é grande. Enquanto Cummins confia na agressividade e força, Cormier é muito mais técnico, com ótimo jogo de pernas e combinações de socos e chutes, que devem ficar ainda mais perigosos em seu corpo mais magro. Sem encontrar muitos problemas em controlar a distância, Cormier deve anotar seu primeiro nocaute no octógono.

Peso Meio-médio: Rory MacDonald (CAN) vs Demian Maia (BRA)

O jovem canadense esteve bem perto de causar um problema para o UFC. Tivesse MacDonald vencido Robbie Lawler e ele seria o próximo desafiante do amigo e mentor Georges St-Pierre, que passou por Johny Hendricks no mesmo UFC 167, na comemoração dos 20 anos da organização. Pois Rory perdeu, GSP se aposentou e a fila dos meios-médios andou.

Quem também esteve perto de uma disputa de cinturão foi Demian. Vindo de três vitórias acachapantes em três apresentações na categoria, o paulista fez o duelo principal do UFC em Barueri, em outubro de 2013. Numa acirrada batalha na luta agarrada, Maia foi superado por estreita margem por Jake Shields e também desceu alguns degraus na briga pelo posto de desafiante do título que St. Pierre vagou.

Além de colocar frente a frente dois dos melhores meios-médios da atualidade, esta luta conta com um interessante confronto de estilos. Enquanto MacDonald tem uma trocação técnica, ótimo uso dos jabs e variação nos chutes, além de um ground and pound violento, Demian é um dos melhores representantes do jiu-jítsu na história do MMA. Como se trata de dois sujeitos grandes e fortes para a categoria, as disputas por posições dominantes tenderão a ser intensas.

As últimas atuações de MacDonald o deixaram em situação desconfortável. Apesar de ser ainda novo e ter muito chão para evoluir, o talentoso lutador precisa mostrar que St. Pierre não lhe faz sombra. Mas, para isso, terá que usar um tanto de St. Pierre na luta, lançando mão da estratégia correta que, no caso, passa por manter o combate na longa distância, usando o jogo de pernas para distribuir socos e chutes em Demian, impedindo que o paulista grude e chegue ao clinch e à queda. Como MacDonald é mais talentoso para conseguir isto do que Demian em evitar, o canadense deve voltar para casa com uma vitória por decisão.

Peso Meio-médio: Michael Pyle (EUA) vs Anthony Waldburger

Aos 38 anos e na última luta do contrato, é bem provável que Pyle esteja perto do fim da estrada. Será uma pena, pois trata-se de um sujeito empolgante, corajoso, que tem 21 interrupções em 25 vitórias no MMA profissional. Suas duas últimas apresentações foram curiosas. Contra Rick Story, sobreviveu a uma incrível pressão do oponente no primeiro round para virar a luta e vencer por decisão. Em seguida, ficou menos de meio minuto de pé diante de Matt Brown até ser vitimado por um torpedo do Imortal.

Waldburger é também muito empolgante, o que explica a escalação deste combate no card principal. Dono de um jiu-jítsu de ritmo neurótico, ele colocou Nick Catone para dormir na penúltima luta e sofreu um violento nocaute de Adlan Amagov em seguida. O que causou estas vitória e derrota resumem bem TJ e seu estilo win or wall: sai para o pau como um louco, se embola com qualquer um e arruma uma vitória por finalização ou uma derrota por nocaute (das oito derrotas na carreira, seis foram pela via rápida dolorosa).

Por alguns momentos, este combate deve fazer a alegria da garotada, com algumas sessões violentas de trocas de socos no centro do octógono enquanto TJ procurará um meio de levar o duelo para o solo. Porém, conforme o duelo entre em estágios avançados de adrenalina, mais Waldburger ficará propenso a ser traído por um curto-circuito cerebral, onde acabará fatalmente cometendo um erro.

A vitória de Pyle sobre Josh Neer, em junho de 2012, mostra um caminho bastante possível para esta luta. Quando o Dentista estava perto de nocautear o veterano Areia Movediça, Pyle tirou da cartola um violento gancho que fez Neer acordar com a lanterninha do médico no olho no fim do primeiro round. Se Mike usar a estratégia correta e tiver calma, a probabilidade de repetir o cenário é enorme.

Peso Meio-médio: Robert Whittaker (NZL) vs Stephen Thompson (EUA)

Apesar de muito jovem, Whittaker já começou a marcar seu nome na memória dos torcedores. O estilo agressivo o tornou campeão e o mais empolgante lutador do TUF Smashes: Reino Unido vs Austrália. Defesa de quedas sólida, boxe versátil e instinto de nocauteador o ajudaram a vencer a final do reality, bater Colton Smith e dar um trabalho gigante para Court McGee, que acabou vitorioso numa decisão controversa.

Quando estreou no UFC, em fevereiro de 2012, Thompson deixou muita gente em polvorosa por causa do kickboxing muito técnico que culminou num nocaute espetacular com um chutaço na cabeça de Dan Stittgen. Mas Stittgen era ninguém que servisse para elevar tanto a moral de um lutador. Resultado: na apresentação seguinte, Stephen sofreu com o grappling de Matt Brown e viu seu jogo ser totalmente anulado.

A redenção, em parte, veio nas duas lutas seguintes. Mostrando evolução na área que lhe custou a derrota no UFC 145, o Garoto-Maravilha controlou Nah-Shon Burrell no clinch e aplicou quedas em Chris Clements antes de nocauteá-lo. Vale reforçar que nenhum dos derrotados oferece o perigo do oponente de sábado (e dois dos três já foram demitidos do UFC).

Fosse uma luta no K-1 e provavelmente Whittaker estaria em apuros. Porém o MMA envolve mais do que lançar socos, chutes, joelhadas e cotoveladas. Em que pese a evolução mostrada por Thompson, Whittaker ainda é melhor na mistura das artes, principalmente quando o confronto chegar no clinch. A saída para Stephen será aproveitar sua maior envergadura para controlar a distância e deixar Robert longe. Para conseguir o intento, ele terá que atuar mais seriamente, preocupando-se menos em aparecer num highlight, pois qualquer erro pode fazer o furacão neozelandês passar por cima. Em luta apertada, Whittaker deve sair com a vitória.

Antevisão original de MMA-Brasil 

-------------------------------------------Pesagens -----------------------------------------


O empurrão em Patrick Cummins na encarada após entrevista coletiva da última quinta-feira mostrou que Daniel Cormier não aceitou bem as provocações que o estreante fez nas semanas anteriores, e a rivalidade do campeão do GP dos pesados do Strikeforce contra seu adversário no próximo sábado ficou evidente na pesagem do UFC 170, que aconteceu nesta sexta-feira, em Las Vegas. Mostrando irritação, Cormier mais uma vez fez uma encarada dura contra o rival, que não se intimidou e aceitou a provocação, se aproximando e forçando Dana White ficar atento e entre eles para evitar que os dois se tocassem em pleno Mandalay Bay, local do evento.

Também famosa por encarar agressivamente suas rivais, Ronda Rousey, a campeã feminina dos pesos-galos do UFC, respeitou muito a sua desafiante, Sara McMann, na encarada, após as duas baterem o peso. Séria, porém sem provocar a rival, Rousey foi aplaudida pelo público que compareceu ao evento. McMann subiu ao palco com um sorriso tranquilo no rosto, e as duas se cumprimentaram após a encarada.

- Acho que vai ser a maior luta que o UFC já viu - disse McMann.

Perguntada sobre a qualidade da luta, entre duas medalhistas olímpicas pelo título, Ronda Rousey concordou que o nível técnico do combate será altíssimo.

- Realmente a luta terá duas das melhores atletas que já subiram ao octógono para disputar um cinturão. Será uma grande luta - disse a campeã.

Logo na primeira luta, Ernest Chavez teve de tirar toda a roupa para bater o peso já com a tolerância. Cedeno subiu ao palco com uma seta desenhada no corte de cabelo. Na segunda luta, Erik Koch encarou duramente o brasileiro Rafaello Trator, que não se intimidou. Dana White estava atento e ficou com as mãos entre os lutadores. As pesagens continuaram tranquilamente, inclusive na luta entre os brasileiros Raphael Assunção e Pedro Munhoz, até a penúltima luta do card principal, quando Cormier subiu ao palco sem o tradicional sorriso que o acompanha em todos os eventos.

Também chamou atenção o biquíni preto de Jessica Eye. Muito pequeno, em nada lembrou os biquínis americanos que aparecem nos filmes, ficando mais ao estilo brasileiro. Na luta principal, Ronda Rousey mostrou excelente forma física, mas preferiu vestir a calça e a bota antes de encarar sua desafiante. Mais alta, a campeã olhou para a rival de cima, mas surpreendentemente a chamou para apertar as mãos após a encarada, quando McMann já deixava o palco.

Confira os pesos dos atletas:

CARD PRINCIPAL

Peso-galo (até 61,2kg): Ronda Rousey (61,2kg) x Sara McMann (61,2kg)
Peso-meio-pesado (até 93,4kg*): Daniel Cormier (93kg) x Patrick Cummins (93kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Rory MacDonald (77,6kg) x Demian Maia (77,1kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Mike Pyle (77,6kg) x T.J. Waldburger (77,6kg)
Peso-meio-médio (até 77,6kg*): Robert Whittaker (77,1kg) x Stephen Thompson (77,3kg)

CARD PRELIMINAR

Peso-galo (até 61,7kg*): Alexis Davis (61,2kg) x Jessica Eye (61,7kg)
Peso-galo (até 61,7kg*): Raphael Assunção (61,7kg) x Pedro Munhoz (61,2kg)
Peso-galo (até 61,7kg*): Cody Gibson (61,5kg) x Aljamain Sterling (61,5kg)
Peso-mosca (até 57,2kg*): Zach Makovsky (56,7kg) x Josh Sampo (57,2kg)
Peso-leve (até 70,8kg*): Rafaello Oliveira (70,3kg) x Erik Koch (70,3kg)
Peso-leve (até 70,8kg*): Ernest Chavez (70,8kg) x Yosdenis Cedeno (70,53kg)

 
 
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