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American Dragon #17 - Peças de Dominó!


E que semana de wrestling que esta foi! Só é pena é ter tido tanto destaque muito por causa dos acontecimentos negativos que aconteceram num espaço tão curto de dias. Hoje, no American Dragon, discutimos isso mesmo: a semana do wrestling e, aviso já, não esperem lerem coisas positivas sobre o assunto. Abram o artigo e vamos ver as "peças de dominó" que foram caindo nesta semana e o que isso causou...

Em primeiro lugar, devo explicitar o artigo desta edição. O conceito "Peças de Dominó" surge depois de ver tantos acontecimentos negativos acontecerem numa só semana de wrestling. Numa das semanas mais negras dos últimos tempos, o vencedor do Royal Rumble (que, supostamente, seria um face credível) leva apupos colossais no final do combate, temos um combate pelo título mundial em que, na maioria do combate, o público faz cânticos com referências a lutadores que não estão dentro do ringue, temos a saída da WWE de um dos melhores profissionais da atualidade na indústria, entre outros. De forma a organizar melhor os "epicentros" de debate, vamos por pontos:

Primeira Peça a Cair - O combate pelo título mundial


Aqui vou ser muito sincero: o combate pelo título mundial esteve muito aquém do que seria de esperar. Na verdade, esteve "aquém" a partir do momento em que a WWE nos cola com este combate no Royal Rumble depois de ter promovido tanto a "decisão final" pelos títulos no TLC, com aquelas fantochadas do "um combate, um campeão", entre outras. Como óbvio, Cena vs. Orton voltou-se a repetir e pelos mesmos títulos. 

O problema nem sequer está no facto de Cena e Orton se terem enfrentado no Royal Rumble depois de o fazerem no TLC. Aliás, é normal os ex-campeões terem direito a uma desforra, mas não nestas circunstâncias. Em primeiro lugar, Cena vs. Orton é algo que o público, definitivamente, não quer ver mais. São incontáveis os números de confrontos que estes dois já tiveram  no passado e não fica nada bem à WWE repetir este combate depois de toda a simbologia que o combate do TLC teve. Foi um fiasco nesse ponto.

Em segundo lugar, ninguém se deu ao trabalho de trazer interesse a este combate. "A desforra" e pronto, mais nada. O angle com o pai do Cena foi, como habitual nesta storyline, algo que já foi feito no passado e que não é novidade nenhuma para o público, muito menos constitui qualquer ponto de interesse. Bastava uma simples estipulação como "Steel Cage Match", "Falls Count Anywhere Match", enfim, havia tanto por onde escolher. Mas não, a WWE quis que este combate não passasse de uma simples "desforra".

E, exatamente como a WWE quis, aconteceu. O combate entre Cena e Orton não teve nenhum ponto de destaque retirando o habitual festival de finishers e o público fez-se bem ouvir. Para além do combate ser completamente desinteressante, o público era bem ruidoso e entendedor da indústria do wrestling, o que levou este combate a ser um falhanço a todos os níveis. Já alguém conseguiu enumerar o número de cânticos que foram entoados durante o combate? "Boring", "This is Awful", "Daniel Bryan" e "Thank you Wyatt". Enfim, pelo menos a crowd esteve impecável e esfregou-lhes na cara o que muitos como eu estavam a sentir.

Segunda Peça a Cair - A forma como Batista ganhou 


Batista era, na verdade, o nome mais provável para vencer o Royal Rumble Match. Sem dúvida, o problema foi a forma patética através da qual a WWE se serviu para apresentar este facto ao público. Talvez Batista não tivesse sido tão apupado se o PPV não acontecesse numa cidade como Pittsburgh e, acima de tudo, se nomes como Roman Reigns, CM Punk, Daniel Bryan ou Dolph Ziggler não estivessem na decisão final do combate contra Batista.

Mas o problema foi exatamente esse. A WWE colocou Roman Reigns, um dos "protegidos" do público a ser eliminado por Batista em último lugar. Aconteceu o mesmo que aconteceu entre Sheamus e Daniel Bryan na WrestleMania 28, onde o público estava afeiçoado ao suposto "heel" do combate e a reação à vitória do face não foi como esperado. Sabia-se que Batista tinha 90% de probabilidades de vitória, mas a forma como o combate terminou fez com que Batista perdesse toda a credibilidade que poderia ter ao vencer a Royal Rumble.

O cenário ideal seria terem colocado Batista a eliminar um nome heel que a crowd realmente odiasse como Alberto Del Rio ou Bad News Barrett (que nem sequer participou) de forma a que Batista tivesse uma reação da crowd à sua vitória no mínimo satisfatória. Não foi isso que aconteceu e o feitiço virou contra o feiticeiro. O público acreditou que Roman Reigns poderia mesmo ser o vencedor do combate e teve uma desilusão tremenda após o final do combate. Essa frustração foi descarregada em Batista que, afinal, não tinha culpa nenhuma da forma como as coisas se tinham processado.

O único ponto positivo a tirar deste final de Rumble será, no máximo, maior apoio a Roman Reigns. E mesmo assim será menor do que o heat que Batista ganhou pois agora é olhado como alguém que impediu que um desejo do público se tornasse realidade. Esta foi uma manobra mal pensada por parte da WWE e as consequências fizeram e vão-se continuar a sentir. 

Terceira Peça a Cair - A ausência de Daniel Bryan na Rumble


Esta é, sem dúvida, uma das mais caricatas situações da semana. Aquele que, com certeza, seria o lutador com a melhor entrada no combate típico do PPV simplesmente não constou na lista de participantes. Para além de Daniel Bryan, regressos como o de Chris Jericho, RVD e Christian ficaram em branco e isto, certamente, desiludiu um público que esteve durante quase uma hora à espera da entrada de Daniel Bryan.

Agora, já se sabe que tudo não passou de uma storyline para colocar Bryan e Triple H a trabalharem para a WrestleMania, porém, não deixa de fazer pouco ou nenhum sentido. A entrada de Bryan seria, sem dúvida, o maior pop da noite e a WWE negou isso aos fãs, o que, logo depois do PPV, levou a enormes controvérsias no mundo online e pensamentos negativos sobre a credibilidade de um PPV inteiro e tão importante como o Royal Rumble é.

Não faz sentido colocar Bryan fora da Rumble simplesmente para construir uma feud para a WrestleMania. Nem que colocassem o Bryan a ser eliminado de forma controversa ou que a Autoridade "metesse o nariz" de alguma forma, Bryan tinha que estar lá. Foi uma forma muito radical e arriscada por parte da WWE usar este mecanismo para começar a contrução de um simples combate. De qualquer forma, só o tempo poderá dizer se realmente toda esta polémica em torno da ausência de Daniel Bryan valeu a pena e se a Road to WrestleMania realmente ganhou com isso. Esse é, porém, um cenário do qual duvido bastante.

Tenham sido os planos que forem, a ausência de Daniel Bryan no Royal Rumble Match foi algo muito mal recebido por parte da crowd e muito provavelmente pior do que Vince McMahon alguma vez pensaria. Cada vez que Daniel Bryan é menosprezado pela WWE, mais o público o adora e penso que foi esta a linha de pensamento que foi seguida pela equipa criativa. Agora, é preciso saber até que ponto se pode "puxar" pelo apoio do público a um lutador. Tudo isto porque, a partir de uma certa altura, o crescente apoio a Daniel Bryan poderá passar a revolta descontrolada contra a companhia e a WWE precisa de ter muito cuidado com este ponto. Se o objetivo era elevar Bryan ainda mais como face, foi cumprido! Se o objetivo era simplesmente não levar Bryan à Rumble por causa do seu combate e "distrair" o público com outros acontecimentos do Royal Rumble Match, o objetivo foi uma falha autêntica.

Quarta Peça a Cair - A saída de CM Punk


Antes de mais, vejo-me na obrigação de frisar que a saída de CM Punk da WWE não é ainda oficial mas, por agora, é um dado praticamente adquirido. CM Punk está completamente insatisfeito com os planos para ele na WrestleMania deste ano e como duvido que Vince McMahon mude completamente as ideias para o maior PPV do ano, CM Punk estará mesmo de saída da companhia.

Esta notícia foi a gota de água na fúria de muitos fãs de wrestling online. Já não bastava o desastre que o Royal Rumble Match foi, CM Punk abandona a companhia depois de ver o que se passa nesse mesmo combate e perceber que os planos para ele seriam bem diferentes do que ele esperava. E, afinal, CM Punk tem toda a razão do mundo para tomar esta decisão, uma vez que foram vários fatores que o afastaram da WWE.

CM Punk tem o corpo em farinha e o descanso que teve de alguns meses foi muito pouco comparado com o que devia e merecia usufruir. Não se admite que alguém que tenha tido um 2012 tão grande passe um 2013 praticamente inteiro fora da rota de qualquer título mundial e a ter feuds com "part-timers" ou talentos a subir no roster. Simplesmente, é algo que não se faz a quem teve o melhor reinado mundial nos últimos 25 anos na WWE e que ajudou tanto a companhia num só ano. A vitória de Batista foi, então, a gota de água.

Já é sabido que Punk apoia o talento jovem em detrimento dos "bolsos" cheios como Lesnar, Batista ou Rock. Aliás, foi contra os "big names" que CM Punk travou uma imensa batalha durante os últimos anos para finalmente conseguir ganhar algum destaque no topo da companhia, o que, como visto, conseguiu e bem. Batista ganhar a Royal Rumble foi algo que não caiu nada bem nos pensamentos de Punk e este último, que já falava em reforma há muito tempo, fartou-se do que se estava a passar.

E assim se procedeu, CM Punk está agora a dirigir-se às portas de saída da companhia. E, tal como o título do artigo indica, é algo causado muito por causa do que aconteceu no Royal Rumble, provocando o efeito de "Peças de Dominó" em que uma queda causou várias quedas consequentes. A WWE fez um grande erro e esse erro criou vários acontecimentos negativos, daí a expressão de quedas de peças de dominó encaixar como uma luva nesta semana que a WWE teve. Fiquem bem e nós vemo-nos na próxima semana!

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Pergunta da semana: Qual foi o momento que mais te desagradou esta semana na WWE, a vitoria de Batista, a ausência de Daniel Bryan ou a saída de CM Punk?
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