Mac in Touch # 67 - Análise combate a combate - TLC (parte I)
Sejam bem-vindos a mais um Mac in Touch, desta vez postado a horas ao contrário do que tem sido habitual nas últimas semanas. Como não poderia deixar de ser, trago-vos a análise, combate-a-combate, do último PPV da WWE, o TLC 2013, que foi um show mais ou menos... bi-polar, mas já lá vamos.
Extenderei a minha análise até ao combate entre Brodus Clay e R-Truth, "saltando" a contenda pelos títulos de equipas, que analisarei na próxima edição (a postar amanhã ou depois).
Apelo às vossas críticas, aqui fica:
TLC 2013 - Análise combate-a-combate (parte I)
Fandango vs Dolph Ziggler
Como por vezes
acontece nos pre-shows, este comba teve pouca preparação em termos de história.
Foi o típico “warm-up”, uma espécie de combate de exibição. Como esperado, a
reação do público não foi a maior que se podia ter para estes dois
intervenientes...
... que por sinal
são bastante populares, o que atenua o facto de estarmos perante um combate
fraco na preparação histórica, e sinal disso foi a reação do público
(nomeadamente às “signature moves” dos dois atletas), que apesar de não ser
efusiva, esteve uns furos acima do que é normal, por exemplo, de um combate de
show semanal...
... ao contrário
do combate em si, que foi absolutamente vulgar, e, ainda por cima, contou com
aspetos negativos no que diz respeito ao storytelling, nomeadamente o
underselling de Fandango a algumas manobras de Ziggler no início do combate.
O final foi um
pouco abrupto, sendo muito pouco credível o tempo que Ziggler esteve deitado
nos momentos antecedentes ao Diving Leg Drop.
Total: * 1/2
Combate handicap 3x1
The Shield (Dean Ambrose, Roman Reigns e Seth Rollins) vs CM Punk
Os Shield têm uma
ligação umbilical a CM Punk. Quando se estrearam, ajudaram-no a derrotar John
Cena e Ryback no Survivor Series, dando continuidade a essa generosa
contribuição nas semanas seguintes. Muito se falou na associação entre ambas as
partes, que mais tarde viria a ser confirmada tendo por elo de ligação Paul
Heyman, mas nada foi confirmado.
Tudo isto tem
peso no combate que ambas as partes viriam a ter no TLC para o fã que vê WWE há
pelo menos um ano e consegue ir buscar a estreia dos Shield à memória, mas não
será tão fácil para os “esquecidos” ou fãs recentes ter essa história em conta.
Logo, tendo em vista estes, pode-se considerar o combate entre Shield e Punk
como algo com fraco build-up porque pouco ênfase foi dado à relação passada
entre ambos. Não se manifestou na audiência, porque tanto Punk como os Shield
têm uma popularidade assinalável, mas é lamentável que a WWE não tenha
potenciado este combate ao máximo.
No ringue, foi o
esperado: um um combate bem definido em termos temporais (timming), boa
capacidade atlética de ambas as partes e uma estratégia adotada por Punk para
guiar o combate que se revelou lógica e acertada. Basta ver o início da
contenda para tirarmos essa ilação: Punk conseguiu isolar o membro dos Shield (na
circunstância Dean Ambrose) que estava em ringue de forma a desgastá-lo e ter
um dos rivais “eliminado”. Também a “retirada” de Roman Reigns foi uma jogada
bastante inteligente (Spear falhado em Punk a resultar num “mergulho” na zona
dos comentadores), pela zona afetada (olho) e pelas consequÊncias que traria
(vitória de Punk). Tudo somado, em termos de storytelling, foi um excelente
combate... e este é um elogio enorme dado estarmos a falar de uma contenda com
4 homens ringue, 3 contra 1, a vitória do último.
Como referido, a
capacidade atlética teve um nível elevado pela capacidade de todos os
executantes e houve um “encaixe” natural como é regra acontecer no wrestling
profissional quando tal se verifica.
O final foi bem
executado por todos os membros, e fez sentido pelo que se passara antes,
ficando todos os membros dos Shield eliminados convenientemente. O único senão
foi a lentidão de Punk a “deitar fora” Roman Reigns, mas de resto foi quase
perfeito.
Combate pelo título de Divas
AJ Lee (c) vs Natalya
Campeã em título
e uma rival de respeito. Ambas com uma boa dose de popularidade, e ambas com
boa capacidade técnica. A história que as unia não era muito forte, mas sempre
era melhor haver um motivo para a contenda do que este não existir. O público
esteve mais dentro do combate do que é normal para um combate feminino, mas
pelo fator “popularidade” que outro propriamente dito.
Como seria de
esperar, AJ e Natalya protagonizaram um combate bastante satisfatório para quem
já esperava algo mais que um simples combate singular entre duas lutadoras.
Apesar de haver
os naturalíssimos “falhanços” em algumas manobras complexas, o combate teve um
fio condutor facilmente perceptível e não houve nenhuma manobra que não
estivesse abaixo do limiar do aceitável.
AJ e Natalya
estão acima da média das executantes que povoam a divisão feminina e é natural
encarar este combate como “à parte” do que tem sido apanágio. Notou-se esforço
e determinação na campeã e percebeu-se que havia competitividade... coisa rara
na divisão feminina da WWE.
Big E Langston (c) vs Damien Sandow
Sandow conseguiu
o direito de enfrentar Langston após vencer um combate para apurar o Candidato
Principal ao título Intercontinental. A isto seguiram-se algumas promos, nada
que fosse além do vulgar numa rivalidade e que chamasse a atenção do público
mais do que seria normal. Sendo assim, e perante duas figuras que ainda não
estão no topo da preferência dos fãs, foi natural verificar-se alguma falta de
entusiasmo por parte da audiência texana de Houston, mesmo após uma promo
brilhante (mais uma) de Damien Sandow.
O combate, tal
como a sua construção, não passou daquilo que é normal ver no wrestling
profissional de hoje em dia. E também isso não ajudou a melhorar a psicologia
de ringue. É certo que as “vendas” das manobras iam sendo apropriadas e o
domínio estabelecido por Damien Sandow também foi lógico, mas isso não passa a
normalidade e acaba por prejudicar a paixão do público, apesar do storytelling
ter sido quase irrepreensível...
... até ao final
do combate, que surgiu de forma um bocado abrupta. Curiosamente, foi no momento
em que houve menor lógica no combate que o público reagiu mais efusivamente.
Xavier Woods,
protegido de R-Truth, pedira emprestadas as Funkadactyls a Brodus Clay. Afinal,
Clay não esteve assim tão bem com isso como pareceu e descarregou no “rookie”.
R-Truth não gostou e houve combate. Cá está uma história que pode desencadear
um combate na mente dos executivos da WWE, mas não na vida quotidiana, pelo que
seria mais do que normal que o público se desligasse da contenda... e assim
foi, ficando a psicologia de ringue comprometida.
Em termos de
Storytelling, não há muito a dizer. Brodus Clay exerceu o seu domínio pelo seu
poderio físico e R-Truth limitou-se a permitir que o combate tivesse apenas “um
sentido”. Brodus discutiu com o seu colega de equipa e com as suas cheerleades (que
estavam no ringside), sofreu um pontapé do seu adversário e isso bastou para o
deitar ao chão...
... um squash com
um “desvio” no final.
Total: Abaixo de *