Wrestling Analysis #16 - Uma Honra sem Mistica...

O Wrestling Analysis pela primeira vez na sua história vai abordar o mundo independente, pegando na que é, discutivelmente considerada a terceira maior federação de wrestling americana e a que, por muitos anos, foi considerada como o espirito onde o wrestling profissional vivia - a Ring of Honor.

Quero limpar desde já este artigo ao dizer que nunca fui um avido acompanhante de Ring of Honor, desde já confesso que não acompanhei durante os seus anos dourados. Mas curiosidade e paixão por este desporto, fez-me mesmo ir à procura dos velhos combates, velhos eventos e velhas histórias que passaram. Andei até de facto a ver em alguns forums, websites e colunas antigas à procura de algo que acreditei ser um mito: A mistica da Ring of Honor.

Longe vão os dias em que Daniel Bryan (Danielson), Low Ki e Christopher Daniels sacaram um clássico no primeiro evento produzido em 2002. A empresa evoluiu com o seu grupo de fãs rebeldes e considerados até, mais puristas - facilitando então a um posicionamente claro e sucinto: " A ROH é uma empresa de wrestling, não entretenimento" e era simples, era uma relação que todos conseguiamos compreender - nós queriamos os matches com mais acção, mais técnica e a Ring of Honor ofereceu isso.

Por esta empresa passaram alguns dos maiores nomes do wrestling actual, dando alguns exemplos conhecidos mundialmente - CM Punk, Daniel Bryan, Seth Rollins, Antonio Cesaro, Austin Aries, Christopher Daniels, AJ Styles, Sami Zayn, Colt Cabana, Kassius Ohno e Samoe Joe. Meu deus, escrevendo esta lista, ainda me impressiona mais. E sim, houve uma altura em que estes tipos puderam dividir o mesmo ringue na mesma empresa antes - quaisquer uns com talento para ser a atracção principal e, de roubar o show num piscar de olhos.

É um dado que a empresa passou por um mau bocado na transicção das chaves criativas para Jim Cornette, mas a sua essencia ainda estava lá. O seu conteudo foi tão fenomenal, tão artistico e tão agradavel que empresas como a WWE e TNA roubou-lhes todas estas perolas do seu plantel activo, e isto leva-me para o momento actual desta empresa...

No presente, a Ring of Honor está a sair de um mau bocado com uma storyline considerada no seu geral como um falhanço, onde um grupo de individuos invadiu a empresa para a destruir e que, teve até o seu final num evento televisivo sem grande hype ou impeto. Além disso, o seu Campeão Mundial (Jay Briscoe) desertou a companhia sem nunca perder o cinturão, e deixando o mesmo sem dono por mais de um mês. Um torneio está a ter lugar, com os maiores nomes ligados à empresa, e ainda com outros lutadores independentes de renome a tentar a sua sorte nos combates mais previsiveis - e isto, é o que me leva ao plantel sem mistica.

A empresa actualmente tem um homem como seu lider na comunidade do wrestling - Kevin Steen, um prototipo indy, excelente talker, excelente brawler/wrestler mas um look não muito mainstream para WWE. Seguido por perto estão Davey Richards e Michael Elgin, ambos potentes wrestlers que podem sacar um classico com qualquer oponente, mas que, infelizmente falham no tempo em que têm de falar para a audiência, ou mostrar até carisma. As jovens perolas passam por Adam Cole e Tomasso Ciampa, e a equipa carismatica e super interessante em ReDragon de Bobby Fish e Kyle O'Reily. 

Todos estes homens referidos, são lutadores de qualidade mas que, quando comparados com os seus antecessores deixam imenso a desejar. Uma empresa mundialmente conhecida pelo seu wrestling puro e sem brincadeiras, começa a falhar na sua entrega e na criação de novas estrelas, que lhes fez ganhar um grande renome no passado e que mostram sucessos de milhões de dolares actualmente. O seu comportamento, mudou radicalmente, não sendo mais uma "indy rasca" mas sim, uma "indy mainstream" com o tempo de televisão regional que adquiriram e que transmitem no seu website aos seus membros premium em todo o mundo - mas a pergunta fica no ar, terá sido uma mudança de sucesso? Terá o desaparecimento da mistica sido um passo acertado?

Empresas como a TNA e ROH não deviam de ter como objectivo competir com a WWE, simplesmente não tem os fundos nem são grandes o suficiente para isso. A falta de organização numa, a falta de talento noutra e os conteudos abaixo do aceitavel provam ainda mais que esse objectivo é errado. Cada vez mais vemos na ROH combates considerados de "sonho" a deixar fãs insatisfeitos, e longe vão os dias em que uma rivalidade pelo titulo mundial da empresa deixava um fã perdido da cabeça de entusiasmo - um exemplo: Nigel McGuiness vs. Bryan Danielson - a sério, façam uma pequena pesquisa... Gostava de ver a mistica a passar pela empresa de novo, gostava de ter mais consistência de booking, gostava que houvesse mais wrestling envolvido numa empresa, onde os melhores e mais consistentes wrestlers são preteridos em vez dos mais bonitos ou populares. Sinto que esta empresa não consegue calçar os sapatos do que conquistou no passado, e sinto que, a falta de aposta séria em mais que um competidor tem modificado o nome da empresa para Ring of Shame.

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Mas tenho questões para vocês, e espero respostas!

1) Segues o produto da ROH ou alguma vez viste algo desta indy?

2) Se és fã, qual a tua opinião no tema abordado no artigo e do momento actual da ROH?

3) Quais talentos poderão seguir as pisadas de CM Punk, Bryan etc...

4) Quem deverão ser os lutadores a apostar mais consistentemente pela empresa?