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Mac in Touch # 50 - "Mais que os outros"


Chegamos à edição 50, gente boa! Não queria fazer nada de especial para assinalar esta data, mas calhou em sorte o mesmo protagonista (e situações comparáveis, na medida em que membros do público foram visados) do primeiro artigo por mim assinado neste blogue (e não, não foi o Mac in Touch #1, mas sim um artigo publicado no espaço "escrevem os leitores"): CM Punk. 

Lamento pegar numa assunto da semana anterior, mas só vi a RAW da semana passada na sexta-feira e houve algo a que assisti que não pude deixar em claro. Um tema que considero saudável para consumo rumo a um possível debate.

Aqui fica:

"Mais que os outros"

No Monday Night RAW da semana passada, CM Punk veio ao ringue frustrado com a derrota ante Brock Lesnar e focado em Paul Heyman que antes lhe tinha aberto uma janela de oportunidade para reconciliação. Antes que pudesse abordar a questão relacionado com o seu antigo manager, Punk ouviu, alegadamente, uma pessoa com alguns quilos a mais a apupá-lo e, sem quaisquer contemplações, disparou contra ele como se tratasse do mau da fita a quem teria de se dirigir. O público adorou esta abordagem e gritou por ele enquanto o o Straight Edge usava palavreado menos usado na programação da companhia (palavrões) e, provavelmente, o senhor visado foi para casa satisfeito com a reação que logrou tirar de Punk, mas o antigo campeão da WWE rasgou completamente uma das bandeiras que a empresa mais orgulho tem em hastear – aquela que está relacionada com a campanha Be a Star e que passa a imagem de uma companhia preocupada com as vítimas de bullying, condenando esta prática de forma veemente.

Aliás, a importância dada a esta campanha é tão grande que até há uma storyline e tempo de programação WWE ocupado com isto mesmo, com Ryback a intimidar as mais variadas personas (desde seguranças a empregados de catering e até mesmo fãs) em segmentos de backstage, sendo claramente “pintado” como o mau da fita.

Sendo CM Punk precisamente o oposto daquilo que Ryback é suposto ser – um babyface – e numa altura em que John Cena, a cara bonita da companhia, se ausenta, seria de esperar de Punk um comportamento mais... profissional e responsável, principalmente no contexto em que se insere.

Eu entendo que muita gente impressionável e alguns dos fãs incondicionais do trabalho de Punk fique com os olhos vidrados naquela promo e encantados com a forma tão “cool” como aquele rapaz rompe o protocolo. Não os censuro, porque Punk é facilmente identificável como alguém como nós, também ele um fã de wrestling e que dá cabo do couro todas as vezes que pisa um ringue só para nos entreter e promover a indústria. Reconheço-lhe isso e eu próprio sou um fã incondicional do que ele faz, mas há que ter frieza e imparcialidade na análise do que é bom ou mau para o “nosso desporto” e não deixar os sentimentos atrapalhar esse julgamento.


Não é a primeira vez que Punk se passa da cabeça  e começa a distribuir “pancada” (seja verbal ou física). Ainda está fresca na retina a imagem da agressão a um fã quando Vince McMahon se dirigia a ele durante uma promo em que Punk estava entre o público que confirma a reincidência destas situações que só prejudicam o wrestling profissional.

É certo que a interação com o público é fundamental e eu acredito que Punk tenha as suas revoltas e as suas frustrações, mas ninguém está acima do wrestling profissional, acima do público que faz da indústria uma realidade ou acima da companhia que mais contribui para que nós, fãs de wrestling existamos nessa condição... muito menos aqueles que mais recebem, entre os quais está Punk.

Só lhe falta um Main Event da Wrestlemania e, porventura, uma vitória na Royal Rumble, porque já lhe deram, de bandeja, um dos reinados mais longos da história da WWE (e que deve ser o mais longo que alguma vez a nossa geração irá ter), um ou outro título quando fez o choradinho e recebe bem mais que 1 milhão de dólares por ano.

Falar em desprezo da parte da WWE ou de subvalorização da personagem é algo que não coincide à luz destes factos, pelo que nem por aí teria razões de queixa.

Considero Punk um lutador notável, o segundo melhor “worker” do ramo logo após Daniel Bryan. Estará no meu top 10 de sempre e houve vezes em que “markei” por ele... mas não coloco isso à frente do meu julgamento e na ideia que considero melhor para o ramo - Phil Brooks não teve uma atitude razoável ou profissional e mais uma vez não receberá multa (que nós saibamos) ou castigo relativo a isso... isto tem de abrir precedentes, e estes são condimentos fortíssimos para um mau balneário...

... e um balneário insatisfeito na companhia que mais representa o wrestling profissional não é, de todo, benéfico para a indústria.

P.S.: Não deixem de comentar. Sei que falhei nos últimos tempos no que à rapidez de resposta diz respeito, mas agora terei mais vagar para demorar menos tempo a "retribuir" o feedback.
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