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MMA: UFC 162: Silva vs. Weidman - Antevisão + Pesagens [ Anderson e Weidman aos beijos na pesagem ]


O UFC volta a armar o seu octógono na capital mundial das lutas. O UFC 162, que acontece na MGM Grand Garden Arena, em Las Vegas, traz um card digno da principal data do calendário anual do UFC.

Na luta principal, o maior campeão da história da organização tem pela frente seu desafio mais perigoso. O indiscutível Anderson Silva ficará frente a frente com o invicto Chris Weidman na busca por estender seu recorde de defesas para onze consecutivas....

Um mini-GP na categoria dos penas deixará os vencedores na cara do golo para pegar o vencedor de José Aldo-Korean Zombie, que se enfrentam daqui a pouco menos de um mês. Frank Edgar tenta sua primeira vitória na categoria contra Charles do Bronx, enquanto Cub Swanson e Dennis Siver concorrem previamente à pancadaria da noite.

Voltando à divisão dos médios, o maior competidor da história do jiu-jítsu estreia no octógono. Roger Gracie, o quarto representante da família número um do MMA no UFC, encara o também estreante Tim Kennedy. Já Mark Muñoz, última vítima de Weidman, tenta dar a volta por cima da depressão contra Tim Boetsch.

No card preliminar que promete muita tempestade de pedregulho como aperitivo da grande disputa entre os médios. O compatriota, xará e companheiro de divisão de Weidman, Chris Leben deve fazer um duelo de pancadas pesadas contra Andrew Craig. Para os fãs brasileiros, a ex-futura-estrela-do-peso-pesado Gabriel Napão busca mais uma recuperação contra a ex-futura-estrela-do-peso-pesado Dave Herman.

Outros dois atletas daquele país gigante que acordou nas últimas semanas fazem um duelo verde-e-amarelo nos Estados Unidos: Edson Barboza e Rafaello Oliveira, que se enfrentam na divisão dos leves. Pela mesma categoria, o norte-irlandês Norman Parke faz sua primeira luta após levar o título do The Ultimate Fighter: Reino Unido x Austrália contra o japonês Kazuki Tokudome.

Os dois primeiros combates da noite “lasveguiana” serão pela divisão dos meios-médios com quatro estadunidenses em ação. Mike Pierce encara David Mitchell na abertura do evento e logo que deixarem o octógono, abrirão espaço para Seth Baczynski e Brian Melancon trocarem sopapos.

O card completo do UFC 162 é o seguinte:

CARD PRINCIPAL

Peso-médio - Anderson Silva x Chris Weidman
Peso-pena - Frankie Edgar x Charles Do Bronx
Peso-médio - Tim Keneddy x Roger Gracie
Peso-médio - Mark Muñoz x Tim Boetsch
Peso-pena - Cub Swanson x Dennis Siver

CARD PRELIMINAR

Peso-médio - Chris Leben x Andrew Craig
Peso-leve - Norman Parke x Kazuki Tokudome
Peso-pesado - Gabriel Napão x Dave Herman
Peso-leve - Edson Barboza x Rafaello Trator
Peso-meio-médio - Seth Baczynski x Brian Melancon
Peso-meio-médio - Mike Pearce x David Mitchell

------------------------------------------- Countdown-------------------------------------------


O evento terá aqui transmissão ao vivo a partir das 19:30 horas do Brasil e 23:30 horas de Portugal 

------------------------------------------- Antevisão-------------------------------------------

Anderson Silva (BRA) vs Chris Weidman (EUA)

Depois de tantos anos geniais, Anderson viveu um 2012 curioso, fazendo duas lutas totalmente diferentes. Na primeira, há um ano, voltou a sofrer com o jogo de quedas e domínio posicional de Chael Sonnen, mas mostrou a velha acurácia e fez o oponente pagar caro por um erro, nocauteando-o no segundo round. Três meses depois ele voltou para “salvar” o UFC Rio 3 numa luta completamente sem sentido contra Stephan Bonnar, na categoria de cima. Pelo menos Anderson mostrou o que tem de melhor: baixou a guarda, deixou o rival lhe bater e o nocauteou com uma joelhada no plexo.

Mais do que nunca, a genialidade do Spider na luta em pé será essencial. O supercampeão normalmente é um mestre na arte de calcular e estabelecer a distância que lhe é mais cômoda, mas terá que ser ainda mais rápido neste trabalho. Uma vez com o controle da distância, Anderson é praticamente invencível.

Há ainda a possibilidade real de o brasileiro precisar atuar com as costas no chão. O faixa preta dos irmãos Nogueira é técnico e, mais importante, calmo para pensar sob bombardeio e aproveitar seus longos membros para encaixar uma finalização.

Aos 38 anos, dando sinais que está ficando cansado do compromisso de sempre ter que mostrar algo, Anderson tem 1,88m e dez centímetros a mais de envergadura. Seu cartel mostra 33-4, com um 17-0 sem precedentes na história do UFC. Além de invicto na organização, Silva é recordista de defesas consecutivas e de bônus pós-luta.

* * *

Assim como Anderson, Weidman também fez duas lutas em 2012. Em janeiro, aceitou substituir Michael Bisping contra Demian Maia a dez dias do combate. Não treinou, só fez cortar peso e não conseguiu finalizar o combate. Mas em julho veio a compensação. Com atuação espetacular, atropelou Mark Muñoz, que vinha de cirurgia, em pouco mais de sete minutos sem sofrer um único golpe contundente e apenas um comum. Weidman aplicou uma cotovelada em forma de direto e acabou com o americano-filipino no ground and pound.

Com uma série de derrotas e infortúnios dos demais candidatos a desafiante, Weidman acabou escalado mesmo tendo quem corretamente diga que ele poderia pegar pelo menos um top 5. Mas a excelência no grappling, tanto no wrestling capaz de derrubar qualquer um, quanto em seus temidos triângulo de mão e guilhotina, o conduziram ao posto. Weidman é uma espécie de evolução de Sonnen no jogo de solo.

No combate em pé, Weidman tem habilidade suficiente para encarar qualquer um. O problema é que Anderson não só não é qualquer um como tem uma capacidade surreal de fazer lutadores de elite parecerem bobos. Portanto, a trocação de Weidman terá a única função de encurtar a distância.

Duas vezes all-american na Divisão I da NCAA, Weidman é nove anos mais novo que o campeão, um centímetro mais alto e mais comprido na extensão braço a braço. Ainda que seu cartel seja curto como o de Cain Velasquez quando foi campeão, Weidman está invicto em nove lutas, cinco delas no UFC. O ex-campeão do Ring of Combat só não finalizou as duas lutas em que aceitou a convocação em cima da hora (Alessio Sakara e Demian Maia).

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Não se engane: Anderson pode atropelar o desafiante, mas este não é dos finais mais óbvios. A agressividade, força física, talento e idade de Chris darão muito trabalho.

A tarefa de Weidman não é segredo para ninguém: pressão, agressividade para se aproximar, cortar a distância, grudar e derrubar sem perder tempo no clinch. No chão, Chris deve fazer o que sabe melhor, marretando o campeão com seu ground and pound furioso enquanto mantém Anderson preso no solo, impedindo-o de se levantar ou raspar enquanto trabalha por cima em busca de uma finalização. Não é nada simples, mas Weidman tem talento para completar o serviço iniciado por Sonnen.

Isto posto, cabe lembrar que a luta começa em pé e que Anderson é o maior mestre nesta situação no MMA. Exatamente por este motivo o brasileiro é favorito para vencer, mesmo tendo sua principal fraqueza encaixada com o ponto forte do rival. E ele vai precisar ser dominante em pé, pois também é improvável que ele faça Weidman dar os três tapinhas (ou um, como Sonnen).

Na briga de foice que será a tarefa de impor sua vontade, a maior probabilidade é que Anderson passe um belo de um aperto por pelo menos dois rounds até conseguir explorar uma falha de Weidman para capitalizar e adicionar mais uma vitória por nocaute ou nocaute técnico na segunda metade da luta. Porém, se você quiser arriscar ganhar um troco em casas de aposta, vá de Weidman por finalização. Se quiser aumentar ainda mais a odd da aposta, triângulo de mão no quarto round.

Frank Edgar (EUA) vs Charles Oliveira (BRA)

A última vez que Edgar fez uma luta de três rounds foi contra Matt Veach, em dezembro de 2009. Desde então, apenas lutas por cinturão. O ex-campeão dos leves foi derrotado em dois combates parelhos por Ben Henderson em 2012. Já em fevereiro deste ano, estreou como pena direto contra Aldo. Levou dois rounds de vareio, mas equilibrou o fim do combate e voltou a deixar gente achando que ele merecia ter vencido.

O pequeno peso leve se transformou num pena de tamanho decente. Mas o mais importante é que permanece sendo o lutador fantástico que capturou corações mundo afora. A cada luta ele confirma que é um wrestler de alto gabarito, capaz de derrubar adversários maiores e mais pesados, que conta com um boxe dos mais técnicos dentre todos os lutadores do planeta e que mistura raça e condicionamento físico como raros na história. Ou seja, para vencê-lo é preciso praticamente deixar um órgão no octógono.

Aos 31 anos, Edgar luta para receber mais um title shot e para afastar a série de três derrotas. Ele tem 1,68m de altura, 1,73m de envergadura e parece cortar peso para 66 quilos com muita facilidade. “A Resposta” ostenta cartel de 15-4-1, com com sete disputas de cinturão (quatro vencidas) e nocauteou quatro oponentes, finalizando outros três.

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Depois de um começo promissor como peso leve, Do Bronx percebeu que não tinha porte físico para a categoria e resolveu baixar. Como pena finalizou Eric Wisely com uma sensacional chave de panturrilha e pegou Jonathan Brookins com uma guilhotina em duas ótimas atuações. Porém, voltou a ruir diante de um pegador quando Cub Swanson o nocauteou com um soco na linha da cintura.

Charles é um lutador com enorme potencial de sucesso na principal organização do mundo, desde que não se perca em problemas pessoais ou contusões. No momento ele ainda não é o gênio que alguns imaginaram, tampouco o lutador que pareceu frouxo nos nocautes sofridos por Swanson e Cerrone. O paulista é um atleta versátil, criativo e destemido, dono de belas combinações de muay thai e um leque vasto de finalizações no solo. Mas se ressente de força física mesmo como pena.

Com apenas 23 anos, Oliveira tem boas dimensões para a categoria (1,78m de altura e 1,85m de envergadura), condições que podem render bons dividendos em busca da zebra neste sábado. Seu retrospecto profissional é de 16-3, com uma luta sem resultado e 4-3 (e um no contest) no UFC. Apenas uma luta de Do Bronx chegou ao final, contra o experiente Eduardo Pachu há quatro anos. De resto, submeteu nove oponentes, nocauteou seis, foi nocauteado por Donald e Cub e finalizado por Jim Miller.

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Um triunfo categórico pode lançar Edgar diretamente numa revanche contra Aldo, causando ainda mais dissabores em Ricardo Lamas e Cub Swanson. Mas, vindo de três revéses consecutivos, talvez seja hora de garantir o nome na coluna de vitórias novamente.

Para afastar Edgar do cinturão e conseguir uma zebra enorme, Charles terá que explorar a deficiência do americano na defesa de chutes baixos, circulando bastante e golpeando em alto volume, impedindo que Frankie se aproxime. Neste cenário, uma vitória do brasileiro pode acontecer por decisão, já que é forçar a amizade achar que Do Bronx conseguirá nocautear o “imorrível” Edgar e, no chão, o pupilo de Renzo Gracie tem habilidades suficientes para se defender.

Mas o cenário mais concreto é que Edgar use sua velocidade e jogo de pernas para variar entre o boxe e a luta olímpica, socando o rosto do brasileiro e emendando com quedas. Charles já se mostrou mais suscetível a ser nocauteado do que o oponente, mas talvez isso não aconteça neste combate. A previsão é uma vitória até certo ponto tranquila de Edgar por decisão.

Roger Gracie (BRA) vs Timothy Kennedy (EUA)

O garoto de ouro do jiu-jítsu soube bem refazer seu caminho após ser violentamente nocauteado por King Mo Lawal, no Strikeforce. Roger mostrou seu grappling de elite para dominar o velho de guerra Keith Jardine e finalizar o futuro (e já ex) UFC Anthony Smith. Com a extinção do antigo evento, Roger será o quarto Gracie a pisar no octógono, depois do lendário Royce Gracie, de Renzo e do esquecível Rolles.

Com dez títulos mundiais espalhados entre a categoria absoluto e as de peso regular, Roger é o maior campeão que o jiu-jítsu competitivo já conheceu. Seu jogo simples e eficientíssimo na arte suave foi importado com perfeição para o MMA, onde ele também mostra muita facilidade em derrubar e explorar o solo até encaixar um mata-leão. O problema é que o esporte que ele pratica atualmente requer habilidades em outras áreas que o brasileiro ainda precisa evoluir. Seu jab pode vir a ser uma ferramenta tremenda por causa dos enormes braços, mas ainda não passam de regular. Os chutes praticamente inexistem, assim como o trabalho de thai clinch e dirty boxing. Como tem treinado com alguns gênios na Black House, é de se esperar que ele mostre evolução, o que será fundamental neste combate.

Roger iniciou a carreira como peso pesado, baixou para meio-pesado e se tornou um peso médio de 1,93m de altura e 2,01m de envergadura. Seu cartel oficial mostra seis vitórias e apenas a derrota para Lawal. Como era de se imaginar, Roger venceu cinco por submissão e só não conseguiu finalizar Jardine porque passou aperto relativo ao processo de perda de peso e mostrou cansaço no combate. Das cinco finalizações, quatro foram pelo bom e velho mata-leão e a última aconteceu via katagatame.

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O sargento das Forças Especiais do Exército americano era um dos melhores pesos médios do Strikeforce. Ele disputou o cinturão duas vezes, perdendo primeiro para Ronaldo Jacaré e depois para Luke Rockhold, mas não sem antes dar muito trabalho a ambos, especialmente ao brasileiro. Em sua última apresentação, na última edição do Strikeforce, em janeiro, passeou sobre Trevor Smith até pegá-lo numa guilhotina no terceiro round.

Conterrâneo de Chuck Liddell, Kennedy iniciou os treinos mesclados na academia da lenda do UFC, onde aperfeiçoou o boxe, wrestling e jiu-jítsu. Ele tem preferência pela luta agarrada, bom no clinch quanto no chão, mas é bastante competente também nas demais áreas e ostenta faixa preta no sistema militar de treinamento desenvolvido por Matt Larsen, considerado o pai das técnicas modernas de combate do exército americano. Sua formação como militar ainda lhe garante preparo físico privilegiado e muita força mental.

Kennedy está com 33 anos e é um dos menores pesos médios na parte de cima da tabela. Ele mede 1,80m de altura e 1,88m de envergadura, postando-se em desvantagem contra boa parte da concorrência. Seu cartel profissional atualmente mostra 15-4, com 4-2 no Strikeforce, cinco vitórias por nocaute e oito por finalização. Kennedy integra a equipe de Greg Jackson no estado americano do Novo México.

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O lado mais interessante da migração dos lutadores do Strikeforce para o UFC é a possibilidade de confrontos interorganizacionais. Por este motivo, não tem graça nenhuma estrear Roger e Tim no UFC em confronto direto. Para piorar, Joe Silva ainda colocou o brasileiro que está num nível inferior de experiência e evolução contra um oponente que fez duas lutas por cinturão na antiga casa.

Isto significa que há uma grande possibilidade de vermos um combate unilateral. Ainda que a vantagem de alcance de Roger seja enorme, ele não tem a habilidade que Rockhold mostrou para manter Kennedy ocupado. Por este motivo – e pela diferença no preparo físico – podemos esperar um combate onde Tim o conduza como quiser, obviamente fugindo do chão como o capeta corre da cruz. Kennedy pode tanto nocautear ou vencer em um 30-27.

Mark Muñoz (EUA) vs Timothy Boetsch (EUA)

Quatro vitórias seguidas contra oponentes de nome (Demian Maia, Chris Leben, CB Dollaway e Aaron Simpson) deixaram Muñoz na boca do gol para disputar o cinturão dos médios. Porém uma combinação de infelicidades o lançou ao limbo. Ele se machucou e foi retirado do title eliminator contra Sonnen. Voltou um tanto fora de forma, levou um vareio constrangedor de Weidman e ainda quebrou o pé. Resultado: entrou em processo depressivo, engordou quase 30 quilos e ficou um ano parado.

Integrante do Hall da Fama do wrestling da prestigiosa Oklahoma State University, onde conquistou uma vez o título da Divisão I da NCAA, tetracampeão norte-americano sênior e medalha de prata no Mundial Junior da FILA, Muñoz é um dos melhores wrestlers em ação no MMA, independentemente de categoria de peso. Ele soma este talento a um ground and pound dos mais furiosos e mostra evolução também na troca de golpes desde que passou a integrar a Kings MMA de Rafael Cordeiro, onde ele também treina jiu-jítsu com Fabricio Werdum e Renato Babalu.

O líder da Reign MMA tem 35 anos, 1,83m de altura e três centímetros a menos de alcance. Seu cartel profissional é de 12-3, sendo 7-3 no UFC. Metade de suas vitórias aconteceram por nocaute e ele fez ainda Ryan Jensen pedir para parar sob bombardeio. Além da derrota para Weidman, Muñoz caiu em luta apertada contra Yushin Okami e estreou no UFC levando uma canelada no pé do ouvido de Matt Hamill.

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Boetsch era outro que estava perto de disputar o cinturão e sucumbiu no conjunto de acontecimentos que colocaram Weidman na luta principal deste sábado. Vindo de quatro vitórias em quatro lutas como peso médio, ele disputaria uma provável eliminatória contra o próprio Weidman em dezembro. Com a contusão do rival, Tim encarou Costa Philippou, que se recuperou de um começo ruim e o nocauteou no terceiro round.

O “Bárbaro” passou a ser levado a sério quando baixou de categoria e conseguiu fazer maior uso das bigornas que tem nas mãos. Além do enorme poder de nocaute, Boetsch tem um bom jogo de clinch e quedas desenvolvido nos tempos de wrestler na Divisão I da NCAA. Por perder posições no solo, o dirty boxing acaba sendo mais útil que o ground and pound. A título de curiosidade, ele é faixa preta de Jeet Kune Do, arte desenvolvida por Bruce Lee.

Aos 32 anos, Boetsch tem 1,83m de altura e 1,88m de envergadura, dimensões reduzidas dentro do topo da categoria dos médios, mas suficientes para encarar o também pequeno Muñoz. Seu cartel profissional é de 16-5, com 7-4 no UFC e 4-1 como peso médio. No total, sete oponentes foram nocauteados e outros dois pediram para parar debaixo de saraivada de golpes. Tim submeteu outros três adversários e foi nocauteado pela segunda vez contra Philippou, além de ter sido finalizado pela kimura adaptada de Phil Davis.

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Imaginando que Muñoz esteja plenamente recuperado dos problemas físicos e psicológicos, restará a ele ainda superar a falta de ritmo de luta pelo ano parado. Além disso, a Máquina de Destruição Filipina é daqueles wrestlers que acabam esquecendo o quão bom são em sua arte de origem, preferindo uma boa e velha pancadaria. Contra Boetsch, isso será fatal.

De modo geral, Mark é melhor que o adversário no solo. Por mais que Tim apresente boa capacidade de defender quedas, a habilidade de Muñoz em derrubar deve prevalecer – desde que ele use esta ferramenta, frise-se. Portanto, as alterativas são duas: Muñoz aceita sair na mão com Boetsch e acaba nocauteado ou deixa o rival de costas para o chão até chegar a um nocaute técnico ou vitória por decisão difícil em luta truncada. O palpite não é fácil, mas fico com a primeira opção.

Kevin Luke Swanson (EUA) vs Dennis Siver (ALE)

O popular Cub já foi motivo de chacota no WEC, em 2009, por ter sido nocauteado por uma joelhada voadora dupla de José Aldo em oito segundos. Depois ele perdeu para Chad Mendes e estreou no UFC sendo finalizado por Ricardo Lamas (note que só perdeu para a nata da categoria). Foi quando Swanson se reinventou. Ele colocou o boxe para jogo e nocauteou três duros oponentes (George Roop, Ross Pearson e Charles do Bronx). Na última luta, passeio sobre o talentoso prospecto Dustin Poirier e aí está ele novamente no caminho de Aldo.

Os treinos com Timothy Bradley, que venceu Manny Pacquiao no ano passado, evoluíram o boxe de Cub a um patamar de elite dentro da categoria. Foi assim que uma bomba de direita acabou com George Roop, o intenso jogo de pernas abriu caminho para o gancho perfeito que derrubou Pearson e um violento golpe na linha de cintura mandou Do Bronx para a vala.

Swanson ainda é faixa preta de jiu-jítsu e treina na Jackson’s MMA com alguns dos melhores lutadores e treinadores do planeta. Aos 29 anos, ele tem cartel de 19-5, com 4-1 no UFC. Suas vitórias são quase igualmente divididas entre nocautes e submissões. Só foi nocauteado por Aldo, mas sucumbiu a três finalizações. Swanson tem 1,70m de altura e oito centímetros a mais de envergadura.

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Siver era um respeitado peso leve baixinho e muito forte. Com 7-1 no UFC e já se escalando para um title shot, sucumbiu ao mata-leão de Donald Cerrone e baixou de divisão. Como pena, não é mais baixinho, mas ainda é forte como um touro. Em duas lutas, dominou o dínamo Diego Nunes e aplicou uma sova constrangedora em Nam Phan.

O alemão nascido na antiga União Soviética usa seu corpo largo, baixo e forte para criar um apurado sistema de defesa de quedas, ofensivamente adicionado de um kickboxing versátil, com direito a dwi chaguis do taekwondo, que entram causando muita dor à região abdominal do oponente. Seu principal problema aparece quando fica em posição dominada no chão.

Faixa preta de taekwondo, roxa de jiu-jitsu, ele tem cartel de 20-8, com 2-0 na atual categoria.

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A madeira vai piar com gosto neste combate. Os poderosos coices do alemão podem causar danos sérios, mas a maior movimentação de Swanson deve manter o perigo sob controle. Com uma tática de circular e entrar e sair socando, variando entre a cabeça e o corpo, Cub deve anotar mais uma vitória.

Antevisão original de MMA-Brasil 
http://www.mmabrasil.com.br/

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Com um gesto inesperado na encarada após a pesagem, Anderson Silva surpreendeu a todos os cerca de 10.000  presentes ao UFC Fan Expo, no Mandalay Bay, e praticamente deu um beijo em Chris Weidman após os dois baterem o peso da categoria dos pesos-médios. O americano foi o primeiro a subir na balança, e esperou o brasileiro para a encarada. Ao chegar para a pose tradicional, Anderson aproximou o rosto a ponto de tocar os lábios na boca de Weidman, que não recuou. Dana White os separou com um sorriso. Os lutadores disseram algumas palavras provocativas um para o outro, mas Weidman ficou nitidamente constrangido e surpreso com a atitude do campeão, e levou alguns segundos para se recompor e dar a entrevista de praxe diante do grande público, que ria e aplaudia, surpreso com o que acabara de acontecer.

Após a encarada, Chris Weidman não comentou o "beijo" que recebeu, e preferiu exaltar o momento que vive:

- Ele é o cara, mas esta é a minha hora de brilhar. Amanhã à noite vocês verão a história ser escrita.

Confira a galeria de fotos da pesagem do UFC 162

Já Anderson Silva preferiu manter o discurso de exaltação ao UFC e de respeito ao seu adversário.

- Todos os lutadores que estão no UFC são ótimos. São os melhores lutadores do mundo. Amanhã ele terá a chance de conquistar o cinturão. Vamos ver o que acontece.

Todos os atletas bateram o peso e estão habilitados para lutar no evento deste sábado. Entre as curiosidades da pesagem, os pesos-leves Norman Parke e Kazuki Tokudome foram os primeiros a se estranhar na encarada, tocando as cabeças, sendo necessário Dana White separá-los para que não se agredissem. Já Mark Muñoz pediu aplausos ao seu preparador físico, que o ajudou a perder quase 50 quilos para a luta contra Tim Boetsch.

O brasileiro Roger Gracie subiu ao palco acompanhado por Renzo Gracie, e bateu o peso no limite dos 84,4kg, aparentando estar bastante debilitado. Tim Kennedy (1,80m), bem mais baixo que Roger (1,94m), bateu o mesmo peso que o brasileiro, aparentando estar muito menos enfraquecido (84,4 kg). Após trocarem farpas pela internet por causa dos valores de premiação, Dana White e Tim Kennedy não se cumprimentaram.

- A pesagem é a primeira batalha, a primeira luta do atleta antes de subir ao octógono. O nervosismo começa aqui, e amanhã será igual - disse o gigante da família Gracie.

No co-evento principal, Charles do Bronx subiu à balança com a bermuda e, mesmo assim, ficou uma libra abaixo do limite de peso da categoria dos penas. Já Frankie Edgar teve de tirar a bermuda e ficar apenas de cueca na balança, e ficou no limite de 66,2kg. Na encarada, o brasileiro e o americano tocaram os narizes, mas não precisaram ser separados por Dana White. A curiosidade é que Edgar, muito mais baixo que Charles do Bronx, ficou na ponta dos pés para diminuir a diferença de altura para o brasileiro.

Confira os pesos dos atletas após a pesagem do UFC 162

CARD PRINCIPAL

Peso-médio (até 83,9 kg) - Anderson Silva (83,4 kg) x Chris Weidman (83,9 kg)
Peso-pena (até 66,2 kg) - Frankie Edgar (66,2 kg) x Charles Do Bronx (65,3 kg)
Peso-médio (até 84,4 kg) - Tim Keneddy (84,4 kg) x Roger Gracie (84,4 kg)
Peso-médio (até 84,4 kg) - Mark Muñoz (83,9 kg) x Tim Boetsch (84,4 kg)
Peso-pena (até 66,2 kg) - Cub Swanson (65,3 kg) x Dennis Siver (65,7 kg)

CARD PRELIMINAR


Peso-médio (até 84,4 kg) - Chris Leben (84,4 kg) x Andrew Craig (84,4 kg)
Peso-leve (até 70,8 kg) - Norman Parke (70,7 kg) x Kazuki Tokudome (70,3 kg)
Peso-pesado (até 120,7 kg) - Gabriel Napão (118,8 kg) x Dave Herman (109,7 kg)
Peso-leve (até 70,8 kg) - Edson Barboza (70,3 kg) x Rafaello Trator (70,3 kg)
Peso-meio-médio (até 77,6 kg) - Seth Baczynski (77,1 kg) x Brian Melancon (77,1 kg)
Peso-meio-médio (até 77,6 kg) - Mike Pearce (77,6 kg) x David Mitchell (77,6 kg)

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