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Mac in Touch (extra!) # 27 - Multi-tasking (conclusão sobre a Wrestlemania 29)


Antes da Wrestlemania 29, havia a antecipação de ser mais uma das grandes noites para a comunidade de wrestling. A construção do show erá má, os combates anunciados até podiam ser pouco apelativos, mas caramba!, trata-se de um dos maiores shows de sempre, o “pai” dos grandes espectáculos e há sempre o entusiasmo pela chegada desta altura do ano, é por isto que nós, fãs de wrestling esperamos o ano inteiro.....

Depois da Wrestlemania, a desilusão de muitos dos fãs, porque (como ouvi, e muito bem, esta semana), afinal o que seria das pessoas se não criticassem? Os fãs de wrestling são mesmo assim, vocacionados para o criticismo e para o desagrado com o que a maior companhia do nosso desporto apresenta. É assim desde o início da era de Cena como campeão e cara da companhia, e não foi ontem que mudou.

As minhas linhas podem parecer piquinhas e até auto-críticas em relação à minha/nossa comunidade… mas não são. Muitas vezes NÓS temos razão e as pretensões de quem sustenta a WWE são muitas vezes atropeladas pelas pretensões da mesma em progredir no mercado e alargar o número de vendas com mensagens solidárias e um foco maior no novo público.

Ontem, foi louvável o que foi feito com os atletas Paralímpicos, e todas as mensagens solidárias (Make a Wish e afins)… algo positivo no show. Muito! É bom que seja aproveitada a exposição que a empresa tem para promover causas pelas quais vale a pena lutar e contribuir… mas não querendo duvidar das intenções da empresa creio que seria mais proveitoso focar-se mais naquilo que os seus fãs de há muito tempo querem (fiéis) do que em jogadas políticas que obviamente não têm dado resultados práticos (Linda McMahon perdeu em larga escala a candidatura ao Senado… pela segunda vez!). O build-up para esta Wrestlemania fraquejou, e acredito que se deva muita a esta opção, com a WWE a ter excesso de confiança na “auto-venda” de cada um dos combates (exemplo crasso está no Main Event).

As coisas não podem, obviamente, continuar assim e Vince McMahon e companhia terão de adoptar outro tipo de perfil estratégico rumo à afirmação em apenas um sector de mercado (e que, por sinal lhes merece muito mais respeito) do que tentar agradar ao máximo de pessoas possível. Isso revela-se infrutífero e faz-me lembrar um pouco como a incapacidade de nós, homens, em fazer o chamado “multi-tasking” – quando tentamos fazer mais de uma ou duas coisas ao mesmo tempo, não conseguimos fazer nem uma como deve ser. Parece-me claro que a WWE está inserida num “multi-tasking” metafórico, com muita mente para agradar e com pouca gente a sair plenamente satisfeita do resultado final.

Os fãs hardcore continuam a existir, os (pais dos) miúdos a comprar t-shirts do Cena continuaram a contribuir generosamente para as revisões em alta da companhia e as campanhas políticas de caridade continuarão a ser bem vistas por toda a gente que assiste aos shows da WWE… mas é preciso haver um foco, um sector ao qual se queira agradar mais.

Não querendo puxar a brasa à minha (nossa) sardinha, acredito que somos quem mais merece esse foco e que o tempo da miudagem tem de acabar. Já fui defensor da Era PG em virtude da sustentabilidade do negócio, mas vendo a insatisfação geral pelos resultados e pelo PPV da Wrestlemania 29 onde ficava, aqui e ali, muito evidente o facto de cada pessoa (crescida) se ver obrigada a afastar-se do wrestling (em geral) e de deixar de levar a sério o show/desporto que já não tem a capacidade de enterter como tinha antes, parece-me evidente que uma boa quota de mercado pode desaparecer em 2 anos se continuarem com esta obsessão em agradar ao máximo de pessoas possível (no caso da metáfora já usada, fazer várias coisas… sem fazer nenhuma de maneira eficiente).
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