Slobber Knocker #44: Por onde andam eles? (Parte 3)

Bem-vindos a mais um Slobber Knocker e bem-vindos a mais um resgate de um antigo artigo! Deixei a pergunta no final de um artigo de há umas semanas atrás e alguém disse que gostava de ver mais uma edição do “Por onde andam eles”, onde resgato os presentes de alguns lutadores que já passaram pelo nosso ecrã....

Uma pessoa disse que queria e para mim já é a voz do povo. E é, mesmo sendo só um, é importante e eu nunca tenho nenhum número exorbitante de comentários para que um pedido se ofusque. Então regresso com uma terceira edição, na qual abordo algo um pouco diferente: não só funciona como “Por onde andam eles”, mas também como um “Quem eram estes”, passando por várias eras diferentes.

Vejam lá se conseguem lembrar-se destes caramelos todos:

Kizarny

Um caso de gimmick falhada. O lutador Canadiano de seu nome Nick Cvjetkovich – com esse nome, 100% Canadiano não há-de ser – passou na WWE por um tempo muito breve. Durante dois anos que percorreu o circuito independente Canadiano até ser “cato” pela TNA em 2003, onde lá esteve por três anos mas sem fazer assim grande coisa. Com o nome Sinn, juntou-se a uma obscura stable Heel de seu nome “The Disciples of the New Church”, o que indica que gimmicks esquisitas sempre fizeram parte da carreira do homem. Como não era dos lutadores mais importantes e até mais utilizados na TNA, não largou por completo o circuito independente Canadiano e lá andou até 2007.

Foi aí que foi contratado pela WWE e em Outubro de 2008 começaram as vinhetas a apresentar o estranho personagem de saltimbanco assustador com pinturas que devem deixar até o Jeff Hardy impressionado – ou não, nem sei. Pouco fez, em Março de 2009, Kizarny acabaria despedido da WWE. Ao todo, conseguiu fazer praticamente nada e nem sei se alguma feud chegou a ter.

Desde então, Kizarny voltou às independentes, mas algo mais notáveis que as anteriores. Entre as suas passagens contam-se a World Wrestling Council, a Pro Wrestling Guerrilla e a grande e mítica CHIKARA onde lá esteve um ano e conseguiu um processo razoável. Destinado para ser um lutador notável é que o desgraçado não parece estar…

Bastion Booger

Agora recuamos um pouco no tempo. Vamos a um dos antiguinhos. Tão antigo que é possível que o presente deste não seja propriamente como o dos outros. Mas Mike Shaw já levava uma carreira respeitável, tendo lutado na década de 80 na NWA All-Star Wrestling como Klondike Mike ou Makhan Singh, onde teve grandes feuds com Bret Hart ou Chris Benoit, nomes que já devem ter ouvido falar.

Não tardaria e estava na WCW, nos finais da década de 80 até aos 90s onde se iniciou como “Norman the Lunatic” – procurem pelo seu manager e riam-se – e ainda chegou a ter oportunidades pelo título mundial de Ric Flair. Saiu da WCW como camionista e só em 1993 é que entraria nos ringues de Vince McMahon. Primeiro era um frade louco, Friar Ferguson. Mas quase nem durou devido a queixas da Igreja, portanto retire-se a personagem logo após estrear e remodele-se Shaw numa nova personagem feia e nojenta difícil de olhar de frente: o horrendo Bastion Booger. De mid-carder a jobber, não se constam assim grandes feuds para além de uma curta com Doink the Clown ou Bam Bam Bigelow. Seria despedido em inícios de 1994.

Desde então, Booger chegou a reaparecer com a sua gimmick no especial de aniversário de 15 anos do Monday Night Raw, após uma referência cómica da parte de Triple H. Também abriu uma escola de wrestling na sua terra. E agora a parte triste do por onde anda ele: infelizmente, Mike Shaw aka Bastion Booger faleceu em Setembro de 2010, aos 53 anos, vítima de um ataque cardíaco. É um caso estranho de “Por onde andam eles” mas eu mesmo me surpreendi quando fui fazer a pesquisa. Que descanse em paz e onde quer que esteja… Que não esteja a fazer as nojeiras que fazia com esta gimmick...

Joy Giovanni

E passamos daquele bicho para uma coisa muito mais bonita de se ver. Mais uma vez, a escolha desta vistosa Diva é propositada: tenho a sensação que ela é meia esquecida e que muitos nem se lembram dela ou não a conhecem sequer. É pena, porque… Olhem para ela! O seu percurso na WWE também foi curto, durou apenas um ano e no curto trajecto contam-se alguns angles e feuds com outras Divas, sendo uma das mais notáveis Amy Weber – de quem provavelmente também não se lembram tão bem. Ganhou, em 2005, o único prémio “Rookie Diva of the Year” de sempre. Após isso, pouco fez e foi mais usada para regalar as vistas, modelando ou em segmentos de bikini ou lingerie.

Actualmente, é difícil dizer exactamente o que é que ela anda a fazer. No wrestling não está, definitivamente e não sei se ficou pela modelagem. Foi dando um pezinho na representação aqui e ali e tem um punhado de filmes no currículo como o fiasco crítico “Pretty Cool Too” de 2007. A ver se lhe ligo a perguntar o que é que ela tem feito e já de passo a ver se a gente vai dar uma volta e tomar um café…

Jimmy Wang Yang

O Coreano-Americano que conhecemos com uma estranha gimmick de redneck/cowboy… Asiático já é mais antigo que o que alguns possam pensar. Já em 1999 andou pela WCW como Jimmy Yang e lá andou até ao fim da companhia. A WWF ainda ficou com ele, mandou-o para desenvolvimento mas entretanto saiu. Durante um ano, andou pelo Japão na All Japan Pro Wrestling e regressou para integrar na embrionária TNA, como parte da bizarra equipa “The Flying Elvises”.

Foi em 2003 que teve o seu primeiro sabor de WWE, como Akio e aí formou a equipa Kyo Dai com Ryan Sakoda, cúmplices de Tajiri. Sakoda acabou por ser despedido, Tajiri transferido para o Raw – na altura estava no Smackdown quando havia brand split. E após umas passagens pelo low card no Velocity, foi embora para a Ring of Honor, onde esteve até 2006. Nesse mesmo ano regressou à WWE onde estreou a sua bizarra gimmick de “asian redneck”, que o manteria na companhia até 2010. No seu circuito não arrecadou títulos mas conseguiu muitas oportunidades ao título Cruiserweight e ao de Tag Team com Shannon Moore. Abandonou em Abril de 2010 após uma passagem como low carder/jobber.

Desde então, voltou ao circuito independente e ao Japão, regressando à All Japan Pro Wrestling, como Jimmy Yang. Em Junho de 2011 até o vimos na TNA num combate de qualificação para a X Division em que ele voltou por uma noite com a sua gimmick de “Flying Elvis”. Não sucedeu nessa noite e depois andou a queixar-se que a TNA andava a demorar a pagar-lhe. Meu amigo… Com certeza que nunca trabalhaste para o Paul Heyman nos 90s…

Rodney Mack

Sobrinho de Junkyard Dog, estreou-se na ECW em 1999 numa equipa de carecas. Digam lá se não é uma boa maneira de começar qualquer carreira. Com o fim da ECW, a WWE decidiu ficar com ele e enviá-lo para território de desenvolvimento, até Janeiro de 2003 quando se estreou, como parceiro de John Cena. Mudou-se para o Raw e foi lá que se fez gente, com um manager que, nem de propósito, é o mesmo do Norman the Lunatic! No seu percurso de dois anos, esteve envolvido numa história que girava à volta do tema de racismo: um grupo de talentos de raça negra a sentir-se rebaixados em relação aos restantes. Após isso e através do mesmo manager, teve uma Tag Team com Mark Henry, com sucesso moderado – com aquele manager não havia maneira de não passar por uma tag team em pelo menos um momento. Em Novembro de 2004, abandona a WWE juntamente com a sua esposa, Jazz.

Foi com ela que veio a abrir a Dirtysouth Championship Wrestling – que depois mudaria o nome para Deepsouth Championship Wrestling – em finais de 2005 e inclui-o no seu circuito independente. Em 2006, a WWE anunciara a recontratação de antigos talentos que incluíam Rodney Mack e até Marty Jannetty. Não creio que tenha aparecido em TV sequer, fez alguns house shows na brand ECW e em Janeiro de 2007 seria despedido outra vez – e mais uma vez, juntamente com a sua mulher, Jazz. Desde então, é nas indys que ele se tem mantido e um exemplo notável é a NWA, mais precisamente o território de Oklahoma. Em 2008, também se estreou nas MMA apesar de não haver sinais de prosseguimento de carreira.

E como eu ainda não disse quem era o tal manager dele e do outro, aqui fica o vídeo de entrada de Rodney Mack. É possível que a música vos seja algo familiar...

Tyson Tomko

O grandalhão tatuado com uma boot potente tem uns percursos razoáveis, tanto na WWE como na TNA. Começou a sua carreira quase de imediato na WWE, onde foi o macaco de serviço de Christian durante muito tempo. Prova de que possivelmente o “Captain Charisma” o andasse a carregar é que quando os separaram, foi sempre a descer para o Tomko. Tentou-se um push como “monster heel” a squashar jobbers, até chegar o Cena e dar cabo dele. Depois uma tag team com Snitsky que não foi a lado nenhum. E depois dois anos na New Japan Pro Wrestling. Quando se estreou na TNA em 2006 foi mais uma vez como macaco de serviço de Christian, mas desta vez já tinha um futuro melhorzinho e ainda chegou a ser Tag Team Champion com AJ Styles e a ter uma aliança com Kurt Angle.

Ainda chegou a regressar à WWE mas foi despedido antes de regressar à TV. Dark matches, lesão nas costas e despedimento. Carreira de Hall of Fame. Voltou à TNA para uma pequena feud com AJ Styles, fez pouco mais, foi embora outra vez. Não tenho grande registo de wrestling após isso, não sei sequer se ele lutou mais depois disso. O que há registo de ele ter feito foi assalto a uma farmácia para roubar oxicodona, na qual ele estava viciado. Foi detido e entrou numa clínica de reabilitação patrocinada pela WWE. Tudo isto em Outubro de 2011.

São mais estes, os exemplos que vos trouxe. Tal como nas outras edições, isto são casos que recolhi através da minha própria curiosidade e a pesquisa foi feita para o artigo. Descobria coisas à medida que as ia contando a vós.

Se entretanto vir que dá para continuar com isto e que talvez queiram mais disto, é possível então que prossiga e apresente mais alguns. Para já, espero que tenham gostado, que se tenham divertido e que tenham gostado das curiosidades. 

Agora estejam à vontade no feedback, lembravam-se destes? Quem mais vos enche de curiosidade sobre o que andam a fazer actualmente?

Ah e já agora, a coisa das perguntas… Bah, acho que já não vale a pena insistir!

Um resto de um bom fim-de-semana para todos vós, para a semana cá estarei.
Cumprimentos,
Chris JRM