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Análise e Pensamentos do WWE RAW - Musicalidade


Foi a 11 de janeiro de 1993 que estreou o programa com mais episódios na história da televisão mundial. E o mais recente Monday Night RAW celebrou a data com uma festa especial para o seu aniversário de 20 anos. Leia abaixo a minha análise completa e inteire-se a respeito do que se passou na celebração.

Celebração. Peço que se atentem a esta palavra.

Como fonte do Wikipedia, uma celebração "é a parte cultural imaterial que distingue a forma ou método de elaboração de determinada cerimônia." (WIKIPEDIA).

O RAW de ontem foi um show muito completo, que cumpriu com exatidão o papel de relembrar os bons momentos, trazendo video packages de destaques ao longo das duas décadas, mas acima de tudo foi um programa que não se esqueceu do presente.

Li, ouvi, e provavelmente ainda vou ler mais, talvez até nos comentários desta análise, que o show deveria ter tido um contingente de lendas para torná-lo em algo com qualidade PPV.

Este é um erro irremediável e quase que inocente. A WWE provavelmente pensa como eu, no sentido de que firmar-se no presente é a melhor forma de pensar no futuro. A dita qualidade de PPV, por exemplo, acaba tornando-se algo muito subjetivo; já que, afinal, quem diz o que é qualidade de PPV?

O último grande evento mensal da empresa foi o TLC: Tables, Ladders and Chairs, que coincidentemente foi algo positivo, de qualidade interessante. E reparem que apenas Brooklyn Brawler apareceu, no sentido de lendas, nas suas três horas. E nem por isso diminui meu interesse ou o sentimento final.

Algumas semanas atrás as notícias já diziam que a empresa havia mudado o conceito e cancelado aparições de ícones do passado, pois julgava não mais necessário e hoje pode-se dizer que isto foi o mais correto. Afinal, reparem que ao longo do show estrelas em formação como os faces Alberto del Rio, The Miz, The Shield e o próprio campeão americano Antonio Cesaro saíram-se muito bem com suas interações com os respectivos Mr. McMahon, Mick Foley e Ric Flair.

E para isto que os hall of famers servem, para alçar novas estrelas e não para tomar seu tempo com segmentos idióticos do tipo que tivemos no RAW 1000.

Mr. McMahon deu início ao Aniversário de 20 anos e logo foi interrompido por Big Show. Confesso que ao ver esta altercação não estive ansioso.

A interação entre o gigante e McMahon foi fraca, contudo, a presença de Alberto del Rio trouxe de certa forma um brilhantismo em cena. O segmento ganhou em qualidade com a expansão que tinha, afinal apenas pelo fato do Chairman estar em ringue, isto acaba por si só representando uma massa nas audiências, sendo McMahon um grande chamariz.

Entretanto, algo que tenho de notar é a forma algo que prematura para o face turn do mexicano. Vencer o título mundial no último Smackdown é algo que acaba não me trazendo grandes opiniões, mas chego a me preocupar com a forma grudenta como se veste e fala, parecendo como um apelo do fundo da alma para que o público hispânico o tenha em consideração.

Foi isto por exemplo que vitimou o face turn de The Miz, que apesar de todos os esforços não consegue cumprir bem o papel como herói. Sei que Miz e Alberto são pessoas completamente diferentes e que a regra pode não se aplicar igualmente a dupla, mas apenas temo que os erros de um sejam capitais ao outro.

O programa que começou forte com destaque para o World Title em um segmento aprazível, logo seguiu bom com um combate entre Randy Orton vs. Wade Barrett.

Gosto do estilo de Barrett. Duro em ringue ele consegue ter golpes consistentes e uns destes inovadores, mas sempre usa da personagem de lutador de rua para ser supremo em troca de socos e na ofensiva de chutes e socos. Ao mesmo tempo, Orton é alguém que completa ao ingles, pois sabe trabalhar no ringue com quase todos para lutas interessantes. É um ícone do carisma e toma perfeitamente uma posição imponente frente a seus adversários.

A vitória do campeão intercontinental me surpreendeu bastante. Vai ver Orton só aceitou perder porque era aniversário do show. Agora até os 21 anos, ele se mantém invicto.

O regresso de Dr. Shelby foi curto. Esperava um segmento pouco maior envolvendo a dupla de campeões de pares, que são excelentes em comédia. Quem viu e quem vê Daniel Bryan. Um ano atrás, ele era um campeão mundial ruim e hoje em dia é um dos ícones mais carismáticos da empresa, se não o mais.

Não gosto quando mesclam singles matches envolvendo uma dupla. Acaba se tornando enfadonho e perde o interesse. Ainda mais quando os combates tem menos de 2 minutos, como o caso no RAW.

Mick Foley foi anunciado no Hall of Fame da WWE.

Mas o tratamento não mudou e ele foi tido como lixo pela empresa sem ter sequer a chance de falar. Só precisam dele quando é para relembrar o seu primeiro título mundial.

A intervenção dos The Shield poderia e deveria ter sido feita. É uma forma, como disse anteriormente, de se elevar o grupo verde em algo experiente. Mas achei que foi feita no timing errado. A brawl de trios foi mais do mesmo. O destaque de todo este segmento vai mesmo para a atmosfera que se cria quando soa a música dos justiceiros, trazendo um quê de perigo. Isto é bom e mostra que já se tem a consciencia do quão violentos eles podem ser.

A promo de Ryback é outro ponto a se elogiar. Cada vez mais ele evolui e consegue entrar na preferencia dos fãs. Ele tem futuro.

Kaitlyn venceu Eve e é a nova campeã de Divas. Este foi um combate muito bom. Um dos melhores dos últimos tempos mas não supera Beth Phoenix vs. Natalya num smackdown do ano passado.

Acompanhei toda a trajetória da nova campeã, desde a inesperada chamada ao NXT à vitória, onde se revelou um símbolo de carisma. No ringue, era mais do mesmo na divisão mas desde um bom combate com a própria Eve cerca de quatro meses atrás, mudei meu conceito e ontem se provou isto.

Aprovo a mudança do fnisher para o spear, pois ela o faz bem.

A saída de Eve não é de todo uma surpresa já que a bela cuida agora de seu casamento com Rener Gracie. Ela deixa uma brecha na divisão pois era um pacote completo de beleza,carisma e in-ring skills. Creio que não se poderia ter pedido um melhor último ano para ela como 2012. Para mim, ela foi a diva do ano passado e não a adolescente AJ.

Não sei como Eve não se assustou quando ficou cara-a-cara com Booker T.

The Miz apresentou o MizTV com Ric Flair. Este segmento foi, no mínimo, estranho.

Quase como se Miz estivesse markando pelo Nature Boy. Se eu tivesse vendo isto com um controle, mudava de canal sinceramente. Não querendo faltar com o respeito, mas Flair parecia que tinha fugido de algum asilo (e não, não estou dizendo que a TNA é este asilo) e necessitava de tratamento mental.

Antonio Cesaro, a julgar pela excelente interrupção e promo que fez, só pode ter decorado seu texto. Ele é excelente em ringue mas necessita de melhores ao microfone e é por isso que não consigo acreditar que as ofensas para Ric Flair eram improviso. De qualquer forma, The Rock lê há anos e isto não o torna pior.

Cesaro sai deste segmento como o mais forte. Miz continua não me mostrando nada como babyface. Flair continua endividado.

Eu queria muito mas muito vir aqui e não criticar o booking da steel cage match mas não posso.

Deve haver algum escritor que desesperadamente tem uma paixão arrebatadora com John Cena e quer ter relações sexuais com o mesmo.

Não pode haver outra explicação para o tipo de erro que se comete. O meu problema não é Cena vencer duas semanas seguidas de formas semelhantes, mas vencer sobre Dolph Ziggler. Ele é Mr. Money in the Bank e vai se tornar campeão mundial, mas continua pagando por pecados que não cometeu.

Ou comer Nikki Bella é pecado?

Big E Langston também é feito de pouco ao usar de golpes fortes em Cena e mesmo assim não o colocar nocauteado. Langston é segurança e precisará ter credibilidade para poder oxalá futuramente pôr ao chão o world champion da altura, deixando Ziggler com um cash in fácil. Mas mesmo com um Cena que havia sofrido superkick e zig zag, Big E falha.

É estranho. Não é humano. Façam anti-doping.

Isto sem contar que mesmo que Dolph tenha saído com um pingo de dominação na cage match, todo o trabalho vai pelo ralo quando John decide que é plausível que após deixar a jaula, saia correndo. Isto para alguém que deveria vender a ofensiva rival.

Pobre Ziggler.

O concerto de The Rock voltou a forma e novamente agradou.

The Rock é um fenômeno e não é exagero dizer que atualmente é o melhor no wrestling mundial. Ele entretém, vende em audiência e merchandise e consegue ter combates de nível.

Fico com o sentimento de que o musical deveria ter tido duração ainda maior, pois nos pouco mais de cinco minutos que durou, não se viu muito mas já o suficiente para elogiar. As provocações a Vickie Guerrero caíram como uma luva. Quem não riu, ou odeia Rock ou não tem humor.

CM Punk teve um RAW excelente e em termos de promo, agradou-me mais do que na semana passada. Apesar de ter tido poucos minutos ao microfone logo após a contenda com Brodus Clay, ele foi intenso e provocativo, não ficando-se pelos supérfluos dados de backstage da WWE que em nada ajudam a vender a luta com Rock.

Foi simples, conciso. Assim como a batalha com Clay, que me agradou pois vendeu a ferocidade e a periculosidade do best in the world, que como os comentaristas disseram, tem uma manobra eficaz que é o anaconda vise. Uma vez que a submissão é presa, não tem escapatória. Uma mensagem direta ao favorito na luta do Royal Rumble.

E a briga ao final do show terminou em grande um grande RAW. Muda o conceito que tivemos de Rock vs. Cena onde só puderam se tocar na Wrestlemania. Punk vs. Rock é mais feroz, existe mais ódio, não em parametros pessoais mas na competição do título. Ambos são perigosos e querem lesionar o adversário.

É brutal, é violento. Gosto disto. Desenvolve a feud melhor. Vende mais.


Hoje a única nota ao final do show é:
"BECAUSE BEEEAAATCCHHHHH, YOU LOOK HORRIBLE TONIGHT!!!!!!"

Classificação: A-
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