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Tomos de Eternidade - Análise da Wrestlemania XXVIII


A noite passada ocorreu a vigésima oitava da Wrestlemania, o maior evento do ano do Pro Wrestling.
Foi um evento que eu assisti em parte na stream fornecida aqui no Wrestling Notícias, e o resto hoje de manhã, e nessa medida achei boa ideia dar a minha opinião sobre o evento...


O combate de abertura foi pelo WHC opondo o campeão Daniel Bryan a Sheamus, e dizer que foi um combate controverso seria como dizer que a água é olhada...

O combate durou uns meros 16 segundos pois o Sheamus apanhou o Byran com o finisher quando ele estava distraído a dar um beijo à AJ, tornando-se assim o novo campeão. Foi desapontante pois eu acredito que os dois podiam ter tido um bom combate, mas por outro lado isto dá muita mileage ao Bryan para ser um heel ainda mais chato e deplorável, pois pode sempre apelar ao facto de ter sido apanhado distraído, bem como culpabilizar a AJ e conseguir mais heat por esse meio. Desapontante mas eu vejo possibilidades a saírem do finisher que teve.

Depois ocorreu o combate entre o Randy Orton e o Kane, um combate de encher chouriços que a meu ver foi o pior da noite. Foi um combate lento, desinteressante, quem qualquer ponto notável a não ser o final que foi uma vitória do Kane, a qual foi inesperada sem dúvida, mas foi absolutamente estúpida na sua existência. O Kane nunca foi nada de especial na minha opinião, e o tipo devia era estar reformado em vez de fazer figuras triste (ele estava a arfar a 2 minutos de combate!). Perda de tempo total.

Seguiu-se o combate pelo título Intercontinental, onde o Big Show desafiou o Cody Rhodes, o qual foi um combate decente sem nada a apontar. Ganhou a pessoa que fazia sentido no contexto da storyline, e o Rhodes fica livre para eventualmente desafiar o Sheamus pelo WHC.

De seguida veio o combate das Divas (Kelly Kelly e Maria Menounos vs Beth Phoenix e Eve Torres), no qual a Beth Phoenix estava a usar um dos chapêus mais estranhos que eu já vi. Devo dizer que fiquei espantado com a Menounos, pois ela estava a trabalhar com uma lesão nas costelas e esta fraqueza foi trabalhada pela Beth, bem como o facto de ela se ter desenvencilhado bem no ringue. O combate teve um bom spot quando a Kelly contra-atacou o Glam Slam num Bulldog e o final viu a Menounos vencer a Divas Champion com um roll-up.

Foi o que se esperaria dum combate de Divas que é também um combate de celebridades. Muita gente ficou danada pela Beth ter perdido, mas eu pessoalmente cada vez mais acho que a WWE não perdia absolutamente nada em acabar com essa divisão.

Havia então chegado a hora para um dos combates importantes da noite, o combate Hell In A Cell "End of An Era" que opunha o Undertaker ao HHH com o Shawn Michaels como árbitro. Antes de mais tenho de notar que as entradas dos participantes (mais o Shawn) não foram particularmente grandiosas tendo em conta os participantes, e já agora aponto que o Undertaker me surpreendeu pela forma física que apresentou, muito superior ao que eu estava à espera.

Eu disse no chat que achei que os primeiros 10 minutos do combate foram muito pedestres, e que a cela não teve um papel relevante nessa período (e não teria ao longo do combate), mas quando eles começaram a plantar os elementos de storyline que o combate seguiria a coisa começou a aquecer, e o combate foi sem dúvida brutal (mas não por causa da Cela). Eu não gostei do combate deles do ano passado pois achei que eles tentaram fazer um spotfest épico mas que falharam brutalmente, e talvez sabendo isso este ano eles decidiram-se por um combate muito pesado em história que também teve muitas nearfalls à mistura, as quais no entanto foram eficazes no desenrolar deste. O Shawn em particular teve um excelente papel como o árbitro que queria fazer um trabalho justo, mas que se via horrorizado por aquilo que o Taker e o Triplo estavam dispostos a fazer um ao outro. Achei que o combo DX veio um bocado do nada e que não estava de acordo com o papel que o Shawn estava a desempenhar, mas fora isso a partir dos 10 minutos o combate esteve sempre num nível muito bom. O final fez sentido, mas está a tornar-se quase que um cliché, pois foi o mesmo do combate de reforma do Flair, e do combate de reforma do Shawn, mas foi ainda assim bastante eficaz.

Foi um combate muito diferente do do ano passado, e por isso muito mais a meu gosto. Não o acho tão bom como algumas pessoas, mas foi um grande combate sem dúvida (foi só pena aqueles primeiros 10 minutos, e a cela não ter tido qualquer papel, eles tinham tido o mesmíssimo resultado num combate No Holds Barred digo eu). Os três a saírem abraçados do ringue foi um grande momento.

Para deixar o público acalmar o combate que seguiu o Hell In A Cell foi o confronto dos GMs, e não há muito a dizer. Foi um combate decente e bem executado, com o Booker a ter um bom segmento de face in peril, mas aquilo que eu estava a pensar perto do final do combate era que nem o Ryder nem o Otunga ainda tinham recebido o tag, e se não seria que eles entravam no ringue ao mesmo tempo, o Otunga apanhava o Ryder no finisher dele e ganhava o combate a Team Johnny.

Não foi isso que aconteceu, mas ainda foi o Ryder que sofreu a derrota quando parecia que ele ia ganhar ao Miz mas a Eve, que o tinha acompanhado ao ringue (isto depois de ela dizer que só tinha estado com o Ryder para se avançar na carreira. Sim o gajo é um tanso de todo o tamanho), entrou no ringue para lhe dar apoio moral mas foi forçada a sair pelo árbitro, o que distraiu o Ryder e permitiu que o Miz o vencesse. Depois só para a humilhação a Eve deu-lhe um pontapé nos tomates porque além de ser tanso o gajo é um falhado.

Pode haver gente que não goste da maneira como ele está a ser tratado pela WWE, mas eu nunca percebi o que é que o gajo tinha de especial e por isso tou-me a borrifar se ele é humilhado. Para mim é quase entretenimento (é o meu lado mais sádico a falar).

O penúltimo combate da noite foi o combate pelo título da WWE com o CM Punk a defender contra o Chris "troll" Jericho. Antes do combate começar o Johnny Lauritainis, no seu primeiro acto como GM da WWE decidiu que caso o Punk fosse desclassificado ele perderia o cinto. O combate começou com uma troca de mat wrestling bastante boa, mas depressa o Jericho começou a provocar o Punk para tentar conseguir a desclassificação, tentativa que durou uns 4/5 minutos. Passado esse tempo a coisa caiu num combate de wrestling normal, com boa execução e trabalho não haja dúvida, mas uma clara falta de emoção por parte do público como eu temia. O Jericho começou a trabalhar as costas do Punk duma forma eficaz, em particular com um suplex da borda do ringue para o chão, mas mesmo assim falharam em cativar a assistência (a certa altura um par de almas penadas tentaram começar um canto de "This is Awesome!" mas ninguém foi na conversa) Houve uns spots e counters jeitosos e a história foi decente, mas tal como ao público falharam em me cativar.

Os últimos minutos tiveram uma sequência muito boas de nearfalls, submissões e counters, terminando com o Punk a prender o Anaconda Vice e deixar o Jericho sem outra escolha que desistir.
Foi um combate algo estranho de início, pois parecia que eles iam fazer um combate de wrestling puro, para com 30 segundo de combate o Jericho passar os minutos seguintes a provocar o Punk para tentar a desclassificação, para depois voltarem ao combate de wrestling puro sem que o pormenor da desclassificação voltasse a ser relevante. Eu gostei da parte da provocação, e os minutos finais foram muito bons, mas o meio que foi o grosso do combate não me prendeu ainda que fosse bem executado. Numa nota final eu acho que o Jericho saiu pior do combate do que o Bryan, pois o segundo pode sempre apelar ao facto de ter sido apanhado desprevenido, mas o Jericho não apenas perdeu limpinho o combate, mas ele desistiu para perder, o que em si põe um ponto final ás suas pretensões de ser o "best in the world", bem como é uma vitória tão definitiva que não faz sentido haver rematches para além de se ver mais do mesmo.

E por fim chegou o main-event, o combate que a WWE prometeu que seria épico, e que a meu ver pelo menos alcançou esse objectivo.

Primeiro há que louvar o Rock, que não tinha um combate individual desde há 9 anos mas que apresentou grande forma e notória falta de ring-rust na WM, e ao Cena que foi um general de ringue no combate. O combate em si teve uma atmosfera fantástica e eléctrica em Miami, e para minha surpresa o público não foi mais anti-Cena do que é costume, e a certo ponto só se ouvia cánticos de "Rocky!!Cena!!Rocky!!Cena!!".

Comno eu disse foi um combate épico na sua construção, os dois não começaram logo a descarregar spots como o Taker e o HHH no ano passado, mas construíram a antecipação do público com trabalho simples mas bem feito, conseguindo assim criar um crescendo na acção e excitação que para mim é a melhor forma de fazer um combate fantástico. Não houve falta de spots e near-falls no combate, mas eles sempre conseguiram incorporar formas orgânicas de abrandar o combate para o público aumentar a excitação, impedindo que este degenerasse na rotina spot-sell-spot-sell-spot-sell. O Cena como é apanágio nos grandes combates também sacou de umas formas fantásticas de prender o STF, e umas incríveis demonstrações de força, e o Rock exibiu a sua grande forma e sentido de ringue, puxando dos seus signature moves e spots com grande fluidez.

Não posso concordar com o vencedor do combate, mas a execução do final foi absolutamente brilhante. John Cena, o compasso moral da WWE, o defensor do lema "Hustle, Loyalty and Respect" decidiu puxar da sua veia mais cretina e gozar com o Rock ao tentar executar contra ele o People's Elbow numa tentativa de o humilhar. Foi só um momento no qual o Cena desviou os olhos do prémio, que ignorou a sua posição moral, mas foi um momento que provou definitivamente que o crime não compensa, pois o Rock apanhou-o num Rock Bottom para conseguir à juz a vitória.

Como já disse eu ainda acho que ganhou a pessoa errada, mas o combate foi efectivamente épico, um combate para ser relembrado, e um combate mais que ao nível dos grande main-events da Wrestlemania! Talvez não tanto na sua execução técnica, mas na pura atmosfera e sensação de grandiosidade!

Resumindo, a primeira hora do show não foi nada de especial embora só um dos combates me parecesse ofensivo, mas não houve dúvida que a WWE saltou da segunda para a quarta mudança a partir do começo da segunda hora, e que o main-event foi até à quinta!

Recomendo fortemente que vejam a partir da segunda hora, e o combate Hell In A Cell, o do WWE Championship e o Main-Event certamente agradarão a muita gente.

manjiimortal

“Death is merciless. But let me tell you... Not being able to die is crueller still.”
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