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Artigo do Leitor - Ser Wrestler


Lutar e sacrificar o corpo todos os dias. Viajar de cidade em cidade, de país em país, de carro de avião ou em caravanas próprias. Estar afastado de casa, da família e dos filhos durante 300 e muitos dias por ano, por vezes mais. Ter dores, mas ter a força suficiente para conseguir aguentar mais uma vez. É assim que um wrestler profissional da WWE vive. Ou melhor, é assim que trabalha, pois a vida pessoal é praticamente inexistente. A sua família são os colegas de trabalho, com quem partilham viagens e desabafos sobre a vida. Os laços de amizade são reforçados, forçosamente.....

Apesar disso, os melhores lutadores ganham milhões de dólares em salários e prémios. Homens como Triple H, Undertaker, Shawn Michaels, John Cena e Randy Orton, dedicam e dedicaram a sua vida, durante grandes carreiras, á empresa, o que lhes vale contratos astronómicos, que consequentemente, lhes permite dar uma vida luxuosa às suas famílias. Mas desse luxo, pouco ou nada aproveitam no seu dia-a-dia. As férias que possam ter, são forçadas, ou seja, apenas descansam quando se encontram lesionados. Ah sim, as lesões.

Além de calendários recheados, a profissão obriga os lutadores a colocarem a sua vida em risco, a andarem na corda bamba sempre que entram no ringue para lutar. A qualquer instante, algo pode correr mal, algo pode falhar e terminar com a carreira ou mesmo com a vida de um lutador. Ossos partidos, tendões inflamados, concussões, músculos rasgados. Parecendo que não, todos estes problemas afectarão a pessoa, mais tarde na sua vida. Muitos lutam regularmente com dores ou mesmo lesões sérias. Apenas para entreterem os fãs e cumprirem o seu trabalho.

Mas com todas estas dores, existem aqueles que procuram caminhos alternativos. Aqueles em que tudo culmina num só ponto, que provoca uma reacção explosiva e que pode mudar tudo. Leva-os a cometerem a pior coisa que pode cometer: refugiar-se nas substâncias químicas. Imaginem estar num quarto de hotel ás 2 da manhã, depois de mais um combate desgastante. As dores, a fadiga, a falta dos familiares na vida, o medo de falhar.

Tudo isto junto levam um lutador a entrar num mundo obscuro, onde é extremamente fácil entrar, mas extremamente difícil de sair. Os que conseguem ultrapassar e pedir ajuda, tornam-se seres humanos melhores e profissionais dedicados. Aqueles que não têm a força necessária para combater o vício e todos os problemas, acabam por morrer sozinhos e esquecidos. Podemos apontar-lhes o dedo e culpá-los? Não, pois não sabemos o que se passa. Não sabemos o que é estar no seu lugar, a ver o mundo a descambar á sua frente. Devemos olhar, aprender. Não cair num erro que pode vitimar alguém!


Mas não é isso que nós, fãs de wrestling, queremos ver. Queremos ver bons espectáculos, queremos ver as luzes, os sons, as imagens, tudo o que o wrestling profissional tem de bom para nos oferecer. Queremos vibrar com as grandes manobras.

Queremos ver wrestling!

Artigo de Ricardo Ramos
Com tecnologia do Blogger.