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MMA: UFC 144: Edgar vs. Henderson - Antevisão + Pesagens


Quase cinco anos após a compra do PRIDE, o UFC volta ao oriente pela quinta vez na sua história. O palco será a Saitama Super Arena, que já sediou tantos eventos históricos do PRIDE. Para marcar um evento tão significativo, o UFC 144 terá uma forte candidata a luta do ano a liderar o card, com o campeão dos leves Frank Edgar defendendo seu cinturão pela quarta vez, desta vez contra o ex-número um da divisão no WEC Ben Henderson......

Outros confrontos interessantes estão escalados para o card principal de sete lutas. Com problemas diferentes, os meio-pesados Quinton Jackson e Ryan Bader tentam recolocar suas carreiras de volta à linha do cinturão. Os kickboxers Mark Hunt e Cheick Kongo devem saciar a saudade dos fãs do K-1. Já a estrela japonesa Yoshihiro Akiyama estreia como meio-médio contra o ex-desafiante Jake Shields.

Falando em antigos desafiantes, o lutador da casa Yushin Okami volta ao octógono depois de ser nocauteado por Anderson Silva no UFC Rio. Seu oponente será o americano Tim Boetsch. Hatsu Hioki, principal estrela do MMA japonês na actualidade, tentará confirmar seu nome entre os principais lutadores da divisão dos penas contra o polonês Bart Palaszewski, enquanto o favorito do público Anthony Pettis terá um difícil compromisso contra Joe Lauzon.

O card completo do UFC 144 é o seguinte:

Preliminar (Facebook)

Featherweight bout: Zhang Tiequan vs. Issei Tamura

Preliminar (FX)

Bantamweight bout: Takeya Mizugaki vs. Chris Cariaso
Middleweight bout: Riki Fukuda vs. Steve Cantwell
Bantamweight bout: Norifumi Yamamoto vs. Vaughan Lee
Lightweight bout: Takanori Gomi vs. Eiji Mitsuoka

Principal

Lightweight bout: Anthony Pettis vs. Joe Lauzon
Featherweight bout: Hatsu Hioki vs. Bart Palaszewski
Middleweight bout: Yushin Okami vs. Tim Boetsch
Welterweight bout: Yoshihiro Akiyama vs. Jake Shields
Heavyweight bout: Mark Hunt vs. Cheick Kongo
Catchweight (211 lb) bout: Quinton Jackson vs. Ryan Bader
Lightweight Championship bout: Frankie Edgar (c) vs. Ben Henderson

------------------------------------------- Countdown -------------------------------------------



-------------------------------------------Antevisão -------------------------------------------

Frank Edgar vs. Benson Henderson



Já tem quase dois anos que Edgar chocou o mundo e tomou o cinturão de BJ Penn. Por incrível que pareça, ainda tem gente que duvida dele. Se observarmos as três defesas que o campeão fez, fica ainda mais ridículo achar que ele ainda tem algo a provar. Edgar é um campeão com talento, coração e força mental como visto poucas vezes.

Há pouco mais de um ano, Henderson sofreu a mais dura derrota de sua vida. Num dos melhores combates dos últimos anos, Anthony Pettis lhe tomou o cinturão do WEC e fez com que Ben chegasse ao UFC soterrado pelo Showtime Kick. A luta valia muito mais que o status de último campeão da história: ao vencedor fora prometido o posto de desafiante ao cinturão do UFC. A actuação sensacional de ambos ficou esquecida pelos insistentes highlights que mostravam o chute caminhando na grade. Aquela imagem ficou gravada na cabeça de Henderson.

Desde a vitória sobre BJ no UFC 112, Edgar teve mais três actuações antológicas. Atropelou o Prodigy na revanche, no UFC 118, acabando com os argumentos de quem dizia que a primeira luta tivera resultado injusto. Em seguida, mostrou que é feito de algum material indestrutível ao renascer de um massacre no round inicial no UFC 125 para arrancar um empate contra Gray Maynard, único homem que o venceu no MMA. No tira-teimas, acontecido no UFC 136, novamente Frank teve que suportar uma blitz inicial de Gray. Desta vez o resultado final foi outro, um nocaute no quarto round numa das grandes viradas que o UFC já viu. Mais do que nunca, Edgar valorizou seu apelido “The Answer” (A Resposta).

Ben passou para o UFC longe dos holofotes, com sua qualidade posta em dúvida por muitos. Precisou refazer o caminho e passou no teste com louvor. Mostrou qualidades diversificadas contra Mark Bocek, no UFC 129. Contra Jim Miller, um dos principais lutadores da divisão, força e técnica resultaram em sinergia no domínio total, algo praticamente impensável até então contra um oponente daquele calibre. Em seguida foi a vez de Clay Guida, sobrepujado numa batalha sangrenta e movimentada no UFC On FOX 1. O apelido “Smooth” (Suave) nos faz lembrar que se trata de um lutador técnico – e completo.

Cada um à sua maneira, com seus respectivos problemas, Edgar e Henderson tiveram que gastar os últimos meses provando que são os dois melhores lutadores da categoria mais embolada do UFC. Ambos chegam ao Japão debaixo de enorme expectativa. Ben, fisicamente mais forte, investiu em reforço de sua estrutura muscular, visando aumentar a diferença para o pequenino Frank. Acostumado com a posição de azarão, o campeão terá que lidar com mais um oponente encardido.

A luta vai envolver dois atletas muito bem condicionados e acostumados a lutas longas, disputadas em ritmo intenso. Edgar mostrou uma evolução enorme no boxe, com velocidade de movimentação e de ataques que levaram prejuízos aos últimos desafiantes. Faixa preta de taekwondo, Henderson tem um jogo de trocação variado. Ambos são wrestlers competentes e óptimos no jiu-jitsu. Como então a luta pode se desenrolar?

Como o campeão é mais técnico em pé, Henderson terá que usar bastante os chutes baixos para atrapalhar o jogo de pernas de Edgar e aproveitar uma brecha para levar a luta para o clinch na grade. Nesta posição, o desafiante será capaz de se aproveitar do tronco muito forte para levar o oponente para o chão. Conseguindo isso, Ben terá dado um passo importante para molestar Frank com cotoveladas e socos no ground and pound, variando para tentativas de finalização – sua guilhotina é mortal e pode ser aproveitada inclusive em pé.

Apesar de ser menor, a longa distância favorecerá Edgar, mais rápido e técnico no boxe, além de ser dono de resistência e capacidade de encaixar punição raramente vistas. Ou seja, trocar com Edgar pode não ser bom negócio mesmo para um lutador técnico e forte como Henderson. Provavelmente o campeão vai mesclar socos rápidos e variados com chutes baixos, circulando o tempo todo. Como a luta deve se estender para os rounds finais, o condicionamento físico será preponderante. Neste quesito, acredito que o campeão leve vantagem (mínima) suficiente para vencer por decisão.

Quinton Jackson vs. Ryan Bader

Duelo entre meio-pesados que querem calar os críticos, depois de derrotas de difícil digestão.

Virou lugar-comum no mundo do MMA dizer que Rampage não tem mais interesse em lutar, que o ex-campeão só quer se dedicar à vida de actor, mais rentável e menos sofrida. Mas lembremos da última vez de Jackson no octógono: muito mais bem preparado que em oportunidades anteriores, ele foi o lutador que mais durou contra o campeão Jon Jones. Ainda assim, há quem diga que a disputa de cinturão motivou a boa actuação de Rampage. Mas o que o faria dar duro novamente nos treinos para um duelo com menor importância?

Quinton Jackson foi (e ainda é) ídolo no Japão. Com vitórias de derrotas épicas no PRIDE, Rampage solidificou seu nome no extinto evento e também junto aos fãs orientais. A associação fez com que ele entrasse para enfrentar Lyoto Machida, no UFC 123, ao som do tema de abertura do PRIDE. Sem ser envolvido nas primeiras especulações do card da volta ao Japão, Jackson passou a fazer forte campanha para estar no evento, quando muitos achavam que ele se aposentaria após perder a disputa do cinturão. Ou seja, lutar no Japão certamente é um motivador para a volta do velho Rampage.

E que Jackson realmente esteja bem preparado, pois sua tarefa não será nada fácil. Bader era considerado o principal prospecto da categoria na condição de rivalizar com Jones, mas o UFC 126 mostrou que a diferença entre ambos era (e ainda é) colossal. O vareio sofrido fez com que muita gente duvidasse do real potencial do vencedor do TUF 8. A situação ficou ainda mais crítica quando ele conseguiu a proeza de ser finalizado por Tito Ortiz, que não vencia uma luta havia cinco anos. Na luta seguinte, nocaute em pouco mais de um minuto sobre o limitado Jason Brilz não foi o suficiente para renovar a moral de “Darth” Bader.

O plano de jogo de Bader é relativamente óbvio: repetir a táctica que deu a vitória a Rashad Evans no UFC 114. E Ryan já deu pista que realmente fará isso, quando fez questão de frisar que não necessariamente sairia pra trocação enlouquecida, o que fará muito bem, já que este deve ser o plano A e B do brigador Rampage.

A derrota para Ortiz pode representar um perigo imenso a Bader nesta luta. Ele sucumbiu a um soco de Tito, que capitalizou a situação com uma guilhotina. Lembremos que Ortiz nunca foi conhecido pelo poder de mandar adversários à lona com um golpe. Esta característica é praticamente o resumo de Rampage, provavelmente o meio-pesado com os punhos mais pesados do mundo. Uma brecha contra Ortiz causou a submissão. Uma brecha contra Rampage provocará um fim bem mais curto.

Provavelmente testemunharemos um interessante duelo de gato e rato. Bader vai tentar encurtar a distância para quedar o oponente e maltratá-lo no ground and pound. Dono de excelente defesa de quedas, Rampage vai procurar desde o primeiro minuto a chance de colocar seus punhos no rosto do adversário.

Ryan foi melhor que Rashad na luta universitária, mas não adaptou tão bem o jogo no MMA quanto o ex-campeão. Isto pode representar maior dificuldade em quedar Rampage. Em pé, apesar de ambos terem condições de nocautear o adversário, é mais provável que Jackson, exímio contragolpeador, prevaleça. Temos então duas alternativas: ou Bader vence por decisão nas quedas e ground and pound ou acaba nocauteado. Apesar de dar 50% de chance para cada plano de jogo, tenho a impressão que Bader poderá ter sucesso na empreitada.

Mark Hunt vs. Cheick Kongo

Quando anunciou a estreia de Hunt no UFC, Dana White disse que estava cumprindo uma obrigação contratual em relação ao fim do PRIDE. O presidente da organização só faltou dizer que o neozelandês, que tinha cartel de 5-6 na ocasião, perderia duas lutas e seria cortado. Mark estreou com derrota para Sean McCorkle no UFC 119 e parecia que daria razão aos críticos. Eis que, em seguida, Hunt nocauteou Chris Tuchscherer e venceu “Big” Ben Rothwell, empatando o cartel em 7-7, com impensável retrospecto positivo no UFC.

Já o francês é o principal porteiro da divisão dos pesados da organização. Incapaz de vencer alguém da elite da categoria, Kongo vence todos os oponentes abaixo dele. Depois de péssimas apresentações, Cheick conseguiu uma das maiores viradas da história do MMA. Depois de praticamente nocauteado duas vezes, ele voltou para mandar Pat Barry para a vala ainda no primeiro round do UFC Live 4. A vitória o empolgou a interromper o crescimento de Matt Mitrione. O cargo de porteiro foi praticamente assinado na carteira de trabalho.

Esta luta vai envolver dois strikers de mão cheia. E pesos pesados. Com 36 e 37 anos respectivamente, Kongo e Hunt podem desempenhar o velho quebra-pau que faz a alegria dos fãs de soco na cara. Mark Hunt foi campeão do K-1 e tem queixo de aço. Kongo foi campeão de savate e muay thai, é capaz de mandar qualquer um para o tombo (aplicou três knockdowns em Cain Velasquez, apesar da derrota acachapante) e não tem medo de sair na mão com ninguém.

Kongo tem dois caminhos para vencer. Um deles é aproveitar o melhor condicionamento físico e a enorme vantagem na envergadura e altura para manter o adversário longe. O outro modo é aproveitar a evolução no wrestling para quedar Hunt e martelá-lo no ground and pound. A primeira hipótese é mais arriscada, visto que o neozelandês pode encontrar um hail mary e nocautear o francês. A segunda, apesar de mais monótona, é mais segura, visto que Kongo tem habilidade e porte físico para maltratar Hunt no clinch antes de jogá-lo ao chão. Seja lá a opção que Kongo escolher, dificilmente ele não sairá do Japão com mais uma vitória sobre a xepa da divisão.

Yoshihiro Akiyama vs. Jake Shields



Chegado ao UFC com o cinturão dos médios do Strikeforce e a moral elevada, Shields não teve vida fácil na organização. Venceu Martin Kampmann na estreia numa luta duríssima, mas que valeu o title shot. Contra Georges St-Pierre, teve anulada todas as tentativas de levar o duelo para o solo, foi sobrepujado em pé e perdeu a grande luta da carreira. Voltou contra o xará Ellenberger, em luta ocorrida poucos dias depois de perder o pai, empresário e principal incentivador de sua carreira. Provavelmente abalado pela situação, acabou nocauteado pela primeira vez em mais de dez anos. E o pior, em menos de um minuto.

Com três actuações ruins, Shields viu sua reputação desmoronar. Chegou a cogitar a hipótese de retornar à divisão de cima, mas foi convencido a permanecer como meio-médio. Faixa preta do que ele chama de american jiu-jitsu, wrestler de origem, pupilo de Cesar Gracie e companheiro de equipe dos irmãos Nate e Nick Diaz, Shields é um dos mais talentosos grapplers do UFC, mas tem sérias limitações em pé.

O adversário do americano é uma das maiores figuras do MMA. Carismático, idolatrado no Japão, Akiyama é, junto com Rampage, o grande propulsor do UFC 144 no Oriente. Chegou ao UFC com apenas uma derrota, para o gigantesco astro peso pesado do K-1 Jérôme Le Banner na segunda luta profissional (a estreia havia sido contra o pugilista profissional Franz Botha, também peso pesado). De resto, 12 vitórias e dois no contest, seis nocautes e seis submissões e muita versatilidade, tanto nas quedas plásticas, oriundas do judô, quanto na facilidade para montar e finalizar.

Já no UFC, bateu o talentoso Alan Belcher no UFC 100, encarando-o inclusive na trocação. Se encheu de moral e caiu em desgraça. Derrotado em sequência por Chris Leben, Michael Bisping e Vitor Belfort, Sexyama deixou duas coisas claras como peso médio na maior organização de MMA do mundo: é muito pequeno para a divisão e possui preparo físico lamentável. Esta segunda característica pode representar um perigo ainda maior nesta nova fase da carreira, visto que ele agora vai cortar mais sete quilos.

Apesar de não ser técnico como GSP ou potente como Ellenberger, o melhor para Akiyama é manter o duelo em pé. Se ele resolver aplicar uma de suas quedas, vai assinar a sentença de morte. Shields é excelente no chão, inclusive por baixo. Aproveita cada movimento do oponente para atacá-lo e buscar uma melhor posição. O americano não deverá ter dificuldade para encurtar a luta e levá-la ao solo. Ali ele pode vencer por submissão ou dominar o oponente até a vitória por decisão.

Yushin Okami vs. Tim Boetsch

Se você só viu a luta do japonês contra Anderson Silva, na primeira edição do UFC Rio, deve ter ficado com uma impressão errada dele. Além da constrangedora diferença técnica entre o supercampeão e 90% da divisão, Okami aparentou ter lutado com medo do mito à sua frente. A postura resultou numa derrota vergonhosa, onde Okami em momento algum chegou sequer perto de tirar Anderson da zona de conforto. Mas acredite, o japonês não é um qualquer. Aos 30 anos, com cartel de 26-6, dez vitórias em treze lutas no UFC, o “Thunder” (Trovão) merece o posto entre os melhores da categoria.

Com duas vitórias em quatro lutas como meio-pesado, Boetsch foi cortado do UFC em 2009. Venceu três lutas e voltou ao evento no ano seguinte. Logo na segunda luta, bateu de frente com o prospecto Phil Davis e resolveu baixar de categoria. Venceu de modo inconteste Kendall Grove e Nick Ring, mostrando que se encontrou como peso médio, onde sua baixa estatura representava menor prejuízo. Aos 31 anos, o Bárbaro tem 14 vitórias e 4 derrotas na carreira. Marcou sua trajectória pela utilização do dirty boxing e das quedas, ou seja, um lutador que adora o clinch e a luta agarrada.

Esta característica de Boetsch é tudo o que Okami quer para retomar o rumo das vitórias. Enorme para a divisão, muito forte fisicamente, o japonês varia com precisão entre o thai clinch e as quedas desenvolvidas no judo. Uma vez no chão, Yushin é um lutador que sabe pesar e se posicionar, tornando quase impossível a missão de raspá-lo.

O melhor para o americano será manter a luta em pé e procurar o nocaute. O problema é que o boxe de Okami é subestimado. Ele consegue usar seus longos braços para manter a distância confortável até pressionar o oponente contra a grade, para impor o terror no clinch e nas quedas – exactamente o jogo que fez o americano fugir da categoria de cima. Mesmo que Boetsch tente transformar a luta em quebra-pau, Okami vai anulá-lo, vencendo por decisão.

Hatsu Hioki vs. Bart Palaszewski

Hioki chegou ao UFC com pompa de melhor lutador japonês da actualidade e a árdua tarefa de ser o homem que poderia vencer o campeão José Aldo – ou ao menos engrossar a luta. Estreou no UFC 137 e teve muito trabalho para vencer George Roop, lutador considerado de meio de divisão. Faixa preta de jiu-jitsu, tem na altura (1,80m) e envergadura (1,85m) ferramentas que o ajudam muito na tarefa de encurtar a distância e levar os combates para sua zona de conforto, seja no clinch ou no solo. Campeão no Shooto e Sengoku, Hioki possui vitórias sobre fortes concorrentes como Marlon Sandro, parceiro de treino de Aldo, e Mark Hominick. Ele tem 28 anos e cartel de 25-4-2 e praticamente metade das vitórias por submissão.

Ex-peso leve, com experiência de 50 lutas, Palaszewski passou a maior parte da carreira nos extintos IFL e WEC. Tinha cartel irregular, com derrotas para todos os grandes adversários que enfrentou, até tirar a invencibilidade de Anthony Pettis, em luta apertada no WEC 45. Ganhou mais duas e se despediu do WEC com derrota para Kamal Shalorus. No UFC, enfrentaria Gleison Tibau, mas se machucou e resolveu baixar de categoria. Estreou com um sensacional nocaute sobre Tyson Griffin, que não havia batido o peso na ocasião. Com um estilo agressivo, daqueles que curte sair na mão, Bart é um lutador que faz duelos movimentados e costuma agradar o público.

Grappler competente, bom nas quedas e nas transições, é mais do que provável que Hioki tentará levar a luta para o chão, principalmente depois dos sustos levados na luta com Roop. Como Palaszewski gosta de trocar, seu trabalho será manter a luta na longa distância, mesclando chutes com socos retos e muita movimentação. Como Hioki é bem resistente, é difícil imaginar que o polonês consiga nocauteá-lo no começo. E quanto mais a luta se estender, maior será a vantagem do japonês. Em algum momento, Hioki levará a luta para o chão e ali revezará entre o ground and pound e tentativas de submissão. Os ataques serão suficientes para convencerem os juízes a apontar nova vitória por decisão.

Anthony Pettis vs. Joe Lauzon

Se Ben Henderson chegou ofuscado ao UFC, o responsável foi Anthony Pettis. Jovem extremamente talentoso e sem medo de arriscar, o que vale cada centavo do apelido “Showtime”, Pettis desembarcou na nova casa com o cinturão do WEC e o posto de desafiante número um da divisão. O empate entre Edgar e Maynard no UFC 125 adiou os planos do garoto e fez com que ele aceitasse uma luta para não ficar parado. E pagou caro. Sentiu de perto o antijogo das quedas e postura de Clay Guida, que o venceu em luta controversa.

A derrota surtiu efeito devastador em Pettis. Ciente do poder que o wrestling exerce nos juízes americanos, trouxe para si a vantagem, dominando Jeremy Stephens e mostrando que é capaz de se adaptar à nova realidade. Apesar da actuação conservadora, Pettis ainda é o kickboxer talentoso que fez história no WEC.

Já Lauzon tem uma trajectória bem diferente. Estreou com apenas 21 anos no UFC, nocauteando o ex-campeão Jens Pulver em menos de um minuto. Venceu mais sete combates no UFC e perdeu 3, mostrando um jiu-jitsu preciso, desenvolvido quando começou a trocar o vício por computadores e vídeo game pelos tatames. Evoluiu seu jogo até chegar ao ápice da carreira, quando aproveitou um descuido de Melvin Guillard para mandá-lo a knockdown e apertar seu pescoço em 47 segundos. Hoje podemos dizer que J-Lau é um grappler com um bom jab e inteligência para capitalizar eventuais erros dos oponentes.

Apesar de mais forte fisicamente, Guillard não é Pettis. Por ser bem mais versátil, o risco que o ex-campeão do WEC provoca nos oponentes é muito maior que o do nocauteador. Caso a luta vá para o chão, veremos um duelo movimentado, onde qualquer um pode sair com vantagem. A diferença será em pé, onde Pettis deverá tentar manter o duelo. Em algum momento, Showtime deve atingir o adversário, abrindo caminho para uma vitória por nocaute técnico na segunda metade do combate.

Antevisão original de MMA-Brasil e Globo.com

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Adversário de Ryan Bader no co-evento principal do UFC 144, Quinton "Rampage" Jackson não conseguiu bater o peso de sua categoria, na pesagem oficial, ocorrida na madrugada deste sábado, em Saitama (Japão). Lutando nos meio-pesados, o americano ficou um pouco mais de 2kg acima do limite do 93,4kg. Por conta disso, Rampage perderá 20% da bolsa. Bader aceitou enfrentar o adversário nessas condições, e a luta está confirmada.

O ex-campeão pediu desculpas por não ter batido o peso. Mais cedo, no Twitter, ele postou que atingir o limite da categoria é mais difícil do que a luta em si. O público japonês, contudo, vibrou muito na entrada de Quinton Jackson no ginásio. Muito popular no Japão, por conta do seu sucesso no Pride, o lutador desfilou com uma bandana típica do local.

Adversário de Rampage, Ryan Bader preferiu não comentar o episódio, limitando-se a elogiar a torcida japonesa.

- Está sendo um grande prazer lutar no Japão. Agradeço muito ao público japonês, pois senti uma vibração muito boa vinda das arquibancadas - afirmou o americano.

Os lutadores da luta principal também foram muito aclamados. Desafiante de Frankie Edgar na disputa do cinturão dos leves, Ben Henderson adoptou um discurso humilde após subir na balança. Demonstrando respeito pelo actual campeão, ele previu um combate em alto nível.

- Frankie é o cara, é muito forte e muito perigoso. Vai ser uma grande honra encará-lo.

Feliz por ter batido o peso da categoria, Edgar elogiou toda a sua comissão técnica pelo profissionalismo na preparação para o UFC 144.

- Tive uma grande preparação e estou pronto para defender o meu título - destacou.

Eis os resultados oficiais da pesagem do UFC 144:

CARD PRINCIPAL

Peso leve (até 70,3kg): Frankie Edgar (69,8 kg) x Ben Henderson (69,8 kg)*
Peso meio-pesado (até 93,4kg): Quinton "Rampage" Jackson (95,7 kg) x Ryan Bader (92,9 kg)
Peso pesado (até 120,7kg): Cheick Kongo (103,7 kg) x Mark Hunt (119,7 kg)
Peso meio-médio (até 77,6 kg): Yoshihiro Akiyama (76,6 kg) x Jake Shields (77,1 kg)
Peso médio (até 84,4 kg): Yushin Okami (83,9 kg) x Tim Boetsch (84,3 kg)
Peso pena (até 66,2 kg): Hatsu Hioki (65,7 kg) x Bart Palaszewski (66,2 kg)
Peso leve (até 70,7 kg): Joe Lauzon (70,7 kg) x Anthony Pettis (70,3 kg)

CARD PRELIMINAR


Peso leve (até 70,7kg): Takanori Gomi (70,3 kg) x Eiji Mitsuoka (69,8 kg)
Peso galo (até 61,7kg): Norifumi “Kid” Yamamoto (61,7 kg) x Vaughan Lee (61,2 kg)
Peso médio (até 84,4kg): Riki Fukuda (83,9 kg) x Steve Cantwell (83,9 kg)
Peso galo (até 61,7kg): Takeya Mizugaki (61,2 kg) x Chris Cariaso (61,7 kg)
Peso pena (até 66,2kg): Issei Tamura (65,77 kg) x Tiequan Zhang (66,2 kg)

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