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Lucas Headquarters #220 - Especial Fim de Ano - LH Awards 2025: Quem sobe, quem desce, PPV do ano e momentos marcantes


Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Sejam bem-vindos à última edição do ano de “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias, que sai no último dia deste nosso ano da graça do Senhor de 2025… mas já vão perceber porque é que isso acontece.


Como é que correu o vosso Natal? Foi bom ou podia ter sido melhor? Muitas prendinhas? Se sim, então é isso que se quer! Se não, não desanimem; porque uma das coisas boas desta vida é que haverá sempre Natal, portanto haverá sempre a esperança de que em 2026 tudo seja melhor.


Cá estamos nós à beira de mais um final de ano, altura de balanços, de retrospetivas, de pontos positivos e pontos negativos, e do desejo comum de que o ano vindouro seja sempre melhor do que aquele que acaba – é quase um cliché, a bem dizer. Mas é daqueles clichés que, no fundo, cumpre o mesmo propósito que este artigo cumpre todas as semanas: Análise, reflexão e intenção de melhorar – que é sempre o ponto central, mesmo que acabe por não se cumprir (e todos sabemos que, quando chegarmos ao dia 2, não se vai cumprir).


Quando o assunto é wrestling, esse desejo de mudança não se resume apenas ao final do último mês do ano. É uma coisa muito mais constante, muito mais permanente do que qualquer outro desejo de mudança que possamos ter, simplesmente porque no wrestling, como em qualquer outra parte da indústria do entretenimento, há sempre decisões positivas e decisões negativas – e às vezes, mesmo dentro daquilo que é positivo, há sempre pequenas correções a fazer. E não vale a pena dizermos que isto é um problema de WWE, de AEW, de MARIGOLD ou de STARDOM, até porque todas as empresas têm esqueletos no armário – e nunca é demais dizer isto.



De tal maneira que a ideia que deixei no artigo que escrevi nesta altura no ano passado acaba por repetir-se: Fazer resoluções, deixar promessas permanentes nesta altura do ano é uma moda inútil. Toda a gente o faz, e no fundo é um coping mechanism que nós usamos para camuflar todos os erros que cometemos e todas as pessoas com quem erramos ao longo do ano. 


Mas as nossas circunstâncias estão sempre a mudar, e muitas vezes acabamos por não conseguir controlar essa mudança. Portanto, na indústria do wrestling, por muito que digamos que é preciso mudar isto ou aquilo, dizê-mo-lo apenas porque estamos a exercer o nosso papel enquanto fãs: De procurar ter legitimidade – que não temos – para poder dizer que algo está mal. No fundo sabemos que essa decisão não nos cabe a nós, porque nós somos apenas meros espectadores do tabuleiro de xadrez que representa uma ínfima parte da indústria do entretenimento.


Podemos, isso sim, fazer uma análise, que é uma tarefa bem mais fácil, se bem que bastante subjetiva. Fácil porque, à partida, quando vamos fazer uma análise (ou uma retrospetiva, neste caso) já dispomos de todos os dados que são precisos para dar uma opinião. Subjetiva porque, como é natural, aquilo que podem ser as minhas escolhas nunca serão, à partida, as vossas escolhas. E está tudo bem.


Já tenho feito retrospetivas noutros anos, todas elas um pouco mais exaustivas – normalmente focando cinco pontos negativos e cinco positivos – assim como já tenho falado aqui de vários eventos que acontecem por esta altura do ano, sobretudo no Japão. A retrospetiva que me proponho fazer este ano procura não ser tão exaustiva e muito mais diversa, isto é, à medida que for analisando as personalidades do wrestling que marcam este ano – sobretudo nessa área – vou procurar não olhar apenas para WWE e AEW, tentando ser condizente com aquilo que normalmente faço por aqui.


Para nos orientarmos neste exercício, vamos dividir tudo isto em quem sob, quem desce e vamos nomear o PPV do ano, assim como olhar para os momentos marcantes de um 2025 que nos deu tantas razões para rir como para chorar (de tristeza ou gratidão, escolham vocês).


Sejam, pois, bem-vindos aos LH Awards 2025!!


Quem sobe?

Saya Kamitani



É impossível olhar para 2025 e não falar da Phenex Queen, Saya Kamitani. A integrante das H.A.T.E. é, sem dúvida, a figura que marca o ano que agora termina não só na própria STARDOM como em todo o wrestling. Falar apenas dos combates com a Suzu Suzuki em Fevereiro, do último combate de Tam Nakano no Grand Star Dream Queendom de Abril ou até do mais recente combate contra Saori Anou no Dream Queendom seria suficiente, mas redutor. Saya Kamitani salvou a STARDOM de cair na completa mediocridade numa altura que ainda é, a bem dizer, de transição, e mesmo que metade do seu reinado tenha sido orientado apenas para garantir a vitória nos prémios da Tokyo Sports, é inegável que o mediatismo que Kamitani trouxe para a STARDOM é apenas comparável àquele que Utami Hayashishita, Mayu Iwatani ou Giulia traziam há um par de anos atrás.



Willow Nightingale



Uma das personalidades mais adoráveis e consensuais deste nosso mundinho, Willow Nightingale tem sido das wrestlers para quem os fãs da AEW mais clamam destaque, e este ano finalmente teve-o. Apesar de um curto reinado como TBS Champion entre Abril e Maio, Nightingale foi finalmente capaz de escrever pequenos pedaços de História ao longo do resto do ano: Participou no primeiro Blood and Guts feminino no especial do Dynamite com o mesmo nome e tornou-se a primeira AEW Women’s World Tag Team Champion de sempre ao lado de Harley Cameron, com quem forma as Babes of Wrath. Ainda não conseguiu chegar à disputa pelo AEW Women’s World Champion, mas tendo em conta aquilo que tem sido o seu booking nos últimos anos, Willow teve um 2025 para mais tarde recordar.


Stephanie Vaquer




A sua mudança para a WWE há pouco mais de um ano causou polémica, sobretudo porque, semanas antes, tinha aparecido num evento da AEW. Mas, em retrospetiva, foi o melhor que podia ter acontecido a Stephanie Vaquer, que talvez tenha sido a wrestler que mais se destacou pela empresa este ano se tivermos em conta que não teve nenhuma ocasião especial a alavancá-la. Depois de um período de sucesso no NXT (onde foi dupla campeã) não demorou muito até se estabelecer como uma das principais figuras da divisão feminina de toda a WWE, ganhou uma Battle Royal no Evolution para se tornar #1 Contender e capturou o Women’s World Championship para consumar uma das mais rápidas e brilhantes ascensões no panorama da maior empresa de wrestling mundial. Pena que o seu reinado não esteja a ser assim tão entusiasmante, mas isso são outros quinhentos.


Quem desce?


STARDOM


Se compararmos o booking da STARDOM este ano com o booking da STARDOM de há um ano atrás a esta parte, vemos claras melhorias. Porém, à luz de tudo o que aconteceu, ainda há muito caminho a percorrer para que o produto da empresa detida pela Bushiroad volte a ter os níveis de qualidade que apresentou até à saída de Rossy Ogawa. A chegada de Bozilla e a ascensão de várias rookies ao longo do ano mostram que a empresa está empenhada em olhar para o futuro e corrigir tudo o que de mal tem sido feito desde 2024, mas aglutinar todo o roster em volta de Saya Kamitani com nomes como Starlight Kid, Suzu Suzuki, Natsupoi e AZM a clamar por um merecido destaque é jogar fora todo o tremendo potencial que Taro Okada sabe que tem em mãos. Ainda para mais quando mais de metade do reinado da Phenex Queen foi orientado para vencer os prémios da Tokyo Sports…


WWE


Não há como esconder: O ano de 2025 foi desastroso para a WWE, confirmando o decréscimo em qualidade que o produto já vinha apresentando desde há um ano, isto depois de um período entre 2022 e 2023 em que a empresa apresentou propostas bastante interessantes do ponto de vista daquilo que é o seu foco. 


Desde ter Jey Uso a vencer um Royal Rumble quando o seu hype apenas consiste na reação do público à sua entrada, passando pelo enorme desperdício da tour de despedida de John Cena graças a um heel turn que não deu qualquer fruto, sem esquecer o regresso de Brock Lesnar quando este ainda enfrenta as consequências de um processo de abuso sexual que envolve o ex-CEO Vince McMahon: Todas as decisões tomadas por Triple H ao longo deste ano ou foram forçadas, ou foram completamente aleatórias e justificadas com os “números”. Se há coisa que o ano de 2025 nos prova é que Triple H, enquanto booker, é bem melhor a criar talentos do que a consolidá-los.


Giulia



Dói-me ter de incluir Giulia neste lote, especialmente porque tudo aquilo que lhe aconteceu ao longo deste ano tem todos os culpados menos ela própria. Mas a verdade é que, neste momento, qualquer segmento ou combate que envolva a anglo-nipo-italiana é equivalente a uma “pausa para ir à casa de banho”, simplesmente porque ela não conseguiu despertar quaisquer reações por parte do público, pese embora tivesse tido um reinado como Women’s United States Champion que reunia muito potencial.


Está bem de ver que, embora Giulia encaixe na WWE do ponto de vista daquilo que é o foco mediático da empresa, o seu estilo está bem longe de corresponder aos cânones impostos por esta. E o pior é que a WWE não parece ter muito interesse em mudar o rumo das coisas, o que só vai prejudicar a Beautiful Madness a longo prazo. Resta a esperança que em 2026 as coisas mudem, porque Giulia é daquelas wrestlers que, por tudo aquilo que enfrentou para chegar onde está hoje, merece sem dúvida um gostinho da glória.


PPV do ano: AEW All In




Num ano em que a AEW apresentou PPV’s de superior qualidade por comparação aos PLE da WWE, o mês de Julho encontrou a empresa de Tony Khan a enfrentar forte concorrência da empresa da TKO, que apresentou um segundo Evolution que também seria um perfeito candidato a este “prémio”. No entanto, tudo o que aconteceu no All In são momentos que ajudam, de uma maneira geral, a definir alguns dos momentos mais marcantes de 2025 no wrestling no geral: Dustin Rhodes a sair campeão para gáudio de um público agradecido, Mercedes Moné e “Timeless” Toni Storm a protagonizarem um dos melhores combates femininos do ano e Jon Moxley e Hangman Adam Page a darem ao público um combate que será tido, daqui a muitos anos, como um tímeless classic não só pela ação, mas pelo storytelling e pelo simbolismo. Dificilmente em 2026 encontraremos um PPV tão perfeitamente trabalhado, mas quando alguém diz isto já a AEW nos brinda com algo melhor.





Momentos que marcam o ano


You Can’t See Me!!



Pensei muito se devia falar sobre isto ou não, tendo em conta que metade desta tour de despedida foi um desperdício. Mas a verdade é que o último ano de John Cena, para além do turn por si só, ainda foi capaz de nos entregar momentos que ficam para mais tarde recordar, como um último combate contra AJ Styles no Crown Jewel e um segundo e último combate contra Cody Rhodes no Summerslam. Até mesmo o último combate contra Gunther e tudo aquilo que o envolveu foi surpreendente o suficiente para ser digno de menção. Em suma, a razão pela qual a tour de despedida de John Cena figura aqui não foi tanto pela qualidade (já sabemos que ficou aquém) mas porque o adeus de Cena representa o fim de uma era para a WWE e para muitos daqueles que com ele cresceram. Obrigado, John Cena!!






O adeus de Tam Nakano




Já era algo para o qual os fãs se vinham preparando há muito tempo, tendo em conta que Tam Nakano já há pelo menos três anos que vinha apontado para isso, mas o adeus da líder da Cosmic Angels aos ringues foi tudo aquilo que o último combate de John Cena gostava de ter sido, especialmente pela parte final, marcada por uma alta dose de emoção e pelo reconhecimento da influência de Tam Nakano no joshi. O final, esse, foi puro cinema: Nakano e Kamitani sentadas no palco da arena, olhando com particular comoção para um público igualmente emocionado. Eu, pessoalmente, já não via nada assim desde que Himeka e Maika caminharam lado a lado no último combate da Jumbo Princess no All Star Grand Queendom de 2023.





Que análise fazem de 2025 no que toca a wrestling? Que momentos destacam?

 

E assim termina a última edição do ano de “Lucas Headquarters”! Da minha parte, e em jeito de autocrítica, dizer que este ano fiquei um pouco aquém daquilo que pretendia em termos de artigos, sobretudo neste último terço do ano em que as questões familiares tomaram primazia. Essa é uma questão que pretendo corrigir em 2026. Dizer também que gostava de voltar a produzir conteúdo para o YouTube do WN, algo que não me foi possível fazer em grande escala no ano passado porque tive muitos projetos de âmbito pessoal a surgir no Verão.

 

Por último, mas não menos importante, agradecer também a todos aqueles que leram o que aqui escrevi ao longo deste ano que agora termina, independentemente de concordarem ou não com o que escrevi aqui. Acreditem que este artigo não se faz sem vocês. Para 2026 prometo continuar a trazer-vos o meu olhar acutilante sobre o mundo do wrestling, sempre em generosas doses semanais de divagação – às vezes séria, às vezes não.

 

Que o novo ano nos traga tudo o que é essencial e que tanto precisamos: Amor, saúde, paz… e muito wrestling. Nós cá nos arranjaremos com o resto.


Feliz Ano Novo para todos nós!!

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