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Lucas Headquarters #204 – Dream Star GP 2025: Princípio da Incerteza


Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Sejam bem-vindos a mais uma edição de “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias, hoje excecionalmente à segunda-feira porque já se sabe, quando estamos no Verão, não se pode fazer planos para nada que surgem outros logo por cima, e depois para conciliar tudo… fica complicado. Mas cá estamos.


Digam-me cá: O que acharam do Summerslam? Pessoalmente, à hora que isto sai, eu devo estar a ver a segunda noite, portanto só me vou pronunciar sobre a primeira.


Não foi, de todo, um mau espetáculo – bem pelo contrário. Tivemos um excelente combate para abrir as hostilidades: Roman Reigns continua a provar que não precisa de um interminável período como campeão para manter-se no topo, e consegue, finalmente, ter todo o público na palma da sua mão – mesmo que para isso tenhamos tido de esperar outros quatro anos, pelo menos. Jey Uso continua a arranjar maneira de brilhar, mesmo depois dos vários ultrajes que lhe foram fazendo no pós-WrestleMania, o principal dos quais aquele reinado como World Heavyweight Champion que nem deu para aquecer.




O combate entre Charlotte e Alexa e Raquel Rodriguez e Roxanne Perez entusiasmou-me, sobretudo, pela história. Quer dizer, não é que Charlotte e Alexa não saíssem da primeira noite com os títulos nas mãos – acho que, depois de todo este build-up que nos mostrou uma Charlotte menos rainha e mais plebeia e que ainda nos deu vários momentos de comédia de fino recorte, só quem não acreditava que esta inusitada dupla ia sair campeã era quem começou a ver wrestling ontem. O que interessava, acima de tudo, eram as artimanhas que a WWE ia usar para que chegássemos a esse climax, e nesse sentido estiveram bastante bem, sobretudo quando tentaram manter o suspense na sequência final.





E depois… o Main Event. CM Punk vs Gunther pelo World Heavyweight Championship. E antes de começar a ver o Summerslam eu vi bastantes reações que diziam que sim senhor, aquilo é que tinha sido um Main Event, que combate como aquele nem de encomenda, um hino ao old school pro wrestling, mas eu saí de lá a perguntar… será que foi mesmo isso tudo?


Será que o combate teve realmente um je ne sais quoi de espetacularidade, ou estamos a dizer isto só porque o Punk acabou como Campeão (ainda que por brevíssimos instantes) e nós só queremos irritar aquela parcela de fãs que ainda hoje, passados dez anos, põe o Punk no mesmo patamar de ranço e ignomínia do P. Diddy? 


É que, para mim, a melhor parte foi mesmo o ruse of the century, porque o combate teve melhores efeitos em mim do que um Xanax. Mas pronto, Punk foi campeão, mesmo que o seu reinado tenha durado tanto tempo como aquele em que uma estrela cadente rasga o céu numa noite de Agosto (póetico).




Viremos, pois, agulhas para Oriente, que é isso que nos traz cá hoje. Disse-vos há pouco que o artigo desta semana sairia à segunda-feira, a título de exceção. Mas como uma exceção nunca vem só, o artigo de hoje vai fazer a antevisão de um torneio… com esse torneio a decorrer. Isto é maravilhoso.


Dream Star GP, MARIGOLD. 5-STAR GP, STARDOM. Os dois a decorrer ao mesmo tempo, embora o primeiro dure mais duas semanas do que o segundo (o 5-STAR acaba a 23 de Agosto, o Dream Star só termina a 14 de Setembro). E bem que podemos olhar para isto de duas perspetivas: Podemos dizer que “anything you can do, I can do better”, ou, melhor ainda, podemos dizer que o Dream Star GP é aquele colega nosso que se esqueceu de fazer os TPC e pede ao melhor amigo que o deixe copiar, ao que este responde “sim, mas certifica-te que não fazes exatamente igual”.


Princípio da Incerteza




Se no ano passado já havia uma certa incógnita sobre quem seria a vencedora do torneio, este ano a incógnita adensa-se ainda mais, fruto das várias hipóteses que têm de ser colocadas em cima da mesa (e que já vou analisar).


Mas a principal fonte de incerteza na edição deste ano é que não existe uma favorita declarada. Não há um nome para o qual se possa olhar e dizer “vai ser aquela!”. De facto, podem até ser várias. Pode ser Miku Aono. Pode ser Mai Sakurai. Pode ser Mayu Iwatani. Pode ser Utami Hayashishita. Pode ser Chanyota. Enfim, há tanto por onde escolher…


E essa é, talvez, a principal diferença em relação ao 5-STAR da STARDOM este ano. É que a STARDOM construiu, ao longo dos últimos meses (ou até, se calhar, dos últimos anos) nomes que podem chegar à edição deste ano e ser facilmente apontados como favoritos (Natsupoi, Hanan, até Bea Priestley). A MARIGOLD, por ser uma empresa muito recente na linha do tempo, ainda não teve tempo de construir esses nomes. 


Para já, tudo aquilo com que conta são wrestlers que já fizeram carreira na concorrência (Mai Sakurai, Utami Hayashishita, MIRAI, Mayu Iwatani…) e a única rookie que tem sido bem construída – pese embora ainda tenha que se desenvolver no aspeto da sua gimmick, da sua personalidade enquanto wrestler, se assim quisermos – é Seri Yamaoka. E isso adensa ainda mais a incógnita.


Como funciona o Dream Star GP?


Esta é aquela pergunta para queijinho, não é?


O Dream Star GP deste ano dura de 2 de Agosto até dia 14 de Setembro, atravessando todo o último terço do Verão. Tal como na edição do ano passado, teremos dezasseis wrestlers a concorrer, divididas em dois blocos – Dream League e STAR League – com oito participantes cada. O formato é o tradicional round-robin, com as vencedoras de ambos os blocos a enfrentarem-se na final do dia 14 do próximo mês. A vitória vale dois pontos, o empate um e a derrota, zero.


Destaque sobretudo para a ausência de Senka Akatsuki, que estava escalada para participar mas sofreu uma pneumonia dias antes do início da competição, tendo sido substituída por Riko Kawahata. Destaque também para a presença de Chanyota, ela que ocupa o posto de freelancer participante na edição do torneio deste ano.


Os dois blocos organizam-se, pois, da seguinte forma:


Dream League: Utami Hayashishita (c), Victoria Yuzuki, Seri Yamaoka, Kouki Amarei, Mayu Iwatani, Maria, Rea Seto e CHIAKI;


Star League: Misa Matsui, Chanyota, MIRAI, Nagisa Nozaki, Mai Sakurai, Chika Goto, Miku Aono e Kizuna Tanaka.


(c) – Representa a Marigold World Champion à data do início do torneio.


Utami bicampeã?



No meio de toda esta incerteza, uma das primeiras – e mais comuns – hipóteses que todos têm colocado é a possibilidade de Utami Hayashishita fazer história, tornando-se na primeira wrestler da MARIGOLD a vencer duas edições consecutivas do Dream Star GP – e logo as duas primeiras de sempre.


Convenhamos que, atendendo à diferença que existe entre a Utami Hayashishita da STARDOM e a da MARIGOLD, esta não seria uma hipótese assim tão fora de jeito quanto isso. O reinado de Utami enquanto MARIGOLD World Champion não tem sido particularmente encantador nem entusiasmante, muito embora ninguém saiba dizer com exatidão que elementos é que faltam para que isso mude. Para além disso, o combate que teve contra Takumi Iroha no Burning Desire prometeu muito e entregou pouco, revelando-se lento, mal construído, e não conseguido gerar o interesse que um combate entre dois dos melhores nomes da cena joshi naturalmente geraria, acabando por arrastar-se para um total de 56 minutos.


Revalidar a vitória de Utami no torneio era uma boa maneira de tentar corrigir esse erro e de tentar dar a chama que falta ao seu reinado. Mas, ao mesmo tempo, seria colocar a MARIGOLD num ciclo de monotonia no qual a própria empresa ainda é muito jovem para se ver. E, com um roster tão pequeno com uma fatia considerável de rookies que ainda estão a dar os primeiros passos no ringue, esse seria um risco muito grande para assumir.


Chegar, ver e vencer?




Se partirmos do princípio que o wrestling também tem um mercado de transferências, esta será sem dúvida a transferência do ano: Após quase uma década e meia a pôr a STARDOM no mapa e a aguentar o barco perante as várias adversidades que a empresa enfrentou, Mayu Iwatani saltou para a MARIGOLD e rapidamente se tornou na sua Super Fly Champion, derrotando Victoria Yuzuki no Shine Forever de Maio.


Dada a forma como se impôs na nova empresa, o currículo que tem e a importância que lhe é atribuída na cena que ajudou a consolidar, colocar Mayu Iwatani como favorita à vitória no Dream Star é a coisa mais natural deste mundo. E, se for esse o caso, pode perder o Super Fly Championship para alguém mais jovem que precise de ficar over (Seri Yamaoka seria boa opção?). É um booking simples, eficaz, e todos saem a ganhar.


Outra favorita à vitória

Miku Aono



É uma das wrestlers mais experientes e completas da MARIGOLD, e também já teve um gostinho do ouro. Miku Aono, ex-MARIGOLD United National Champion, é apontada pela esmagadora maioria como a favorita à vitória no Dream Star, e percebe-se porquê: Ela tem a capacidade de elevar qualquer wrestler, sem que para isso tenha de se sacrificar a si própria.


Ainda hoje muita gente se lembra dos combates que teve contra MIRAI naquele mini-torneio que ajudou a coroar a primeira United National Champion. Ainda hoje toda a gente se lembra da forma como conquistou o título, desafiando as probabilidades contra a favorita Bozilla.





É certo que a Utami Hayashishita falta algo para que o seu reinado seja entusiasmante. A sensação que se tem, neste momento, é que o que faltou à atual campeã poderá ser colmatado com Miku Aono a tomar o seu lugar. A sua consistência e experiência assim o justificam.


Dark Horses

Seri Yamaoka



Tem sido um ano incrível para Seri Yamaoka, que chega a este torneio sem grandes perspetivas nem preocupações, uma vez que a sua estadia na MARIGOLD não tem mais de sete meses e, apesar de se esperarem grandes coisas da sua parte, essa expectativa não é imediata, isto apesar de já ter no currículo um Twin Star Championship ao lado de Nanae Takahashi.


Nesse sentido, Seri Yamaoka tem todas as condições para deixar uma boa impressão sem ser assoberbada pela pressão de vencer, marcando posição para uma candidatura à vitória do Dream Star a médio prazo. É o contexto ideal para ela nesta fase.


Chanyota



Tem sido um dos mais brilhantes exemplos do termo “ascensão meteórica” aplicado ao wrestling. Chanyota tem uma carreira relativamente curta – três anos apenas – mas já reúne um enorme capital de consenso entre os fãs.


Conhecida pelo seu estilo powerhouse, Chanyota muito provavelmente não sairá vencedora do torneio, mas pode aproveitar o palco da MARIGOLD para se dar a conhecer ao público e aspirar a voos mais altos. Tal como Seri Yamaoka, não está pressionada para vencer, mas uma boa prestação no torneio pode valer-lhe a permanência na MARIGOLD – e aí já seria justificável pensar em grande.


E vocês, quem acham que será a vencedora do Dream STAR GP deste ano? Quem surpreenderá? Quem ficará aquém do esperado?

 

E assim termina esta já longa edição de "Lucas Headquarters"! Não se esqueçam de passar pelo nosso site, pelas redes sociais, pelo canal de YouTube (novo episódio de “Lucas Headquarters” para breve!), sugerir temas… o que vocês costumam fazer. Para a semana cá estarei com mais um artigo!!


Peace and love, até ao meu regresso!! 

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