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Lucas Headquarters #151 – WWE e TNA: A parceria, as caras novas e os fantasmas antigos


Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Sejam bem-vindos a mais uma edição de “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias!! Provavelmente, a altura em que estiverem a ler isto, o vosso Tio Alex está fora por uns dias, mas lá porque eu estou de férias não quer dizer que o artigo também esteja, isso queriam vocês…


Bom, hoje quero falar-vos de uma coisa que, no que diz respeito a WWE, eu nunca pensei que viesse a acontecer: Parcerias. E vocês dizem-me: “Nem com o Triple H no comando?”, e a vossa surpresa até se justifica. Mas, em minha defesa, tenho a dizer que não esperava que o Triple H chegasse onde está tão cedo…


Parcerias. Como vocês tão bem sabem, o wrestling, mais do que entretenimento desportivo, é um negócio. E, muitas vezes, quando o assunto é negócios, nós tornamo-nos no CM Punk, quando este nos diz:

“I’m not here to make friends, I’m here to make money”

 



Porque, ao fim e ao cabo, no mundo do wrestling todo o bilionário depravado, afogado até ao pescoço em escândalos sexuais ou com gritantes lacunas na gestão de um balneário cheio de estrelas, tem o mesmo objetivo: Que a sua empresa seja a mais reconhecida do seu ramo. E, para isso, há que passar por cima da concorrência, sobretudo se um dos combustíveis dessa empresa for – adivinhem lá? – dinheiro. Esse pedaço de papel poderoso que compra tudo, até a própria consciência.


E isto não acontece apenas no wrestling americano, ou pensam que sim? No wrestling japonês é igual. Rossy Ogawa nunca foi homem que gostasse de trabalhar em conjunto com outros (pelo menos enquanto esteve na STARDOM) e agora na Marigold também já veio dizer que não pensa em fazer parcerias com ninguém.




Sabemos perfeitamente que isso é mentira: Então se assim fosse, alguma vez ele tinha posto os pés na WrestleMania para acompanhar a Giulia, sabendo que ia lançar uma nova empresa dali a um mês e que a ia perder dali a dois ou três? Alguma vez ele tinha feito uma videochamada com o Triple H (quando já estava a pensar em dar de frosques da STARDOM) e tinha recebido ajuda? Isto nada mais é do que uma falsa autopreservação…



Mas enfim, parcerias. Às vezes, são como os chapéus – há muitas – e havendo, existem todos os tipos de parcerias. Existem aquelas parcerias no verdadeiro sentido do termo, isto é, as que se revelam verdadeiras relações de camaradagem: Vocês potenciam os nossos talentos, e nós os vossos; e existem aquelas parcerias que são como lobos em peles de cordeiro: Ao início, são muito bem-intencionadas, mas servem mais para salvar a pele a uma parte do que para beneficiar ambas as partes, e quando a pele é salva, a parte que a salvou fica com ela. Acho que vocês estão a perceber a ideia, certo?


Não admira, pois, que muitas companhias tenham medo de firmar parcerias no mundo do wrestling, sobretudo se uma delas tiver menos receita e estiver constantemente em risco de acabar. No caso da parceria da AEW com a NJPW e com a CMLL, isso nunca se verificaria, pois apesar da AEW não ser a maior empresa do wrestling no seu continente (e nem sequer ao redor do mundo), está a trabalhar em conjunto com duas empresas que são autênticos gigantes nos estilos que potenciam: puroresu e lucha libre. Portanto, a empresa de Tony Khan estaria sempre salvaguardada, a não ser que tivesse cavado um buraco sem fundo.




No caso da WWE com a TNA… a coisa já não é bem assim. É notório que os tempos dourados da TNA já lá vão – quer a nível de nomes sonantes, quer a nível financeiro – portanto eles podem ter olhado para uma parceria com a WWE no sentido em que trazer alguns dos grandes nomes, nem que fosse do NXT, podia ajudar a fazer entrar mais algumas centenas de euros. Só que já sabemos que o trauma da monopolização está sempre presente, a WWE tem uma certa tendência para isso (basta ver o tempo que passámos com uma empresa de wrestling a dominar as atenções) e é perfeitamente normal que esse medo persista.


Portanto, correndo o risco de ser injusto para com a TNA, a parceria que a empresa mantém com a WWE pode perfeitamente encaixar naquela classe de “lobo em pele de cordeiro”, e se a situação da TNA piorar, não tenho dúvidas nenhumas que a WWE ponderará avançar para a compra da empresa. No entanto, nem sempre isto pode ser considerado algo mau.


Vejamos, mais uma vez, o exemplo da AEW: Tony Khan comprou a ROH, e na altura toda a gente ficou apreensiva, e com razão, afinal uma empresa que se oferece e que se posiciona como alternativa à WWE, não poderia correr o risco de fazer a mesma coisa, isso era, para alguns, contraproducente.


Mas a questão é que Tony Khan não absorveu o roster da ROH para a AEW, pelo contrário: Usou a ROH como uma espécie de território de desenvolvimento, como a WWE faz com o NXT. Mas aqui a WWE poderia fazer uma coisa ligeiramente diferente.


O que a WWE poderia fazer era fazer um NXT antes do NXT, isto é: Usar a TNA como plataforma para testar talentos antes de os mandar para o NXT. À partida, não é algo que faça muito sentido, mas na prática, pode fazer com que as wrestlers cheguem à fase do NXT já com uma melhor preparação do que aquela que lhes é exigida, fazendo com que a sua adaptação seja mais rápida.


Por outro lado, esta solução podia ser extraordinariamente eficaz no sentido em que conseguimos logo separar o trigo do joio. Muitas vezes, os talentos arrastam-se no NXT sem que nos apercebamos de que afinal não têm o que é preciso para vingar na WWE. Com a TNA como “estágio inicial”, dá logo para fazer essa avaliação, e quem conseguisse passá-la avançava para o NXT.





Mas enfim, isto é apenas uma ideia nascida da pura especulação de quem não sabe como é que as coisas vão correr. Mas falemos agora de nomes.


Quando falamos de nomes que mais beneficiam com esta parceria, normalmente o que nos vem à cabeça são nomes menos aproveitados. E isto até faria sentido, era uma win-win situation: O público ficava a conhecer alguns desses nomes, que, em contrapartida, ganhavam algum tempo de antena e despertavam o seu interesse.


Mas não: Curiosamente, quem mais tem beneficiado desta parceria são nomes extremamente populares lá dentro: Jordynne Grace e Joe Hendry. Jordynne Grace conquistou automaticamente o público não só com a sua habilidade em público, mas com o timing extremamente oportuno das suas aparições, e com tudo o que isso envolvia: Primeiro, no Royal Rumble, e depois a pequena feud que teve com Roxanne Perez no caminho para o Battleground.





No caso de Joe Hendry, acredito que a popularidade e o carinho que o público do NXT tem por ele tem mais a ver com o aspeto de autoconfiança, quase egocentrismo, da sua gimmick: Cada vez que surge a música “Say his name and he appears… I BELIEVE IN JOE HENDRY” o público começa a entrar em êxtase porque sabe que está perante um wrestler cuja confiança e atitude, apesar de egocêntricas, são extremamente credíveis. E o público sabe quando um wrestler é ou não credível. Acreditem, o público sabe sempre.





Voltando a Jordynne Grace, acho que esta parceria pode beneficiá-la mais a ela do que à própria companhia. Mesmo que o seu contrato não acabasse daqui a seis meses, eu acredito que ela acabaria por assinar pela WWE mais tarde ou mais cedo – como acredito que o fará. A questão é que a WWE já tem Stephanie Vaquer e Giulia… será que precisa mesmo da Jordynne?


Talvez precise. Quer dizer, não há duas sem três, embora Vaquer e Giulia correspondam muito mais ao estilo que a WWE preconiza (um estilo mais focado na aura dos wrestlers, nas reações que os wrestlers podem tirar do público, do que na ação propriamente dita). A questão é que a WWE tem nas suas fileiras nomes como Rhea Ripley, Jade Cargill… cujo estilo encaixa muito bem naquilo que Jordynne Grace faz dentro do ringue.



Mas já que falamos de nomes, claro que não podíamos passar sem falar de nomes que poderiam aparecer na WWE em resultado desta parceria. Alguns, se calhar, até são velhos conhecidos…


Moose



Claro que Moose tem que ser um dos nomes a figurar nesta lista. O atual TNA World Champion é uma das caras mais populares da empresa e é, também ele, o pacote completo que mistura agilidade e força física.

Considero que Moose caíria bem no NXT porque a brand amarela dispõe de wrestlers que lhe podem oferecer excelente oposição. O caso mais óbvio é o de Oba Femi, que tem encantado o público do NXT com um estilo em tudo parecido ao de Moose, embora a nível de agilidade, o wrestler do NXT seja um pouco mais vistoso. 


O contexto, na minha opinião, também é propício: Oba Femi é, neste momento, o NXT North American Champion, e Moose o TNA World Champion. Um confronto champion vs champion seria uma grande fonte de atração, mais ainda se Oba Femi chegasse um dia a NXT Champion (o que não está distante).


Mustafa Ali



Eu não vos disse que havia caras conhecidas? Seria interessante ver Mustafa Ali voltar a um show da WWE, sobretudo tendo em conta o apreço que o público tem por ele e quanto defendia que ele devia ter sido alvo de maior consideração por ele enquanto lá esteve. E seria também a oportunidade que Ali tinha de provar à WWE o que é que perdeu quando o deixou ir. O problema é que, conhecendo a WWE, ele ia acabar por sair pior do que entrou…


E vocês, o que acham da parceria entre WWE e TNA? Que nomes poderiam beneficiar dela?


E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”!! Não se esqueçam de passar pelo nosso site, redes sociais, deixem a vossa opinião aí em baixo… as macacadas do costume. Para a semana cá estarei com mais um artigo!!


Peace and love, até ao meu regresso!

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