Ultimas

Lucas Headquarters #126 – Rumble no meio de águas agitadas


Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Sejam bem-vindos a mais uma edição de “Lucas Headquarters”, aqui no WrestlingNotícias!! Vocês sabem que este ano terá 366 dias? Tem piada, eu também! Só não me disseram era que 365 dias e meio iam ter lugar em Janeiro…


Por falar em Janeiro, estamos naquela altura do mês. Exatamente, aquela. Aquela altura em que colocamos todas as nossas apostas em cima da mesa e fazemos as primeiras previsões para a Road To WrestleMania: É noite de Royal Rumble!!


E há tantas perguntas, tantas previsões, tantos cenários em cima da mesa… o que vai acontecer esta madrugada? Quem regressará? Que implicações terá os resultados dos Royal Rumble Matches nos próximos dois meses? Quem vai fazer uma exibição melhor que a encomenda e quem vai desapontar? Quem vai bater o recorde de mais tempo e menos tempo em ringue? Bom, podia estar aqui a tarde inteira.


Com tempo, já farei todas as minhas especulações, porque este Royal Rumble, meus amigos, promete ser… “saboroso”, à falta de melhor termo, tendo em conta tudo aquilo que vimos nos últimos meses. 


Mas antes, e porque a atualidade se impõe sempre, até mesmo num artigo desta natureza, é preciso que eu vos fale nisto, nem que seja pela enésima vez, porque a comunidade wrestling internacional explodiu com as revelações feitas anteontem e até já há quem tenha mandado a WWE… para um certo sítio, no mínimo. E não é que eles não mereçam, as decisões e comportamentos que arrastam a companhia para a lama têm sido mais que muitas nos últimos anos. Mas vamos com calma.


Em resumo, esta quinta-feira à noite (fuso horário lusitano) foram revelados mais detalhes sobre mais um escândalo de abuso sexual que envolve o agora ex-manda-chuva da WWE, Vince McMahon (e sim, ainda me custa tanto dizer “ex-manda-chuva” como a vocês) e vieram à tona mensagens com conteúdo, no mínimo, perverso e sexualmente comprometedor, cujo resumo não vou fazer sob pena de ser obrigado a reproduzir termos que julgo irreproduzíveis para o nosso estaminé.



Mas, para que vocês tenham ideia, as acusações que envolvem o sempiterno “chefão” da WWE chegam, para além do abuso sexual, ao tráfico sexual e a favorecimento indevido. Basicamente, Vince prometeu ajudar uma ex-funcionária da WWE a subir na carreira em troca de favores sexuais, e usou esses favores como “isco” para tentar uma renovação de contrato com Brock Lesnar.


E agora pergunto eu: Seria Vince McMahon o único a saber isto? Obviamente que não. Brock Lesnar também está implicado, mesmo que indiretamente. E isto é apenas a ponta do icebergue: Se a polícia quiser ir mais a fundo (não vejo porque é que não o quererá fazer) com certeza que se descobrem mais uns quantos culpados…



Tendo isto em conta, aquilo que Vince McMahon fez é hediondo, é nojento, é reprovável, pelo que, no meu modesto olhar opinativo, não me restaria outra opção que não fosse demitir Vince McMahon de todos os deveres que possuir para com a TKO e recusar terminantemente qualquer tentativa de renovar contrato com Brock Lesnar. Isto para não falar numa eventual possibilidade de condenação judicial, mas isso é algo que já escapa ao meu controlo.


É normal que todos nós nos sintamos boquiabertos, surpreendidos (pela negativa, como é óbvio) e com raiva de todas estas aventuras nas quais quem nós outrora julgamos ser um génio do ramo do wrestling se envolveu. Sejamos frontais e objetivos, meus caros comensais do wrestling: Se Vince McMahon já gozava de pouca ou nenhuma reputação depois de tudo o que se descobriu no Verão de 2022 (e que levou à sua “reforma”, com bastantes aspas) o que veio a público na noite de quinta-feira tornou impossível qualquer tentativa de defesa do sempiterno “boss” da maior empresa de wrestling mundial.




Mas temos, em meio a todo este escândalo, que esfriar os ânimos, parar para pensar um bocadinho e perceber que este imbróglio diz respeito, apenas e só, a Vincent Kennedy McMahon. Durante quatro décadas, o homem confundiu-se com a empresa. Mas da forma como as coisas estão, não me parece que seja esse o caso.


Se assim não fosse, Vince McMahon não teria vendido a WWE à Endeavor. E sim, todos sabemos que isto fazia, de alguma forma, parte de um engenhoso plano para que Vince McMahon tentasse, de alguma forma, manter o poder na TKO sem que ninguém desse por isso, com o “manto protetor” de haver um novo grupo a tomar conta da WWE onde, supostamente, mais gente teria poder de decisão.


Mas pensemos nas coisas desta forma: Imaginem que vocês fazem como D. Pedro IV, ficam na colónia (tendo direito ao trono da metrópole) e declaram a independência da colónia. Ora, se o fazem, é lógico que perdem todo e qualquer direito ao trono da metrópole, certo?


Aqui, passa-se mais ou menos a mesma coisa: Sim, Vince McMahon continuou, até certo ponto a ter a palavra final em assuntos relacionados com a WWE (pelo menos até Ari Emanuel ter corrido com ele) mas a partir do momento em que vendeu a “menina dos seus olhos”, por assim dizer, passou a permitir que mais pessoas pudessem dar o seu input nessas decisões, enfraquecendo, nem que seja um pouco, a sua majestade.


Serve isto para dizer que a WWE não tem de pagar com a ira dos fãs por tudo o que está a acontecer a Vince McMahon. Reitero – o chefão não tem, desta feita, defesa possível – mas o produto da empresa é o produto da empresa e o homem é o homem. Não há nada que os una neste momento: Ari Emanuel abdicou da influência que este tinha ao dispensá-lo e dar todo o poder ao genro Triple H, que o perdeu quando Vince McMahon voltou, depois de ter passado o período que vai desde o Verão de 2022 até ao Ano Novo de 2023 no comando criativo.



E é a navegar em águas algo agitadas que chegamos, enfim, Royal Rumble. O primeiro dos quatro grand slams do ano para a WWE (a par da WrestleMania, do SummerSlam e do Survivor Series) mas, surpreendentemente, é o único que todos os anos consegue renovar os níveis de excitação (não que a WrestleMania não o consiga fazer, mas tem mais dificuldades em fazê-lo porque, num ou noutro ano, lá aparece uma edição onde a expectativa não corresponde à realidade).


E essa renovação acontece por duas razões: Primeiro, pela imprevisibilidade que ambos os Royal Rumble Matches carregam. Todos os anos especulamos quem é que vai ganhar, quem é que faz um regresso surpresa, quem é que aguenta mais tempo, menos tempo, recorde de eliminações… enfim, todas aquelas perguntas que fiz no início.




E essa renovação acontece por duas razões: Primeiro, pela imprevisibilidade que ambos os Royal Rumble Matches carregam. Todos os anos especulamos quem é que vai ganhar, quem é que faz um regresso surpresa, quem é que aguenta mais tempo, menos tempo, recorde de eliminações… enfim, todas aquelas perguntas que fiz no início.


A outra razão é uma razão que eu acho… curiosa. No desporto costuma acontecer muitas vezes o seguinte: Chega-se a uma fase da época ou a um evento onde nos é possível traçar a evolução de um determinado jogador/wrestler, e muitas vezes usamos essa análise para fazer previsões mais ou menos racionais, mais ou menos enviesadas, mais ou menos motivadas pelo coração ou pela cabeça.


E isto é curioso porquê? Porque, na maior parte das vezes, até acabamos por acertar nas previsões, mas – e o Royal Rumble é perito nestas coisas – também acabámos quase sempre por falhar. Por exemplo, no ano passado não seríamos capazes de prever que Gunther ia bater o recorde de permanência no combate masculino, mas à entrada para a edição deste ano, já todos somos capazes de o colocar como candidato a vencer o combate.




Outra coisa que eu acho curiosa leva-me a recuar à edição de há um ano atrás. Talvez alguns de vocês se lembrem, talvez outros tenham chegado depois disso, mas quando chegámos ao Royal Rumble do ano passado eu pus-me a especular e a prever uma série de cenários que considerava serem minimamente plausíveis de acontecer. Uma dessas previsões tinha a ver com The Rock, e com a possibilidade deste sair vencedor do Royal Rumble Masculino, algo que, como sabemos, não se verificou.


Mas… e se calha a ser este o ano em que Dwayne Johnson assegura bilhete para o Main Event da WrestleMania? Eu penso que seria um cenário possível, mas penso, acima de tudo, que seria um cenário bastante anticlimático, uma vez que todas as previsões apontam para uma vitória de CM Punk. Ainda assim, e parecendo improvável que tanto um primo como o outro fiquem “Perth” um do outro durante o mês que vem, essa é sempre uma hipótese que eu consideraria.






27 de Janeiro de 2014 – 27 de Janeiro de 2024




Já se devem estar a perguntar porque é que coloquei estas duas datas. Não é assim tão difícil adivinhar, mas, uma vez que o contexto importa, vale sempre a pena dizer algumas palavras sobre o simbolismo que estas duas datas encerram.


27 de Janeiro de 2014 marca o primeiro dia em que a ausência de CM Punk se começou a sentir na WWE, naquele que seria o início de um longo ciclo de sete anos até que Phil Brooks regressasse aos ringues e de uma década até voltar ao átrio materno. Ora, acontece que o calendário marca 27 de Janeiro de 2024 como sendo a data em que CM Punk terá o seu primeiro combate televisionado desde que, no Survivor Series, colocou o público em alvoroço com um regresso a cada dia mais óbvio. Quem diria, não é?



AJ Lee de regresso?



E já que falamos de CM Punk, temos, obrigatoriamente, que falar de AJ Lee. Mentira, não estamos contratualmente obrigados a isso, mas, sendo Punk e AJ Lee marido e mulher na vida real, obviamente que a participação de um tem que criar a possibilidade do regresso do outro.


Mas este regresso de AJ Lee não se trata apenas de uma possibilidade esgotada em si mesma. A verdade é que, pouco tempo depois de CM Punk ter voltado à WWE, a própria AJ colocou no Instagram uma story onde surge uma fotografia do seu ring gear, e mais tarde surge um vídeo onde esta é vista a treinar com CM Punk no ginásio em casa.


Se vai haver regresso ou não? Não sabemos. Mas havendo, resta saber se será um regresso one-night only, ou se estaremos perante um caso semelhante ao de Adam Copeland (fka Edge).


Duas vezes para Cody?





O mais provável é que não aconteça, mas mesmo assim ainda há malta que acredita. A verdade é que Cody chega a este Royal Rumble com uma obrigação ainda maior de “terminar a história”, mais não seja porque sabe que as atenções estão todas viradas para CM Punk.


O interessante desta possibilidade é que, para fazer acontecer, Cody Rhodes tem que superar vários obstáculos, que não são necessariamente tangíveis, mas que aparecem na forma não só de Punk, como também do supracitado The Rock, ou ainda de um outsider que muitos consideram ter grandes possibilidades de vencer e desafiar Seth Rollins pelo World Heavyweight Championship… Gunther.

 

Na vossa opinião, quem ganhará os respetivos Royal Rumbles? Quem se destacará pela positiva e/ou pela negativa?


E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo nosso site, pelo nosso Instagram, pelo nosso Telegram, deixar a vossa opinião aí em baixo… o costume. Para a semana cá estarei com mais um artigo!!


Peace and love, até ao meu regresso! Excelente Royal Rumble para todos nós!!

Com tecnologia do Blogger.