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Lucas Headquarters #121 – Especial Natal: Três momentos natalícios dos quais talvez não nos lembremos


Ho, ho, ho!! Boas tardes, comadres, compadres, duendes, renas, bolachinhas de gengibre… Como estão? Sejam bem-vindos a uma especialíssima edição de “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias!! E especialíssima porquê, perguntam vocês, como se não tivessem lido ainda o título da edição de hoje.


Porque, com o Natal a 48 horas de distância (ou 24, se forem como eu e considerarem o dia 24 como mais possuidor de espírito natalício do que o dia 25) e tal como vos prometi na semana passada, esta semana trago até vocês uma edição especial de Natal aqui do estaminé. Vocês sabem, aquela que vos prometi há exatamente um ano e acabei por não fazer.


Confesso que para fazer esta edição de Natal tive, irremediavelmente, que pesquisar um pouco mais a fundo, pelo menos em comparação com a edição de 2021. Isto porque nessa edição eu fiz um top-5 desses momentos, e todos eles são aqueles momentos que os fãs recordam de forma quase imediata quando a época natalícia se cruza com o wrestling. No mínimo, são aqueles momentos que vimos quando ainda éramos crianças, e dos quais a nossa memória se recorda vagamente.


Este ano, o foco é ligeiramente diferente. Sim, poderá haver uma vaga lembrança dos momentos que vou aqui elencar, mas a questão é: Será que estes são momentos dos quais nos lembramos assim tão bem? Será que estes momentos estão tão vivos na nossa memória como aquele momento em que Kurt Angle lutou com o Pai Natal? Ou como aquela vez em que o The Rock cantou The Twelve Days Of Christmas antes do combate contra Test? 




Provavelmente não, e isso acontece por duas razões: Ou porque somos crianças e nunca vimos nenhum destes momentos (ao vivo ou nas nossas TVs) ou porque… somos adultos e a nossa vida já deu tantas voltas que já não nos lembramos deles. E sabem qual é a parte mais engraçada? É que eu me enquadro perfeitamente nestas duas razões. Sou aquela zona de interseção entre dois Diagramas de Venn que às vezes aparece em certos memes, sabem?


Ao mesmo tempo que é possível que já nos tenhamos esquecido de algum (ou alguns) destes momentos, é bem possível que a nossa memória rapidamente se lembre deles, sobretudo porque os momentos de que vos vou aqui falar dizem todos respeito à WWE. 


Algo que me deixa um bocadinho “agastado”, porque vocês sabem que quando o assunto é listas, ou tops (porque agora ‘tá na moda, é cool falar assim, ‘tás a topar, ya?), eu gosto de variar o mais possível, mas isto acaba também por ser natural: A WWE é o gigantone deste ramo, os seus programas já há três décadas que estão bem posicionados naquilo a que chamamos de mainstream (tanto nas TV’s como nas redes sociais) portanto é normal que a AEW não tenha tido tempo para produzir momentos natalícios memoráveis. 


Podíamos até falar de STARDOM, mas não sendo o Japão um país predominantemente católico, o Natal aparece mais como uma festa mais íntima, se calhar até mais romântica, por comparação a países ocidentais e/ou de tradição cristã, onde, para além da natural dimensão religiosa, o Natal já atingiu o estatuto de “festa cultural”, e que, por todos os outros valores que traz consigo, será, pelo menos, alvo de lembrança.



Seja como for, porque na semana passada não tiveram um, mas dois top-5 (para o bom e para o mau) e como este fim-de-semana não quero tomar muito do vosso tempo (porque imagino que tenham muita coisa para preparar para os dias que se avizinham) hoje vou deixar-vos apenas com um top-3. Penso que será suficiente para vos aguçar o apetite para o Natal que aí vem, e para além disso, quem sabe se no próximo ano por esta altura não teremos mais uma edição com tema natalício? Há que reservar alguns momentos para o futuro!



Posto isto, espero que se tenham portado bem ao longo do ano, porque esta viagem que vamos agora iniciar será a vossa prenda de Natal para 2023!! Apertem os cintos, as renas vão levantar voo em 3, 2, 1…


#3 – Batalha de Pais Natal





Todos nós já estamos mais que acostumados àquele cliché dos filmes ou das séries de animação para os mais novos, em que o herói luta contra o vilão, às vezes recorrendo a técnicas ou métodos mirabolantes e, diga-se, pouco ortodoxos, mas suficientes para deixar o nosso cérebro em formação completamente vidrado no que se está a passar.


Tudo isto já foi mais que explorado nas diferentes séries de animação que assistimos ao longo da vida. Mas… E quando duas personagens “boazinhas” se enfrentam?


E aqui nem estou a falar da dinâmica babyface vs heel, ou de dois anti-heróis que acreditam estar a fazer o que está certo mesmo que, para isso, tivessem que fazer algo menos correto, ou que pusesse outros em risco. Neste caso, estou mesmo a falar de dois Pais Natais.


Em meio a esta batalha de dois heróis do bem, vale sempre a pena dar algum contexto e dizer que este combate acontece na altura em que Vince McMahon e Ric Flair eram ambos donos da WWE. Estávamos, pois, no início do século, prestes a atingir o ponto de viragem que foi o fim da Attitude Era e o início da Ruthless Aggression Era.


Não é, portanto, surpresa que, havendo dois donos, cada um tentasse fazer as coisas melhor que o outro, de modo a cair nas boas graças do público e dos espectadores. E isso aplicou-se até nas festas de Natal.



Flair e McMahon organizaram cada qual a sua, tendo cada um o seu próprio Pai Natal: McMahon tinha Bubba Ray Dudley, Ric Flair tinha Tajiri. Tazz apareceu na festa de Vince, só para ter uma discussão com o Bubba Claus e ser corrido de lá. 


Ora, Tazz vingou-se e logo a seguir acorreu à festa de Ric Flair, inventando calúnias e dizendo que o Bubba Claus era mais forte e alegre. Razão suficiente para termos o primeiro combate Santa vs Santa, com os comentadores a imaginar como um combate daqueles esgotaria arenas no Pólo Norte. Um clássico natalício que nos faz soltar umas belas risadas de tão over-the-top que é.


#2 – Choque (literal) na Véspera de Natal




Recuemos até 2012. Nesse ano, o RAW coincidiu com a Véspera de Natal, o que, obviamente, deu azo a uma edição ainda mais natalícia que o normal. Claro que um dos convidados foi o Pai Natal (muito parecido a alguém que todos conhecemos bem). Mas o que fica dessa edição é que o Pai Natal não ganhou para o susto, e a culpa foi de alguém que hoje, não ganhando para o susto, ganha para outras coisas mais fundamentais: Alberto del Rio.



Estava o Pai Natal a distribuir presentes à audiência quando toca a música de Alberto del Rio, para logo a seguir surgir Ricardo Rodriguez, com ar de quem estrava pronto para vestir o papel de Grinch. Quase imediatamente, Del Rio surge ao volante do seu Rolls Royce, mas acaba por atropelar inadvertidamente o velhinho de barbas brancas, para espanto geral da audiência. Apesar de tudo, o bonacheirão barbudo ainda deu esperança às criancinhas, quando, já carregado numa maca e com um colar cervical, ainda foi capaz de fazer um “fixe” para tranquilizar os pequenotes.


Seguiu-se o "julgamento". Del Rio jurou inocência, mas Booker T revelou que, antes de perder a consciência, o Pai Natal marcou uma Miracle on the 34th Street Fight contra... John Cena, esse advogado justiceiro que aparece sempre nos momentos de maior caos.




Parecia que o combate iria terminar a favor de Del Rio, com Ricardo Rodriguez a conseguir subjugar John Cena. Mas, qual milagre de Natal, o Pai Natal conseguiu voltar pelo próprio pé, aplicando um mandible claw em Alberto del Rio e abriu caminho à vitória de John Cena com o Attitude Adjustment. Se calhar o atropelamento não foi assim tão acidental quanto isso…




#1 – Três visitas indesejadas



>Estou em crer que já todos vimos (ou pelo menos ouvimos falar) do “Conto de Natal” de Charles Dickens, certo? É um daqueles clássicos natalícios cuja antiguidade contribui para que se vá obliviando da nossa memória, numa missão que, ao mesmo tempo, se revela impossível, porque essa intemporal relíquia natalícia já deu origem a para aí meia centena de filmes, cada qual levado a cabo por um realizador, que conta a história de uma perspetiva diferente, com pormenores distintos.

Para quem não viu – ou se calhar não se lembra – a história do “Conto de Natal” gira à volta do avarento Ebeneezer Scrooge, um homem que abomina tudo aquilo que ao Natal diz respeito. Numa véspera de Natal é visitado pelo seu ex-sócio Jacob Marley, que morreu precisamente no dia 24 de Dezembro, sete anos antes do início da trama. 


Este diz-lhe que não pode descansar em paz, porque não foi bom nem generoso enquanto viveu, mas que, apesar de tudo, Scrooge tem uma oportunidade de poder alterar o rumo das coisas. O protagonista recebe então a visita de três espíritos: Dois lembram os Natais do passado e do presente, e um mostrar-lhe-á, de forma algo crua, o Natal do futuro – um Natal solitário e sem amigos por perto – o que faz com que Scrooge passe a amar o Natal tal qual como fazia em criança.


Ora, a então WWF resolveu reeditar este segmento, permanecendo fiel aos acontecimentos de 1843… com uma diferença. Rowdy Roddy Piper é posto no papel do avarento Scrooge, e recebe a visita quer do seu “sócio”, quer dos mesmos três espíritos, que o exortam a mudar. Scrooge bem tenta negar as acusações, mas mostra-se cada vez mais arreliado a cada espírito que o visita.


Onde é que está a diferença? É que depois de receber a visita dos três espíritos, este Scrooge não passa a gostar do Natal: Depois de correr com Jacob Marley do seu quarto, ele simplesmente… volta a dormir como se nada fosse. Quem havia de dizer que a imitação era pior que o original?


Destes três momentos, qual é o vosso favorito?


E assim termina mais uma edição de Lucas Headquarters!! Não se esqueçam de passar pelo site e pelo Telegram, deixar as vossas opiniões aí em baixo e se tudo correr bem, para a semana cá estarei com o último artigo do ano!!


Aproveitem esta quadra para absorver todo o amor de quem mais amam, para tentarem ser um bocadinho melhores do que foram até aqui, para começarem pequenos esforços no sentido de mudarem para melhor, se assim precisarem. Mas acima de tudo, divirtam-se, disfrutem da companhia dos vossos familiares e amigos e não se esqueçam que o melhor presente é sempre estar presente.


Um Santo e Feliz Natal para todos!!


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