Ultimas

Lucas Headquarters #74 – Jay Briscoe (1984-2023): A eternidade conquistada em 38 anos


“The nights in our hearts will last, forever” – Moonspell, “Dreamless (Lucifer And Lilith)”


Que me perdoem aqueles que, esta semana, estavam à espera de um artigo longo. Sei que vou defraudar as expectativas de muitos de vós, sei que provavelmente vocês não encontrarão nada escrito na edição desta semana que não tenha já sido dito por quem disto percebe mais que eu. Mas hoje, a nível de tamanho da entrada, não será um artigo longo. Não será, tão pouco, uma crítica, um comentário sarcástico, uma sugestão ou fantasy booking. Mas tenho, de igual modo, pena que o artigo desta semana venha a ser um elogio fúnebre, sobretudo porque é algo que, no que respeita a este wrestler, só contava escrever daqui a, no mínimo, 40 anos.


Para quem ainda não está ao corrente da situação – coisa que duvido – na última terça-feira à noite (madrugada de quarta-feira em Portugal) morreu Jamin Pugh, Jay Briscoe para os amigos, vítima de um brutal acidente de viação, do qual as suas filhas também saíram bastante maltratadas. É, no entanto, irónico que tal partida se tenha dado precisamente na véspera do dia em que o seu irmão mais novo, Mark Briscoe, completa 38 anos.



Mas mais do que irónico, é cruel que uma data feliz fique para sempre manchada por este triste acontecimento. E mais cruel ainda é olharmos para as perdas no mundo do wrestling neste último ano e ver Jay Briscoe juntar-se a uma lista onde figuram nomes tão ilustres como Scott Hall ou Antonio Inoki. Mas isso é um excelente sinal, apesar de toda a tristeza que envolve esta partida.




É um sinal de que Jay Briscoe foi, também ele, um wrestler ilustre, respeitado parceiro e temido adversário. É sinal de que Jay Briscoe foi, de certa forma, mentor para muitos dos wrestlers que admiramos hoje em dia (Seth Rollins é um excelente exemplo, aliás, o próprio afirma, via Twitter, que foi graças a um combate com Jay Briscoe que conseguiu o seu primeiro contrato na Ring of Honor). 


E, por estranha relação de causa-efeito, se calhar Jay Briscoe foi também o “pai” da carreira de Rollins. Pelo menos eu gosto de pensar assim.



Para a História ficam os múltiplos títulos que venceu nas diferentes empresas, fica um contributo ímpar para a cena tag team que ele deu com o irmão Mark e que ajudou a popularizar. Fica a trilogia contra os FTR, um verdadeiro hino ao Tag Team wrestling. Para a história ficam os conselhos e a mentoria que deu a muitos e muitas wrestlers e que os ajudou a chegar mais longe.





Mas ficam sobretudo as noites, como referenciava quando, no início, citei Moonspell. Aquelas noites em que muitos de nós nos sentimos desalentados ou chateados por algo ou com alguém, mas em que ligamos a televisão, vimos um combate seu e ficamos imediatamente de sorriso no rosto. Porque é isso que o wrestling faz. É por isso que adoramos este desporto. E foi isso que Jay Briscoe foi capaz de fazer, sempre a um nível altíssimo, durante toda a sua carreira.




Desculpem, mais uma vez, a “pequenez” do artigo desta semana, mas eu ainda estou meio em choque com tudo isto. Para a semana volto com certeza, até porque é fim de semana de Rumble e há muitos pontos de interesse e muito por onde pegar. Mas hoje não conseguia escrever mais que isto.


Descansa em paz, Jay Briscoe.


Peace and love, até para a semana.

 


Com tecnologia do Blogger.