Lucas Headquarters #66 – Dez anos de justiça: The Shield em 5 momentos icónicos
Ora então boas tardes, comadres e compadres! Como estão?
Sejam bem-vindos a mais uma edição dos “Lucas Headquarters” aqui no
WrestlingNotícias! Que fim-de-semana recheado de wrestling vamos nós ter
hoje, hã? Ele é Full Gear da AEW, ele é o Historic X-Over da New Japan e da
STARDOM, ele é Survivor Series da WWE… como eu adoro estes fins-de-semana em
que o difícil é escolher…
Falando de Survivor Series, há uma efeméride que o mundo do wrestling fez questão de assinalar com especial particularidade nesta sexta-feira.
Passaram ontem 10 anos desde que três miúdos franzinos apareceram de rompante no Survivor Series de 2012 para mudar para sempre a História da WWE, quer enquanto grupo, quer a nível das próprias conquistas individuais. Na altura ajudaram CM Punk a reter o seu WWE Championship contra John Cena e Ryback, mas quase todo o roster daquele tempo passou pelas suas mãos – isto enquanto unidade coletiva.
No rescaldo da celebração dos dez anos da estreia de Roman
Reigns, Seth Rollins e Dean Ambrose (nka Jon Moxley) enquanto The Shield,
passamos em revista cinco momentos icónicos da História da carreira coletiva
dos “cães da justiça” que marcaram a sua História enquanto trio.
Prontos para esta viagem no tempo?
#5 – Justiceiros perante as trevas
Estávamos no rescaldo da Wrestlemania 29 e Undertaker tinha
acabado de conquistar a última vitória de sempre da sua Streak, num
combate contra CM Punk cuja história se tornou repentinamente emocional em
virtude do falecimento de Paul Bearer, o antigo manager do Deadman. Aliviado
por poder juntar a vigésima primeira vítima a uma coleção extensa de derrotados
no Maior Evento do Ano, Undertaker foi ao RAW pós-Mania para se fazer ouvir,
mas foi interrompido pela matilha antes que pudesse terminar o seu discurso.
Ambrose, Rollins e Reigns rapidamente tomaram conta do
ringue, decididos a atacar um Undertaker que, embora em inferioridade numérica,
nunca chegou a baixar a guarda. Toda a gente esperava que Undertaker acabasse
por cair perante o trio, no entanto, a Team Hell No acabou por equilibrar os
números e, por dar, também, a hipótese a muitos fãs de matarem as saudades de
ver Undertaker combater num weekly show, ele que era part-timer desde
finais de 2010, depois de ter escrito mais um capítulo da sua intemporal feud
com Kane.
#4 – Inimigo não empata inimigo!
Recuemos até 2016, naquela altura em que o SmackDown, esse
tal b-show da WWE, dominava as atenções às custas de nomes como o
próprio Moxley, AJ Styles, Alexa Bliss, Becky Lynch, entre outros. Moxley e AJ
Styles andavam às turras um com um outro, numa feud que teve a sua
belíssima dose de awkwardness e comédia graças a outro sujeito, James
Ellsworth, o tal que derrotou Styles por nada menos que três vezes.
Acontece que, durante o tradicional 5-on-5 masculino que opôs o SmackDown ao RAW, Ambrose, representando o SmackDown, foi eliminado da contenda para regozijo do seu rival. Rapidamente os dois quiseram molhar a sopa, e AJ Styles até estava a dar conta de Ambrose… não fossem Rollins e Reigns, da Team RAW, decidir salvar-lhe a pele e reviver os velhos tempos por uns minutos.
Rapidamente o Phenomenal One se achou em cima dos
ombros de Reigns, e o resultado final foi uma Triple Powerbomb em cima da mesa
dos comentadores perante um público levado às nuvens. Caso para dizer que
inimigo do meu inimigo…
#3 – Eles ganham tudo… e não deixam nada
Bem sei, bem sei, profanar este clássico do grande Zeca
Afonso soa, no mínimo, a sacrilégio. Mas acreditem, se muitos de vós tivessem
noção do quão raro é um trio se vestir, todo ele, de ouro (seja lá qual for o
título) também a mesma versão vos passaria pela cabeça.
Dean Ambrose conquistou o United States Championship das mãos de Kofi Kingston e partiu para um histórico reinado de 351 dias, o mais longo da História da WWE. Rollins e Reigns, por sua vez, conquistaram os WWE Tag Team Championships à Team Hell No, confirmando assim o domínio que tinham vindo a exercer e ganhando ainda mais protagonismo na WWE. Verdadeiramente histórico.
#2 – Matilha rebelde
Foi, talvez, o meu período favorito dos Shield e se calhar,
um daqueles que está melhor presente na vossa memória. Falo, claro, daquele
período que vai desde a rebelião contra a Authority, semanas antes da
Wrestlemania XXX, até à traição de Seth Rollins no RAW pós-Payback de 2014. Mas
o ponto alto deste período vai, sem dúvida, para a feud com os Evolution e para
os combates (dignos de C grande) com os Evolution no Extreme Rules e no
Payback.
Recapitulando a história, os Shield vinham atuando como guarda-costas da Authority desde a sua formação, no pós Summerslam 2013, que deu início à feud da stable com Daniel Bryan.
Chegados ao último mês
antes da Wrestlemania, Daniel Bryan faz com que membros do YES! Movement invadam
um RAW num dos momentos mais épicos da PG Era, na tentativa de forçar Triple H
a um combate no Maior Evento do Ano, intento que consegue cumprir, conseguindo
adicionalmente a garantia de que, se vencesse o The Game, participaria
no combate pelo WWE World Heavyweight Championship entre Randy Orton e Batista,
tornando-o num Triple Threat.
No RAW seguinte, a Authority, na pessoa de Kane, aponta Jerry
The King Lawler como um dos culpados da insurreição. O Big Red
Monster instiga os The Shield a atacar Lawler, mas acaba a levar com uma
Triple Powerbomb. Começa aqui uma feud entre os Shield e a Authority (e
mais tarde com os Evolution) que virá a culminar no Extreme Rules e no Payback
e que dará azo a um dos momentos mais chocantes de sempre: A traição de Seth
Rollins.
Se, por um lado, o regresso dos Evolution ajudou a tornar os últimos momentos da primeira run do grupo mais icónicos, por outro lado, ambos os combates confirmaram que tanto Ambrose como Rollins como Reigns estavam prontos para trilhar o seu próprio caminho a solo.
Desde a vibe puramente
hardcore com o combate no Extreme Rules a estender-se pela arena fora,
até aos spots arriscados de Rollins do topo de tudo o que desse para saltar,
estes dois combates ficam na História como sendo dos mais inesquecíveis da
década passada na WWE, não só pela forma como a história foi contada (desde o
tempo em que os três eram “guarda-costas” da Authority) como pela qualidade do wrestling
em si. Um hino ao wrestling moderno.
#1 – Uma última dança
Corria o último trimestre do ano de 2018 quando Joe Anoa’i despe, de forma arrepiante, a pele de Roman Reigns e anuncia ao mundo que teve uma recaída da leucemia com a qual há 11 anos, e que tinha conseguido pôr em remissão.
Na mesma noite, com requintes de choque (e quiçá malvadez típica dos heels) Dean Ambrose consuma um heel turn depois de vencer o RAW Tag Team Championship com Seth Rollins. E este turn tinha tudo para dar certo, não fosse a forma meio “às três pancadas” como foi planeado. Isso e a famosa promo das vacinas, qual profecia para aquilo que aconteceria dali a um ano. Mas isso são outros quinhentos.