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Lucas Headquarters #65 – Honorary Uce


Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Bem-vindos sejam a mais uma edição dos “Lucas Headquarters” no WrestlingNotícias!! Bom, já estamos em Novembro, para a semana até dizem que vai chover… não seria boa altura para colocar a “November Rain” dos Guns ‘n’ Roses a tocar? E para os senhores que mandam nos centros comerciais… NÃO! AINDA NÃO É NATAL! QUEREM FAZER CAMPANHAS NATALÍCIAS? AGUENTEM ATÉ AO FIM DO MÊS, SEUS PSEUDOCAPITALISTAS! Daqui a pouco estou em pleno dia de aniversário a ouvir o jingle de Natal do Pingo Doce, querem ver?


Agora que já me passou a raiva, vamos evidentemente ao que interessa. Estamos ainda na ressaca de um grande Crown Jewel que contou com um combate que, contra todas as expectativas, acabou por entregar um resultado bastante positivo: Logan Paul vs Roman Reigns, como parte da história principal que a WWE continua a desenvolver neste momento e que tem a ver com a Bloodline. Mas hoje não vou falar nem de um, nem de outro, isso ficará para outra altura. Hoje falo-vos do Honorary Uce Sami Zayn e do papel que está ter nesta storyline.





Esta história, parece-me a mim, está a entrar numa das suas fases decisivas, que é aquela fase em que das duas uma: Ou a Bloodline começa a implodir em virtude do demasiado envolvimento de Zayn (que se origina no facto deste ter ganho a confiança do Tribal Chief, Roman Reigns) ou então o próprio Roman dá ordem de despejo da stable a Zayn, consciente de que o seu envolvimento tem andado a dividir a sua família nos últimos tempos (e para isto basta ver que, por exemplo Jimmy Uso e Solo Sikoa parecem alinhar com ele, mas Jey tem cada vez menos paciência para conviver com Sami Zayn)


E logo por aqui se vê a diferença que Sami Zayn faz nesta história, já que vai ser protagonista em qualquer um dos “caminhos” que a WWE quiser tomar para levar esta storyline até à Wrestlemania.



Mas esta storyline revela também o quanto Sami Zayn se desenvolveu, quer enquanto wrestler quer enquanto personagem. Porque, aprecie-se ou não as qualidades de Sami no ringue, sempre foi isso que, a meu ver, lhe faltou para que o seu talento se pudesse confirmar em pleno: Uma gimmick que lhe encaixasse na perfeição.


No NXT, Sami era o Underdog From The Underground, um high-flyer que a todos encantava com um move-set diverso, que variava entre o voo, subjugações mais técnicas (como o Koji Clutch, que ele chegou a usar bastante nos seus primeiros tempos de NXT) e uma ou outra power move. Mas pese embora o carisma que ele tinha para com os fãs, que era bastante, faltava-lhe um fundamento para ser o face que era. Faltava-lhe uma motivação, uma premissa, um argumento por detrás da personagem.




Mas isto não é problema recente e não é problema só dele, já que eu tenho o feeling que, no que diz respeito à WWE, grande parte dos seus babyfaces carece de personalidade. Tirando Bray Wyatt, que tem um incomparável sentido de criatividade; Elias, que consegue cativar os fãs misturando tiradas mais ou menos humorísticas com a linguagem universal que é a música; e Kevin Owens, que é o babyface cujas mic skills fazem muito lembrar Stone Cold e que tem dentro de si um espírito rebelde que o motiva a ser babyface, mais nenhum “bom da fita” é suficientemente cativante para despertar a atenção das massas.


Mustafa Ali, bem o sabemos, foi um valente flop como heel (quem não se lembra dos Retribution, de quem já aqui falei?). Ricochet e Rey Mysterio, pela reputação de underdogs que lhes precede, também nunca seriam considerados para tal papel. 



Mas Sami Zayn foi, em 2017, quando salvou Kevin Owens de ser atingido por um daqueles saltos malucos do Shane McMahon. E o turn do Sami até tinha razão de ser, quer dizer… ele era um bom babyface, mas mesmo assim não era daqueles babyfaces fora de série, e mesmo fazendo parte de uma brand que com menos faz sempre mais, nunca teve a oportunidade de mostrar o seu valor.



Seguiram-se períodos em equipa com Kevin Owens e Shinsuke Nakamura e um twist maluco na sua gimmick, que tomou dotes de teórico da conspiração. Mas parecia, em todos estes períodos, que faltava alguma coisa. Zayn tinha a skill, era bem recebido pelos fãs, mas faltava ali um click, qualquer coisa que colocasse a spotlight (quase) toda nele. Para bem dos nossos pecados, apareceu a Bloodline.


E sim, para muitos, tanto no início como agora, o papel de Sami Zayn na Bloodline parece desajustar-se. Afinal, o que é que um canadiano de ascendência síria faz no meio de um grupo de americanos com sangue samoano, que constituem uma das maiores, mais consagradas e mais bem-sucedidas famílias do wrestling?




Simples: Faz comedy relief, ou, fazendo aquilo que o Hugo Strada faz e trocando por miúdos, contraria a aura austera e exigente do grupo com uma atuação descontraída e cómica. Para quem ainda não chegou lá, Sami Zayn faz basicamente o mesmo papel que fazem o Timon e Pumba no Rei Leão, ou o Burro no Shrek. 


Com isto surge também a questão se Sami Zayn se está a tornar um comedy wrestler, ou se a sua carreira estará a caminhar para isso. Na minha opinião não, bem pelo contrário: Sami Zayn provou, com isto, que é um wrestler versátil, com talento em termos de skill e que pode desempenhar de forma irrepreensível qualquer papel que se lhe possa dar. Mas acho que já estamos todos a ver onde é que esta storyline vai terminar, não já?


É óbvio que, pela sua presença ser muito descontextualizada – à falta de um melhor termo – no seio desta stable que Sami Zayn acabará, mais semana menos semana, por ser expulso da Bloodline. Mas isto é apenas o ponto de partida para, talvez, uma run como Undisputed Tag Team Champion com Kevin Owens. Não só pelo facto de Owens ser um wrestler intrinsecamente ligado a Zayn, tanto no kayfabe como na vida real, mas também porque o próprio Owens já teve, no passado, problemas com a Bloodline, chegando até a ser um dos primeiros adversários de Reigns.




Serve isto para dizer que sim, é óbvio que Zayn não durará na Bloodline. Sim, é óbvio que a presença de Zayn, muitas vezes, ainda nos parece um bocadinho fora do vulgar. 


Mas, tanto quanto o comedy relief que o próprio Zayn fornece à Bloodline, a sua presença contribui para renovar uma stable e uma storyline que caso contrário começava a cair na monotonia, sobretudo porque eram usados sempre e ininterruptamente os mesmos mecanismos e running gags que foram usados para que tudo isto resultasse, como a catchphrase “Acknowledge Me!” ou os ataques em superioridade.


E vocês, o que têm a dizer sobre o papel de Sami Zayn na Bloodline?



E assim termina mais uma edição dos “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo site do WN, de deixar a vossa opinião aí em baixo, sugerir temas… o habitual. Ah, e agora temos também um canal no Telegram, portanto não se esqueçam de subscrever para receber as últimas novidades aqui do estaminé!


Peace and love, e até ao meu regresso!




 





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