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Lucas Headquarters #23 – A Hora da Killer Kelly


Boas tardes, comadres e compadres! Que tal vai isso? Bem-vindos sejam a mais uma edição do “Lucas Headquarters”, aqui no WrestlingNotícias! Eish, que semana cheia de emoções (mistas) que vivemos, não foi, pessoal? 

Primeiro, chorámos rios com a despedida de uma lenda maior do wrestling (se quiserem saber 10 coisas que a WWE quer fazer esquecer sobre o Undertaker, vejam as duas edições anteriores, vão valer muito a pena), mas logo a seguir ficámos na expectativa, pois recebemos a notícia de que a nossa Killer Kelly iria estrear-se no IMPACT e competir no Knockouts Tag Team Tournament da empresa, ao lado de Renee Michelle. 

Portanto sim, depois da tempestade a bonança vem mesmo.


E por isso, a edição desta semana é especial. É especial não no campo do gosto pelo wrestling (porque se assim fosse seria apenas mais uma semana banal) mas porque uma wrestler portuguesa será finalmente tema de conversa aqui no estaminé, ao fim de vinte e três edições deste espaço.

A partir de agora (e, esperamos nós, até à vitória no torneio) toda a comunidade lusófona do wrestling entra em jogo. Somos chamados a servir a pátria, a honrar a língua mãe, ao mesmo tempo que olhamos para outras wrestlers e pensamos “eh pá, esta caía mesmo bem numa AEW/WWE…”, portanto basicamente estamos a treinar as nossas capacidades para servirmos a pátria no Euro 2021 e no Mundial 2022.

Fora de ironias, a edição de hoje é especial. É especial porque vamos falar de Raquel Lourenço. Ou melhor, vamos falar de Killer Kelly.



E falar de Killer Kelly é falar de várias coisas, umas mais positivas e outras das quais não se fala com tanto orgulho. Mas o português é assim: Quando acontecem estas coisas, esquece as amarguras, lixa-se para o que está de mal à sua volta e foca-se na alegria do momento. E por isso mesmo, por esta ser uma coisa tão simples mas que pode significar muito, é que decidi falar hoje de uma das melhores wrestlers femininas no nosso país.

Killer Kelly, ou se quiserem, Raquel Lourenço, é apenas mais um exemplo de como o mercado português no wrestling tem vindo a crescer, embora de forma muito lenta (não nos esqueçamos que também Shanna tem tentado encontrar um lugar ao sol neste difícil mundo, como parte da AEW). É uma prova que o facto de Portugal não ter visibilidade a nível do wrestling não implica que não haja talento bom a sair de lá, como são exemplo estas duas wrestlers.


Mas como estava a dizer, falar de Killer Kelly é falar de várias coisas. 

É falar de uma subida a pulso no wrestling, ganhando notoriedade na indústria alemã desta modalidade (sobretudo na WxW (Westside Xtreme Wrestling), onde foi a primeira campeã), é falar de uma passagem pouco feliz pela WWE, é falar de quem já partilhou o ringue com algumas das melhores wrestlers atualmente (Toni Storm, por exemplo) é falar na sua estreia na IMPACT Wrestling, onde enfrentou Kimber Lee, embora tenha perdido. 


E se é verdade que a sua passagem pela WWE (nomeadamente no NXT UK) não foi grande coisa (não porque Kelly não lutasse bem, longe disso, mas porque acabou quase sempre a perder todos os combates onde participou), também é verdade que não nos podemos queixar. 

Afinal, não é todos os dias que sangue lusitano pisa os ringues da maior empresa de Wrestling mundial. Carlos Rocha, nos anos 70, já o havia feito, e Peter Polaco (que todos nós conhecemos por Justin Credible) também teve essa sorte.




Se perderam, se ganharam, o que importa? Às vezes perder e ganhar um combate, por mais fundamental que possa ser, é irrisório. Quando vens de um país sem tradição no wrestling, representares esse país ao mais alto nível deve ser sempre motivo de orgulho. Tomemos, por exemplo, o caso de Cesaro, um dos wrestlers mais subestimados da WWE, com qualidades como nenhum outro.



Cesaro vem da Suíça, um minúsculo país sem costa marítima encravado ali entre a França e a Alemanha, que tal como Portugal não tem tradição no wrestling. Todos sabemos que Cesaro é um wrestler excecional que nem sempre é devidamente aproveitado. Mas com certeza que os suíços não se importam muito com isso, mais do que vê-lo ganhar, querem vê-lo brilhar, e ele, sendo Campeão ou não, tem conseguido fazê-lo.

E é com essa mensagem que quero fechar o artigo mais patriótico que vão ver aqui nos Headquarters. Ganhar é sempre bom, e é claro que nós queremos, enquanto Portugueses e/ou falantes de Português, que a Kelly ganhe (se conquistar um lugar no roster da IMPACT, melhor). Mas temos que ter consciência que, se Portugal não tem visibilidade suficiente a nível das grandes companhias de wrestling, não vale a pena estarmos à espera que Kelly seja elevada ao topo do mundo assim de repente.


Se vai acontecer? Sou um gajo otimista, portanto acredito que, daqui por uns anos, estaremos a falar de Raquel Lourenço como uma das melhores wrestlers do mundo. 

Mas enquanto assim não for, maltinha, não elevemos demasiado as expectativas, não deitemos foguetes, que é para depois não fazermos figura de franceses-derrotados-no-Europeu-jogado-em-casa. Contentemo-nos apenas e só em ver Killer Kelly na ribalta, a ter tempo de antena nas grandes empresas de wrestling, que o resto virá por acréscimo.





Posto isto… BORA KELLY, CHEGOU A HORA!!! PORTUGAL ESTÁ CONTIGO!!! ATÉ OS COMEMOS!!! E QUEM NÃO SALTA NÃO É FÃ DA KELLY, ALLEZ ALLEZ!! HERÓIS DO MAAAAAR, NOOOOOOBRE POOOOOOVOOO, NAÇÃO VALENTE, IMORTAAAAAALLL!!



Digam de vossa justiça nos comentários até onde é que acham que a Kelly pode chegar, e para a semana cá estarei com mais um artigo!

Saudações lusitanas, peace and love, e até para a semana!


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