Lucas Headquarters #13 – Deixem lutar as (poucas) mulheres
Boa tarde,
comadres, compadres, turistas e avecs! Como estão? A derreter com o calor ou a
ficar surpreendidos com as intempéries repentinas de chuva e granizo que por
esta altura têm aparecido nas notícias? Sejam bem-vindos a mais uma edição do “Lucas
Headquarters” aqui no sítio do costume, o WrestlingNotícias!
Este é um
tema que eu já era para ter abordado na semana passada, mas face a todo o
burburinho e novidade do RAW Underground, acabei por adiá-lo para esta semana.
Quem
acompanha (ou pelo menos está minimamente atento) ao mundo da AEW certamente já
reparou que está a decorrer um torneio (chamado Deadly Draw) onde está em jogo
a Women’s Tag Team Cup, que será atribuída à equipa vencedora.
Ora, este
torneio acontece, a meu ver, por dois razões: Primeiro, para dar destaque a uma
divisão feminina que carece de quatro ou cinco nomes maiores (excetuando Britt
Baker, Riho ou Hikaru Shida, talvez) quando comparada com as suas concorrentes
da WWE ou da IMPACT, cujas divisões femininas até estão bastante sólidas.
Segundo, porque alguns dos nomes principais dessa divisão feminina não podem
fazer parte da programação da companhia devido a restrições de deslocação
impostas pela pandemia.
Pode-se,
pois, dizer que isto é uma medida desesperada num tempo desesperado. A AEW precisa
de rentabilizar e explorar o talento feminino que tem nesta altura, e mais
especificamente precisa de encontrar nomes que possam substituir as wrestlers
que estão inativas enquanto as restrições ainda não estão levantadas.
Mas como não
há mal que sempre dure nem bem que nunca acabe, este torneio também nos tem
trazido agradáveis surpresas, sobretudo quando se fala de duas wrestlers: Tay
Conti e Ariane Andrew (fka Cameron).
Conti e Andrew
são duas “ostracizadas” da WWE que atravessaram caminhos diferentes na
companhia. Se bem se lembram, Andrew fez parte das Funkadactyls com
Naomi, num tempo em que Brodus Clay era um funkasaurus cujo uso exagerado do
funk já fazia prever que tal género iria tomar conta da indústria musical.
À medida que
Clay foi caindo no esquecimento na companhia, também Andrew (que na altura era
chamada de Cameron) acabou por ficar esquecida, tendo ainda um pequeno
desentendimento com a sua parceira, nada de muito especial. Naomi, pelo contrário,
ainda foi capaz de alcançar algum sucesso, mesmo que pouco, chegando a ser
SmackDown Women’s Champion.
Tay Conti
foi, por sua vez, uma das participantes das duas edições do Mae Young Classic como
representante do Brasil, sendo que foi na segunda edição (onde também esteve a
portuguesa “Killer” Kelly) que chegou mais longe, tendo sido eliminada na
segunda ronda do torneio por Lacey Lane (agora conhecida como Kayden Carter).
A evolução
de ambas as wrestlers foi enorme, tanto a nível dos maneirismos como
principalmente da ring skill. Tay Conti mostrou uma performance muito mais
sólida, sem se descolar do seu background como artista marcial, enquanto
Andrew mostrou maneirismos capazes de a transformar numa excelente heel num
futuro não muito distante.
A estreia de Dasha também foi bastante
interessante, embora se tenha notado um bocadinho mais de ferrugem, pois como é
natural, estamos a falar de uma repórter e não de uma wrestler a tempo inteiro.
Penso que este
torneio tem tudo para ser uma grande jogada da AEW quando todos sabemos que o
seu roster feminino tem falta de grandes nomes e está constantemente a sofrer
um mau booking.
Tudo porque dá às participantes do torneio espaço para se
desenvolverem sem a pressão que envolve um show televisivo semanal,
fazendo com que também elas tenham mais liberdade em relação à sua própria prestação
em ringue. Penso que o grande mal da AEW é apostar demasiado em wrestlers ainda
muito “verdes”, mas isso fica para outro artigo.
E vocês, o
que estão a achar do “Deadly Draw Tournament” da All Elite Wrestling?
E assim termina mais uma edição do "Lucas Headquarters"! Não se esqueçam de passar no site do WN, de deixar a vossa opinião nos comentários, de sugerir temas e tudo mais. Vemo-nos para a semana com mais um artigo!
Peace and love, malta!!