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O Wrestling em Revista - O incompreendido Randy Orton

Randy Orton estreou-se no roster principal da WWE em 2002
Randy Orton permanece há década e meia como uma das principais figuras da WWE, soma mais de uma dezena de títulos mundiais e ganhou tudo o que havia para ganhar, mas continua a não ser uma superstar querida aos olhos dos fãs, sobretudo por normalmente não protagonizar combates aos quais se possam chamar entretidos.


The Viper, como quase sempre o fez, continua a pautar por um estilo que contrasta com o wrestling cada vez mais vertiginoso que nos entra nos ecrãs a dentro, tanto na WWE como noutras companhias. Habituámo-nos aos saltos espetaculares, às lutas disputadas a um ritmo frenético, às mesas partidas, às quedas arrepiantes e ao impacto de objetos como kendo sticks e cadeiras no corpo dos lutadores. E para trás ficou a grande essência da génese deste desporto de entretenimento, o storytelling.

Em contraciclo, Orton vai-nos mostrando um espetáculo diferente, à antiga, mas nem sempre compreendido. O espetáculo de uma narrativa contada com o corpo, em que há uma estratégia para anular os pontos fortes do adversário e causar estragos nele, uma preocupação em arrefecer o ritmo, tirar o ar a oponentes muitas vezes mais ágeis e rápidos do que ele. O espetáculo de uma ofensiva bastante metódica e objetiva, pensada e executada para desgastar e magoar quem lhe aparece à frente, por vezes focando numa zona específica do corpo do adversário, e uma panóplia de golpes que lhe permitem encontrar soluções para contra-atacar, como o Dropkick – um dos mais atléticos do business -, o Powerslam, o seu Backbreaker característico ou até mesmo o RKO (Outta Nowhere). O espetáculo de expressões faciais e de linguagem corporal que sinalizam as intenções dele e expressam o esforço em manter uma submissão aplicada, a dor após um golpe sofrido ou a frustração de ainda não ter alcançado a vitória.

Dele, é isso que se pode esperar e não combates a 200 km/h ou grandes piruetas. Cada combate de Randy Orton é uma oportunidade para observar uma narrativa bem construída e fluída, um selling adequado e uma grande presença em ringue por parte dele, que sabe sempre o que fazer a cada momento, mesmo quando é surpreendido pelas reações do público. O que também se pode esperar dele é o RKO, simultaneamente um dos mais simples e letais finishers do business, mas esse surge sempre quando menos se espera.
























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