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Literatura Wrestling | Yes! My Improbable Journey to the Main Event of Wrestlemania - Capítulo 15 - Parte 1


Está de volta a Literatura Wrestling, o espaço de traduções do blog que vos traz uma obra biográfica, na íntegra, reveladora das origens, vida e decorrer da carreira de alguns dos mais marcantes wrestlers que percorreram os ringues que acompanhámos com tanto gosto.

Todas as semanas vos traremos um excerto do livro "Yes!: My Improbable Journey to the Main Event of Wrestlemania", publicado em 2015 por Daniel Bryan e pelo co-autor Craig Tello, a contar o crescimento e peripécias do "Yes! Man" até à sua chegada à WWE e ao main event da Wrestlemania. Boa leitura!


Capítulo 15: Cama, Barba & Mais Além
Sábado, 5 de Abril, 2014 - 08:49

Está muito tranquilo nesta manhã de Sábado no quarto de hotel de futuros marido e mulher, ambos a um dia de dois antecipados campeonatos no mais magnífico evento das suas profissões.

A cena sossegada nitidamente contrasta com aquilo pelo qual Daniel Bryan é mais conhecido: explosividade, intensidade. O drama do Total Divas não está em lado algum à vista. Um Bryan de tronco nu e uma Bella de robe deitam-se em silêncio, trocando apenas curtas afirmações antes da partida de Bryan.

Após vários momentos, os dois sentam-se e a Brie alcança uma escova para o cabelo numa mesinha-de-cabeceira iluminada por velas-de-chá acesas. Ela escova a juba do seu noivo até o relógio se aproximar da hora de Bryan. É hora de ir trabalhar.



No Raw após o Survivor Series de 2010, foi-me dito que a minha nova história não seria com nenhum dos wrestlers masculinos, mas sim com Divas, especificamente as Bella Twins, Brie e Nikki, que estariam a competir pelo meu afecto. Isso não soa muito mau, pois não? Duas lindas gémeas, cada uma a tentar ficar contigo devia fazer-te parecer fixe. Mas a história não era essa. Neste caso, elas estavam na verdade em competição uma com a outra para ver quem dormiria comigo primeiro porque ambas achavam que eu era virgem (não vegano). Eu era um cromo distraído que ficava atordoado com qualquer interesse de uma mulher em mim. Essa era a história.

Desnecessário será dizer que eu não gostei. Eu não conhecia as Bellas muito bem na altura, mas eu não entendia porque é que a companhia estava a esforçar-se tanto para me fazer parecer um falhado. A minha atitude negativa da altura também não ajudou à questão. Se tivesse acontecido um par de anos mais tarde, como quando me emparelharam com o Kane como parte dos Team Hell No, eu acho que teria sido muito divertido; pela altura, eu já me tinha desenvolvido num melhor entertainer e estava mais aberto à patetice. Ao longo da história de dois meses com a Brie e a Nikki, eu acostumei-me a ela e tentei fazer o melhor que podia com ela. Olhando para trás, se eu tivesse sido mais receptivo, provavelmente poderia ter ficado mais over com ela e torná-la popular com os fãs, apesar da premissa horrível.

Esta premissa horrível foi como eu a Bri nos juntámos.

Quando eu comecei com a WWE, eu basicamente evitei as Divas, a não ser que elas viessem falar comigo. Eu tinha namorada, não estava interessado na cultura de festas, e eu era praticamente só trabalho quando lá estava. Mesmo após a minha namorada e eu termos acabado nesse Outubro, eu não tinha muito com elas. Estar na história com as Bellas forçou-nos a interagir mais, tanto em televisão como em eventos ao vivo.

Ao início eu nem sequer as conseguia distinguir. (Isto foi antes da Nicole colocar as mamas falsas. Hoje em dia, é fácil diferenciar.) Eu estaria a falar com uma delas acerca do que iríamos fazer nessa noite, depois afastava-me, e a outra viria ter comigo pouco depois, e eu ficaria superconfuso se aquela era a Bella com que tinha acabado de falar ou não. Eventualmente eu fui capaz de notar a diferença, e ficar a conhecê-las às duas foi a parte mais divertida em estar envolvido na história juntos.

Também era interessante ver as diferenças nas suas personalidades. Era claro para mim que a Nicole era a mais dominadora, e algumas das coisas que ela diria à Bri faziam sentir-me mal por ela. Não é que a Bri não as soubesse mandar, também; elas envolviam-se numas discussões de irmãs a meio do trabalho, nas quais diriam as piores coisas que eu já ouvi duas pessoas dizer uma à outra. Depois, literalmente dois minutos mais tarde, elas estariam a rir-se de outra coisa qualquer. Dava-me a volta à cabeça. Quando partilhas o útero com alguém, suponho que tenhas um tipo de relação diferente.

Apesar de ao início eu estar perturbado com o meu retrato, em breve os três estaríamos a divertir-nos imenso nos eventos ao vivo. Tentámos uma data de diferentes entradas divertidas, incluindo uma em que as miúdas saíam primeiro de braços abertos a fazer de conta que eram aviões, depois paravam e apresentavam-me, e eu também viria a fingir que era um avião. Eu achava que resultava lindamente com a música, mas quando o tentámos em TV, o Vince odiou. De volta ao quadro das sugestões. Fizemos outra entrada por um tempo em que os três nos dirigíamos ao ringue, e eu agachava-me ao pé do apron enquanto cada uma delas subia para a minha perna, como impulso para o apron, onde segurariam as cordas abertas para eu entrar. A primeira vez que o fizemos, eu podia notar que elas estavam nervosas, e eu achava que era porque estavam preocupadas que fossem cair ou algo assim. Afinal era porque não estavam a usar roupa interior. É a vida de uma Bella Twin.


Na altura, eu andava a lutar com o Teddy nos eventos ao vivo, e andávamos a ter combates mesmo divertidos. Ele também vinha para o ringue com uma Diva - Maryse - logo entre os dois e as três raparigas, ocorriam-nos coisas muito divertidas. A minha favorita era um spot em que eu colocaria o Teddy às costas para rodá-lo no airplane-spin por quantas vezes conseguisse (que normalmente era por volta de trinta rotações). Ele ficaria tão zonzo que tentaria o pin no árbitro, e eu contava até três e ele ficava a pensar que tinha ganho. A Maryse entraria para gritar com o Teddy, de seguida a Bri entrava para a esbofetear, e a Nicole faria o airplane-spin à Maryse antes de partirmos imediatamente para o finish. A plateia normalmente adorava, mas tivemos que parar quando um produtor nos disse que esse tipo de peripécias não eram adequadas para um combate pelo United States Championship.

Os três a trabalharmos juntos tornou fácil ficar amigo da Bri e da Nicole, e em breve estaríamos a rir e na brincadeira juntos nos shows e nas presenças. Regularmente após o nosso combate, eu estaria sentado a ver o resto do programa num monitor e a Bri vinha sentar-se à minha beira. Entraríamos em conversas maravilhosas sobre o ambiente e diversos sistemas de crenças e todo o tipo de coisas diferentes divertidas. Não existem muitos wrestlers eco-conscientes como eu na WWE, e durante as nossas conversas, eu descobri que na verdade a Bri escreveu um eco-blog no WWE.com por um curto período de tempo mas parou após receber tantas respostas de ódio. Nós conectámo-nos enquanto todos os restantes, incluindo a Nicole, faziam pouco de nós por sermos hippies.

Apesar de todas as conversas que tínhamos, a Bri e eu tínhamos recentemente saído de relações sérias, e nenhum de nós estava interessado em namoros. Ao longo dos dois meses em que fizemos a história juntos, éramos meramente amigos, no entanto quanto mais falávamos, mais eu ansiava por a ver. Num instante eu já praticamente esperava que ela se viesse sentar ao pé de mim em frente ao monitor, e quando lhe levava algum tempo ficar pronta, eu ia casualmente à procura dela nos bastidores.

A minha história com as Bellas acabou no episódio do Raw antes da Royal Rumble de 2011 em Janeiro. Enquanto competiam por mim, cada uma das irmãs já me tinha beijado, mas não havia bem maneira de levar para a frente a história de tentarem dormir comigo em TV de uma maneira PG, logo a WWE acabou-a. Nesse Raw, as Bellas perderam um combate de equipas e vieram à minha procura num segmento de bastidores. Quando entraram no meu balneário, eu estava a curtir com outra Diva chamada Gail Kim, que eu depois revelei como minha "namorada."

As Bellas disseram, "Nós pensávamos que tu eras..."
"Vegano? Oh, absolutamente, não como qualquer carne," intervim eu, não as deixando dizer "virgem."

Foi esse o grande clímax da história. Depois as Bellas e a Gail partiram para uma bulha do caraças, e enquanto eu tentava puxar a Bri, ela deu-me um estalo na cara. Antes disso, em preparação para a cena, disse à Bri que ela podia bater-me com quanta força quisesse desde que não me batesse no ouvido, visto que era o mesmo que eu tinha rompido num combate com o KENTA anos antes. Tivemos que fazer a cena por múltiplas vezes, e a cada vez, ela estalava-me no ouvido - não de propósito, devo dizer, apenas no calor do momento com tantas partes em movimento na briga. A Bri depois confessou que estava um pouco perturbada por me ver a beijar a Gail no segmento. Apesar de não ter sido essa a razão para me ter dado uma lapada no ouvido, foi quando ela soube que tinha uma queda por mim.

(...)

No próximo capítulo: O amor já anda no ar e já temos o nosso Bryan todo apaixonado. Para concluir este décimo-quinto capítulo, na próxima semana não podem perder os derradeiros desenvolvimentos, quando as coisas aquecem... E se tornam hilariantes! Este têm mesmo que ler, seus depravados!

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