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The Scrap Book | #1 | A Rebelião do Balor Club (2/2)


Bem Vindos ao The Scrap Book
O The Scrap Book é, nada mais, nada menos do que, a nova rúbrica de minha autoria. De que se trata? De um espaço onde, a cada edição, exploro uma situação que considero que esteja a ser mal tratada no mundo do wrestling e apresento a minha alternativa enquanto booker de sofá.
E no fundo, quem nunca olhou para uma certa história ou para o percurso de um certo wrestler e nunca pensou no quão “off” tudo parece? Quem nunca teve uma perspetiva diferente para o booking da Invasion em 2001 ou para o push de Roman Reigns pós-Shield?

Na semana passada trouxe-vos a primeira parte do meu booking aos membros do Balor Club (agora em hiato): Finn Balor, Karl Anderson e Luke Gallows, por considerar que os três enquanto grupo poderiam dar muito mais à WWE. Nessa primeira parte mudei-lhes o nome como grupo, dei-lhes uma rivalidade para se afirmarem e tornei-os mais "ruthless". Podem consultar a primeira parte da edição inaugural do Scrap Book AQUI

Nota: tentarei ao máximo que todos os detalhes associados ao booking de wrestlers não-protagonistas no tema que abordarei sejam realistas.

Deleters of Worlds pelo caminho, prossigamos para o capítulo seguinte.


Capítulo III: The Rebel Club – Fúria e Conquista
Depois da rivalidade com Jeff Hardy e os Deleters of Worlds, que não considero inteiramente perdida, os últimos rumariam à SmackDown e Jeff retornaria, também ele, à marca azul, mantendo lá o título dos Estados Unidos. Os The Rebel Club, por sua vez, tornar-se-iam mais agressivos quer em ataques, quer em palavras.

As motivações do grupo seriam mais percetíveis nesta fase. Estas estariam interligadas, com a motivação principal a ser a do Bullet Club na sua fase inicial na New Japan Pro Wrestling: o domínio do que lhe era alcançável, a nível de palmarés. E com Gallows e Anderson como campeões de tag team na RAW, uma parte do objetivo estava conseguida.
Contudo, também a instalação de uma mentalidade de domínio sobre qualquer outra entidade do plantel da marca vermelha era objetivada.

Em termos de causas de revolta, estas também seriam dadas a conhecer de uma forma mais abrangente. A não-apreciação da WWE pelo trabalho do grupo no oriente seria uma dessas causas, já que segundo os The Rebel Club, estes instauraram o domínio do ocidente sobre o oriente em pleno solo japonês, funcionando como “WWE guys” mesmo antes de o serem.
Porém, também o facto de Finn Balor nunca ter recebido uma desforra pelo título Universal depois de regressar de lesão, em 2017, sendo que na realidade nunca perdeu o título.

Como tal, os ataques do grupo estender-se-iam a diversos lutadores, desde os Titus Worldwide até Dean Ambrose e Seth Rollins. Um wrestler iria opor-se aos Rebel Club: Bobby Lashley, juntando-se como uma arma de peso do lado de Ambrose e Rollins. Com Balor, Gallows e Anderson recusando juntar-se a mais alguém, no Survivor Series teríamos um Traditional Elimination Survivor Series Match apenas com seis lutadores.

- Survivor Series – 18/11: Traditional Elimination 6-Man Survivor Series Match – The Rebel Club vencem Bobby Lashley & Dean Ambrose & Seth Rollins (Sole Survivor: Finn Balor).

Finn Balor seria o Sole Survivor, permitindo a que Ambrose e Rollins conseguissem um pinfall sobre Gallows e Anderson, respetivamente, tornando-os legítimos contenders pelos RAW Tag Team Championships para o Clash of Champions.

Já o irlandês, naturalmente usaria a vitória sobre Rollins e Ambrose para assumir duas cabeças caçadas e seguir para o campeão Universal na altura: Roman Reigns (é bem provável que o seja). Na RAW seguinte, os The Rebel Club atacariam o “Big Dog”, terminando a emissão com o “Shot ‘Em”.

Até ao Clash of Champions seguir-se-iam mais alguns ataques e confrontos com alternância entre domínio dos Shield e da facção de Balor. A RAW go-home terminaria com um embate entre os seis homens a terem de ser separados pela segurança depois de uma vitória dos Shield por desqualificação. No PPV:

- Clash of Champions – 16/12: RAW Tag Team Championship – The Rebel Club (c) vencem Dean Ambrose & Seth Rollins;
- Clash of Champions – 16/12: WWE Universal Championship – Roman Reigns (c) vence Finn Balor.

Sim, daria a vitória a Roman Reigns. Vivemos numa era em que a linha entre faces e heels divide-se muito. Sejamos honestos, daqui a seis meses, Roman Reigns continuará a não ser aceite, e acho que uma vitória aqui só seria positivo para o que se seguiria depois. Já a Gallows e a Anderson daria uma vitória com um blind tag, que é legítima o suficiente. Na última RAW do ano, os dois perderiam os títulos, efetivamente para Dean Ambrose e Seth Rollins que seguiriam para a Road to Wrestlemania como campeões, como era o plano para este ano.

- RAW – 31/12: RAW Tag Team Championship – Dean Ambrose & Seth Rollins def. The Rebel Club (c).

Finn Balor continuaria a história de “angry rebel”, voltando a atacar Roman Reigns, sempre com apoio de Luke Gallows e Karl Anderson. Em termos de promos, seriam várias as vezes em que Balor e Anderson questionam se Reigns merece o lugar que tem, a passo que o “Big Dog” responderia com o facto de ter derrotado Finn Balor duas vezes recentemente. O combate entre ambos no Royal Rumble seria um No Holds Barred Match, mas sem presença de terceiros.

- Royal Rumble – 27/01: WWE Universal Championship – No Holds Barred Match – Finn Balor def. Roman Reigns (c);
- Royal Rumble – 27/01: 40-Man Royal Rumble Match – AJ Styles vence (Luke Gallows eliminado por Dean Ambrose e Seth Rollins; Karl Anderson eliminado por AJ Styles).


Capítulo IV: The Rebel Club – A Prova dos Nove
Depois do Royal Rumble, levantava-se a questão: quem iria AJ Styles desafiar na Wrestlemania? Após semanas de questionamento, Styles, antes do Elimination Chamber, garantia que não iria optar por desafiar Finn Balor, dado a sua ligação ao The Rebel Club, ao invés disso enfrentando Brock Lesnar (lá para a frente explico) pelo WWE Championship.

Sendo assim, Finn Balor defenderia o WWE Universal Championship no único Elimination Chamber masculino da noite, frente a contenders muito distintos apurados por combates de qualificação, como é tradicional. Já os The Rebel Club ficariam de fora do cartaz, com Dean Ambrose e Seth Rollins a defenderem os títulos frente a outra tag team: os American Alpha, por exemplo.

- Elimination Chamber – 17/02: WWE Universal Championship – Elimination Chamber Match – Finn Balor (c) vence Bobby Roode, Bobby Lashley, Braun Strowman, Roman Reigns e Sami Zayn.

A ordem dos derrotados, em cima, representaria a ordem de eliminação. Não seria um combate limpo. Os Bobbies seriam eliminados de forma natural. Braun Strowman seria eliminado pelo super-homem Roman Reigns. Não gostando do sucedido, tal como neste ano, Strowman atacaria Reigns. Porém, de forma muito mais bárbara, resultando numa heel turn e na eliminação de Roman Reigns, por incapacitação. Restavam Sami Zayn, o babyface underdog e Finn Balor. Eis que no final, com o público a desejar a vitória de Zayn, Kevin Owens surge dentro da jaula disfarçado de “cameraman”, dando a vitória… a Finn Balor.

No RAW seguinte, Finn Balor questionava quem seria o seu desafiante para a Wrestlemania e Roman Reigns surgiria a candidatar-se. Braun Strowman não levaria a bem e atacaria-o novamente, deixando a resposta pendente.
Já na divisão tag team, Gallows e Anderson voltaram a assumir-se como candidatos aos títulos depois de um ataque e “shot ‘em” nos campeões (Ambrose e Rollins).

Porém, logo na SmackDown! seguinte, AJ Styles seria surpreendido, no segmento de abertura, pelo The Rebel Club. No que ao início iria parecer um agradecimento por Styles manter a harmonia e uma eventual “non-aggressive clause” nos The Rebel Club e simpatizantes, o trio atacaria o vencedor do Royal Rumble, terminando o segmento com um «You didn’t chose us, we chose you!»

O Road to Wrestlemania construir-se-ia então na RAW, com AJ Styles muitas vezes a alinhar-se a Seth Rollins e Dean Ambrose por comunhão de interesses e estratégia. A construção do combate entre Styles e Balor revolveria em torno de descobrir qual o melhor líder e lutador entre os dois, bem como na mostragem de um AJ mais agressivo, por culpa de uma nova traição de Anderson e Gallows.

Contudo, no que diz respeito aos RAW Tag Team Titles, os American Alpha voltam a estar envolvidos, como dark horses, depois de derrotarem tanto Gallows e Anderson como Rollins e Ambrose. Apesar de meio esquecidos no meio da construção, os AA provam que devem ser tidos em consideração ao mesmo tempo que tentam mostrar ser a melhor equipa das três em termos de in-ring wrestling.

Chegamos à Wrestlemania.

- Wrestlemania – 07/04: RAW Tag Team Championships – The Rebel Club vencem Dean Ambrose & Seth Rollins (c) e American Alpha; - Wrestlemania – 07/04: WWE Universal Championship – AJ Styles vence Finn Balor (c).

Ultimamente, este é o desfecho do primeiro The Scrap Book. Apostaria na derrota de Finn Balor porque, como referi na contextualização inicial, não vejo o Finn como um main event player. Vejo-o como aquele upper midcarder que, de vez em quando, pode ter um momento ao sol. Este seria o momento ao sol dele.

O The Rebel Club não terminaria, já que seria uma força respeitável no upper midcard depois de um boom inicial. Contudo, acho que é impossível ver Balor a um nível acima ou até equivalente ao de AJ Styles. Styles tornar-se-ia Universal champion, mas Balor continuaria na rota do título após a Wrestlemania. O resto fica à vossa imaginação.

Na divisão de tag team, os Rebel Club conquistariam a vitória, dominando os American Alpha que pareciam destinados a ganhar os títulos. Não seria mais do que um prémio de consolação, pela derrota de Finn no combate mais importante do trio. Contudo, tínhamos aqui a equipa mais temida e respeitada do roster.

Bónus – Wrestlemania – Participação de outros recentes envolvidos:
- WWE Championship: Brock Lesnar (c) vs. John Cena;
Brock Lesnar tornar-se-ia campeão no Survivor Series 2018 com uma missão muito clara: impedir John Cena de alguma vez ter o reinado que lhe é necessário para quebrar o recorde de Ric Flair. No SmackDown pós-Elimination Chamber, após o ataque a AJ Styles, seria marcado um contendership match pelo WWE Championship. John Cena venceria e enfrentaria Lesnar na Wrestlemania.

- Braun Strowman vs. Roman Reigns;
É justo afirmar que ambos têm negócios pendentes atualmente. Mais ainda neste fantasy booking, depois de um eventual ataque de Braun Strowman a Roman Reigns no Elimination Chamber. Braun Strowman assumir-se-ia como heel, uma vez mais, a passo que Reigns seria pela segunda Wrestlemania consecutiva o underdog. Se resultaria para que Reigns fosse visto com luz positiva? Não sei.

- No Holds Barred Match - Kevin Owens vs. Sami Zayn;
Terá de acontecer Kevin Owens vs. Sami Zayn na Wrestlemania seguinte. É obrigatório. E a melhor maneira de o fazer, quanto a mim, é dando uma nova run a Zayn como underdog com prospeções de atingir o topo, com Owens a custar-lhe de novo o topo (Elimination Chamber). Provavelmente não seria o último capítulo na rivalidade dos dois. Mas tinha a obrigação de ser o capítulo mais alto até agora.

Dou assim por concluída a primeira edição do The Scrap Book. Fiquem atentos para mais e comentem com a vossa opinião nos comentários. Concordam com o meu ponto de vista? Que mudariam?
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