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Folha de Avaliação 2017 | RAW


Começa um novo ano, é altura de resoluções e de cumprir desejos. Para todos vocês que já choravam e ansiavam pelo regresso da "Folha de Avaliação". São dois de vocês que estavam a pensar noutra coisa, na verdade. Mas devem recordar este espaço que conquistou o seu lugar anual aqui por estas páginas internautas. Com a divisão que esperemos, recordemos o ano de 2017 daquela malta louca cujos trambolhões em ringue gostamos de admirar. Comecemos pelo principal show da programação da WWE. Em tempo de duração, pelo menos. Avaliemos a turma do Raw!

Os da Liga Grande


Braun Strowman - Estava incerto em colocá-lo aqui, dada a dificuldade em definir quem são os "main eventers" do Raw. Ainda o considerava um caso de subida, por um simples facto: terem desperdiçado o potencial do seu combate com Brock Lesnar pelo Universal Championship. Nem falo em ganhar o título. Bastava ficar mais bem visto. Porque este gajo tem que ser dos monstros mais... monstruosos que tenham construído ultimamente. 

Pouco ênfase na Royal Rumble e na Wrestlemania, mais peripécias se contam para Strowman ao longo do ano, desde virar ambulâncias ao contrário, ser vítima de tentativa de homicídio por duas vezes e simplesmente "walking it off", a destruir Brock Lesnar e partir ringues. 

O "monster among men" tinha sempre todas as atenções voltadas para si e as reacções da plateia apenas foram aumentando e melhorando. É difícil distinguir se é Face ou Heel, acreditando eu que é um Tweener intencional para provar que monstro que é monstro quer lá saber dos outros, se são bons, maus ou o raio, desde que dê para destruir. Haverá mais de Strowman em 2018. Muito mais. He's not finished with us.

The Miz - Sim, coloquei-o aqui. Para já, começo por dizer que é uma divisão de categorias difícil de fazer, a do Monday Night Raw. Com um título principal que passou o ano em mãos e cinturas que nem sempre estão por lá - esses têm a sua própria categoria - tenho que considerar outros para o principal foco. E há males que vêm por bem. Nunca o título Intercontinental foi tão central. E muita dessa recuperação de prestígio deve-se a este indivíduo. E ele faz questão de o dizer muitas vezes. Tem razão! 

Desde já o anterior ano, no Smackdown, que Miz tem roubado as atenções todas para si. Dominou aquele microfone melhor que qualquer um e sabia sempre como prender a atenção em qualquer história em que estivesse envolvido. Foi um mero peão na história da Road to Wrestlemania, onde perdeu facilmente, mas roubava sempre o show com os segmentos. 

A sua transferência para o Raw fez-se sentir de imediato e não tardou muito até se tornar um dominante Campeão Intercontinental, entrando já para as posições mais cimeiras nos recordes de vezes como Campeão e total de dias. Até recuperou relevância aos amigos Bo Dallas e Curtis Axel. 2017 foi um ano em que Miz comprovou que pode voltar a estar nesta categoria em 2018, já com um dos títulos maiores.

Samoa Joe - Outro caso de alguém que hesitei em colocá-lo aqui ou na categoria seguinte. Mas, qualquer que fosse a sua motivação, Samoa Joe andou sempre na mó de cima. Estreou no início do ano fazendo a coisa mais Samoa Joe possível: lesionando pessoas. Após colocar Seth Rollins na prateleira, rivalizou com ele e ainda somou vitórias contra Roman Reigns. Como podem ver, só nomes de topo. 

O que originou o seguimento lógico: o Universal Championship de Brock Lesnar que tentou capturar, sem sucesso, mas originando alguns dos melhores combates de Lesnar este ano. Após ele mesmo recuperar da sua lesão - afinal ele também se aleija - concluiu o ano com a atenção voltada para o título Intercontinental, o actual título principal entre as cordas vermelhas. Com esta revisão conclui-se que Joe foi sempre Superstar de topo. E estrangulará quem discordar que será diferente em 2018.


The Shield - Entrada conjunta porque tiveram anos diferentes mas são sempre os nossos tipos e já são main eventers estabelecidos, de onde ninguém os tira. Dean Ambrose será o mais "midcarder" de todos, iniciando o ano como Campeão Intercontinental mais discreto que o seu seguidor. O crédito que se lhe dá: foi ele quem levou o título para o Raw, ao vir do Smackdown. Seguiu-se uma muito conturbada mas muito popular e bem executada reunião com Seth Rollins, que lhe trouxe ouro e de seguida a reunião definitiva dos Shield, a garantir que acabava o ano no topo e em beleza. E é bem mais positivo que dizer que acabou o ano de baixa; 

Seth Rollins ia começando o ano de baixa, mas recuperou a tempo de dar na boca ao Triple H na Wrestlemania, num bom combate. Rivalidade com Samoa Joe e encontra-se com Ambrose para a história já mencionada. Acaba o ano como parte dos Shield mas com uma bizarra e improvável parceria com Jason Jordan, que lhes deu ouro; 

Finalmente, Roman Reigns é o gajo que estaria aqui de qualquer forma, com uma entrada separada. É o "yard" dele não é, o "big dog"? Estará ele noutra categoria em algum momento? Duvido. Vejam lá os feitos: fechou a Wrestlemania a derrotar Undertaker, retirando-o, teve uma das melhores, mais loucas e violentas rivalidades do ano com Braun Strowman, que envolveu algumas coisinhas um pouco... ilegais, vá, derrotou John Cena numa rivalidade cheia de hype, com uma estupenda construção e formato "dream match", reuniu-se com os Shield para o povo gostar dele outra vez e acaba o ano como Campeão Intercontinental. É, acho que Reigns não tem dificuldades em pôr comida na mesa e até mesmo em dormir, por muito que esforcem as gargantas para o vaiar...

Rise & Rise

The Bar - Contentíssimo por isto. Cesaro é o eterno underrated que parecem recusar-se a reconhecer como um dos melhores ali dentro e Sheamus, sem ser extraordinário, é um bom lutador que tem as suas visitas ao topo limitadas pelas suas... limitações. De interesse. A sua feud do ano passado foi, em momentos, cansativa, mas também boa e culminou num excelente combate que não pude deixar de destacar entre os meus favoritos do ano. Deram em equipa e este ano, finalmente, entenderam-se.

Uma Heel Turn mudou-lhes a atitude e tornou-os numa equipa a ter em conta e com boa química e registo de muitos bons desempenhos em ringue. Acabaram o ano já como tricampeões e a passar por cima de uns nomes "pequeninos" como os Hardys ou The Shield. Quase acabavam o ano com os títulos, foi mesmo por uma semaninha. Ah e a cena dos dentes do Cesaro. Prova de dureza que vale por muita coisa feita por muitos outros combinada.


Elias - Algum dia eu adivinhava que ia gostar tanto deste gajo agora? Algum dia eu, ou outro qualquer, adivinhava que este gajo ia longe quando chegasse ao Raw? Não sei que raio de poção ele tomou mas ele, não só evitou uma maldição como a inverteu: um caso raro de alguém que melhorou, subiu e foi beneficiado com a subida do NXT! 

Desde o gajo mais odiado do NXT, ao gajo que a malta mais adorava odiar do NXT ao ponto de ser dos mais divertidos. Subiu para o Raw com poucos feitos alcançados e com poucas cerimónias. Parecia que ia só preencher a vaga dos sempre necessários jobbers e lowcarders para preencher as gravações do Main Event na arena escura pré-Raw. A cantoria começou a ganhar piada, cada vez mais, a sua personagem impunha-se e tornou-sem staple regular semanal no Raw e também mostrou que se desenrascava o suficiente no ringue. Este é Elias, aquele gajo que no NXT nem víamos a dar nalguma coisa. Para mim até foi das melhorias do ano!

Jason Jordan - Podem detestar o moço quanto quiserem mas a coisa anda a resultar para ele. Todo este heat não deverá ser desperdiçado e a sua atitude permite-nos antever que eventualmente vira Heel. O seu booking é que é confuso: ora é um menino do papá chorão que leva na boca e depois vai pedir mais oportunidades por isto e por aquilo. Temos aí facilmente o Heel. Ora também é um underdog em que ninguém acredita por ser filho do patrão e que tem que superar todas as suas adversidades, muitas das vezes conseguindo. Já não é tão Heel. 

As suas reacções? De Heel de topo. Meramente como reacção à bizarra história retirada bem dos confins de um cólon de alguém que se encurralou a si próprio em termos criativos e não foi capaz de amanhar algo sequer credível. Mesmo que fosse hilariante. Não pode ser a reagir para os seus desempenhor em ringue. Costuma brilhar aí, qualquer um se lembra que ele era e é um estupendo wrestler e já tem um bom registo de bons combates. 

Até acabou o ano a ganhar ouro, com Seth Rollins. Ainda para mais um gajo que ninguém via a ser lançado como competidor singular - desde as suas inúmeras tag teams no NXT, até mesmo aos American Alpha de agora - parece estar a safar-se bem e acredito que, limando umas arestas, vá ao sítio em 2018 e já não seja só o gajo que "até é bom mas ainda não sabemos bem como é que ele foi parar ali."


Matt Hardy - YeeeEEeeeEEEeeeEEs! Matthew Hardy, o "human vessel" que suporta uma alma com milhares de anos tem aqui uma entrada separada do seu irmão, apesar de terem regressado em conjunto. Muito simplesmente porque uma lesão deixou o tal irmão na categoria mais parada, enquanto este Hardy foi marinando até acabar o ano como tanto gostamos dele. WOKEN! 

É assim que lhe chama agora. E nós aceitamos. Porque já tem roubado o show de novo. Protagonizou um dos momentos do ano ao regressar na Wrestlemania e ao tornar-se Raw Tag Team Champion. Juntamente com o irmão, foi competindo na divisão de equipas, até uma lesão deixá-lo a solo e com pouco rumo. O tal rumo só estava ali à esperinha de um sinal. E água já se formou nas bocas do povo que assistia a um Hardy estranhamente frustrado por perder para Bray Wyatt. 

Fizemos bem em esperar. Já vinha todo mamado, a falar como ninguém, a disparatar e a ter as maiores reacções da noite. Que não minta quem, por aqui, já vê mais o Raw por causa dele, mesmo que sejam em segmentos curtos. Quem o negar será imediatamente DELETED! E antevê-se um 2018 bastante... WOKEN!

Rise & Fall

Big Cass - A equipa de Enzo e Cass era a equipa que estava sempre over mas nunca tinha os títulos, onde quer que estivesse, Raw ou NXT. Quiseram manter isso no registo e começaram a mostrar os sinais de rompimento da dupla. Aconteceu, com Big Cass a ser o Heel a sair por cima. Parecia que o que queriam era aproveitar o sempre mencionado tamanho do jovem lutador para o tornar um vilão de topo. Nem ele convenceu muito porque os combates eram, vamos a ver, fraquíssimos, nem teve chance. Lesionou-se rapidamente e acabou o ano de baixa. A ver o seu ex-parceiro a tornar-se dez veses o Heel que estavam a tentar construir em Cass.

Bray Wyatt - Fico sempre com a sensação de que este está sempre aqui. A sensação geral é que ele anda sempre na mó-de-baixo, mas a recapitular um ano, parece que há sempre algo que o arrebita, mesmo que pareça que mal notemos ou nos esqueçamos. O certo é que o seu início, ainda no Smackdown, foi qualquer coisa. 

Começou o ano tornando-se WWE Champion. Isso não é nota pequena por onde começar! Perdeu o título na Wrestlemania num combate confuso e a coisa só piorou quando começou a envolver combates esquisitos e frigoríficos a dominar combates. Foi transferido para o Raw. Não para tirar propriamente grande benefício. Feud despercebida com Seth Rollins e viria um dos seus piores momentos: a promissora mas desperdiçada rivalidade com Finn Bálor. 

Inicialmente simples e mantendo-se mediana, quiseram elevar a fasquia ao tentar tornar a coisa mais esquisita ou mais assustadora ou o que fosse. Ia culminar num combate entre Sister Abigail (Wyatt em drag?) contra o Demon (Bálor pintado como uma cabaça) que não era uma piada. Meningite salvou-nos disso, lá coisa esquisita de se dizer também. No entanto acabou o ano num dos melhores momentos do Raw, mesmo que da outra ponta: agora é ele quem fica com cara de embasbacado a tentar decifrar disparates que outros dizem. Neste caso, Matt Hardy! A feud é bem mais notável e os segmentos bem melhores. Mas ainda não o invertiu e, mesmo assim, acaba o ano no lado que leva!

The Club - Repetem aqui a sua presença, como no ano anterior. Porque tiveram a sua nova subida após a sua desapontante pós-estreia do ano que antecedeu. Começaram 2017 a conquistar os Raw Tag Team Championships, o que dava a entender que já havia Luke Gallows e Karl Anderson para se levar a sério. Carregaram um pesito às costas, sendo eles os Campeões a defender na Wrestlemania.

Mas foi aí mesmo que os Hardys aconteceram e lá se foram os títulos dos Club. E lá se foram os Club outra vez. Não tornaram a ganhar tino depois disso ou a ter uma feud significativa, por vezes frustrando fãs quando eram utilizados no lowcard ou em momentos de comédia. Primeiro, quando cantaram com o Elias foi dos meus segmentos favoritos; Segundo, falavam demasiado nas frustrações deles sem saber como eles se sentiam e o quanto se poderiam estar a divertir. 


Até ao final do ano, nada de conquistas ou de grande atenção. Mas, logo no primeiríssimo dia, começaram 2018 em grande: uma aparente Face Turn, consequente de uma aguardada reunião com Finn Bálor. Talvez para o próximo ano já os teremos numa categoria melhor. Ou... Voltam exactamente a esta.

The Revival - SAY YEAH! Nós bem respondíamos mas não nos davam a chance. Estes simplesmente caíram, por mais que uma vez, por tremendo azar. Estrearam, com impacto, no Raw após a Wrestlemania e vinham prontos para dominar. Lesão de Dash Wilder coloca a equipa na prateleira. Ora bolas. 

Aguardámos e deu-se o regresso da equipa, envolvendo-se apenas nos conflitos entre Enzo e Cass e, mais tarde, até iam iniciar uma rivalidade com os irmãos Hardy, esperávamos nós, como pontapé-de-saída para retomar o domínio. E raio do azar, desta vez foi Scott Dawson a lesionar-se e por mais tempo. Quase nem tivemos Revival, por muita pena nossa. Foi mesmo ao fim do ano que voltaram, a ver se 2018 é o seu ano, sem azares!

Águas paradas

Apollo Crews - Devia estar no contrato dele quando o subiram do NXT. "Vens para aqui mas nunca vamos ter alguma coisa para ti." E foi assim o seu entusiasmante ano de 2017, com uma transferência do Smackdown para o Raw que de pouco serviu. No Raw, parecia que ia virar para o lado dos mauzões ao juntar-se a Titus O'Neil. Em vez disso aconteceu o contrário e agora vagueia por lá como parte dos Titus Worldwide, o que quer que eles sejam. Estão lá. Assim como Crews. Está lá. Em princípio em 2018, estará lá.

Big Show - Já está estável nisto até se reformar, creio eu. Melhor forma física da sua carreira mas já não é fase da carreira em que tenha muito para fazer ou precise. Ainda o considero aqui porque ainda não acho que seja um part-timer mas pensei muito no assunto. Já nem há razão para ser lutador a tempo inteiro. 

Mas fez algumas coisas notáveis como combates com Braun Strowman que acabavam a deitar o ringue ou uma jaula abaixo. Isso gostamos de ver. Fez coisas menos notáveis como rivalizar com Big Cass para pastos de combates. E fez coisas de esperar como participar na Royal Rumble e na Andre the Giant Memorial Battle Royal como uma ameaça mas sem vencer. Nada por aí além mas Big Show já não precisa de mais que isto.

The Miztourage - Outro caso que ponderei. Eles ainda são sacos de pancada. Mas já são sacos de pancada mais significantes. Bo Dallas e Curtis Axel constariam facilmente no "fundo do poço" se não tivessem sido resgatados por The Miz. Continuam a ser sacos de pancada mas são os seus sacos de pancada. Mais relevantes e já com um papel mais definido a cada vez que levam na boca: macacos de serviço de Miz e ocasionais escapes de comédia. Mas aparecem em TV regularmente. 

Sem indícios de que subirão - a não ser que Miz os comece a maltratar e tenham uma Turn, mas aí só voltariam para o fundo - e ainda difícil de acreditar que ambos sejam ex-Campeões. Pode-se dizer que, como estão, é melhor que nada.


Finn Bálor - Já está aqui pelo segundo ano consecutivo e dói colocá-lo aqui de novo, quando sabemos que ele já devia estar ali na primeira categoria. Mas nem na segunda dá para o colocar. Porque não o deixam sair da cepa torta. Só não deixam mesmo. Ansiava-se o seu regresso após lesão - que se deu quando conquistou o Universal Championship - e teve-o após a Wrestlemania. 

Foi bom termos uma estrela de volta e só esperávamos o regresso à rota do título. Não tivemos isso, feuds de midcard com Elias ou uma infame e bizarra com Bray Wyatt que nem deu para se concretizar em condições. O Universal Championship que nunca perdeu? Ainda nem o deixaram cheirar e o que tem sido o mais entretido de ver com Bálor - além dos óptimos combates que dá sempre quando pode, como foi o caso do embate com AJ Styles - é a sua crítica e gozo no Twitter com a situação. 

De forma algo "perigosa" que nos deixa a pensar se não será tudo a tramar alguma e finalmente teremos um Finn Bálor que possamos destacar na próxima edição disto, se cá estiver? Veremos. Já se reuniu com uns velhos amigos, agora só esperemos que aquela gente saiba o que tem a fazer! Chega de o ter aqui!

Goldust - O veterano mais veterano de todos e que ainda se aguenta e desenrasca bem por cá vai andando. Mas não é a fazer muito e este até é dos que dava para se ver ainda a fazer mais alguma coisinha significativa. Acabou com os Golden Truth e virou Heel, prometendo o regresso de um Goldust à antiga, que acabou por desvanecer. Depois a sua participação foi esporádica e a sua posição entre Face e Heel tornou-se confusa. Foi peão na feud entre Bray Wyatt e Finn Bálor. Não se impôs tanto como um veterano que, para mim e muitos, já é lendário. O seu 2018 começou... no 205. Consegue ser do mais bizarro na sua carreira e olhem de quem estamos a falar!

Jeff Hardy - Ele fica aqui porque tem que estar em repouso e a ver, em casa, as asneiras que o irmão vai fazendo, sem poder participar nelas. Porque o período parado de Matt corresponde ao que vimos de Jeff ainda. Os Hardys a regressar em grande mas a ficar numa posição mais mediana, com pouco barulho a fazer. Teria sido ele com a oportunidade singular mais notável quando foi candidato ao título Intercontinental - o irmão depois também o foi - mas depois ela deu-se. Foi para a baixa e, infelizmente, foi assim que acabou o ano e impediu-o de conseguir mais. O que espero para 2018? Que, durante alguma loucura do irmão, em que este se veja em desvantagem numérica, as luzes se apaguem e ouçamos a risada tresloucada do Willow!

Kane - Não ando a acompanhar o seu percurso político para saber como foi realmente o seu ano. Porque isso manteve-o afastado dos ecrãs durante a maior parte do ano. Ainda era do Smackdown quando o deixamos de o ver. E só ponderei muito se o devia classificar como part-timer ou não. Classifica-se como Kane. Ou Presidente Jacobs. E apareceu já no último trimestre para coisas comuns: tentativa de homicídio, caça ao título, etc. Pouco a dizer sobre Kane e pouco a acrescentar à carreira de Kane para realmente precisar de escalar alguma coisa.

Titus O'Neil - Titus é o tipo de gajo que não dá para mais do que isto. Mas, sinceramente, acho que até já conseguiu um acto que se lhe adeque. Até posso nunca ter percebido muito bem o que era a "Titus Brand" ou "Titus Worldwide" mas o que é, não o coloca em ringue tão regularmente e deixa-o ser mais barulhento. É como ele se dá melhor. Alternando entre Heel - quando rivalizou com os New Day, ao tentar integrá-los, no início do ano - ou Face - já como um carismático líder, Titus é o "empregador" de alguns lutadores em situações semelhantes à dele como Apollo Crews e Dana Brooke, chegando também a recrutar Akira Tozawa no seu momento de glória. Não é nada de especial mas não é uma má gig para o lutador em questão.

O fundo do poço


Curt Hawkins - Coitado. É a piada corrente. A sua streak de derrotas que já leva três algarismos e todos altos. Mas não tenham pena dele. Tem uma gimmick, merchandise, estranhamente over com a piada e torna-se relevante como o jobber dos jobbers. Ganha bem e parece andar a divertir-se. Deixem a pena por ele não ter um título por esta altura. Piadas correntes são para continuar.

Heath Slater & Rhyno - Tenho muita pena que não tenham feito mais e melhor para uma lenda como é metade desta dupla. E para o ex-Campeão Mundial na ECW e na TNA, Rhyno, também era bom algo melhor. Foram os primeiros Campeões de Tag Team do Smackdown e nada os apagará da história. Mas desceram e, ao ser transferidos para o Raw, transitaram para jobbers ou fillers do Main Event. Acabaram o ano a reconhecer isso mesmo e com um angle de "endurecer" o Slater, que nem sei se irá para a frente. O que aproveitar deles em 2018?

R-Truth - O homem já foi candidato ao WWE Championship. Mas isso foram outros tempos, já lá vão anos e naquela altura até se adequava. Agora o seu nome já não tem peso. E, com os Golden Truth rompidos, marinou e jobbou até uma lesão o colocar de baixa até ao final do ano. Sim, é aí que ele tem estado mas... Sentiam muito a falta dele?

Os Part-Timers


Brock Lesnar - Aqui está o nosso tipo. O nosso Universal Champion, o Campeão Principal da nossa programação. E já com esse título há uns bons nove meses. E não está na primeira categoria. Simplesmente porque não pode estar lá sempre porque é essa a agenda de Brock Lesnar e lidemos com isso. Começou o seu ano à procura de redimir o seu fiasco contra Goldberg no Survivor Series do anterior ano e, depois de ser novamente humilhado no Royal Rumble, redimiu-se na Wrestlemania, onde conquistou esse título que deteve até ao fim. 

Contou com vários rivais de feitios diferentes ao longo do ano, defendendo o cinto contra nomes como Roman Reigns, Samoa Joe ou Braun Strowman, ou em embates de Campeão contra Campeão com AJ Styles, naquele que foi o seu melhor combate em muito tempo. Graças à ajuda também. Lesnar simplesmente teve um ano à Lesnar, como já devíamos esperar. Talvez o tenhamos tido algumas vezes mais porque tinha um título para o defender, senão tínhamo-lo mais ainda. Mas isso não significa que foi um Campeão presente. Foi um Campeão Lesnar. E cada um toma isso como quiser.

John Cena - Acho eu que o insira aqui. Afinal de que plantel é o "free agent" que pode aparecer onde quiser? Falo então da sua passagem pelo Raw e, diga-se, que tinha apenas um alvo em mente. Um tal Superstar que queriam vender como o seguinte Cena. 

Muito marcante a sua feud de Verão com Roman Reigns, que deu em segmentos curiosos - o que se dizia nas promos e a maior exposição ainda das fraquezas de Reigns ao microfone deu muito que falar - e num bom combate em que Cena lá fez o seu trabalho actual. Colocá-lo over. A maior parte do seu desempenho foi no Smackdown, inclusive na representação da brand no Survivor Series, aqui contra o Raw. 

Ainda fechou o ano no Raw ao visitá-lo no dia de Natal para um segmento divertido e combate com Elias. Fez mais pela outra brand mas lembrem-se: ele já não faz tanto como fez, já não o podem acusar disto e daquilo. Nem sequer de não aparecer porque ainda assim, lá temos as visitas! Aconteceu o impensável: Cena transitou para esta categoria!

Kurt Angle - Pronto, não é um part-timer como os outros. Desde a Wrestlemania que o vemos sempre. Mas é como General Manager do Raw e é esse o seu plantel. Mas no TLC e no Survivor Series calçou as botas e subiu ao ringue para quantos trambolhões o seu pescoço ainda aguente. Excelente combate ao lado the dois terços dos Shield, frente a um numeroso grupo constituído por Miz, The Bar, Strowman e Kane. 

Para o susto, dada a sua condição física para andar rodeado de armas perigosas como cadeiras, escadas, mesas e Strowmans. Mostrou que ainda sabe. Depois foi representar o seu Raw no Survivor Series, voltou a lembrar os mais rapidamente esquecidos e foi figura central na história do combate e no seu final. Durante o ano até descobriu que tinha um filho! Ano estranho mas produtivo para o nosso medalhista!

Triple H - É, já nunca temos a certeza se ainda o veremos a lutar com ou sem regularidade. Até teve regularidade em eventos ao vivo, incluindo uma surpreendente visita ao nosso país. Mas isso foi com a outra brand. Pelo Raw foi à Wrestlemania mandar a mulher por uma mesa dentro. A estipulação não era essa mas ela deve ter isso no contrato: levar na Wrestlemania todos os anos. 

Voltou a dedicar-se à sua nova vida de negócios e trazer-nos talentos frescos e voltou para representar o Raw no Survivor Series, onde foi um dos últimos sobreviventes, foi o ponto central de toda a história do finish e apanhou o cagaço da sua vida com Strowman. Terá um 2018 semelhante. Como veremos Triple H na Wrestlemania?

As senhoras

Absolution - Recente mas dos maiores estouros na divisão feminina do Raw. Como se não bastasse só o regresso de Paige que já não a víamos há... Quanto tempo mesmo? É que ela fez questão de vir acompanhada. Paige, Sonya Deville e Mandy Rose chegaram para destruir e dominar e, apesar de ainda suficientemente recém-chegadas para ainda não ter somado muitos feitos, já fecharam o ano com muitos olhos sobre elas. 2018 já será ano para lhes trazer frutos, espero.


Alexa Bliss - Foi Campeã no Smackdown por mais que uma vez e por algum tempo. Transferiu-se para o Raw onde, pouco depois, se tornou Campeã. Logo, acho que se pode dizer que a vida vai correndo bem a Alexa Bliss. Mal chegou ao Raw, o seu primeiro feito foi tornar-se candidata ao título e conquistou-o logo à primeira tentativa. Daí saiu uma fraca rivalidade com Bayley. Fraca mas não foi ela quem ficou mal vista. O título que conquistou nessa altura, tê-lo-ia ininterruptamente até hoje, passando por várias adversárias como Sasha Banks, Nia Jax, Emma ou Mickie James, se não fosse o breve momento em que o perdeu para Sasha Banks. Já o recuperou e fecha o ano a liderar.

Alicia Fox - Não acho que tenha sido um mau ano para Alicia Fox. Claro que não é nenhuma competidora de topo e os dias em que foi Campeã já só se vêem cada vez mais longe. Mas teve o seu tempo em TV e até roubava alguns momentos engraçados, já que ficou fixa como doida que pode ter um ataque a qualquer momento. Começou pela relação bizarra com Noam Dar a centralizá-la no 205, programa improvável. Depois foi competindo esporadicamente sem grandes frutos. Teve o seu momento do ano ao conseguir sagrar-se capitão da equipa feminina do Raw no Survivor Series. Que venceu. Não graças a ela e a mancha do combate até foi dela, que botchou a sua eliminação. Portanto vendo bem, até parece ter sido um ano muito Alicia Fox para ela.

Asuka - É relativamente recém-chegada, foi apenas o último trimestre do ano que passou no Raw. Veio como invicta e mantém-se como tal. Já chegou com impacto e domínio, tendo tido a sua mais derradeira prova no Survivor Series onde venceu como única sobrevivente da sua equipa. Estabeleceu um recorde com a mais rápida submissão, ao fazer desistir Dana Brooke imediatamente. Fez pouco mas já se fez notar. Em 2018 virão todos os frutos e prevejo que seja semelhante ao NXT. Premindo sempre na tecla da "invicta", sabemos uma coisa, quer seja em 2018 ou não: quando ela perder o seu primeiro combate, não vai ser satisfatório!

Bayley - Se fizermos o resumo no papel, nem parece um mau ano para Bayley. Teve sempre tempo de antena, continua a ser uma favorita dos fãs e foi Campeã por mais de dois meses, defendendo o título com sucesso na Wrestlemania. Parece um bom ano assim. Mas não foi assim tão bom. É que depois disso mostraram o quão desapontantes são a lidar com muitos Superstars que tinham sucesso antes da subida. Bayley é um dos exemplos de cabeçalho. 

Deixaram-na vista como muito fraca na rivalidade com Alexa Bliss, de onde saiu um muito mau combate, perdeu uma nova oportunidade devido a uma lesão que a afastou do ringue durante o Verão e assim que regressou, nunca encontrou um rumo ou algo que a mantivesse como uma competidora de topo, como parece que querem manter mas não sabem como. Hás muita coisa a ajeitar em 2018 para Bayley.

Dana Brooke - Lá de baixo, do rodapé das lutadoras do Raw. Teve uma Face Turn de pouco impacto mas nem sequer se encontrou em nenhuma história ou rivalidade em algum momento, nas poucas vezes que aparecia. Mais notória pela sua rapidíssima derrota para Asuka. E acaba o ano, pelo menos, com um posto que lhe dá algo para fazer: faz parte dos Titus Worldwide. Com um "cargo" que não conheço muito bem e, talvez, com acção em ringue reduzida, veremos se Dana Brooke terá, pelo menos, um 2018 estável.

Mickie James - Parecia que não ia ser grande ano para Mickie James, que mal a iríamos ver após a sua transferência do Smackdown para o Raw. Com muita pena nossa, parecia que a traziam de volta sem nada para ela, quando nós sabemos que ela ainda não está velha para isto. Mas foi preciso Alexa Bliss tocar nesse assunto para agitar um pouco a coisa e criar uma rivalidade em TV, que colocou Mickie James na rota pelo título. Não o conquistou mas também não se esperava. Pelo menos deixou Mickie James de novo relativamente fixa em TV, o suficiente para acabar o ano a juntar forças com Sasha Banks e Bayley no combate às Absolution e já como uma integrante do plantel feminino do Raw regular e sem se deixar esquecer. Dá para mais ainda em 2018!

Nia Jax - Curioso. Nia Jax é aquela lutadora dominante, que muitos fãs olharão de lado por ver que a sua vantagem de tamanho e afiliações familiares a poderão dar um push assim meio à força, sem cair no goto de todos. Mas não têm muito por onde basear isso e era um conceito mais pré-fabricado. Porque reparem bem: Nia Jax nem sequer fez nada de mais em 2017. Sim, era vista regularmente em TV, vencia combates, mas que fez de significativo? 

Falhou a conquista do título na Wrestlemania, mas sim, competiu lá pelo título; tornou-se melhor amiga de Alexa Bliss, assim com umas turras ocasionais que a colocavam em boa posição para tentar caçar o cinto outra vez, mas não capitalizou na chance; esteve um período ausente enquanto negociava as suas condições para fazer; integrou o Total Divas. Acabou o ano com um bizarro mas cómico angle romântico com Enzo Amore. Sim, fez umas coisas, era rapariga que víamos regularmente. Óptimo, se estão lá é para lhes dar uso. Mas teve assim algum feito de especial? Não. Até acredito que em 2018 é que se verá muito mais de Nia Jax!


Sasha Banks - Sasha, a amaldiçoada. Não interpretem mal, foi uma das lutadoras de topo. Mas isso ajuda a demonstrar o quão confuso e bizarro pode ser o booking na WWE. Sasha é uma das que encabeça a divisão feminina e, mesmo assim, a listar-lhe os feitos, sai uma lista tosca. 

O ano foi dominante por algo que parecia uma piada corrente intencional: a sua Heel Turn que nunca mais acontecia. E não aconteceu! Ajudou Bayley durante o seu reinado - o tal período em que todo o povo esperava a facadinha nas costas que nunca aconteceu - e, assim que teve a sua oportunidade pelo título, capitalizou, tornando-se Raw Women's Champion de novo na sua carreira. Mas quiseram brincar e recorrer à sua "maldição": ela consegue sempre ganhar o título, mas não consegue defendê-lo. E perdeu o cinto logo a seguir, semanas depois, na sua primeira defesa, de volta para Alexa Bliss. 

Ao longo do ano foi sempre marcando presença, umas vezes com mais impacto que outras, ora combatia ao lado de alguma amiga, ora dava um saltinho ao 205 para ajudar Rich Swann, ora representava as suas cores no Survivor Series. Sasha Banks continua a ser dos primeiros nomes enumerados quando se fala nas lutadoras femininas do Raw ou da WWE em geral. E relevância tem ela. Mas também tem um percurso... Estranho.

Os Future Endeavored


Darren Young - Sim, ele estava no Raw. Sim, ele entrou em 2017. Já como lowcarder, num combate em Janeiro de 2017 no Main Event, executou mal uma manobra no apron e lesionou-se num braço. Se procurarem pelo combate, a lesão é visível e repetida em câmara lenta. Foi grotesco. O suficiente para o retirar dos ringues por algum tempo. Até... Ser anunciado o seu despedimento. Foi tudo o que vimos de Darren Young. Ali no pontapé-de-saída do ano, deu cabo de um braço.

Emma - Um caso frustrante. Todo o seu percurso na WWE, especialmente este ano, consistiu na nossa espera para que tivesse a sua oportunidade a sério. Péssimo início de ano. Os primeiros meses foram a anunciar a estreia de "Emmalina", que nunca mais acontecia. Quando acontecia... Não aconteceu, ela apareceu, "matou" a Emmalina e voltou a desaparecer. 

Voltou, algum tempo depois, já normal e poderia agora retomar um percurso em condições. Mas uma lesão retirou-a do ringue por dois meses. Raio de azar. Mais um regresso e Emma já era reconhecida, em TV, como subvalorizada, e ela mesma começava a pedir oportunidades. Já tinha algum tempo de TV, foi candidata ao título, foi a seleccionada para enfrentar Asuka na sua estreia. E, sem contarmos, foi embora depois disso. E a tal oportunidade que parecia que se podia estar finalmente a avizinhar... Terá que a tentar noutro lado!

Goldberg - Despedido não foi. Agora é que se reformou mesmo. Sim, agora. Antes disso tivemos que levar com ele como Universal Champion. Abriu-nos o ano com esses planos, primeiro na Royal Rumble, onde voltou a humilhar Brock Lesnar, depois no Fastlane onde voltou a combater arduamente durante segundos para conquistar o título a Kevin Owens. 

Tudo porque o velho que suava e às vezes até sangrava durante as promos era dinheiro. Com combates de segundos. Logo tinha que ir defender o título para a Wrestlemania contra o gajo que queria redimir-se. E perdeu o título para Brock Lesnar, num combate que teve aí dez vezes a duração dos seus habituais. É, não chegou aos cinco minutos. Anunciou a sua reforma, conseguindo fazer as pazes com a WWE, conseguir os seus últimos feitos, encerrar a carreira com um ponto de exclamação notável e deixando tantos encantados quanto aborrecidos.

Summer Rae - Ia colocá-la aqui para colocá-la nalgum lado, sem saber se ela estava inserida em algum plantel, dado que não a vemos desde que ainda não havia "brand split" outra vez. Mas fiquei a saber que realmente foi transferida para o Raw ainda em 2016. E, desde então, até ao seu despedimento, não a vimos. E foi isso. Ela está muito grata pelo seu tempo na WWE e veremos quais são os seus planos para o futuro. Sigam-na no Instagram que, carreira de modelo, parece estar a correr bem.

São as categorias que se lembram e está aqui a malta que conhecem. Quão embaraçoso seria que eu me tivesse esquecido de alguém? Entrem vocês! Não para me alertar de alguma falta da qual fiz bem questão que não acontecesse, mas para comentar estes casos, algum reparo individual, alguma categoria mal atribuída, um balanço geral. O que vos apetecer. Na próxima semana é para vir aqui espreitar outra vez porque veremos isto novamente feito para a malta que se veste de azul. Na próxima semana avaliaremos o Smackdown!

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