Musas do Wrestling #01 - Mae Young Classic
Bem-vindos ao primeiro Musas do Wrestling!
Com a notória ascensão que o wrestling feminino tem vindo a viver, nos últimos tempos, este espaço tem como principal objetivo traçar o panorama atual. Seja sobre os destaques da semana nas diversas companhias ou sobre temas mais específicos, que queremos dar a conhecer e destacar.
Seria impossível traçar o panorama da atualidade do wrestling feminino sem falar do Mae Young Classic, não é verdade? Será este torneio o pico da ascensão das atletas femininas dentro da WWE? Quem são os elementos favoritos? Quem ficou de fora? Tentarei pois abordar tudo isto e ficarei à espera dos vossos comentários e opiniões.
Imagem oficial do torneio Mae Young Classic
Após a denominada "Women's Revolution" dentro da WWE e aproveitando a moda dos torneios, a companhia lançou aquele que é o seu primeiro torneio/evento inteiramente composto por atletas femininas. É inovador? Para o wrestling mainstream sem dúvida, mas desde há muitíssimos anos que existem companhias indies completamente femininas, dentro e fora dos EUA, veja-se os exemplos de Shine, Shimmer, Women's Wrestling Revolution (WWR), Bellatrix Female Warriors, ou o exemplo por excelência da World Wonder Ring Stardom.
Então o que fez a WWE? Uma pesquisa de mercado, e baseada no sucesso das atletas independentes destas e outras promoções e criou um produto que garantidamente vai ser um sucesso, o que não torna esta iniciativa menos louvável.
Então o que fez a WWE? Uma pesquisa de mercado, e baseada no sucesso das atletas independentes destas e outras promoções e criou um produto que garantidamente vai ser um sucesso, o que não torna esta iniciativa menos louvável.
Comecemos pelo nome - Mae Young Classic - segue a lógica já estabelecida pelo Cruiserweight Classic, e introduz uma homenagem à Hall of Famer Mae Young, a pioneira "Matriarch of the Mat". É certo que a homenagem é mais do que merecida, mas eu teria escolhido um nome mais "universal", que não se associasse a ninguém, e que permitisse que cada edição (se é que existirão mais) homenageasse alguém diferente.
Mae foi, de facto, a primeira wrestler a brilhar no circuito mediático, frequentemente acompanhada pela sua companheira Fabulous Moolah, mas como a própria referiu no seu discurso de agradecimento, no Hall of Fame de 2008, já existiam algumas wrestlers quando ela começou a sua carreira, entre 1939 e 1941, como Mildred Burke ou Gladys Gillem, e até mesmo um título feminino.
Mae foi, de facto, a primeira wrestler a brilhar no circuito mediático, frequentemente acompanhada pela sua companheira Fabulous Moolah, mas como a própria referiu no seu discurso de agradecimento, no Hall of Fame de 2008, já existiam algumas wrestlers quando ela começou a sua carreira, entre 1939 e 1941, como Mildred Burke ou Gladys Gillem, e até mesmo um título feminino.
Mae Young em 1941
De resto, todos os aspetos parecem ter sido pensados numa lógica de desmistificar a típica imagem feminina, que em tempos a WWE tanto promoveu. O grafismo do torneio é completamente neutro e não se apoia em cores de rosa excessivos (nem borboletas), e favorece a presença feminina em todos os quadrantes extra ringue, seja na arbitragem ou na mesa de comentários, o que são pontos mais do que positivos.
Obviamente, nem tudo são rosas, e a WWE tem por hábito estragar aquilo que parece inicialmente excelente, sobretudo pelo booking que, por exemplo nas divisões femininas de RAW e Smackdown vai de mal a pior.
Obviamente, nem tudo são rosas, e a WWE tem por hábito estragar aquilo que parece inicialmente excelente, sobretudo pelo booking que, por exemplo nas divisões femininas de RAW e Smackdown vai de mal a pior.
Bom, teremos então 32 atletas de diversos países a disputar este torneio, sendo que não há qualquer prémio extra definido, pelo menos para já. Os combates, excetuando a final, já foram todos gravados o que trouxe para o jogo uma wild card que retirará alguma emoção, e creio eu audiência, ao torneio, os spoilers (que podem ser consultados aqui). Obviamente, deixarei qualquer análise da direção que o booking parece estar a tomar para mais tarde e falarei, para já do leque de atletas que foram escolhidas.
Há, claramente, um número muito superior ao que eu esperava de atletas vindas do performance center e com "currículos" menos vastos no mundo do wrestling, como Bianca Belair, Kavita Devi (a primeira mulher indiana a aparecer na WWE), Lacey Evans (que já se havia estreado no NXT), Reina González, Taynara Conti, Vanessa Borne, Xia Li ou Zeda. Ainda que com menos provas dadas, parece que há uma aposta maior da WWE em atletas de Mixed Martial Arts ou outras artes marciais, em vez das típicas modelos e cheerleaders, a que tanto nos foram habituando.
A primeira atleta brasileira da WWE, Taynara Conti
Com o grande número de atletas provenientes do Performance Center, a WWE acabaria por deixar de fora alguns nomes quase obrigatórios neste torneio. Independentemente de razões contratuais que possam existir, Ivelisse Velez é uma wrestler de excelência cuja presença era mais do que esperada. Outros grandes exemplos são o de LuFisto, que já venceu o título Iron Man da Combat Zone Wrestling, Amber Gallows ou Jessica Havock.
Ainda assim, o saldo é muito positivo e temos algumas das melhores wrestlers mundiais entre as participantes, o que torna quase impossível definir uma favorita à partida, e a vencedora escolhida dependerá muito do rumo que a WWE quiser dar à fase pós-torneio. De qualquer forma existem claros destaques, eu diria um grupo de elite, que deixa qualquer fã ansioso pelos seus combates.
Toni Storm, Sarah Logan (Crazy Mary Dobson), Jazzy Gabert (Alpha Female), Abbey Laith (Kimber Lee), Piper Niven (Viper), Candice LeRae, Kairi Sane (Kairi Hojo), Jade, Marti Belle, Nicole Savoy, Mercedes Martinez, Santana Garrett, Tessa Blanchard e Shayna Baszler são, em minha opinião os "must see" deste torneio.
A favorítissima Kairi Sane (Kairi Hojo), é a atleta com maior qualidade no ringue em competição e só a participação da sua colega da Stardom, Io Shirai, podia quanto a mim por isso em causa. Só lamento que, pelo menos segundo alguns rumores, o elbow drop da imagem não venha a acontecer, e Sane tenha, segundo os rumores, de trocar de finisher, para assegurar a exclusividade do signature move de Bayley.
Kairi Sane durante um combate da Stardom
Também Toni Storm, Shayna Baszler ou Candice LeRae me parecem, por motivos diferentes, hipóteses que a WWE pode tomar para vencedora do torneio.
E agora? Um novo título? Um show feminino semanal? Integrar algumas atletas no roster já existente? Resta esperar para ver e torcer para que este torneio possa mesmo vir a ser um ponto de viragem, e que haja um aproveitamento válido das atletas dentro da companhia, melhorando o rumo do booking e constituindo rivalidades mais sólidas.
Para já, tudo são especulações e estas são questões que iremos abordando, passo a passo, aqui no espaço. Aguardo ansiosamente pelas vossas opiniões e até para a semana!
Para já, tudo são especulações e estas são questões que iremos abordando, passo a passo, aqui no espaço. Aguardo ansiosamente pelas vossas opiniões e até para a semana!