Mac in Touch #78 - "Crescimento de uma estrela"
Sejam bem-vindos a mais um Mac in Touch. Tenho de começar a edição 78 da minha rúbrica com um pedido de desculpas aos leitores por ter falhado postar a semana passada, algo que tem acontecido com maior frequência nos últimos tempos.,,,
Não garanto que consiga corrigir a regularidade com que vos escrevo, não só pelo facto de vir a ter uma agenda mais preenchida que nas últimas semanas (em que falhei de forma mais frequente), mas também pelo desinteresse que o wrestling profissional tem causado em mim (algo que vejo com relativa normalidade, afinal, como diria um artigo publicado há dias no blogue, não é uma boa altura para se ser fã de wrestling).
Não garanto que consiga corrigir a regularidade com que vos escrevo, não só pelo facto de vir a ter uma agenda mais preenchida que nas últimas semanas (em que falhei de forma mais frequente), mas também pelo desinteresse que o wrestling profissional tem causado em mim (algo que vejo com relativa normalidade, afinal, como diria um artigo publicado há dias no blogue, não é uma boa altura para se ser fã de wrestling).
Ao contrário do que já vi ser pedido, não trouxe o último evento da NJPW, New Beginning, para análise. Fico bastante satisfeito por haver uma manifestação de interesse de uma análise minha a um show de "puroresu", mas não vos traria uma análise de qualidade se a apresentasse neste Mac in Touch.
Assim sendo, o tema é algo mais subjetivo que classificações e diz respeito à ascensão de novas estrelas na indústria do wrestling profissional, nomeadamente na WWE.
Crescimento de uma estrela
O crescimento de
uma estrela na indústria do wrestling profissional é algo que deve ser gerido
com pinças por parte da companhia que a projeta. É preciso encontrar-se um
período de carência de nomes sonantes da nova geração e consolidar a aposta
nessa altura, é necessário ter-se a certeza quanto às valências da “next big
thing” e a sua durabilidade (isto é, se o carisma será algo momentâneo por se
tratar de uma cara diferente das outras ou se este é, de facto, natural) e é
quase mandatório ter-se acesso ao perfil pessoal da pessoa em questão – se é
alguém leal ao seu trabalho e à própria empresa.
Todas estas
variantes fazem da ascensão de um novo nome uma realidade muito mais complexa
do que aquilo que alguns fãs de wrestling preconizam. A WWE, por exemplo, já
cometeu o erro de confiar demasiado no seu ouvido (na reação dos fãs) e, seis
meses após a estreia da personagem “Ryback”, decidiu oferecer-lhe um main event
num PPV (Hell in a Cell). É certo que as compras do mesmo atingiram um número
impressionante, mas o que é certo é que, a longo prazo, a falta de carisma de
Ryback custou-lhe caro e fez com que este caísse no esquecimento do mid-card,
onde se encontra atualmente.
É perfeitamente
natural, por isto e por outras situações semelhantes a esta (em 2013, Jack
Swagger, na altura de um dos maiores push’s da carreira, foi apanhado a conduzir
sob influência de substâncias ilícitas) que as “impulsões de carreira” dadas a
alguns lutadores sejam suspensas e haja alguns nomes em “stand-by” na zona do
midcard ou do upper-midcard, mas prontos a subir a qualquer altura.
Os exemplos mais
flagrantes desses nomes, na WWE, são os de Antonio Cesaro e Roman Reigns. Ambos
possuem características físicas que “encaixam” no padrão habitual de uma
estrela de topo da companhia (altos e corpulentos), e, pelo menos no caso de
Cesaro, são bastante leais à companhia que representam. Para além disto, têm
boa receptividade junto do público como ficou bem patente, no caso de Roman
Reigns, na última Royal Rumble, com uma ovação estrondosa dada ao membro dos
The Shield, sendo mesmo maiores os aplausos dados a este que ao Animal, Batista
(recém-regressado), com quem disputou o lugar de vencedor do combate de 30
homens.
Seria fantasioso
Roman Reigns vencer o combate da Royal Rumble. Está na programação regular da
companhia há muito pouco tempo (não chega a ano e meio) e só desde há menos de 4
anos a esta parte é que começou a treinar para ser wrestler profissional. É
certo que teve uma ascensão meteórica e conseguiu estar “pronto a ser usado” em
apenas 2 anos, é certo que tem um rosto apelativo ao público feminino e também
é certo que é recebido com uma ovação considerável nas arenas em que põe o
pé... mas estas são condicionadas pela performance na Royal Rumble e pela falta
de um favorito do público (completamente contra Batista).
É preciso não
esquecer o que aconteceu com Ryback, que se encontra numa espécie de limbo da
sua carreira. Reigns tem conseguido criar mais impacto (beneficiando da
presença nos The Shield) que o “bully” da WWE e tem uma margem de progressão
infinitamente superior (Ryback está na companhia desde 2004, altura em que
Reigns tinha... 19 anos), mas mesmo assim qualquer lutador não está a salvo do
esquecimento e a WWE não pode falhar mais uma aposta. É que o main event grita
por caras novas (Batista no main event da Wrestlemania 30, e a 59ª reedição da
rivalidade entre John Cena e Randy Orton são ilustrativos disso mesmo).
Apesar de eu
querer muito ver um nome novo a lutar por títulos, considero necessária a
prudência da WWE em fazer ascender uma estrela nova. A margem de manobra, tendo
em vista a sustentabilidade do main event, começa a ser cada vez mais reduzida e
um passo maior que a perna, nesta altura, poderá ser fatal para a credibilidade
do negócio – existe a possibilidade de ser dar o caso de existir uma sucessão
de demasiados nomes no main event, e isso iria descredibilizar o título da WWE
e, por inerência, toda uma indústria.