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Slobber Knocker #21: Rescaldo do SummerSlam



Cumprimentos a todos, passou-se mais uma semana e, no dia do meu aniversário sai mais um Slobber Knocker, este com o assunto já previamente anunciado e também previsível.

Ainda estamos a ressacar um pouco do maior evento do Verão na WWE, o SummerSlam, possivelmente o segundo maior PPV da companhia por entre os quatro grandes. Farei então uma análise aos combates e às suas implicações futuras. Terá sido um evento à altura do seu nome?

Antonio Cesaro derrota Santino Marella pelo US Championship e ganha o título


Um pré-show que me deixava alguma ansiedade e que me despertava o interesse. Por um lado, queria que Antonio Cesaro ganhasse. Por outro, não me acreditava que lhe dessem o cinto ainda para mais quando soube que os oficiais da WWE ainda estão “à espera” que Cesaro se revele. Mas não deixei de torcer por ele. O combate não foi mau e podia haver um pouco mais deste Santino que ainda assim não estava totalmente bem. Gosto muito do Santino e o tipo arranca-me várias risadas, mas da maneira que estava a ser utilizado nunca seria material de Campeão e andou a tirar valor a um cinto. Neste combate continuou com a sua personagem cómica, mas também teve alguma seriedade, pelo menos ao início quando procurou ali uma disputa técnica. Apostem mais nisso e não façam o Santino parecer só um palhaço. Posto isto, surpreendem-me com a vitória de Cesaro. E quando digo “surpreendeu-me”, digo que levantei-me da cadeira e pus-me a celebrar feito palerma. Mas de facto fiquei bastante contente. Agora ele está em situação de “agora ou nunca”, dêem-lhe espaço em TV, mais asas no ringue e temos aí um grande Campeão, porque se há alguém que sabe o que fazer no ringue, esse é Claudio Castagnoli…

No futuro: Certo é que ainda lhes falta um rematch que deve ficar para o Night of Champions. Espero bem que os oficiais não se tenham arrependido de ter dado o título a Cesaro e que o deixem mantê-lo por vários meses e que se dê mais importância ao midcard e ao sangue jovem, procurando até a Faces que andem lá mais em baixo como Tyson Kidd, por exemplo. E agora imaginem como seria um Cesaro vs Kidd em PPV…

Chris Jericho derrota Dolph Ziggler


Previamente tinha este como o combate da noite. Após o evento é capaz de se ter mantido assim. Logo para abrir em grande, com possivelmente a figura de maior potencial lendário no futuro – juntamente talvez com Daniel Bryan, visto que Punk já parece ter cimentado o seu estatuto grandioso – e o veterano que anda a fazer aquilo que muitos que nem lhe chegam aos joelhos em talento se recusam a fazer: colocar a juventude over. Um combate em que a vitória podia ir para qualquer um, porque caía bem em ambos e pode-se considerar que ambos precisavam. Após uma esplêndida exibição, a vitória vai para Jericho para assegurar que ele não “perdeu o toque” – apesar que nós sabemos bem que não, nem todos podem ver da mesma maneira e esta vitória foi fulcral. Que se fizessem mais combates assim dali em diante.

No futuro: As implicações futuras desta feud já as vimos: um rematch com contratos em jogo – um sendo apenas o Money in the Bank e o outro o contrato com a companhia, assim parece algo injusto. Tendo em conta que os Fozzy andam a safar-se bem pelas tabelas de venda com o “Sin and Bones” – que ainda não ouvi por acaso – é fácil de se perceber que Jericho vai andar em digressão com a sua banda. Logo, Ziggler venceu o segundo embate da melhor maneira: uma vitória limpa. Agora com Ziggler, podem ir com calma, mantenham-no ocupado e com destaque mas não pensem no cash-in já… Há tempo… E quando ninguém esperar é que se pode dar início a um reinado saudável de meses. Que o Jericho regresse quando ele for Campeão, para termos mais coisas épicas a acontecer…

Daniel Bryan derrota Kane


Combate já com alguma história, mesmo que algo mais subtil. Feliz por duas coisas: Daniel Bryan ganhou quando é disso que ele precisa, vitórias e muitas. E também porque Charlie Sheen não andou lá perto sequer. Portanto correu lindamente e o combate foi porreiro, mesmo que não desse assim nenhum espectáculo em especial. Kane não tem deixado a idade fazer-lhe muito peso, mesmo que não faça o que fazia há 15 anos atrás, ainda está longe de estar mau. E Daniel Bryan é Daniel Bryan. O pós-combate também nos apresentou um Kane nervoso, o que pode significar boas coisas.

No futuro: Os constantes ataques de fúria de Kane podem indicar que ainda há mais para fazer entre estes dois. Daniel Bryan vai ser submetido a tratamento para os seus problemas de “anger management”. Se for para segmentos como o que tivemos com o doutor, até podem vir porque achei-os engraçados e com um certo feeling à antiga. Daniel Bryan pode usar essa “insanidade” para se elevar. E coloquem-no a competir e a ganhar combates. Muitos combates. É possível ter-se destaque sem se ter um dos títulos principais ou sendo um lutador que compete um punhado de vezes por ano…

The Miz derrota Rey Mysterio pelo Intercontinental Championship e retém o título


Um outro candidato aos grandes combates da noite. Uma rivalidade que parece ter sido feita por cima do joelho, com uma simples vitória sobre o Campeão para se tornar o candidato ao título. Na verdade, se recuarmos no tempo até à saída de Rey Mysterio no ano passado, foi Miz que o “arrumou”. Parece ter ficado meio esquecido mas foi semi-resgatado agora. Muito bom combate. Mysterio ainda é o Mysterio, mesmo com mais idade e uma barriga ali a revelar-se por baixo da fatiota de Batman. E Miz, digam o que disserem, sempre gostei dele e sempre achei que está longe de ser tão mau como às vezes o pintam. Logo tive um bom combate e era exactamente isso que esperava.

No futuro: Gostava de ver Miz com um reinado longo e talvez um pouco mais de confronto entre estes dois. Mas não sei se prolongar-se-á. Analisando uma lista de potenciais adversários para Miz, um que seria porreiro e até batia certo era Zack Ryder – e aquele combate no Raw parecia que ia por aí mas não foi – mas esse agora parece estar estabelecido de volta no “Job squad”. Veremos como será então e que o título Intercontinental se mantenha com o valor tão arduamente recuperado…

Sheamus derrota Alberto Del Rio pelo World Heavyweight Championship e retém o título


Este era um combate que nem todos queriam ver. O combate do Money in the Bank ficou aquém de muitas expectativas e muitos acharam que não havia grande química entre os dois lutadores. Um mês depois e repete-se a acção entre estes dois competidores. Por acaso até achei o combate melhor que o do PPV anterior e não acabou em piloto automático, factor que me causo mais comichão no anterior. Aliás, surpresa seja admitida, Sheamus, o indivíduo a ficar cada vez mais super-heróico, nem sequer ganhou de forma limpa! Utilizando um sapato como arma e com uma perna na corda a ser ignorada, Sheamus vence sem dar muita importância e Del Rio fica fulo. Com certeza que fica aberto a mais encontros entre estes. Combate porreiro até, para o que se esperava.

No futuro: Com aquele final controverso, fica aberto a mais um encontro entre o “peasant” e o Berty, possivelmente envolvendo Randy Orton de alguma forma. O que me surpreende é o facto de ter havido uma vitória suja por parte do babyface Sheamus. Por um lado, o Sheamus manhoso até demonstrou alguma piada no Raw seguinte com a sua atitude de quer-lá-saber e até é mais engraçado que o herói imbatível. O único que me deixa céptico é até que ponto é que podem esticar a corda com o “beija-rabos” do Jerry Lawler a defender os Faces. Uma situação bizarra em que o Heel tem razão, mas lá veremos no que vai dar.

R-Truth & Kofi Kingston derrotam os Prime Time Players pelos Tag Team Championships e retêm os títulos


Combate da divisão Tag Team atirado lá mais para perto do fim, já se esperando que não ia ser dos combates mais memoráveis nem dos que teria maior reacção. Eu continuo a torcer para que esta divisão se engrandeça e assisti ao combate com gosto, visto que gosto de ambas as equipas. Não esperava grande reacção do público, mas cânticos de “Kobe Bryant” deixaram-me satisfeito porque deram vida e notoriedade ao combate. O combate em si foi mediano a razoável e até nem esperava mais. Pelo menos uma preocupação em manter uma divisão propriamente dita, só têm que elevar a fasquia dos combates e fortalecer as histórias nas rivalidades. Combate simples.

No futuro: AW não volta de certeza, com muita pena minha. Quanto aos Prime Time Players não sei se voltarão a tentar. Uma boa maneira de elevar isto no Night of Champions era fazer como no No Way Out e atirar para lá uma data de equipas e fazer uma rebaldaria entusiasmante. Um spotfest de combate até ia fazer bem à divisão de equipas. Muita pena tenho também da saída de Tyler Reks – mas compreendo a sua decisão – porque parecia que com aquela nova gimmick que viria um push para Reks & Hawkins, algo que eu ando a querer há muito tempo. Mas ainda há equipas, logo toca a manter/melhorar isto!

CM Punk derrota John Cena e Big Show num Triple Threat pelo WWE Championship e retém o título


A minha mentalidade ao ver o combate: Cena wins. Assim se isso acontecesse, reduzia um pouco o desgosto. Se Punk ganhasse, markava. Se Big Show ganhasse… Ninguém se acreditava que o Big Show fosse ganhar. Após um combate que não foi mau mas também não se elevou como algo de muito especial, tendo em conta a combinação de lutadores – Punk e Show dá um espectáculo OK, Punk e Cena já deu coisas épicas, Cena e Show dá coisas aborrecidas, tudo junto fica ali misto – lá tivemos um spot de história e confusão, com uma vitória dividida. Mas vamos lá ver, não me venham agora também com a história do final controverso e de que Punk foi um vencedor duvidoso. Todo a favor de criarem um spot com um tap out a duas manobras, mas não me venham dizer que o Big Show desistiu perante aquele STF preso na careca. Justo recomeçar o combate e aí Punk vence de forma limpa, tirando proveito das regras de Triple Threat, mais uma vez não vejo nada de controverso em ter sido mais esperto. Mas também não vos estou aqui a maçar com algo que vocês já sabem, mas lá veremos se não há nenhum lambe-botas de Faces que se vá a opor – leia-se de novo Jerry Lawler. Se assim for, alguém que lhe dê uma patada na cabeça. Ah espera, já aconteceu. Então pronto, ele andava a pedi-las. Voltando ao combate, muito resumidamente, foi uma mistura de bons spots, boa acção, acção mais lenta, desenvolvimento rápido ou arrastado. De modo geral, não tenho queixas sobre o combate e até desfrutei bem dele. E markei todo para a vitória do Punk também, claro, é de ter em conta.

No futuro: Está mais que visto que Cena e Punk enfrentar-se-ão no Night of Champions, na terra de John Cena. Vou com a mesma mentalidade: Cena wins. Apesar que aqui é quase certo. Pelo menos só peço que voltem a dar um espectáculo semelhante ao que deram há pouco mais de um ano atrás. Confesso que se for para seguir a sequência de “Cena vence no Night of Champions, The Rock vence no Royal Rumble” sou capaz de sentir algum azedume. Mas lá veremos como as coisas se desenrolam…

Brock Lesnar derrota Triple H


O confronto entre Brock Lesnar e John Cena foi largamente aclamado pelo seu realismo e brutalidade. Eu, no entanto, compreendendo todas essas opiniões, até nem fui dos que mais desfrutou desse combate. Para este combate, esperava que Lesnar viesse menos “MMA fighter” e que fosse uma rixa mais equilibrada. Assim foi, dou os louros a Lesnar por ter vindo mais equilibrado, misturando a sua parte de MMA e algum wrestling para definir um estilo seu e para ser vendido com sucesso como uma máquina perigosa e destruidora, um monstro. Triple H também tratou bem da parte da psicologia do combate e apresentava-se apto para andar à porrada e não para um combate. E o encontro dividiu-se um pouco entre esses dois conceitos, apenas podendo ter desiludido alguns pela pouca vantagem que tiraram do facto de ser um não oficial combate sem DQ. Mas lá conseguiram criar um combate acima do decente alternando entre rixa e wrestling, com spots empolgantes bem trabalhados. O único que me deixou com um sabor mais desagradável foi o final em que Lesnar fez um total “no sells” ao Pedigree que ainda para mais já era o segundo da noite. Compreendo, no entanto, que era para adicionar surpresa ao final. Após Triple H desistir, leva com uns surpreendentes e constrangedores cânticos de “You tapped out” que duvido que estivesse à espera. De seguida é que viria a ovação. E é nessa longa “despedida” emocional ao final que vi este combate a desempenhar um bom papel de fecho de PPV, do que no combate em si, apesar de até ter sido bom. Entretanto parece que Triple H tem o braço partido outra vez, mas lá veremos se daqui a um mês já está bom outra vez.

No futuro: Triple H retirou-se e Brock Lesnar abandonou a WWE para sempre. E nós temos que fazer de conta que acreditamos. Porque estamos fartos de saber que ainda há muito para estes dois oferecer e possivelmente até poderão repetir a dose entre eles, daqui a uns mesitos. Com dois lutadores a part-time, não tenho a certeza sobre o futuro e o que vão fazer especificamente. A única coisa que há certeza é que nem um nem outro abandonaram…

Os segmentos


Mais uma performance musical formidável! E quando digo formidável, digo que o botão “Mute”até estava nervoso com a sua tarefa árdua e responsabilidade tremenda. O único que consegui reter desta actuação foi de que o gajo não canta ponta de um corno e o seu solo de guitarra quase que fazia inveja aos meus solos de “air guitar”. Ainda mais triste sabendo que há uns meses corriam os rumores de que seriam os Metallica a tocar… E eu sinceramente preferia ter o Lars a tocar um solo de bateria durante 15 minutos a ter que ver esse artista que já me esquece o nome – fãs de Metallica ou de Metal em geral vão perceber. Nem as Divas a dançar me distraíram o suficiente e para terem uma noção do quão bom isto foi, o melhor que se pôde tirar daqui foi o Michael Cole a dançar…


E para nos lembrar que o SummerSlam é a “segunda Wrestlemania” ou a Wrestlemania do Verão, temos que ter algum poder de estrelato, logo temos que ver as celebridades, destacando-se um célebre ex-Campeão Mundial, David Arquette, Fred Durst a ver um dedo ser censurado através do áudio, o pouco aclamado jornalista Inglês Piers Morgan sem ninguém saber bem porquê, o cast de “The Day” e Maria Menounos para levantar… atenções.

De um modo geral, foi um bom PPV. Se realmente viveu ao nome “SummerSlam” e conseguiu igualar a grandeza de outras edições, já discutível e depende do gosto de cada um. Mas prefiro simplesmente dizer que foi bom e que gostei porque a queixar-se já há muitos. Sou mais de deixar-me entreter pelo que vejo do que construir a minha própria expectativa que nunca é igualada. Portanto o meu rescaldo final, é um PPV bastante desfrutável e satisfatório. Que venha daí um bom Night of Champions.

E fico por aqui, espero que tenham gostado e tudo correndo bem, para a semana cá estarei de novo para mais um Slobber Knocker. Até lá fiquem bem e desfrutem do resto do Verão que já está a fazer as malas para dar a vez à estação sucessora.

Cumprimentos,
Chris JRM
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