Lucas Headquarters #149 – Dinheiro no banco
Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Bem-vindos
sejam a mais uma edição de “Lucas Headquarters”, aqui no WrestlingNotícias!! Eu
sei, estamos todos ainda meio tristonhos e desanimados com o que aconteceu
ontem à noite (chamem-me parvo, mas eu era dos poucos que acreditava que a
mesma sorte nos iria sorrir duas vezes na mesma semana) mas nada temam, caros
comensais do wrestling, porque melhores dias virão (no círculo quadrado,
claro). Quanto muito, o wrestling tem uma virtude muito semelhante ao
futebol: Ambos os desportos acabam por dar sorte a muita gente…
Tal como o futebol (ainda) tem o Cristiano Ronaldo – um jogador
que superou a miséria e se tornou num dos maiores (senão o maior) do Mundo – o wrestling
tem, todos os anos, seis candidatos a fazer uma coisa mais ou menos
parecida, no entanto, um pouco mais literal: Os degraus que Cristiano Ronaldo
teve de subir têm tanto de tangível como de metafórico, já os degraus que doze alminhas
(seis homens e seis mulheres) criteriosamente selecionadas terão de subir são
literais, porque é isso que os separa de um estatuto de “campeão virtual” que quase
sempre passa a campeão real.
Já perceberam onde é que eu quero chegar com esta símile, não
já? É noite de Money in the Bank!!
É curioso observar a evolução do combate em si de atração na
WrestleMania para um dos combates mais adorados e estimados pelos fãs, de tal
modo que já desde há 15 anos que ganha um PLE em novo próprio – se calhar o
único que Triple H fez, e bem, questão de manter após a acertada decisão de acabar
com os PLE’s temáticos.
O Money In The Bank é um combate que, convenhamos, é
facilmente replicável por qualquer outra companhia (qualquer bilionário do wrestling
pode ter a ideia de colocar meia dúzia dos seus melhores homens e mulheres
em ringue, arranjar qualquer vantagem aliciante para prender lá por cima,
munir-se de uma dezena de escadotes e dar-lhe um nome diferente) mas que nem
por isso deixa de perder o seu brilho.
Ok, minto: Talvez nos últimos anos a essência do Money In The
Bank se tenha perdido um pouco (muito por culpa do extenso reinado de Roman
Reigns, que absorveu quase tudo à sua volta) mas o que é certo é que nós não
conseguimos deixar de sentir o cheiro, a fragrância a imprevisibilidade no ar
cada vez que cruzamos a metade do calendário e chega o mês de Julho. Isto, no fundo,
é um Royal Rumble mais curtinho e com outras regras, mas a dinâmica que o fã
aplica em termos de previsões é mais ou menos igual: Quem vai ganhar? Quem
vai ficar lá perto? Vai haver alguma interferência, alguém a custar combates?
No Money In The Bank deste ano, a história tem tudo para ser
diferente, porque no ano passado, até a questão do World Heavyweight
Championship, esse título novo-velho que tinha sido criado havia um par de
meses, condicionava um pouco: Seth Rollins tinha acabado de se sagrar campeão e
claramente o vencedor não iria, pelo menos no imediato, tirar-lhe o título. E,
de facto, foi o que se viu: Só na WrestleMania é que houve mudanças (e que
mudanças!).
Desta vez, há toda uma dinâmica que pode impedir que tenhamos
que esperar tanto tempo para ver o efeito Money In The Bank entrar em ação – já
lá iremos – mas digamos que, no espaço de um ano, o território da WWE passou
por mudanças de tal ordem que este Money In The Bank (e o Summerslam que lhe
sucede) tem tudo para ser um dos melhores PPV do ano.
Digamos que a WWE tem toda uma série de storylines a
desenrolar-se, muitas delas envolvendo os participantes no combate masculino: Chad
Gable e os Wyatt Sicks, LA Knight e Logan Paul, Drew McIntyre e CM Punk, mas
também há a questão do six man Tag Team Match que envolve Cody Rhodes,
Randy Orton e Kevin Owens contra a “nova” Bloodline”. Nem o Money In The Bank
do ano passado estava tão bem construído em termos de storylines que pudessem
ter um clímax num mesmo PLE (o único caso onde isso acontece é, obviamente, a WrestleMania,
por significar simbolicamente o encerrar de um ano no calendário da empresa).
Já perceberam, portanto, que temos muito por onde pegar e
muita coisa para analisar. Portanto, sem mais delongas, vamos partir do geral
para o particular, começando por dissecar os favoritos à vitória (masculino e
feminino) bem como outras hipóteses que poderão surgir, e o que se poderá
passar durante (e após) o PLE.
Favoritos à vitória
Drew McIntyre (masculino)
Volto a reforçar a ideia que aqui deixei há umas semanas
atrás: A rivalidade entre CM Punk e Drew McIntyre pode até ter algum título em
jogo, mas não precisa disso para nada.
Não sei muito bem o que é que a WWE quer fazer partindo do
princípio que Drew McIntyre será o vencedor do Money In The Bank. Não faria
muito sentido, na minha opinião, que ele falhasse o cash-in (depois do
esforço que fizeram para renovar com ele, projetá-lo para ser um dos nomes de
topo da empresa e fazê-lo falhar o cash-in depois de já lhe terem dado um curtíssimo reinado com o título
parece-me uma coisa a la Vince).
A hipótese de Punk voltar a custar
a vitória a McIntyre, apesar de um tanto quanto repetitiva, seria um acrescento
interessante para a feud, sobretudo
sabendo que Punk poderá estar a 100% já por altura do Summerslam. Tendo isto em
mente, a WWE poderá querer planear um último terço da storyline em que Drew McIntyre é levado, mentalmente, ao
limite, sobretudo porque ele se tinha supostamente visto livre do seu rival com
o bárbaro ataque da semana passada no SmackDown.
Seja como for, Drew McIntyre teria
de ser considerado favorito a partir do momento em que se qualificou para o combate,
mais não fosse porque, dos seis participantes, é o que tem mais currículo
individual, com vitórias no Royal Rumble (2020) e três World Championships, entre
tantas outras honrarias no seu já vasto currículo. De qualquer forma, a sua
credibilidade nunca sairá posta em causa: Mesmo que não vença o combate, já
está em feud com um nome de topo, portanto terá
sempre o seu espaço para brilhar.
Jey Uso (Masculino)
Esta possibilidade é um bocadinho
mais controversa, porque nem toda a gente “compra” a ascensão de Jey Uso no
panorama individual.
Parece-me a mim que quem duvida
das suas capacidades não está completamente certo, nem completamente errado. Jey
Uso é um dos membros mais talentosos da Bloodline clássica
dentro do ringue (pelo menos não está eternamente preso aos superkicks como o irmão, pese embora o fracasso do combate da
WrestleMania) mas, no microfone, demonstra ainda grandes lacunas, e para quem
quer ser Main Eventer, saber falar ao microfone é tão
essencial como saber lutar.
A questão é que a popularidade de
Jey Uso não para de subir. O público adora-o (e agora que conseguiu arranjar maneira
de incorporar os fireflies do
falecido Bray Wyatt na sua entrada, mais ainda). Posto isto, ter Jey Uso a
fazer má figura no Money In The Bank vai despertar a ira popular e começar a
fazer com que questionem o trabalho relativamente bom que Triple H tem vindo a
fazer. Eu, se fosse a ele… não arriscava.
Iyo Sky (feminino)
Voltando a fazer parte do combate,
é claro que a vencedora do Money In The Bank feminino do ano passado tem de ser
considerada uma das favoritas. Ainda para mais, Iyo Sky é, a par de Naomi (que
foi duas vezes Women’s World Champion) o único nome com algum currículo ali
dentro. No entanto, voltar a coloca-la na rota de Bayley seria andar em círculos,
sobretudo depois da forma positiva como a feud entre
ambas terminou: Com Bayley a vencer o WWE Women’s Championship e as duas a
exibirem-se em grande plano.
Naomi (feminino)
Parece-me a opção pela qual a WWE
quererá optar, sobretudo se tivermos em conta as interações entre Naomi e Bayley
nas últimas semanas. Naomi é, a par de Iyo Sky, a única participante que já
sabe o que é ser campeã, o que só por si lhe dá um certo grau de favoritismo.
Para além disso, ter Naomi a
vencer o Money In The Bank depois de ter regressado à WWE em Janeiro seria algo
interessante de se ver. Tudo isso teria que vir às custas de um possível heel turn na Bayley, sobretudo porque Naomi nunca teve uma
oportunidade para ser ela a disputar o título por si só desde que regressou (no
Backlash teve a companhia de Tiffany Stratton). Portanto, ter Naomi a vencer o
Money In The Bank poderá dar-lhe o destaque que ela tanto necessita, e poderá
também dar um novo impulso ao reinado de Bayley, que tem sido satisfatório até
então.
Outros
cenários possíveis
Chad Gable e o pesadelo dos Wyatt Sicks
Em meio a todas as “entrevistas”
que Uncle Howdy tem feito com Bo Dallas, parece mais ou menos óbvio (não só
pelo que é dito, mas pelo que vem acontecendo no RAW) que esta nova stable já terá encontrado o seu primeiro alvo: Chad Gable.
Ora, na mais recente “entrevista”,
assistimos ao momento, já perto do fim, em que Bo Dallas e Uncle Howdy se
tornam um só, o que parece indicar o auge desta fase introdutória e deixa
antever que não demorará muito até que vejamos o grupo a espalhar o caos de uma
forma semanal.
Bloodline: Acrescento ou vingança?
Bem sabemos que a Bloodline enquanto
stable estará garantida até, na pior das hipóteses,
ao início do próximo século. Novos membros têm chegado ao grupo desde que Solo
Sikoa se assumiu como o novo Tribal Chief (o último
dos quais Jacob Fatu), numa altura em que Paul Heyman foi escorraçado da stable, como aliás se viu na semana passada.
E isto agora deixa espaço para a
pergunta: Será que vem aí mais alguém (muito provavelmente Hikuleo)? Ou será
que Roman Reigns regressará para acertar contas, vingar o seu wiseman e pôr ordem na casa?
Se Sika não tivesse falecido, eu
acredito que, mesmo não se concretizando de imediato, teríamos sinais mais
concretos do regresso do verdadeiro Tribal Chief do que as
próprias promos do solo. Mas dadas as circunstâncias e a dimensão da perda, o
regresso de Reigns, digo eu, ficará em suspenso até mais para o fim do ano, lá para
altura do Survivor Series.
A chegada de Hikuleo parece mais
lógica nesta altura: Enquanto o verdadeiro Head of the Table não volta,
Solo Sikoa vai conseguindo rodear-se de mais pessoas para continuar a desafiar
tudo aquilo que foi construído até aqui. A chegada de Hikuleo a uma stable que já conta com Jacob Fatu, Tama Tonga e Tanga Loa
para além do próprio Solo seria, mais do que um acrescento, a cereja no topo do
bolo, e talvez o início de uma storyline que tenha
em vista o próprio PLE de Novembro.
Entusiasmados com o Money In The Bank? Quem acham que vai ganhar os
ladder matches? O que é que poderá acontecer, na
vossa opinião, de modo a influenciar os resultados?
E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”!! Não
se esqueçam de passar pelo nosso site, redes sociais, deixem a vossa opinião aí
em baixo… as macacadas do costume. Para a semana cá estarei com mais um
artigo!!
Peace and love, até ao meu regresso!! Que seja um Money in the Bank em grande!!