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Lucas Headquarters #135 – Os vencedores do mês


Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Bem-vindos sejam a mais uma edição de “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias!! Que dilúvio é este, senhores? Que macumba lançaram sobre este nosso Portugal que já chove há uns quatro ou cinco dias e até agora ainda não parou? Será que devemos chamar o gajo que cantou a theme song do Matt Hardy durante a fase V1 dele para ver se ele consegue mesmo dar uma chapada no tornado que apareceu na Ponte Vasco da Gama? Só para a malta ver uma coisa…


Bom, Março chegou ao fim (ou quase, porque hoje é dia 30) e apesar de ter sido um mês um tanto quanto atípico (como de resto já tinha dito na semana passada) ainda tivemos acontecimentos suficientes para podermos fazer uma análise mais ou menos substancial daquilo que nos trouxe o terceiro mês do ano.


Claro que não vamos bater novamente na tecla da Bull Nakano como WWE Hall of Famer, acho que desde o início do mês até agora já toda a gente teve tempo de se aperceber do impacto que Nakano teve na indústria (e quem não se predispôs a fazê-lo, talvez não seja assim tão fã de wrestling quanto isso). Mas acho que até mesmo fora da própria WWE houve coisas a acontecer que merecem, também elas, ser destacadas (e das quais até já falei aqui).


De certa forma, acho que o mês de Março foi o mês onde o wrestling mais prosperou até agora. Não que em Janeiro e Fevereiro não tenha acontecido nada de interessante – bem pelo contrário – mas, se vocês repararem (ou se voltarem a ler tudo o que escrevi aqui nesse período) os meus artigos resumiram-se, na grande maioria, a formular hipóteses, a especular cenários, a navegar pelas águas incertas dos “e se…”.


Março já nos trouxe coisas mais concretas: Tivemos o fim de carreira de Sting, a chegada (em grande) de Kazuchika Okada e Mercedes Moné à AEW, o Cinderella Tournament a acontecer na STARDOM, e pasmem-se: Hoje é dia 30 de Março, amanhã é Domingo de Páscoa e ainda há eventos a acontecer!! Portanto se há mês que, espero eu, ditará o ritmo do resto do ano a nível de wrestling será, sem dúvida, o mês que agora termina.


Como devem calcular, é me impossível falar de tudo o que aconteceu neste fim-de-semana em artigos separados, porque para a semana é fim-de-semana de WrestleMania (sim, por incrível que pareça já chegámos a esse ponto do calendário) e seria sacrilégio não falar naquele que, para todos os efeitos, continua a ser o Maior Evento do Ano.


Portanto, o que vos proponho para hoje é uma reflexão sobre tudo o que aconteceu neste mês de Março. Como é que vamos fazer isso, perguntam vocês? Vamos analisar alguns dos eventos mais importantes que tiveram lugar durante o mês e depois vamos destacar os wrestlers que, em resultado disso, protagonizaram os acontecimentos mais importantes. Não deverá ser uma análise muito exaustiva, até porque os eventos para os quais vamos olhar ainda são alguns e, por isso, é importante darmos a mesma quantidade de atenção a todos eles.


AEW Revolution




Era um PPV do qual se esperava muito – como vem sendo norma no que diz respeito aos PPV da All Elite Wrestling – e que, como seria de esperar, cumpriu.


Apesar da duração do evento, que a mim me parece um problema que urge corrigir a tempo e horas – por muito que gostemos de wrestling, a nossa mente não consegue estar inteiramente focada num mesmo estímulo durante cerca de quatro horas seguidas – havia nele vários pontos de interesse, que pese embora a sua duração, nos permitiram sempre manter o foco.


Destes pontos de interesse, destacar claramente o combate entre Eddie Kingston e Bryan Danielson por duas razões: Primeiro, porque ver Eddie Kingston dentro de um ringue, conhecendo o papel que o wrestling teve na sua vida, é sempre uma merecida recompensa. E depois porque Bryan Danielson é daqueles wrestlers que só se tem oportunidade de ver uma vez na vida. Não é por ser um menace, ou daqueles wrestlers com uma declarada imponência, mas porque a sua superlativa habilidade técnica em ringue faz com que tenha uma química com qualquer adversário, até mesmo com aqueles que enfrenta pela primeira vez.




Depois, tivemos o combate entre Will Ospreay e Konosuke Takeshita. Tido por muitos como o combate da noite – apenas simbolicamente superado pelo Main Event, foi um combate onde podemos ver duas coisas: O quanto Takeshita tem evoluído com o passar do tempo desde as suas primeiras aparições na AEW, e o quão consistentemente bom Will Ospreay consegue ser. Para além disso, foi um combate onde Ospreay mostrou ter um move set bastante variado em termos de finishers, sabendo usar com eficácia moves tão variadas como o Tiger Driver ’91, o Storm Breaker ou o Hidden Blade para arrumar o adversário.





E finalmente, o Main Event: Sting e Darby Allin contra Matthew e Nicholas Jackson, os Young Bucks, naquele que seria o último combate da carreira de Sting. O combate que não foi feito de spots memoráveis (tirando, talvez, aquela Senton Bomb de Darby Allin na mesa de vidro) senão de um enorme simbolismo, que até permitiu que os filhos de Sting tivessem cinco minutos de fama.





Vencedor do mês: Sting. Sem grandes surpresas, diria eu. Sting foi sempre aquele wrestler que fez o que quis, quando quis, como quis – no melhor dos sentidos – e ter conseguido, perante as circunstâncias da idade, entregar performances quase sempre satisfatórias é um grande ponto a ser assinalado. Para além disso, ter a oportunidade de terminar uma carreira como a sua nos seus próprios termos é sempre uma grande vitória, não é?




STARDOM Cinderella Tournament ‘24



Dentro da STARDOM, os primeiros dois meses do ano foram marcados pela imprevisibilidade, pelo tumulto e pela incerteza: Não bastava o dado adquirido que era a saída de Giulia para a WWE, ainda acabamos por saber que Rossy Ogawa tinha andado a tentar “caçar” talento para fundar uma nova empresa, algo que acabou por resultar na sua demissão, e, em resultado, na debandada de mais meia dúzia de nomes do roster da empresa, entre os quais se destacam Utami Hayashishita, MIRAI, Yuzuki e Mai Sakurai.





É neste contexto que Taro Okada assume as rédeas da empresa e uma das suas medidas passa, desde logo, por encurtar a duração dos dois principais torneios (sobretudo do 5 STAR GP, dada a elevada fatura física que o roster pagou no ano passado e que obrigou Rossy a mudar de planos quanto à vencedora). Mas o Cinderella Tournament também vai ser alvo de uma grande mudança.


Não só a duração do evento foi encurtada para onze dias (9 a 20 de Março) comparativamente às três semanas das anteriores edições, mas a decisão de deixar de fora nomes que, à partida, seriam favoritos à vitória (como Syuri, Saya Kamitani ou Mayu Iwatani) surpreendeu muita gente. Na minha opinião, acabou por ser uma mudança bastante positiva, dado que o conceito do torneio é criar a próxima geração de grandes nomes da empresa, algo que sinto que podia ter sido feito o ano passado e acabou por não acontecer, porque MIRAI acabou por vencer pelo segundo ano consecutivo.



Vencedora do mês: Hanan. Wish you happy go sunshine days… Já todos nós cantamos isto pelo menos uma vez quando a vimos a caminho do ringue, e quando a campainha soou pela última vez para a coroar como vencedora, surpreendente seria não repetirmos a façanha. Hanan venceu a edição do Cinderella Tournament deste ano e confirmou a extraordinária evolução que já vem mostrando desde o ano passado, com uma atitude mais madura dentro do ringue, sem nunca descurar a típica aparência de classroom girl que é cultural no Japão.



O que se segue para Hanan? Muito provavelmente um desafio pelo Wonder of STARDOM Championship que pertence a Saori Anou. Uma vitória contra Anou será a definitiva consolidação e reconhecimento do trabalho da jovem Hanan nos últimos anos, mas não se pode dizer que uma derrota deite por terra tudo aquilo que construiu. Afinal, só enfrentar alguém com o calibre de Saori Anou é, sem dúvida, um enorme privilégio.


Ainda nos falta falar da outra vencedora do mês: Jade Cargill. Mais tarde ou mais cedo, Cargill terá uma entrada a si dedicada aqui nos Headquarters, mas por agora, vale a pena traçar um apanhado geral daquele que foi mais um ativo a dar o salto da AEW para a WWE quando ninguém esperava que o fizesse.








Jade Cargill fez a sua estreia no mais recente episódio do SmackDown, conseguindo facilmente dar conta das Damage CTRL. Mas aquilo que me parece que a WWE quer fazer com ela é coloca-la no mesmo patamar de Bianca Belair, Rhea Ripley, Becky Lynch e afins, colocando-a imediatamente no mesmo ringue do que a EST da WWE. Isto demonstra a confiança que a empresa tem na sua nova aquisição, e o facto de como a WWE a escolhe apresentar, dando ênfase não só à sua imponente moldura humana como atribuindo a alcunha de “Storm”  (“tempestade”, em Português) é um excelente indicador.


No entanto, é importante que, no mais que provável caso de Jade Cargill acabar numa feud com Belair, não se cometa o mesmo erro de outras vezes: Dar-lhe grandes quantidades de hype e depois acabar a enfraquecê-la. Jade Cargill tem aura suficiente para poder sair das feuds com os grandes nomes da empresa com uma boa imagem, e mesmo que os resultados do treino que teve até aqui não sejam muito visíveis, estar no mesmo ringue que Bianca Belair ou Rhea Ripley constitui um grande fator de aprendizagem. Não é apenas essencial que Jade Cargill aprenda como as coisas funcionam, é tão ou mais importante que as outras também aprendam com ela.




E vocês, que análise fazem ao que se passou durante este mês? Que wrestlers gostariam de destacar?


E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo nosso site, pelo nosso Instagram, pelo nosso Telegram, deixar a vossa opinião aí em baixo… o costume. Para a semana cá estarei com mais um artigo!!


Peace and love, até ao meu regresso!! Boa Páscoa para todos!!

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