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Lucas Headquarters #125 – 2024, onde a mudança acontece


Ora então boas tardes, comadres e compadres!! Como estão? Sejam bem-vindos a mais uma edição de “Lucas Headquarters”, aqui no WrestlingNotícias!! Vamo’lá saber: Como têm sido estas primeiras semanas de 2024? Já cumpriram muitas das resoluções que fizeram? O que é que ficou igual? O que é que mudou na vossa vida?


Normalmente, eu costumo fazer esta introdução mais descontraída para que vocês se sintam à vontade, para vos receber de braços abertos aqui no estaminé e para que não se leve o wrestling – e em última análise, a própria vida – tão a sério. 


Afinal, a malta que colabora aqui no site, e na comunidade em geral, está aqui pura e simplesmente por paixão. Muitos de nós até ganham alguma coisa com o seu contributo (nunca foi isso que procurei fazer, senão deixaria de ser paixão e passaria a ser trabalho, e eu quero ter a flexibilidade para fazer das minhas paixões aquilo que quiser, movendo-me ao meu ritmo) mas o ponto de partida, o common ground de tudo isto é precisamente esse: Paixão.


Mas quando falei em mudança, também não foi por acaso. O mundo do wrestling, já aqui o disse, está em constante mudança. Não é uma coisa estática, nunca será, e quem, à data de hoje, esperar isso do wrestling, vai continuar a apanhar valentes desilusões. Mas as perguntas sobre mudança que vos fiz quando vos recebi não vêm por acaso porque, esta semana, é de mudança que vos quero falar.


Pode, por isso, acontecer que o artigo de hoje se desvie um bocadinho do propósito inicial e que se converta numa aula deslavada de filosofia, e pode até parecer que eu decidi vir com este tópico porque não tinha nada de interessante para vos falar. Por acaso até tinha, o que acontece é que o tópico que tinha para esta semana foi motivado, cá está… pela mudança.


A mudança, nestas primeiras três semanas do ano, tem sido a palavra de ordem neste nosso pequeno grande mundinho. Tem sido veículo de excitação, de expectativa, de alegria e tem dado asas a muitos sonhos da parte dos fãs.


É verdade – mudanças começámos nós a nota-las desde o final do ano passado (e o senhor CM Punk é, talvez, o principal responsável por isso) mas, no plano extra-WWE, creio que nunca tinha existido tanta mudança como nestes primeiros vinte dias do ano. Por isso, seria hipocrisia não se falar sobre ela.




Uma das stables que marcou a história recente da STARDOM terminou, e a sua líder está na iminência de assinar pela WWE. A IMPACT voltou a chamar-se TNA (para os mais esquecidos, TNA é a sigla para Total Nonstop Action). E, como se tudo isto não bastasse, a NJPW anuncia que Kazuchika Okada (Rainmaker para os amigos) vai deixar a empresa já a partir de 31 de Janeiro.




Há aqui um sem fim de perspetivas sobre os quais podemos analisar todas estas mudanças (e já iremos fazê-lo em detalhe), mas é interessante notar que estas ocorrem num mês que nos parece ser o mais longo do ano, do qual normalmente nunca se espera grande coisa, pelo menos no imediato, e em que os únicos pontos de interesse existentes são, paradoxalmente, o Wrestle Kingdom da NJPW no início do mês e o Royal Rumble da WWE quase no fim (e dele iremos falar na semana que vem, como não podia deixar de ser).


É interessante ver que todas estas mudanças que ocorreram em vinte dias contrariam um pouco aquilo que é a cadência natural de um mundo que ainda se encontra a voltar ao seu ritmo. Talvez o wrestling queira ser aquele que dita o ritmo e o modo como as coisas funcionam daqui para a frente (coisa que duvido) e por isso nos tenha brindado com tanta decisão que ou não esperamos, ou nos suscita curiosidade para vermos o que acontece a seguir.


O que é certo é que já houve bastante gente a beneficiar desta onda de mudança, sobretudo se falarmos da que aconteceu ao nível da TNA. Parte dessa mudança já lhes está a valer algumas críticas – algo perfeitamente normal e que só mostra que os fãs estão a reagir e a avaliar o impacto dessas mudanças, mal ou bem, isso agora pouco ou nada interessa.


Muitas destas mudanças, quase todas até, afiguram-se previsíveis, outras talvez não. Outras há que o impacto delas só avaliaremos lá para meio do ano (especialmente a seguir aos PPV que a WWE vai realizar na Europa, mais especificamente na França (Maio) e na Alemanha (Agosto). Mas para já importa lançar uma análise sobre aquelas que já aconteceram, ver no que dá… e olhem, seja o que Deus quiser!


IMPACT voltou a ser TNA… e mais umas coisas




Numa decisão que a todos surpreendeu, a IMPACT voltou atrás no tempo e reverteu a sua designação para o seu nome inicial, Total Nonstop Action Wrestling (ou simplesmente TNA), designação que entrou em efeito já depois do primeiro PPV do ano para a empresa, o Hard to Kill.


É uma designação que, como disse, surpreende a todos, mais não seja porque já estávamos tão habituados ao nome IMPACT a existir por si só, que já quase nos tínhamos esquecido que o nome TNA tinha existido (e, numa fase ainda mais inicial, o nome NWA-TNA…)


Esta é uma ideia que foi revelada ao público no Bound for Glory, o principal PPV da companhia, mas que já vinha sendo planeada desde o início do ano que passou e foi recebida com imenso entusiasmo pelos fãs, especialmente pelos mais old school que acompanharam a TNA nos tempos áureos de Sting, AJ Styles, Beer Money Inc e etc..


Claro que a maior parte esperava o regresso daquele que foi, durante a maior parte da história da empresa, uma das suas imagens de marca: O famoso ringue hexagonal, mas tal acabou por não suceder, por se continuar a achar que o ringue dito “tradicional” daria melhor proteção física aos wrestlers.




Eu sou-vos honesto: Não acompanho TNA (não porque não queira, mas o meu tempo não chega para tudo e tenho que fazer algumas escolhas relativamente ao que vejo) mas saúdo a decisão do regresso ao nome original. Acho que a maior parte daqueles que veem (e acompanham a atualidade da TNA, mesmo que não consigam ver semanalmente os episódios) se sentem mais identificados com este nome, e que a sigla TNA é aquela que mais lembranças lhes desperta. E isso é importante para a construção da memória coletiva dos fãs de wrestling.


No entanto, e já que falamos de memória coletiva, não me parece que esta decisão traga, substancialmente, algo de novo. É uma decisão que se move mais pelo nostalgia pop do que propriamente pela vontade de trazer algo novo ou de recomeçar. 


É uma decisão que muitos dos mais recentes fãs de wrestling não vão conseguir compreender na sua totalidade, a não ser que para isso façam uma pesquisa aprofundada – tal não seria difícil, mas ainda assim penso que lhes daria aquela sensação de “faltar algo” enquanto fãs de wrestling, ou ficaria dentro deles uma espécie de “melancolia”, se é que me faço entender.


Ainda assim, é uma decisão que parece ter um grande potencial no que diz respeito ao seu principal objetivo de “unificar” a história da empresa. Isto porque não importa o nome que esta levou em tempos – NWA-TNA, TNA, Global Force Wrestling, IMPACT – quase toda a gente a conheceu única e exclusivamente como TNA, é na gaveta com esse nome que todas as nossas memórias e lembranças estão guardadas, portanto não fazia sentido que o regresso ao nome TNA nem sequer fosse equacionado. Poderia não acontecer, sim, mas ponderar um regresso a esta icónica sigla deveria sempre estar na mente daqueles que se lembraram a mudar-lhe tantas vezes a pele.



Claro que uma mudança desta magnitude tinha de vir acompanhada com caras novas. AJ Francis (fka Top Dolla), Nic Nemeth (fka Dolph Ziggler) e Ash By Elegance (fka Dana Brooke) fizeram a sua estreia pela empresa, estes dois últimos com algum impacto, por diferentes razões.


Nic Nemeth levantou ondas por atacar o recém-coroado TNA World Champion Moose, e Ash By Elegance… bem, Ash By Elegance levantou ondas, mais não seja, porque levou à letra aquele ditado que diz que “a imitação é a forma mais sincera de elogio”. Não acreditam? Não vos lembra nada? Bem… só vos digo que a gimmick que deram a Ash Sebera foi uma tentativa de tornar a TNA um pouco mais tímeless (see what I did there?).









Kazuchika Okada e o seu grande 31




É, talvez, a mais recente notícia bombástica que está a deixar os fãs de wrestling… comovidos e em alvoroço. Porquê? Já vamos ver. Mas o certo é que Kazuchika Okada, o fabuloso Rainmaker, vai ser free agent já a partir do próximo dia 31 deste mês, depois de ter sido anunciado que está de saída da New Japan. É seguro dizer que o futuro de Kazuchika Okada se vai transformar num grande 31 (badumtss) e que se avizinha mais uma “disputa” entre WWE e AEW pela sua contratação (poderia dizer TNA, mas com as suas três recentes contratações, não sei até que ponto é que vão avançar).


A questão é que o futuro de Okada não se transformou apenas num 31 porque os responsáveis de ambas as companhias estão a batalhar pela sua contratação, mas também porque o próprio Okada está envolto numa espécie de “dilema moral”.


Explicando muito simplesmente, a Elite é, neste momento, mais que favorita a conseguir contratar Okada (devido à parceria existente entre NJPW e AEW, e ao facto de a Elite ter no roster muitos dos nomes com quem ele próprio já partilhou ringue) mas o Rainmaker tem um desejo que espera cumprir… ter um combate na WrestleMania.




Será isso suficiente para que a WWE consiga convencer Okada a assinar? Na minha opinião não, é preciso fazer muito mais do que apenas prometer algo (tanto no caso de Okada como noutro qualquer) e embora Triple H saiba disso, tem falhado miseravelmente, porque se o veículo para o tentar convencer tem sido dar push a Shinsuke Nakamura, então o push não está a resultar. Nakamura parece não gozar de qualquer credibilidade (embora o público lhe reconheça talento) e coloca-lo frente a nomes como Cody Rhodes em feud torna o desfecho demasiado óbvio.





Resumindo e concluindo, com estas duas mudanças a marcarem já o ano de 2024 do lado ocidental do wrestling, o que vos posso dizer é para se manterem na expectativa, porque as mudanças prometem não parar por aqui.


Que mais mudanças virão? Eu não sei, e especular sobre elas só aumenta o risco de o resultado final não ser bem aquele que esperamos. Mas, com Okada a free agent, com Giulia potencialmente free agent, eu diria que não teremos que esperar assim tanto para ver que mudanças nos esperam no horizonte.


Para já, o ano de 2024 parece gozar da particularidade quase centenária de poder ser resumido num slogan quando leva apenas três semanas de duração. Com tanta coisa que já vimos durante este mês, 2024 pode muito bem ser apelidado como “o ano em que a mudança acontece”, não concordam?


Que mudanças antecipam no wrestling para 2024?


E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo nosso site, pelo nosso Telegram, deixar a vossa opinião aí em baixo… o costume. Para a semana cá estarei com mais um artigo!!


Peace and love, até ao meu regresso!

 




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