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Lucas Headquarters #103 – A Princesa Pirata: WWE à vista?



Ora então boas tardes, comadres e compadres? Como estão? Bem-vindos sejam a mais um “Lucas Headquarters” aqui no WrestlingNotícias! Que dias loucos têm sido estes… JMJ, Summerslam… todos estes eventos já aconteceram mas ainda vamos ouvir falar deles por mais algum tempo. No caso da JMJ, fazem-se contas ao lucro; no caso do Summerslam, fazemos contas ao possível argumento que a WWE vai inventar para acrescentar mais um capítulo que, na minha humilde opinião, já está a perder um bocado o interesse.


Like… okay… I get it: Esta história tem tido tantos twists e tantos turns que não faria mal acrescentar mais uns quantos. Mas o início do fim da Bloodline parecia uma via muito mais natural do que andar neste para-arranca, neste “vais ou ficas”, neste “ora truz-truz-truz, ora trás-trás-trás” (com muito mais “trás-trás-trás” que “truz-truz-truz”), sobretudo sabendo que daqui até ao Natal é um pulinho, e do Natal até à Wrestlemania é mais outro pulinho, e no fundo isto é tudo pulinhos e nós andamos aqui a caminhar sem destino.


Isto, para mim, só faz sentido se houver aqui duas vias pelas quais nos podemos, potencialmente, optar por atravessar: Fazer um combate que oponha Jimmy vs Jey Uso na Wrestlemania (parece que é isso que vai acontecer), ou então fazer um combate que coloque frente a frente os quatro membros da Bloodline numa Fatal 4-Way. Como é que isso vai acontecer? Não sei bem. Mas era um cenário que não punha de parte.



Falando de cenários… Hoje voltamos a falar de wrestlers japonesas. E eu hesitei durante algum tempo em trazer este tema para cima da mesa (afinal, não quero que isto se torne numa aula de joshi mais do que num espaço de opinião semanal) mas a verdade é que me via num beco sem saída relativamente a isso: Ou falava nisto, ou falava na vitória de IYO SKY, que fez, com sucesso, o cash-in da sua Money In The Bank Briefcase. E vai-se a ver, ainda posso abordar ao de leve esse assunto.




Para mim, é um momento agridoce. Não porque não quisesse que IYO SKY vencesse o título – devo até confessar que foi sempre a wrestler que tive como favorita para vencer o Money In The Bank – mas, se calhar, o contexto que deram ao momento não foi o melhor. 


Quer dizer, fazerem a Bianca Belair, já coxa de uma perna, ganhar aquela Triple Threat só para ser campeã durante frações de segundo… Não é que a IYO tenha grande coisa a ver com isso – se bem que, feitas as contas, Bianca será uma das suas primeiras adversárias, podendo usar esse detalhe para contar uma história decente. Mas uma reviravolta dessas não joga muito a favor daquela que tem sido, em pé de igualdade com Becky Lynch e Rhea Ripley, o melhor ativo da Divisão Feminina da WWE.




Mas, como tinha dito há um par de parágrafos atrás, o nosso foco continua no wrestling japonês. Podia encher os vossos ouvidos com a antevisão a mais um evento da STARDOM que vai ter lugar amanhã. Mas, embora vá meter essa empresa ao barulho, não o vou fazer. Não o vou fazer porque o foco da edição não é única e exclusivamente STARDOM, embora seja uma cara bem conhecida quer da STARDOM, quer do wrestling em geral.


KAIRI, Kairi Hojo, Kairi Sane, Princesa Pirata para uns, grande wrestler para quase todos. Deve ter sido das personalidades das quais falei mais vezes por aqui. Falou-se dela na edição 11, se não me engano, numa fase muito inicial deste espaço, quando mudou de funções na WWE e ficámos todos com a impressão de que podia ter feito mais, ainda por cima saiu sem público a vê-la, numa fase em que a pandemia tinha acabado de rebentar.





Depois, falou-se dela há cerca de ano e meio, quando voltou aos ringues da STARDOM depois de ter terminado contrato com a WWE. Na altura – perdoem-me a comparação – assinou uma espécie de Brock Lesnar kind of deal, na medida em que não aparecia de forma tão regular mas era sempre aquela atração especial que toda a gente queria ver.


E agora, volta a falar-se dela porque, aparentemente, o seu contrato com a empresa japonesa terminou e volta a ser dada como certa na WWE. E sobre esta possível mudança, apraz-me dizer umas quantas coisas.




Em primeiro lugar, nunca pensei que o nome da KAIRI fosse associado à WWE assim tão de repente, nesta fase da sua carreira. Se bem nos lembramos, uma das razões que a própria KAIRI citou quando mudou de funções era o desejo de estar mais perto do marido e restante família no Japão, algo que, por todas as razões mais óbvias deste mundo, não lhe era possível nos Estados Unidos.


Mas a verdade é que esta saída de cena da KAIRI na STARDOM também pode ser analisada de uma outra perspetiva. A STARDOM anunciou, no início do ano, uma nova fornada de rookies (das quais se destacam os nomes de HANAKO, Aya Sakura e também Minami Komomo) que, apesar de não serem um regalo para a vista (ainda…) têm tido sempre o seu destaque no que diz respeito ao tempo de antena na programação da companhia.



E mesmo com as que já lá estão, o foco tem vindo a mudar e Rossy Ogawa parece querer finalmente dar uma oportunidade àquelas wrestlers que normalmente passam despercebidas para se mostrarem. O ano passado fê-lo com Hazuki, numa jogada que resultou em cheio. Este ano, a escolhida para subir mais uns quantos degraus parece ser Natsuko Tora, a irredutível líder das Oedo Tai, numa escolha que parece estar, também, a surtir os seus frutos (vejam estes primeiros dias de 5 STAR GP e comprovem).



Quando nós pensamos nessa hipótese, claro que queremos colocar nela todas as nossas dúvidas. Mas a verdade é que, mesmo que KAIRI seguisse as pisadas de Konami, entrasse numa stable e fizesse só uns dez combates por ano, o foco continuaria a estar no presente e no futuro – que, em todas as stables, parece bastante promissor, com especial destaque para as Club Venus e para as God’s Eye. 


Para além disso, neste ano que passou, KAIRI partilhou o ringue com talentos tão indiscutíveis e variados como Mayu Iwatani, Mercedes Moné, Suzu Suzuki, Saori Anou, foi IWGP Women’s Champion (a primeira de todas) e ainda Artist of STARDOM Champion. 




Que mais poderia ser acrescentado ao currículo dela no seu país natal? Tirar o lugar a uma Utami Hayashishita que está novamente na alta roda ou a uma Mariah May que impressiona a cada dia que passa produziria exatamente o mesmo efeito que tanto criticamos: Como é que alguém que luta tão poucas vezes por ano ousa tirar o lugar a quem lá está um ano inteiro?


Segundo, o (possível) regresso de KAIRI à WWE é algo que não deverá surpreender ninguém. A Princesa Pirata deu por terminado o seu tempo na empresa em excelentes termos, diria até que é das wrestlers mais consensuais que por lá passou. E Triple H sempre terá tido como objetivo juntar KAIRI e IYO num mesmo ringue, talvez para um dream match.


Regresso de KAIRI: para quando?




Como é natural, o processo de saída de KAIRI da STARDOM e consequente possível regresso à WWE levam muitos fãs a perguntar quando será o momento do seu regresso.


Especulou-se que tal regresso poderia acontecer já no Summerslam, com a possibilidade de KAIRI poder interferir no momento de glória da IYO. Dave Meltzer havia lançado a hipótese de KAIRI regressar a partir de Novembro, o que nos leva a um possível cenário de participação no Survivor Series. 


E aqui até tínhamos espaço para uma versão desse tal dream match que Triple H anda a planear fazer: Porque não bookar um elimination match feminino entre a equipa de KAIRI e de a de IYO SKY? Potencialmente, existiria sempre muito mais a explorar em termos de opções do que se optássemos simplesmente por um one-on-one…


Infelizmente, nada dessas opções se verificará, pois a política de contratações da WWE ainda se encontra “congelada”, e a própria wrestler anunciou que iria tirar uma espécie de “licença sem vencimento” do wrestling por algum tempo, isto depois de também já ter sido alvo de ofertas por parte de outras empresas japonesas.


O que é que fica desta passagem de KAIRI pela STARDOM?



Passou um ano e meio desde que KAIRI voltou. Na linha temporal, é uma ínfima partícula, um fininho grão de pó, mas tendo em conta aquilo que KAIRI acabou por fazer neste período de tempo, fica a ilusão que a vimos lutar durante um bom par de anos.


Ainda assim, o balanço que posso fazer desta segunda passagem da wrestler japonesa pela empresa que a revelou é… parco, para dizer a verdade. Parece-me que esta passagem de ano e meio pela STARDOM serviu apenas para que a Pirate Princess pudesse fazer um exame de consciência, uma retrospetiva da sua carreira, de modo a pôr a cabeça no lugar e decidir que próximo passo é que iria dar a seguir.


Tudo bem, KAIRI era apenas uma special attraction que só se evidenciava quando a STARDOM precisava de causar impacto, mas mesmo assim um reinado como IWGP Women’s Champion e outro como Artist of STARDOM Champion em 18 meses parecem ser insuficientes para alguém que gerou tanto hype ao voltar à casa de partida.


Apesar de tudo, será que KAIRI vai voltar à WWE?



Sim. Não descartando a hipótese de a poder ver na All Elite (neste momento, apenas Hikaru Shida, Saraya e Toni Storm são estrelas de pleno direito na sua Divisão Feminina, e a entrada de KAIRI acrescentaria imenso), a história que escreveu na WWE e a forma sempre cordial e extremamente respeitosa como foi, lentamente, deixando de ser parte ativa da empresa abrir-lhe-ão as portas a um regresso.


Sendo que tal cenário não se verificará nos próximos meses, acredito que KAIRI possa vir a ser surpresa no Royal Rumble feminino (ela participou na primeira edição, em 2018) ou que possa aparecer em altura de WrestleMania. A wrestler japonesa teve um grande impacto por onde passou, e seria estúpido por parte da WWE não querer maximizá-lo ao máximo.



E vocês, acham que KAIRI voltará à WWE? Se sim, quando? Se não, porquê? Que balanço fazem deste seu ano e meio na STARDOM?


E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo nosso site, pelo nosso Telegram, deixar a vossa opinião aí em baixo… o costume. Para a semana cá estarei com mais um artigo!!


Peace and love, até ao meu regresso!






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