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Lucas Headquarters #95 – AEW Collision e a redenção do anjo


Ora então boas tardes, comadres e compadres? Como estão? Bem-vindos a mais uma edição de “Lucas Headquarters”, aqui no WrestlingNotícias!! Bolas, que o calor chegou, e chegou em força! No momento em que vocês estiverem a ler isto, lembrem-se dos dois dedos que tão vigorosamente premiram as teclas do teclado do meu PC (passo a redundância), porque até eles queriam descansar à sombra de… não sei bem do quê.


O foco da edição de hoje não pode ser outro, não vai ser outro que não seja a All Elite Wrestling. E várias razões me levam a escolher falar da AEW nesta semana: Temos a estreia de mais um show por parte da empresa de Tony Khan (desta feita intitulado AEW Collision), temos o Forbidden Door mesmo aí à porta, mas mais importante ainda, temos o regresso daquele a quem gosto de chamar de “anjo caído do wrestling” que agora busca uma tentativa de redenção, talvez a derradeira: CM Punk.



Sobre o Forbidden Door, eu não me vou pronunciar ainda (pelo menos de uma maneira mais aprofundada) pela simples razão de que começamos a entrar em silly season, o que quer dizer que a quantidade de temas que são passíveis de ser abordados em todas as áreas da sociedade que concernem desporto ou entretenimento (ou ambas) vai reduzir substancialmente pelo menos até inícios de Agosto.


Mas posso já avançar que podemos estar perante o PPV do ano, o que com apenas quatro combates confirmados para o evento é positivamente assustador. Claro que até lá mais combates serão oficializados (e o Collision terá um grande papel na oficialização do que falta do matchcard), mas até agora estes quatro combates bastavam, quer dizer… por mim até podíamos ficar só com Ospreay vs Omega e até o mais exigente dos fãs de wrestling ficava feliz.




Mas voltemos ao assunto desta semana. A AEW prepara-se então para lançar mais uma proposta de wrestling numa altura em que já conta com Dynamite às quartas-feiras e Rampage às sextas-feiras, tendo sido obrigada a “sacrificar” (vamos dizer assim) tanto o Dark “normal” como o Elevation para arranjar espaço para o seu novo programa.


E não vamos estar aqui com coisas, toda a gente está ansiosa para saber no que é que este primeiro episódio do Collision vai dar, que novas storylines vão aparecer, toda a gente quer ver em que medida é que os combates anunciados vão entregar… mas acho que todos nós estamos cientes de que este novo show vai ser de altíssimo nível. E não, eu não estou a concluir isso porque a AEW está habituada a oferecer toda uma panóplia de wrestling de alta qualidade, se acham que é por isso, desenganem-se.


Acho que está à vista de todos qual é a razão que me leva a inferir que o Collision vai ser um programa de topo: Quer dizer, uma pessoa não olha para o logotipo do show, não se lembra da proveniência original e simplesmente não pensa que o programa vai ser bom…


Aliás, arrisco a dizer que o logotipo do nosso Collision tem potencial para ser o mais conhecido exemplar daquele famoso meme que diz:


“-Posso copiar o teu TPC?
“-Podes. Mas faz umas pequenas alterações para termos a certeza que não fica exatamente igual”.



Parece-me, no entanto, que a chegada de mais um show à AEW era apenas uma questão de tempo. O roster da empresa liderada por Tony Khan está, bem o sabemos, em constante expansão e todas as contratações feitas são garantia indubitável de qualidade (pelo menos é isso que se espera de Jay White e Kommander, entre outros). 


Só que, mesmo muitos dos que estão lá há mais tempo (grande parte deles são renegados da WWE e/ou vítimas daquela infame quarta-feira negra de Abril de 2020) estão nesta altura apenas a “fazer número”, ou mesmo aparecendo num Dynamite ou outro, raramente conseguem alcançar uma posição digna de destaque.


O mesmo se passa com o próprio Switchblade. E eu não queria estar a fazer este tipo de juízos de valor tão cedo a respeito dele por duas razões: Primeiro, porque ele é indiscutivelmente um wrestler que dispensa apresentações e cujo currículo, aos 30 anos, já é muito mais esclarecedor do que qualquer parágrafo que eu possa escrever sobre ele neste momento.


Segundo – e vocês têm toda a razão quando dizem exatamente isto – ele acabou de chegar, está provavelmente a conhecer os cantos à casa e Tony Khan não quererá (e muito bem) correr o risco de overpushá-lo sob pena de o fazer perder todo o hype que construiu e virar a sua leal fanbase contra ele.



Mas voltando à questão do crescimento do roster da AEW, parece-me que a estreia do Collision poderá introduzir aqui uma coisa que, dado o seu tamanho, fará muita falta e agitará um bocadinho as águas: Uma brand split


E se é verdade que, relativamente a essa ideia, poderá existir algum ceticismo relativamente à gestão deste conceito por parte dos criativos da All Elite (sobretudo porque existe a tendência para fundamentar juízos com base no que a concorrência faz), também é verdade que, com um roster tão vasto e com tantas potencialidades, dividir o mal pelas aldeias só faz é bem.


Mais não seja de vez em quando abre a possibilidade para que se possa ir refrescando e reinventando o mesmo, ao mesmo tempo que abre as portas para uma mão cheia de dream matches que, num roster composto por 300 wrestlers e com 90% desse roster com perfil e historial para ter destaque no Dynamite, muito provavelmente muitos desses dream matches não aconteciam. Mas se isso chegar a acontecer, de certeza que abordarei esse tópico com mais calma.


CM Punk: A redenção do anjo?



Não vale a pena que meio mundo tente enganar outro meio mundo, porque por muito que possamos argumentar o contrário, o principal motivo de interesse de metade da malta que vai ver o Collision é precisamente o regresso do nome que mais polémica tem causado e mais águas tem dividido entre os fãs de wrestling nos últimos tempos: CM Punk.




Muito já se disse sobre CM Punk, e já todos chegamos a duas conclusões sobre ele: Primeiro, que por muito bom lutador que ainda possa ser (e é), no aspeto das “atitudes e valores” Phil Brooks é claramente um aluno com nota negativa. E segundo, acho que todos percebemos que este seu regresso no Collision não acontece porque Punk queira dar notoriedade ao novo programa da AEW, ou dotá-lo de “um outro sabor” ou algo que o distinga de um Dynamite ou de um Rampage.

Toda a gente sabe que, pelo menos em parte, a inserção de CM Punk no Collision e o seu “regresso” à AEW constituem a derradeira tentativa de redenção para aquele que, num passado que parece já muito distante, foi um dos homens mais respeitados da indústria, ou pelo menos assim pareceu. 




E, em teoria, parece resultar, já que a presença de CM Punk nos nossos ecrãs constitui também um meio de atração para os seus principais detratores e críticos, e neste momento essa é uma das coisas que Punk procura: Atenção, sobretudo depois de todo o escândalo que o envolveu e de um longo período de nove meses em que (aparentemente) esteve longe dos olhares públicos.


Do ponto de vista do booking (e tendo em conta que a AEW não se quererá alongar muito sobre essa polémica, não vá Tony Khan ficar mal visto no meio disto tudo), parece que uma promo curtinha de CM Punk abruptamente terminada por uma interrupção poderá beneficiar não só Punk como… o supracitado Jay White, que até poderia fazer um interessantíssimo trabalho de heel no caso de haver feud, aproveitando o infeliz passado recente do Second City Saint para gerar quantidades infindáveis de heat a la Dominik Mysterio.



Enfim, parece-me que o Collision, mesmo que seja encarado como o segundo show da AEW, poderá ter aqui um enorme espaço para ombrear com o Dynamite pelo protagonismo semanal na AEW, sobretudo se CM Punk aparecer frequentemente. 


Penso que este episódio servirá, obviamente, para causar impacto (até porque para além de Punk, não nos podemos esquecer do regresso de Miro), mas poderá servir também para lançar as últimas cartadas para o Forbidden Door, uma vez que me parece bastante improvável que o card de um show tão importante no calendário da AEW fique só fechado com quatro combates.


E vocês, que expectativas têm para o Collision?


E assim termina mais uma edição de “Lucas Headquarters”! Não se esqueçam de passar pelo nosso site, pelo nosso Telegram, deixar a vossa opinião aí em baixo… o costume. Para a semana cá estarei com mais um artigo!!


Peace and love, até ao meu regresso!

 




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